Olá, meninos e meninas. Estamos iniciando mais um ano letivo de nossa EBD. As férias são necessárias para reposição de energias, reavaliação e elaboração de novas aulas, mas nos deixam com saudades uns dos outros, do convívio em classe, das trocas de experiências, dos professores.
Nesse primeiro trimestre de 2009, bateremos altos papos sobre sexualidade, homossexualismo e sobre relações humanas, tendo em mente o tempo todo os nossos filhinhos e as nossas filhinhas, que estão estudando os mesmos temas em suas classes Todos estão convidados a participar dos debates, a perguntar, a contribuir. Os professores de vocês não vão ficar vermelhos, mas se ficarem, depois voltam ao normal. O importante é que vocês exponham suas dúvidas, suas angústias. Eles darão o jeito deles, ou melhor, daremos nosso jeito. Não se preocupem com a cor dos professores, somos todos resilientes, portanto, capazes de retornarmos à forma original.
Desde bebês, nossa sexualidade vem sendo construída, é parte integrante de cada um de nós. Agora, somos pais e mães e precisamos entender melhor nossos bebês, portanto, precisamos falar sobre isso.
Algumas lições trazem referências bíblicas, outras não. De qualquer forma, os princípios bíblicos, os princípios cristãos estão presentes o tempo todo.
Então é isso, fofos e fofas, vamos estudar. Vamos começar falando sobre os corpinhos dos nossos bebês. A todos e todas, beijos, abraços, cafunés, love us.
Prof. Isac Machado de Moura
LIÇÃO 01
PERCEBENDO E CURTINDO O CORPO
DEPOIMENTO: “Me acho muito desinteressante, nada fica legal para mim. Eu queria ter um corpo de modelo, um cabelo bonito e roupas bem transadas. Acho que nunca vou ser bonita como as modelos. Será que eu ainda posso mudar?” (Rosana, 14 anos)
CORPO E PECADO
Durante muito tempo, ao longo da história, a igreja tratou o corpo como algo exclusivamente pecaminoso. As pessoas precisavam renunciar ao corpo, sacrificá-lo, marcá-lo, mortificá-lo. Ele era o instrumento do pecado, do desejo, da obscenidade. Passou um bocado de tempo e alguns conceitos foram revistos e passou-se a aceitar-se melhor o corpo, a igreja passou a focá-lo como templo do espírito santo e, portanto, nem de todo perdido. A igreja lembrou, por exemplo, que Cristo materializou-se, ou seja, teve um corpo como o nosso e que, portanto, nem tudo estava perdido.
Hoje, por outro lado, vive-se o exagero contrário, ou seja, o culto do corpo. É preciso malhá-lo, deixá-lo bem sarado, expô-lo o máximo possível a fim de tentar o sexo oposto, de fazer o outro “babar”, embalados com a idéia do “Baba, Baby”.
Pois é, o grande lance é a busca do equilíbrio: nem o extremo do instrumento absoluto do pecado nem o culto.
Nossas meninas e mesmo muitas mulheres maduras enlouquecem em busca da magreza, param de comer, comem e vomitam, enfim, buscam um padrão de beleza magra estabelecido pela mídia, esquecendo, inclusive, do lance do biotipo, do fator genético. As mais gordinhas são discriminadas, ou pelo menos se sentem assim. Os mais gordinhos são legais, bons para serem amigos, mas para namorar... aí não. E vêm os apelidos terríveis e o assédio moral e a discriminação na hora de comprar uma roupa e coisas assim. Precisamos ajudar nossos filhos e nossas filhas a se aceitarem como são, mas quando pequenos precisamos entender que vão crