sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

EBD - PRIMEIRO TRIMESTRE 2009 - CLASSE DE HOMENS

APRESENTAÇÃO

Olá, companheiros. Estamos iniciando mais um ano letivo de nossa EBD. As férias são necessárias para reposição de energias, reavaliação e elaboração de novas aulas, mas nos deixam com saudades uns dos outros, do convívio em classe, das trocas de experiências, dos professores.
Nesse primeiro trimestre de 2009, bateremos altos papos sobre FAMÍLIA, RELAÇÕES HUMANAS E SEXUALIDADE, tendo em mente o tempo todo os nossos filhinhos e as nossas filhinhas, os nossos netinhos e as nossas netinhas, que estão estudando os mesmos temas em suas classes Todos estão convidados a participar dos debates, a perguntar, a contribuir. É muito importante que vocês exponham suas dúvidas, suas angústias. É assim que aprendemos, que nos tranqüilizamos, que percebemos que nossos companheiros têm angústias semelhantes, e assim podemos nos ajudar.
Vocês são pais e avós, têm uma vivência em família, conceitos sólidos e valores que precisam ser passados para essa nova geração. Precisam entender melhor seus bebês (filhos e netos), e ajudá-los com carinho e sabedoria, mas nunca vivendo a vida deles. Precisam entender também que as relações humanas não são perfeitas, são problemáticas, mas são necessárias e nos desafiam o tempo todo. Não podemos nos isolar, nos proteger dos outros seres humanos.
Algumas lições trazem referências bíblicas, outras não. De qualquer forma, os princípios bíblicos, os princípios cristãos estão presentes o tempo todo. Os professores juntamente com vocês deverão pesquisar textos bíblicos que ajudem na compreensão total das lições.
Eu quero pedir a cada um de vocês um carinho especial por esse material. Vocês vão usá-lo por três meses, portanto, tratem-no com muito cuidado. A igreja investe nisso. Investir nisso significa também investir em vocês. Então, gente querida, vamos tratar com carinho nossa apostilinha. Ela foi preparada com muito carinho. Ela é sua; evite doá-la enquanto o trimestre estiver em curso. Caso você queira que algum amigo, alguém que não seja aluno da nossa EBD leia esse material, indique para ele nosso endereço na internet (está tudinho lá): www.ensinopibunamar.blogspot.com
Então é isso, queridos, vamos estudar. Vamos começar falando sobre família, que é a base de tudo. . A todos vocês, um forte abraço e nosso carinho.
Isac e Daniel


LIÇÃO 01

CONCEITOS DE FAMÍLIA

O INÍCIO DE TUDO

Após criar Adão e Eva, Deus os uniu como marido e mulher, abençoou-os e então lhes disse: “Frutificai e multiplicai-vos; enchei a Terra e sujeitai-a.” Gênesis 1:28. Era propósito de Deus que a Terra fosse povoada com seres criados à Sua própria imagem, compondo famílias que trariam glória a Ele e se tornariam membros da família maior no céu.
É interessante observarmos que toda nova família é constituída a partir do “abandono” de outra família: “Deixará o homem pai e mãe e unir-se-á a uma mulher e serão ambos uma só carne...”
Então, significa dizer o seguinte: os nossos filhos e as nossas filhas quando resolvem se casar, precisam, antes de qualquer coisa, cortarem o cordão umbilical, e nós precisamos ajudá-los nisso, do contrário jamais serão independentes.

A FAMÍLIA COMO CÉLULA MATER DA SOCIEDADE

A família é o princípio da sociedade. A família cristã é aquela em que Deus é reconhecido como objeto supremo de adoração. Ele é o cabeça, protetor, guia e instrutor de famílias assim. A família cristã é a menor unidade orgânica da igreja de Deus na Terra. Também é escola onde seus membros são professores e alunos que compartilham conhecimento e aprendem uns com os outros. A Palavra de Deus deve ser a principal fonte de instrução na escola da família. Os principais objetivos da empresa familiar devem ser oferecer suporte, segurança e comunhão a todos os seus membros.


ATRIBUIÇÕES DE CADA MEMBRO DA FAMÍLIA

1. MARIDO E PAI

O marido cristão, como pai e sacerdote da família, é seu protetor, instrutor, guia e provedor. Essa é a função atribuída a ele por Deus. Ele é responsável pelo bem-estar espiritual, mental e físico de sua família. Em conjunto com sua esposa, deve ensinar os filhos a amar e obedecer a Deus, e criá-los de acordo com as instruções dadas na Bíblia. Como sacerdote da família, o pai é o chefe responsável pela instrução e treinamento religioso dos filhos.

2. EPOSA E MÃE

A esposa cristã, como mãe, é a principal instrutora dos filhos na família, especialmente em seus primeiros anos. Tem grande e importante responsabilidade em instruí-los e educá-los de acordo com as instruções dadas na Palavra de Deus. Juntamente com o marido, é responsável pelo bem-estar espiritual, mental e físico, e por desenvolver nos filhos o caráter cristão. Enquanto o pai é o “laço de união da família”(1), a mãe é a gerenciadora do lar. Provérbios 31:10-31; Efésios 5:22-24, 33; 1 Tessalonicenses 5:23; 1 Timóteo 5:4; Tito 2:4 e 5.

3. OS FILHOS

Os filhos são herança do Senhor (Salmo 127:3-5; Provérbios 17:6). São o futuro da sociedade e da igreja de Deus na Terra. Foram confiados a pais e mães com o objetivo de serem instruídos e educados por eles para se tornarem membros da família de Deus e membros úteis da sociedade. Os filhos devem aprender a amar, honrar e respeitar seus pais e a obedecer-lhes como apropriado no Senhor (Êxodo 20:12). Devem também aprender a amar e obedecer a Deus, e a respeitar ministros, professores, autoridades e todos os outros a quem Deus delegou autoridade.

“Nos tempos primitivos, o pai era o governador e sacerdote da família. Exercia autoridade sobre os filhos, mesmo depois que estes tinham a própria família. Os descendentes eram ensinados a considerá-lo como chefe, tanto em assuntos religiosos como seculares. Abraão esforçou-se por perpetuar esse sistema de governo patriarcal, já que o mesmo favorecia a conservar o conhecimento de Deus. Era necessário ligar os membros da casa conjuntamente, para ser edificada barreira contra a idolatria que se havia tornado tão espalhada e profundamente estabelecida. Abraão procurou por todos os meios ao seu alcance guardar os domésticos de seu acampamento de se misturarem com os gentios e de testemunharem suas práticas idólatras, pois sabia que a familiaridade com os maus corromperia insensivelmente os princípios. O máximo cuidado foi exercido para excluir toda forma de religião falsa, e impressionar o espírito com a majestade e glória do Deus vivo como o verdadeiro objeto de culto.”

“Para que pais e mestres façam essa obra [educar os filhos], eles próprios devem compreender ‘o caminho’ em que a criança deve andar. Isso abrange mais que mero conhecimento de livros. Envolve tudo quanto é bom, virtuoso, justo e santo. Compreende a prática da temperança, piedade, bondade fraternal e amor para com Deus e de uns para com os outros. A fim de alcançar esse objetivo, é preciso dar atenção à educação física, mental, moral e religiosa da criança.
Família deve ser o lugar onde a gente aprende a amar. Para ser lugar da bênção de Deus, muitas vezes, não se precisa de muita coisa. Pequenos detalhes fazem um grande amor. Um grande amor não é feito de grandes coisas. Grandes coisas qualquer pessoa faz, tanto para o bem, quanto para o mal, se ela estiver no desespero. Agora, fazer a cada dia pequenas coisas de modo extraordinariamente maravilhoso, só quem tem o Espírito Santo de Deus; do contrário, não consegue. E aí está a santidade. Esse é o segredo.”
“Sendo uma realidade dinâmica, o matrimônio está aberto à construção e também às feridas que machucam e atrapalham o crescimento da vida familiar. Algumas situações acabam sendo grandes possibilidades de ruptura, mas também podem se transformar em momentos de graça e de vida plena. É preciso aprender a construir a restauração da família.”

LIÇÃO 02

A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA ADOLESCÊNCIA

INTRODUÇÃO

As relações familiares nem sempre são as melhores, perfeitas e desejáveis. Sabemos que na sociedade da qual fazemos parte, muitas famílias têm desmoronado, perdido a estrutura e o equilíbrio, contribuindo para a má formação dos filhos. No que depender da televisão, a falência total da estrutura familiar é uma coisa pra já, para os próximos dias. A família cristã, todavia, precisa precaver-se contra essas investidas através da programação televisiva, aprendendo a administrar seus conflitos e evitando a guerra.


PRINCIPAIS CAUSAS DE GUERRAS E CONFLITOS FAMILIARES

1. INFLUÊNCIA NEGATIVA DA TELEVISÃO

As famílias apresentadas pelas novelas de televisão são, via de regra, completamente desajustadas: a mãe disputa um mesmo homem com a filha, a figura do pai não existe ou se trata de um adúltero irresponsável e inconseqüente, os filhos não demonstram o menor respeito pelos pais; os irmãos, pra variar, também são desajustados. É um contexto lamentável; os valores são invertidos: o que é certo é visto como errado, cafona, careta, ultrapassado; já o que é errado, torna-se absolutamente correto. Contrariando toda essa confusão, a Bíblia, com toda clareza, ensina que os pais não devem provocar a ira dos filhos; que estes, por sua vez, devem respeitar os pais, aceitando sua disciplina e toda a sua orientação, pois isto é sensato e agradável ao Senhor.
Nossos filhos não podem, em hipótese alguma, aceitar como normal ou querer imitar esse comportamento absolutamente contrário ao Cristianismo, apresentado pela TV. Se isso acontece, temos um conflito familiar, estamos iniciando uma guerra, um choque de gerações, às vezes, e o que é pior., um choque de valores.


2. CONVERSÃO A CRISTO

Isso, é claro, no caso de famílias não-evangélicas. É claro que o ideal é que a opção de alguém por Cristo não gere um conflito familiar, mas caso isso aconteça, ele não deve desistir, mas sim resistir com gratidão ao Senhor, procurando conduzir os seus familiares a uma experiência com Deus, como ele teve; é claro que se trata de um trabalho lento a ser desenvolvido com bastante calma e compreensão, sempre evitando o conflito ou a antipatia pela igreja.

3. A ESCOLHA DO LAZER

Todos têm direito ao lazer. O fato de sermos evangélicos não nos impede de nos divertirmos, todavia precisamos ter a consciência de Cristo na escolha do tipo de lazer que preferimos e orientarmos nossos filhos com sabedoria, sem sermos intransigentes.

a) ALGUNS LUGARES NÃO CONVÉM

O que faria um adolescente cristão, por exemplo, numa casa de jogos, numa boate, numa casa de show de strepetease, num clube das mulheres, num baile funk? Será que são lugares saudáveis para um seguidor de Jesus Cristo? Será que esses locais oferecem uma diversão sadia que não comprometa o caráter cristão? Se convidado, será que Jesus acompanharia nossos meninos ou nossas meninas a um desses locais?
Ainda que nossos filhos sejam livres, precisam ser responsáveis e conscientes na escolha do lazer, e nós precisamos estabelecer os limites.

b) ALGUNS LUGARES CONVÊM, MAS INSPIRAM CUIDADO.

O jovem evangélico pode ir ao cinema, mas precisa saber selecionar, como cristão, o tipo de filme; ele pode ir ao teatro, todavia precisa saber o tipo de espetáculo que vai ser apresentado; não há nada que o impeça de ir à praia, mas ele precisa saber portar-se, inclusive selecionando o tamanho dos trajes de banho a serem utilizados, não expondo-se exageradamente.
Enfim, qualquer que seja nossa forma preferida de lazer, precisamos ter em mente que ela não pode danificar nossa comunhão com Deus nem promover escândalos ou esculhambar o nome de nossa igreja.


4. VISÃO DETURPADA DA ADOLESCÊNCIA

Para alguns psicólogos, pedagogos, líderes, pais e, principalmente os próprios adolescentes, a adolescência é uma fase de ausência de limites, irresponsabilidades, idiotices e retardamento mental, pelo menos é o que dão a entender alguns pais quando afirmam que já não sabem o que fazer, que adolescente é assim mesmo.
A adolescência, de fato, é uma fase complicada, agora valer-se disso para fazer um monte de bobagens, para praticar um monte de insanidades é ser espertinho demais ou completamente retardado e o adolescente evangélico, com certeza, não é assim, não se comporta como aquele amiguinho lá da rua que quer provar a todos que é diferente, rebelde e que não respeita ninguém. Adolescência é uma coisa, ausência de limites é outra muito diferente. Cabe a família e a igreja impor limites, orientando nossos adolescentes para que tenham a mente de Cristo e que não relacionem idade com insanidade.

5. OUTRAS CAUSAS DE CONFLITO...

a) Tipo de música preferida e volume do som;
b) Tipo de roupa;
c) Vocabulário;
d) Preguiça;


CONCLUSÃO

Independente de opção religiosa ou qualquer outra coisa, o papel dos filhos é sempre de obediência e respeito aos pais. Sendo esses filhos evangélicos, a responsabilidade se torna maior.
Quando os pais não são convertidos, o testemunho do filho evangélico é de extrema importância para a conversão dos mesmos. Quando os pais também são evangélicos, tudo fica mais fácil, mas de qualquer forma, o testemunho continua sendo de fundamental importância, especialmente com relação aos parentes não convertidos, vizinhos e/ou amigos da família que precisam ver no adolescente cristão uma pessoa diferente.


LIÇÃO 03

O ADOLESCENTE E O SEU CORPO

DEPOIMENTO: “Me acho muito desinteressante, nada fica legal para mim. Eu queria ter um corpo de modelo, um cabelo bonito e roupas bem transadas. Acho que nunca vou ser bonita como as modelos. Será que eu ainda posso mudar?” (Rosana, 14 anos)

CORPO E PECADO

Durante muito tempo, ao longo da história, a igreja tratou o corpo como algo exclusivamente pecaminoso. As pessoas precisavam renunciar ao corpo, sacrificá-lo, marcá-lo, mortificá-lo. Ele era o instrumento do pecado, do desejo, da obscenidade. Passou um bocado de tempo e alguns conceitos foram revistos e passou-se a aceitar-se melhor o corpo, a igreja passou a focá-lo como templo do espírito santo e, portanto, nem de todo perdido. A igreja lembrou, por exemplo, que Cristo materializou-se, ou seja, teve um corpo como o nosso e que, portanto, nem tudo estava perdido.
Hoje, por outro lado, vive-se o exagero contrário, ou seja, o culto do corpo. É preciso malhá-lo, deixá-lo bem sarado, expô-lo o máximo possível a fim de tentar o sexo oposto, de fazer o outro “babar”, embalados com a idéia do “Baba, Baby”.
Pois é, o grande lance é a busca do equilíbrio: nem o extremo do instrumento absoluto do pecado nem o culto.
Nossas meninas e mesmo muitas mulheres maduras enlouquecem em busca da magreza, param de comer, comem e vomitam, enfim, buscam um padrão de beleza magra estabelecido pela mídia, esquecendo, inclusive, do lance do biotipo, do fator genético. As mais gordinhas são discriminadas, ou pelo menos se sentem assim. Os mais gordinhos são legais, bons para serem amigos, mas para namorar... aí não. E vêm os apelidos terríveis e o assédio moral e a discriminação na hora de comprar uma roupa e coisas assim.

Precisamos ajudar nossos filhos e nossas filhas a se aceitarem como são, mas quando pequenos precisamos entender que vão crescer, que poderão vir a desenvolver traumas por conta de gordura para a qual contribuímos achando engraçadinho a criatura comer além do normal, bater recorde de comelão ou coisas assim. Pequenos, algumas pessoas acham engraçadinho e alguns pais incentivam isso, não impondo limites. No futuro, os problemas serão certos e esses pais terão que conviver com um certo peso na consciência ao ouvir de um pediatra ou de um psicólogo que a presente obesidade infanto-juvenil é fruto de uma alimentação descontrolada na infância, da ausência de limites. E o problema, senhores pais e avós, não é apenas estético.


A QUESTÃO ESTÉTICA – O PADRÃO IMPOSTO PELA SOCIEDADE

O problema não é o nosso corpinho, é o padrão “exigido”, é o parâmetro estabelecido. Toda uma geração está sendo vítima do padrão de beleza imposto pela inocente bonequinha “BARBIE”: seios fartos, pernas e cintura finas. É o padrão americano. E isso faz com que um monte de brasileiras implantem silicone e façam cirurgias plásticas, pondo o Brasil em posição de destaque no ranking mundial das cirurgias estéticas.
Então, para confundir mais a cabecinha das nossas meninas, temos um outro padrão de beleza, mais tolerante, mais brasileiro, e agora já invejado pelas americanas: o padrão garota-propaganda de cerveja: corpo mais cheinho e seios siliconados. Aí a menina de seios pequenos e pernas finas não se enxerga no padrão americano nem no brasileiro e pra piorar nem no europeu (a pobrezinha pode não ser loira, um crime). Aí pronto, desandou tudo, aí temos uma Rosana (do depoimento), aos 14 anos se sentindo infeliz com o corpo. Oxente, 14 anos é hora de mudanças profundas tanto no corpo do menino quanto no da menina. Não dá pra seguir padrão, nem pra se desesperar, tudo está mudando, tá rolando uma série de mudanças nos corpinhos dos nossos “bebês” e nós precisamos estar atentos a isso, ajudá-los, fazerem se aceitar, mostrando pra eles que não existe cabelo ruim, que nem todo mundo tem que ter corpo de modelo que “nem tudo é para todos.”


ADOLESCÊNCIA, MUDANÇAS FÍSICAS E PSICOLÓGICAS... SINISTRO!

Corpo e personalidade transformam-se ao mesmo tempo na adolescência, e aí vêm as surpresas, o não saber o que fazer para disfarçar ou para mostrar essas mudanças, que trazem consigo, pra piorar, uma série de dúvidas quanto a normalidade.
Nos pais, a maior crise é quando seus “bebês” começam sair sozinhos. O Chico Buarque numa crise de pai que está vendo suas filhinhas saindo sozinhas, tendo posturas próprias, escreve: “olha as minhas meninas, aonde será que elas vão...”

VOLTANDO ÀS MUDANÇAS... A SÍNDROME DO PATINHO FEIO

As criaturas, nessa fase, não conseguem ficar indiferentes às mudanças. A síndrome do patinho feio toma conta de geral (meninos e meninas). Surgem as comparações com os corpos dos amigos. O corpo do amigo ou da amiga é que é normal. É uma doideira.
E não é só isso, o mundo está contra eles, os pais não os entendem, os professores são cruéis, o pastor é botafoguense, enfim, é o momento da crise de autoridade. Limites precisam ser estabelecidos. Alguém precisa dizer a eles que não podemos fazer apenas o que gostamos e que o mundo não gira em torno deles. O grande problema é que muitos adultos não querem ser antipáticos, “enfrentá-los”, e vão aceitando tudo, como aqueles pais que quando esses mesmos filhos eram menores ganhavam tudo no grito, na pirraça, no piti. Eles, os pais, sem paciência, sem querer ser perturbados e querendo se livrar do “vexame”, após 2 nãos, diziam sim. Agora, essas crianças são adolescentes e já entenderam que no grito tudo é possível. Estabelecer limites agora vai ser bem mais complicado do que teria sido na hora certa. Alguns desses pais, chamados a escola, vão dizer ao professor: “já não sei o que fazer com esse menino (ou essa menina)”. E aí, o que o professor, coitado, poderá fazer, se o adulto responsável está dizendo que ele já não sabe.
Se o primeiro piti do seu filho teve como resposta um não definitivo, ele vai aprender que existem limites, mas se o primeiro tapa que o seu bebê (agora bebê mesmo) deu no seu rosto foi tratado como brincadeirinha, se tudo o que ele pedia você dava, se nas brigas infantis você tomava as dores dele ignorando a possível razão do outro, se na primeira queixa da professora, você disse na frente dele, que a professora está errada (sem nem mesmo ouvi-la), se você vivia brincando com ele ou ela falando em vários namoradinhos ou namoradinhas (quando deveria falar em amiguinhos ou amiguinhas), se quando o pai dizia sim, a mãe dizia não ou vice-versa, se todos os seus nãos eram seguidos de sim... então vai ser um pouquinho mais difícil agora, mas você não pode desistir, filhos não podem ser jogados fora.
Há um provérbio popular, muito usado em Pernambuco, que diz: “Quem tem seus mateus que os embale.” Pois é, a responsabilidade de cada mateus é de seus pais, não é dos avós, nem de ninguém, é de quem os tem. Isso encontra respaldo bíblico, inclusive.

LIÇÃO 04

PAPÉIS SEXUAIS - POR QUE TANTA DIFERENÇA?

“Quem deve cuidar da casa e dos filhos é a mulher; o homem cuida do sustento da família.” (Severino, 38 anos)
A sexualidade está muito relacionada com o papel que homens e mulheres desempenham socialmente. O que a sociedade espera do comportamento do homem e da mulher é o que se chama de papel sexual. Essa expectativa da sociedade é o que formam os estereótipos. Um exemplo disso são as profissões de homem e de mulher.
A sociedade e a cultura de cada povo determinam como homens e mulheres vão incorporar esses papéis e quem não segue esse padrão, normalmente não é visto com bons olhos, como por exemplo: homens que são cabeleireiros, mulheres que dirigem caminhão.
Antigamente não se admitia que a mulher trabalhasse fora, usasse calças compridas e batom. Atualmente, não rola mais isso. Muitas mulheres desenvolvem trabalhos iguais aos dos homens e se vestem de acordo com a conveniência, condição e ocasião.

EDUCAÇÃO DIFERENCIADA

Apesar da modernização que a estrutura social sofreu nas últimas décadas, observamos que a educação de meninas e meninos continua sendo bem diferenciada. Enquanto os meninos são educados para a competição e a agressão, as meninas são educadas para serem mais delicadas e maternas.
Quando chega a adolescência, vem uma série de proibições para a menina: não deve sair sozinha, não pode transar com o namorado. Já para o rapaz, tudo é permitido e até estimulado: sair só, beber, fumar, voltar para casa de madrugada, ter relações sexuais para provar a masculinidade. É claro que estamos falando de famílias não evangélicas, mas vemos algumas atitudes parecidas também em famílias cristãs. Antigamente, os pais de meninos diziam aos pais de meninas: “prendam suas cabritas porque meu bode está solto.” Ouvi isso, diversas vezes, de famílias evangélicas e sempre achei um absurdo sem tamanho. Primeiro, porque você animaliza as pessoas, depois porque você as limita aos desejos sexuais, negando, praticamente, a possibilidade de amizades entre pessoas de sexo oposto.
Essa reflexão não pretende fazer meras substituições entre as posições sociais que os homens e as mulheres ocupam, mas promover a igualdade de direitos e a equiparação de oportunidades. Essa definição de papéis está presente também em nossas igrejas. Por exemplo: quantas pastoras você conhece?
Esse lance é tão sério, que chegam a acontecer casos assim: a menina tem que cuidar da casa, lavar a louça, enfim, fazer os serviços domésticos. Todo esse tempo em que a menina está ocupada nessas tarefas, o menino está livre para jogar bola, brincar do que quiser. Quando ele volta, a casa está limpinha, porque a irmã limpou. Ele entra, desarruma uma série de coisas e... a vida é assim mesmo. Não. Não pode ser. Em algumas famílias, o pai não faz nada, não participa dos serviços domésticos, sequer põe sua comida no prato. As mulheres, por sua vez, alimentam isso, se submetem a esse sistema de coisas.
É claro que precisamos levar em conta a questão de gerações. Na geração dos meus pais, para muitas famílias, esse comportamento é normal. Já na minha geração, não faz o menor sentido. Precisamos colaborar, participar dos afazeres domésticos quando não podemos contratar uma pessoa só pra isso. Não posso reproduzir o comportamento daquela geração. Estamos em outra fase da história da humanidade, e cada dia mais precisamos pensar sobre nossos direitos e nossos deveres iguais.
Como você educou ou educa suas crianças? Os meninos e as meninas sempre tiveram os mesmos direitos e os mesmos deveres? Em nosso país rola uma cultura da macheza, onde o importante para os meninos é fazer xixi na rua, cuspir no chão e ter atitudes brutas. “Tá ficando igual ao papai”. Assim, se o cabra é um pouco mais delicado já dizem que ele é bicha. São os absurdos da formação educacional dos nossos meninos. Eles não precisam ajudar nas tarefas domésticas, apenas brincar; as meninas, não, é outro papo. Isso tem que ser revisto com urgência.
Outra coisa: embora as meninas critiquem os garotos que fazem xixi na rua, quando elas crescem e se tornam mães e saem com os seus filhinhos para um passeio, no momento em que esse menino diz que quer fazer xixi, ela orienta-o a fazer ali mesmo, no cantinho, ele é menino e para meninos qualquer espaço público pode ser usado como banheiro. Pois é, esse garotinho vai crescer e teremos mais um mijão mal educado por aí. Detalhe: a grande responsável por essa formação brilhante é a mulher, que continua criticando os caras que fazem xixi na rua. Caramba! Se a garotinha pode esperar, por que o garotinho não pode. “Quero fazer xixi” não é a mesma coisa que “já está saindo.” Então podemos esperar, procurar um banheiro e agirmos como pessoas, gente, seres humanos. Os pais precisam entender isso e melhorar as próximas gerações.


LIÇÃO 05

FAZER OU NÃO FAZER SEXO (ANTES DO CASAMENTO)?... EIS A QUESTÃO.

Texto Bíblico: Gl 5:16,17,19;

· O que eu quero dizer é isto: deixem que o Espírito de Deus dirija as suas vidas e não obedeçam aos desejos da natureza humana.

· Porque o que a nossa natureza humana deseja é contra o que o Espírito quer, e o que o Espírito quer é contra o que a natureza humana deseja. Os dois são inimigos, e por isso vocês não podem fazer o que querem.

· As coisas que a natureza humana produz são bem conhecidas. Ela produz imoralidade, impureza, ações indecentes.


A tradução de João Ferreira de Almeida, Edição Revista e Atualizada da SBB e Revista e Corrigida da IBB, chama de prostituição o ato de fornicação, ou seja, sexo praticado entre pessoas solteiras.
Um número cada vez maior de jovens está praticando sexo antes do casamento. E precisamos admitir para os nossos filhos que fazer sexo é uma coisa legal, mas que é preciso avaliar as conseqüências. E não só isso. Eles precisam entender que o sexo é exclusivo para o casamento. Isso é um princípio bíblico. Portanto, é preciso segurar a onda, controlar o desejo, evitar exposições desnecessárias, fugir da tentação e não correr para ela. Um exemplo: se seu filho e sua namoradinha ou sua filha e seu namoradinho, aquelas belezuras de pessoas, ficarem sozinhos numa área reservada, escura, afastada, a possibilidade de rolar sexo é imensa. Eles podem ser convertidos, seus hormônios não. Então, é melhor evitar. Precisamos orientá-los a não queimarem etapas de suas vidas. O grande barato é seguir o passo a passo, cada coisa na sua época, na sua idade. Vale a pena esperar.


FATORES QUE FACILITAM O SEXO PRÉ-CASAMENTO:

· Atualmente, existe menos medo de gravidez, uma vez que os métodos anticoncepcionais são mais seguros e eficazes;
· Muitos consideram o aborto uma saída razoável quando a gravidez acontece, muitas vezes, com o apoio dos pais;
· Para muitos jovens, a sociedade já aceita como normal o sexo anterior ao casamento e a família, muitas vezes, incentivam isso, especialmente no caso do menino: “meu filho é o maior pegador”, orgulham-se os pais;
· Pressão do grupo social: “todo mundo está fazendo isso” - o que não é verdade, pois muitos jovens se mantêm virgens até o matrimônio;
· A idéia de que tudo o que dá prazer deve ser praticado sem restrições e de que “o que é bonito é para se mostrar”;
· Hoje é mais fácil para o casal ficar a sós(no alojamento da faculdade, no carro, em casa e em outros lugares) ainda que por poucos minutos; há casos de famílias que incentivam essa prática “adquirindo uma cama de casal para que a filhinha faça sexo ali mesmo em casa, e não num motel sujo por aí”;
· Quanto mais as cidades crescem, a pressão social sobre o comportamento diminui. Assim, as moças já não temem a má fama da vizinhança e quanto aos rapazes, nunca houve pressão alguma neste sentido;
· A influência do sexo explícito na TV, na banca de jornal, na internet;
· A busca de prazeres rápidos:”se eu não fizer sexo logo, o mundo acaba e eu fico virgem”;

A influência da TV é algo berrante. Nos filmes, novelas e comerciais, o casal se encontra, bebe um pouco, dança algumas vezes e acaba nu entre os lençóis, deixando claro que isso é perfeitamente correto e, portanto, normal.

No período do Velho Testamento, o sexo fora do casamento tornava a mulher comparável a uma meretriz. O castigo nos casos em que houvesse flagrante era radical. Em alguns casos, os dois eram apedrejados até a morte. Cruzes! (Dt 22:20,21).

No Novo Testamento, a coisa não é diferente: o apóstolo Paulo chega a incluir a fornicação na mesma categoria de adultério e homicídio, deixando claro que o sexo fora do casamento é pecado.

Nem a igreja nem a Bíblia são contra o sexo ou o prazer, mas sim contra a irresponsabilidade. O prazer só vale a pena quando não estraga algo melhor ou quando não machuca seriamente um ser humano.

Fazer sexo antes do casamento ou fora dele sempre traz consequências perigosas. É melhor esperar um pouco, guardando-se um para o outro. Nossos meninos e nossas meninas precisam entender isso.

Também é muito importante frisar que não é apenas a moça que deve guardar-se, o rapaz também deve fazê-lo. A idéia de que o rapaz deve levar alguma experiência sexual para o matrimônio é extremamente machista e egoísta, uma vez que exclui a menina, ou seja, só o rapaz pode.

“O autodomínio da pessoa em todos os campos é o que amadurece o indivíduo e lhe dá capacidade para poder amar e usufruir ao longo de toda a sua vida.”


LIÇÃO 06

RELAÇÕES HUMANAS

Referências bíblicas: Lv 19:18; Pv 17:17; Mt 5:44; Jo 13:34,35; 15:12; Rm 12:10; 1 Jo 4:21.

· Não se vingue nem guarde ódio de alguém do seu povo, mas ame os outros como você ama a você mesmo. Eu sou o Deus Eterno.

· O amigo ama sempre e na desgraça ele se torna um irmão.

· Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês.

· Eu lhes dou este novo mandamento: Amem uns aos outros. Assim como eu os amei, amem também uns aos outros.

· Se tiverem amor uns pelos outros, todos saberão que vocês são meus seguidores.

· O meu mandamento é este: Amem uns aos outros, como eu amo vocês.

· Amem uns aos outros com carinho de irmãos em Cristo e em tudo dêem preferência uns aos outros.

· Este é o mandamento que Cristo nos deu: Quem ama a Deus, que ame também o seu irmão.


PARA INÍCIO DE CONVERSA

Desconheço qualquer relação humana perfeita, haja vista as diferenças interpessoais, ou seja, não existem duas pessoas iguais. Existem sim as relações humanas possíveis e estas são sempre baseadas no amor e no respeito mútuos, como nos ensinou o Mestre.
Mesmo na igreja, muitas vezes, temos relações conflituosas por uma razão muito simples: a igreja, embora instituição divina, é formada por seres humanos, que pensam e agem diferentes, logo...

VOCÊ E OS OUTROS

A preocupação de cada um em se conhecer melhor data de um período histórico muito remoto. O filósofo grego Sócrates já se preocupava com esse problema ao afirmar: “Conhece-te a ti mesmo.”
Costumamos afirmar que nos conhecemos. Será isso verdadeiro? Cada um de nós sabe do que gosta, o gênero de filme que aprecia, o tipo de música que prefere, com certeza, porém, não conhecemos toda a nossa capacidade ou, ao menos, não a utilizamos inteiramente.

Os outros são aqueles com os quais nos relacionamos diretamente. É com os outros que nos comunicamos e temos a possibilidade de construir a história. O outro pode ser a possibilidade, como também o limite, ou seja, é através dos outros que desenvolvemos nossa capacidade e também podemos ser dificultados no desempenho de nossas funções.
Segundo Lacan, psicanalista francês, “o outro é aquilo que jamais chegarei a ser..., é aquilo que eu não tenho.”
Em outras palavras, a convivência social tem um caráter construtivo e, ao mesmo tempo, gera conflitos e problemas interpessoais.
Esse elemento de contradição está presente de forma constante na nossa existência. Na verdade, é o grande desafio com o qual temos que conviver: adaptarmo-nos às situações concretas do dia-a-dia, sem nos despersonalizarmos.
Conviver com a realidade é isso: assumir uma posição de abertura frente aos valores novos que surgem, porém, fundamentada numa visão crítica e questionadora.
É assim: eu não tenho que fazer determinada coisa porque o grupo faz. O fato de ter amigos homossexuais, por exemplo, não fará de mim um homossexual. Gosto das pessoas, convivo com elas, mas não concordo com suas práticas, logo não vou agir assim.
Alguns adolescentes passam a fumar maconha porque querem fazer parte de um determinado grupo e o “ingresso” para isso é fumar um baseado. Aí então, vai o “retardadinho” ou a “retardadinha” abrir mão de sua personalidade, de sua própria identidade, de suas vontades, para ingressar no tal grupo. É claro que isso também pode ser apenas uma desculpa, o cara já estava a fim mesmo de curtir uma marola e aproveitou o convite. Precisamos alertar nossos filhos e/ou nossos netos quanto a isso.

INTEGRAÇÃO SOCIAL

Quando você chega para participar de uma festa, logo percebe se o ambiente está acolhedor ou não. O relacionamento entre os presentes pode estar “solto”, espontâneo ou pode estar inibidor. E você logo sente isso; nota se as pessoas estão bem entrosadas ou se existem grupos fechados, formando “panelinhas” ou, ainda, pessoas isoladas, sozinhas no meio da festa.
Esse exemplo simples mostra uma situação em que podem ocorrer problemas de integração.
Existem, porém, outras situações mais complexas no que se refere à integração social.. No trabalho ou na igreja, o indivíduo pode se sentir reconhecido, ou discriminado pela pouca importância dada à função que exerce. Isso acontece muito com nossas companheiras donas de casa, quando não vêem seus sacrifícios reconhecidos pelo marido ou pelos filhos.

Nos mais diferentes lugares: escolas, bancos, escritórios, ruas, cinemas, hospitais, igrejas, etc., constantemente ocorrem discriminações entre as pessoas por uma série de fatores: cor da pele, situação financeira, aparência pessoal, modo de falar, nível de estudo, etc. Tudo isso pode influir diretamente no relacionamento social entre as pessoas de uma forma bastante negativa. Precisamos curtir as pessoas pelo que elas são, não pelo que têm.

ADAPTAÇÃO AO GRUPO

A adaptação é um requisito importante para a sobrevivência humana. O que é adaptação? É o processo pelo qual o indivíduo se integra no meio ambiente.
A necessidade de adaptação social resulta em diferentes formas de relacionamento entre as pessoas, dando origem à formação de grupos formais ou informais.
Os grupos formais são gerados por determinadas exigências sociais, administrativas e funcionais. Numa empresa, no local de trabalho, numa igreja, as diversas divisões (grupos, departamentos) formam grupos formais de trabalhadores. Uma classe, na escola, é um grupo organizado por exigência funcional.
Por grupos informais entendemos aqueles que se formam espontaneamente. Logo, pessoas que se reúnem para um “bate-papo”, para a prática de esporte, para fazer um passeio, constituem um grupo informal, uma “panelinha” no bom sentido.

LIDERANÇA

Você já observou que algumas pessoas que você conhece têm mais iniciativas que outras?
Na sua família é provável que existam pessoas com características diferentes: um é introvertido, o outro é extrovertido, um é pacato, o outro é mais expansivo.
Na vida cotidiana, frequentemente somos desafiados por novas situações, às vezes imprevisíveis. Essas situações novas possuem duplo sentido: primeiro, podem quebrar a rotina das atividades e, segundo, podem gerar intranquilidade, angústia, insegurança no momento de agir.
Nesses momentos difíceis de decisão ou de opção é que as pessoas precisam ter iniciativa. Quando for uma situação individual, depende, basicamente, da pessoa; porém, se for uma situação de grupo, é o momento em que pode ocorrer manifestação de liderança, revelando-se um líder entre os presentes.

Líder é um indivíduo que sugere uma proposta diante duma situação de impasse. É alguém que representa, coordena ou comanda um determinado grupo.
Num momento problemático, a presença de um líder é fundamental para que os problemas sejam superados e solucionados.

COMENTÁRIOS FINAIS

O convívio humano é complicado, mas não impossível; é claro que para que o convívio seja possível, é preciso compreensão, tolerância, paciência, etc.. Acima de tudo, precisamos “aceitar” os defeitos do outro, já que com as qualidades não precisamos nos preocupar.


LIÇÃO 07

CIÚME: ZELO, MEDO DE PERDER OU OBSESSÃO?

Referências bíblicas: 1 Co 13:4; 3:3; Ct 8:6; Pv 6:34; Nm 11:29; Gn 37:11; Gn 30:1.

· O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece.
· Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem?
· ...porque o amor é forte como a morte; e duro como a sepultura, o ciúme...
· Porque o ciúme excita o furor do marido.
· Porém Moisés lhe disse: Tens tu ciúmes por mim? Tomara todo o povo do Senhor fosse profeta, que o Senhor lhes desse o seu Espírito!
· Seus irmãos lhe tinham ciúmes; o pai, no entanto, considerava o caso consigo mesmo.
· Vendo Raquel que não dava filhos a Jacó, teve ciúmes de sua irmã e disse a Jacó: Dá-me filhos, senão morrerei.


INTRODUÇÃO

Nas passagens bíblicas acima, várias formas de ciúmes são abordadas em diferentes contextos. Podemos dizer que o ciúme é uma emoção positiva até o ponto em que se manifesta como zelo, como cuidado por alguém ou por alguma coisa que amamos. Quando, no entanto, toma ares possessivos ou doentios, esse sentimento já passa a preocupar.

O CIÚME NAS VÁRIAS FORMAS DE RELAÇÕES HUMANAS

“Um relacionamento implica uma certa dose de respeito de/por ambas as partes. Sem esse pressuposto não é possível manter uma relação positiva”, afirma Agnes Ghaznavi (especialista em relações humanas). Para que uma relação seja positiva para ambas as partes, é preciso que haja reciprocidade, respeito, amizade, lealdade, fidelidade, proximidade, liberdade, ternura, afeto e confiança.
Um garoto que acredite que os pais dão mais atenção à sua irmã ou ao seu irmão poderá, posteriormente, canalizar esse sentimento à sua parceira, numa relação futura. Uma filha cuja mãe é ciumenta tende a desenvolver esse traço de caráter com mais facilidade.
Em sociedades monogâmicas como a nossa, o ciúme, normalmente, será associado a honra e a moral, quase um instrumento de proteção familiar, uma espécie de adaptação da espécie para proteger o que é nosso por direito. Para alguns, é um sinal de amor e cuidado. Até aí, tudo bem; o problema é quando se torna possessivo, obcecado, desconfiado, inseguro, patológico (doentio).
As causas do ciúme doentio (patológico) podem ser, basicamente, duas: falta de confiança (no outro ou em si mesmo) ou obsessão. Esse ciúme doentio invade os pensamentos e esses pensamentos se repetem na mente do ciumento e projeta inúmeras imagens sobre eventos e episódios que podem jamais ter acontecido.
Os ciumentos costumam ser muito “criativos” e não conseguem, muitas vezes, distinguir a fantasia da sua mente da realidade, criando, assim, o medo da perda (que pode nem ser real). Assim, o ciumento passa a procurar provas que confirmem suas suspeitas, inquirindo o outro sobre o que faz, verificando os seus bolsos, a sua correspondência, os seus e-mails, suas ligações, e isso vai gerando dúvidas cada vez maiores.
Mesmo que defendamos a idéia de que os cônjuges não devam ter segredos entre si, todo ser humano quer ter sua privacidade respeitada e a invasão desse espaço vai gerar conflito. Assim, o acesso a privacidade do outro precisa ser conquistada, negociada e não invadida de maneira arbitrária com o objetivo de procurar provas inexistentes de uma situação não ocorrida. Isso é terrível. Por outro lado, se existe uma desconfiança real de possíveis atitudes estranhas do cônjuge, é preciso conversa, o tradicional “discutir a relação”.

Se a conversa já não é possível, é hora de procurar ajuda (amigos, pastor, terapeuta familiar). A palavra amigo já traz em si a idéia de alguém em quem confiamos. Se não confiamos, não é amigo. O ideal aqui é um amigo do casal. Nessas situações, os parentes devem ser evitados. Eles normalmente vão tomar o partido do reclamante. (Eu sei que há casos em que isso não vai acontecer, estou falando de tendência. Eu sei, por exemplo, que há sogras que vão ficar do lado da nora mesmo que o reclamante seja o filho, mas não posso achar que isso seja regra geral; é uma super exceção).
O ciúme doentio ou patológico agrega em si outras emoções negativas: ansiedade, depressão, raiva, vergonha, insegurança, humilhação, perplexidade, culpa e desejo de vingança, todas relacionadas com a baixa auto-estima, que acarreta uma sensação de insegurança.
Não é só nas relações conjugais que o ciúme acontece. Há muitos casos de ciúmes em relacionamentos baseados na amizade e até entre colegas de trabalho e entre companheiros de ministérios, no contexto da igreja.
Algumas pessoas têm dificuldades de construir ou de manter uma rede de amigos e acabam tendo ciúmes dos amigos dos amigos, ou seja, elas gostariam que determinada pessoa fosse seu amigo exclusivo, de mais ninguém. Já na igreja ou no ambiente de trabalho, a pessoa ciumenta passa a alimentar a idéia de que o líder dá mais atenção para o fulaninho e aí passa a ter ciúmes também. Algumas pessoas chegam ao ponto de não querer ter um filho por ciúme do companheiro ou da companheira, por entenderem que não vão conseguir dividir a atenção do cônjuge com a criança. Outros casos comuns que acabam gerando brigas é ter ciúme daquilo que o outro valoriza muito: livros, carros, amigos, amigas, futebol, artistas.
Pessoas que se sentem inferiores ou inferiorizadas em relação ao outro tornam-se inseguras e, consequentemente, tendem a desenvolver ciúmes com mais facilidade.
Podemos ficar mais vulneráveis ao ciúme em momentos de estresse, de perdas, de mudanças ou de comportamentos provocativos do outro.

CONCLUSÃO

Havendo confiança, aceitação pessoal e aceitação do outro, poderemos viver menos obcecados com fantasias de traição.
O ciúme não é um sentimento voltado para o outro, mas sim para si mesmo, para quem o sente, pois, na verdade, é o medo egocentrado de perder o outro que gera o ciúme.

LIÇÃO 08

QUANDO VEM A DEPRESSÃO

A depressão (ou melancolia) foi documentada há mais de dois mil anos por babilônios, egípcios, gregos e judeus. Durante a Idade Média, relacionaram-na com a covardia, a incredulidade e a preguiça.
O que distingue a tristeza normal de um estado depressivo é a sua duração e sua intensidade. Quando estamos tristes, conservamos nosso amor-próprio, voltamos a nos sentir bem depois que choramos, e somos ajudados por palavras de consolo, mas quando alguém está atravessando um episódio de depressão severa, sua auto-estima desaparece. Chorar não ajuda muito (às vezes, a pessoa nem consegue chorar) e o que os amigos dizem causa-lhe irritação. As pessoas próximas parecem não entender o que acontece e o deprimido, por sua vez, não se sente com a mínima vontade de lhes explicar.
Na depressão, o abatimento da pessoa é desproporcional àquilo que parece tê-lo causado. Outras vezes nem mesmo há uma causa aparente.
Não existe um motivo único para a depressão. Há uma conjugação de fatores. Os casos de depressão são diferentes, apresentam sintomas distintos e podem ter causas diversas.

ALGUMAS CAUSAS DA DEPRESSÃO

a) Causas físico-genéticas: Existe um fator hereditário, ou seja, pessoas com antecedentes na família apresentam maior probabilidade de desenvolê-la; falta de sono, alimentação inadequada;

b) Causas ambientais: Ambiente familiar opressivo, local de trabalho estressante, clima de tensão, competição, insegurança, imprevisibilidade, violência;

c) Causas emocionais: Pessoas que tiveram uma infância infeliz, sofreram traumas ou experimentaram perdas significativas nos primeiros anos de vida têm maior probabilidade de cair em depressão; sentimentos de rejeição, culpa, mágoa. Os perfeccionistas são sérios candidatos à depressão, pois impõem a si mesmos um padrão, muitas vezes, inatingível; o mesmo pode ser dito dos pessimistas, que enxergam dificuldade em tudo e sempre se fixam no lado ruim das coisas.

d) Causas ocasionais: acontecimentos traumáticos, um incidente como: enfermidade repentina, desemprego, separação, perda de entes queridos, agressão, desapontamentos e outras situações sobre as quais não se tem controle. Existem ainda aqueles casos em que o camarada fica deprimido em datas especiais, como natal, ano novo e o próprio aniversário. Uma outra situação muito comum é quando você tenta viver exclusivamente a vida dos filhos, esquecendo a sua própria vida, e mais tarde esses filhos vão embora (o que é natural, faz parte da vida por mais que isso doa). Aí então, com a saída dos filhos vem a sensação de casa vazia, de vida vazia e então não tem jeito: vem a depressão. Para evitar isso basta que você viva a sua vida. Ame e cuide dos seus filhos, mas também se ame e se cuide. Assim, quando eles forem embora, ainda que a casa fique vazia, sua vida não ficará. Esse tipo de depressão ocorre com muito mais freqüência nas mães e não nos pais.

e) Causas existenciais: sempre que levamos um estilo de vida inadequado à nossa personalidade, violentamos nossa própria natureza; a pessoa se percebe insatisfeita com a vida que leva, mas não é capaz de enxergar possibilidade de mudança. Assim, sentindo-se presa num beco sem saída, mergulha numa tristeza longa e acentuada;

f) Causas espirituais: falta de intimidade com Deus, de uma experiência real com Ele.

EXEMPLO SIMPLES DE UMA SITUAÇÃO DEPRESSIVA

Imagine a seguinte situação: você pega um pardal e coloca-o numa gaiola. Ele não se sentirá feliz. Mesmo que as grades sejam de ouro e que você lhe ofereça alpiste importado e água mineral, o passarinho adoecerá. Ele ficará cada vez mais triste e acabará morrendo. A natureza do pardal não condiz com o cativeiro. Outras aves podem adaptar-se a viveiros e gaiolas, mas não ele. Pardais não sobrevivem sem liberdade. Quando aprisionados, ficam abatidos e doentes porque não estão recebendo aquilo que necessitam para viver: liberdade.

A depressão é sempre um sinal de que não estamos recebendo o que é necessário para vivermos saudáveis e felizes. É um alerta que recebemos de que algo não vai bem. Pode ser que estejamos precisando simplesmente de repouso. É possível que o que nos falte seja férias regulares, perspectivas de vida, amizades sinceras e um relacionamento pessoal com Deus. Também pode acontecer de estarmos desperdiçando nosso potencial, negligenciando a família ou priorizando coisas erradas. Usando a analogia do pardal, é como se estivéssemos trocando o sol e o vento por alpiste importado e água mineral.
A seguir, vamos dar uma olhadinha num caso de depressão registrado em nossa MPB: Clarisse, de Renato Russo (fragmentos):.
E Clarisse está trancada no banheiro
E faz marcas no seu corpo com seu pequeno canivete
Deitada no canto, seus tornozelos sangram
E a dor é menor do que parece
Quando ela se corta ela se esquece
Que é impossível ter da vida calma e força
Viver em dor, o que ninguém entende
Tentar ser forte a todo e cada amanhecer
.......
E quando os antidepressivos e os calmantes não fazem mais efeito
Clarisse sabe que a loucura está presente
E sente a essência estranha do que é a morte
Mas esse vazio ela conhece muito bem
De quando em quando é um novo tratamento
Mas o mundo continua sempre o mesmo
.......
Um mundo onde a verdade é o avesso
E a alegria já não tem mais endereço
Clarisse está trancada no seu quarto
Com seus discos e seus livros, seu cansaço
.....
Eu sou um pássaro
Me trancam na gaiola
E esperam que eu cante como antes
Clarisse só tem quatorze anos.

Isso que acontece com Clarisse é um quadro depressivo crônico. A dor física provocada por ela mesma através dos cortes com o canivete é menor do que a dor moral, do que a dor de existir que ela sente.

ALGUNS SINTOMAS DE DEPRESSÃO

a) emocionais: desânimo, desgosto, tristeza, medo, apatia, inércia e solidão. A depressão é um transtorno de humor, nada parece ter gosto ou graça; sentimentos de inferioridade, vergonha, auto-piedade, indignidade, ressentimento, derrotismo, incapacidade, pessimismo, “dor moral”: o portador de depressão acredita ser o culpado pelo que está lhe acontecendo, e que o seu problema não tem solução;

b) motivacionais: o portador de depressão deseja isolar-se, fugir de tudo e de todos, desaparecer; coisas importantes perdem o encanto: trabalho, família, sexo, relacionamentos, vontade de viver;

c) físicos: alterações do apetite, perturbações do sono, fadiga, semblante caído, corpo vergado, tensão muscular, sensação de “peito apertado”, falta de ar.

CONCLUSÃO

Todos os seres humanos fazem parte do grupo de risco, ou seja, ninguém está livre da depressão. Há um entendimento meio abestalhado de que o servo de Deus não pode, de jeito nenhum, ficar deprimido, que tal situação reflete pecado ou falta de fé. Oxente! O servo de Deus também é gente, também tem problemas, logo, está no grupo de risco. Outra coisa: essa parada de idade não tem nada a ver. Uma pessoa pode ficar depressiva em qualquer fase da sua vida, inclusive na infância. É claro, que a galera mais velha corre mais riscos, mas temos vários casos de jovens, de adolescentes, de crianças e até mesmo de bebês. Então, companheiro, dedique um carinho especial a sua esposa caso ela venha a manifestar um quadro depressivo. Ela precisará muito de você numa situação dessas.

LIÇÃO 09

SEXUALIDADE – DIFERENÇAS QUE NOS COMPLETAM

Texto bíblico: Pv 5:18; Gn 1:27;

· Seja bendito o teu manancial e alegra-te com a mulher da tua mocidade.
· Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.

SEXUALIDADE FEMININA E MASCULINA: Principais diferenças.

O desejo sexual feminino tende a ser um tanto cíclico, ou seja, correlacionado com o ciclo menstrual, ao passo que o desejo sexual masculino é acíclico. Assim, as expressões de sexualidade do homem e da mulher estão longe de serem idênticas. O desconhecimento desta particularidade pode produzir uma fonte permanente de frustração conjugal e sentimento de culpa.
Duas das diferenças mais importantes quanto ao apetite sexual são merecedoras de atenção especial a seguir:

PRIMEIRO – Os homens são excitados, principalmente, pelo estímulo visual, ou seja, pela nudez ou seminudez feminina. As mulheres, no entanto, não têm esta característica. É claro que elas se interessam por corpos masculinos atraentes, mas o mecanismo fisiológico do sexo não é acionado por aquilo que elas vêem. A mulher é estimulada, principalmente, pelo tato e pela audição. Assim, encontramos aqui a primeira fonte de desacordo no quarto de dormir: ele quer que ela esteja sem roupas num quarto iluminado e ela quer ser acariciada no escuro.

SEGUNDO - Os homens não se incomodam muito com a pessoa que está dentro de um corpo excitante. Ao descer uma rua, ele pode ser estimulado por uma mulher escassamente vestida que requebra ao passar por ele, mesmo que não saiba coisa alguma sobre sua personalidade, seus valores ou sua capacidade mental. É atraído pelo corpo em si. Do mesmo modo, ele pode ficar quase tão excitado por causa de uma fotografia de uma modelo nua desconhecida como num encontro face a face com alguém que ele ama. O simples poder biológico do desejo sexual num homem é grandemente focalizado na aparência física do corpo de uma mulher atraente. Dessa forma, entendemos como válida a queixa de algumas mulheres de que elas têm sido usadas pelos homens como “objetos sexuais”. Isto explica porque as prostitutas são muitíssimo mais numerosas do que os prostitutos e por que tão poucas mulheres tentam “violentar” homens.
A auto-estima masculina é mais motivada pelo desejo de “conquistar” a mulher do que tornar-se seu objeto de amor romântico.
As mulheres são muito mais discriminadoras nos seus interesses sexuais. Elas não ficam facilmente excitadas por olharem um homem sedutor ou pela fotografia de alguém; o seu desejo é focalizado num indivíduo especial, a quem elas respeitem ou admirem.
A mulher é estimulada pela aura romântica que rodeia o homem que ela ama, pelo seu caráter e pela sua personalidade, rendendo-se ao homem que exerça sobre ela uma atração física e emocional.
Para o homem, normalmente, salvo exceções, o sexo é algo físico, já para a mulher é uma experiência profundamente emocional, salvo exceções.

CARÊNCIA DE SEXO

Alguns homens têm mais carência de sexo que outros. Algumas mulheres também. Quanto mais realizadas, mais intelectualizadas forem as pessoas, menos necessidade terão de sexo, salvo exceções. É que essas pessoas conquistam outras formas de prazer. Já para aquele homem mais simples, mais povo, com um trabalho mais pesado e cansativo, o sexo acaba se tornando quase que sua única forma de obtenção de prazer. Daí uma necessidade maior. Nesse caso, a crise acontece quando o marido precisa de sexo e a esposa não tem tanta necessidade, ou vice-versa, e em muitos casos isso não tem nada a ver com intelectualidade, realização pessoal ou coisa parecida, e sim com a estrutura mesmo de cada pessoa. Então, caberá ao casal se entenderem nesse aspecto e buscarem juntos uma solução, de forma que ambos sejam respeitados enquanto seres humanos.

ATÉ QUE PONTO ESTA DIFERENÇA NA ESTRUTURA SEXUAL PODE INTERFERIR NUM RELACIONAMENTO CONJUGAL?

É bastante simples: a menos que a mulher sinta-se intimamente ligada ao seu marido, a menos que ela pense que ele a respeita como pessoa, ela pode ser incapaz de apreciar um encontro sexual com ele.
Um homem, entretanto, pode vir para casa de mau humor, passar o começo da noite trabalhando intensamente, ouvir o telejornal da noite em silêncio, pular para a cama e ter relações sexuais.
O fato de ele e sua esposa não terem vivenciado momentos de ternura não inibe absolutamente o seu desejo sexual. Ele a vê indo para a cama com uma roupa provocante e isso já é o bastante para que fique excitado. Com a sua mulher, todavia, a situação é diferente. Esperou por ele o dia todo, e quando ele chegou do trabalho e quase não falou com ela, sentiu-se desapontada e rejeitada.
A frieza do marido e suas preocupações consigo mesmo puseram um cadeado nos desejos da esposa; por essa razão será impossível que ela reaja satisfatoriamente mais tarde.
Há ainda um outro ponto muito importante para ser destacado: quando a mulher faz amor sem a intimidade romântica, ela sente-se uma “prostituta”. Em vez de participar num intercâmbio excitante, sente-se usada. De certo modo, seu marido explorou o seu corpo para satisfazer-se a si próprio. Assim, ou ela recusa submeter-se aos seus desejos ou rende-se com relutância e ressentimento, não experimentando nenhum prazer, como se estivesse sendo “violentada”, e está.
Como, na maioria dos casos, a esposa não fala sobre esta terrível frustração com o marido, o fato se torna uma fonte constante de perturbação e aborrecimentos matrimoniais.

A IMPORTÂNCIA DO ROMANTISMO PARA UMA VIDA SEXUAL SAUDÁVEL

O romantismo é extremamente importante em cada aspecto da existência feminina.
O romantismo faz com que a mulher tenha auto-estima, alegria de viver e uma reação sexual adequada.
O grande número de homens que estão envolvidos num casamento monótono, sem graça, e acham-se, praticamente, afastados do quarto de dormir, precisam ser sensíveis o suficiente para perceber a origem do problema: sua falta de romantismo.

LIÇÃO 10

DOIS MITOS SOBRE O CASAMENTO

Texto bíblico: 1 Co 11:11,12; 7:33; Pv 31:30.

· No Senhor, todavia, nem a mulher é independente do homem, nem o homem, independente da mulher.
· Porque como provém a mulher do homem, assim também o homem é nascido da mulher; e tudo vem de Deus.
· ... mas o que se casou cuida das cousas do mundo, de como agradar à esposa...
· Enganosa é a graça e vã a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada.

INTRODUÇÃO

Nenhuma relação humana é absolutamente perfeita, mas é perfeitamente possível a um casal viver bem, compreendendo-se um ao outro e sabendo administrar suas diferenças com respeito mútuo, no temor do Senhor, todavia existem alguns mitos que precisam ser eliminados.

PRIMEIRO MITO: “PESSOAS QUE SE AMAM SINCERAMENTE NÃO BRIGAM NEM DISCUTEM.”

Conflito conjugal é tão inevitável quanto o nascer do sol, mesmo que haja muito amor. Há, porém, certa diferença entre desavença saudável e não-saudável, dependendo da maneira como ela se desenvolve.
Num casamento instável, geralmente a hostilidade é arremessada diretamente ao parceiro:
- “Você não faz nada certo, cada dia se parece mais com a sua mãe...”
Comentários desse tipo atingem o âmago do valor próprio e produzem uma revolução no íntimo do ser; fazem com que muitas vezes o parceiro magoado responda da mesma maneira, rebatendo os comentários odiosos e ásperos da maneira mais ferina possível; toda essa discussão entremeada de lágrimas e palavrões.
O objetivo declarado desse tipo de desavença é ofender e as palavras nunca mais serão esquecidas, mesmo quando pronunciadas num momento de raiva, ditas sem pensar. Esse tipo de discussão é terrivelmente prejudicial para o relacionamento do casal.
De um modo completamente diferente, o conflito saudável permanece focalizado no assunto em que há divergência:
- “Você está gastando mais dinheiro do que eu ganho!”
- “Fico atrapalhada quando você não me avisa que vai chegar tarde para o jantar.”
- “Fiquei encabulada quando você me fez de boba na reunião ontem à noite.”

Esse tipo de “desavença”, apesar de envolver tensão e emotividade, é muito menos perigoso para o ego dos cônjuges. Um casal de mente saudável pode resolver suas diferenças fazendo concessões mútuas e negociando, sem deixar arestas que prejudiquem, mais tarde, o relacionamento.
A capacidade de “brigar”corretamente talvez seja o conceito mais importante a ser aprendido pelos recém-casados. Àqueles que jamais adquirem a técnica, restam somente duas alternativas:
a) Engolir a raiva e o ressentimento em silêncio, sendo que vão supurar e infeccionar a mente durante os anos vindouros;
b) Explodir, atacando e ferindo o íntimo do seu cônjuge.


SEGUNDO MITO: “SE O HOMEM E A MULHER AMAREM-SE VERDADEIRAMENTE, AS DIFICULDADES E PREOCUPAÇÕES NUNCA, OU QUASE NUNCA, AFETARÃO O SEU RELACIONAMENTO.”

Outra concepção errada, muito comum, sobre o “amor verdadeiro” é que, inevitavelmente, ele é colocado na vida como se fosse uma fortaleza intocável pelas tempestades da vida. Muitas pessoas parecem acreditar que o amor tem como finalidade conquistar todas as coisas, todavia precisamos de um pouco mais.
A fibra do amor pode ser enfraquecida por dificuldades financeiras, doenças, separação prolongada, preguiça de trabalhar, falta de atenção e de carinho, interferência de parentes, etc... O importante é não permitir que esta fibra se rompa. Uma vez observado seu enfraquecimento, é urgente que algo seja feito para recuperá-la.

DESENTENDIMENTOS ACONTECEM EM TODOS OS CASAMENTOS, AO LONGO DO TEMPO

Tudo começa quando o rapaz descobre uma garota ou uma garota descobre um rapaz e a vida se torna uma profusão de luzes. Em pouco tempo, os dois adolescentes tímidos acham-se mergulhados num namoro firme.
Tudo é maravilhoso! Querem estar juntos 24 horas por dia... andar na chuva, ir ao shopping, muitos beijos e abraços. Sentem-se sufocados só em pensar um no outro. Logo passam a falar em casamento. Tudo resolvido, chega a grande noite; em meio às lágrimas da mãe e aos sorrisos forçados do pai, a cerimônia é celebrada. Os noivos se beijam e recebem o abraço de todos, fotos, filmagem, cansaço, etc.. Partem para a lua-de-mel. A primeira noite é menos emocionante do que esperavam. Se foi um fracasso, um (no seu íntimo) culpa o outro.

O INÍCIO DO FIM DO SONHO DOURADO DE ALGUNS CASAMENTOS

A primeira desavença do casal ocorre por uma bobagem qualquer. Discutem sobre a despesa que terão com o jantar já na terceira noite de lua-de-mel. Ela quer ir a um lugar romântico, pois deseja melhorar o relacionamento de ambos, mas ele quer ir a uma lanchonete. O antagonismo dura apenas alguns momentos e é seguido de pedido de desculpas, todavia, trocaram algumas palavras ásperas e isso deixou uma sombra desagradável no belo sonho. Dentro de pouco tempo aprenderão a ferir-se com mais intensidade.

Terminada a lua-de-mel, já em casa, o mundo começa a cair e a se desintegrar diante de ambos. A Segunda briga é muito mais séria que a primeira; ele deixa a casa por duas horas e ela chama a mãe.
Durante o primeiro ano de casado, um quer sempre que o outro faça a sua vontade, numa disputa constante pela liderança.

As brigas tornam-se intensas e o sonho romântico do jovem casal(despreparado) acaba.
Por que será que um relacionamento começado com tanto entusiasmo terminou tão rapidamente em ódio e hostilidade? Não era possível estarem mais apaixonados do que estiveram no princípio, mas a “felicidade”, para espanto de ambos, voou para os ares. Por que durou tão pouco?
Como podem os outros casais evitarem que tal situação se repita?
É preciso entender o verdadeiro significado do amor romântico; talvez essa compreensão ajude a entender o fracasso de uma relação como essa.

CONCLUSÃO

Uma relação estável não deve ser construída em cima de mitos, sonhos ou concepções distorcidas, mas em cima do amor verdadeiro, que reconhece as dificuldades e as limitações, mas está sempre pronto a ser renovado.

Então, queridos companheiros, vocês cujos filhos já se casaram ou vão se casar devem orientá-los no sentido de que estão constituindo uma nova família e que deverão administrar seus próprios problemas, seus próprios conflitos. Caso contrário, vocês sempre terão os problemas deles para resolverem e seus conflitos para administrarem.
Como disse em alguma lição anterior, acho que disse, amem seus filhos, mas não tentem viver a vida deles. Você acha que quando morrer eles também morrerão?

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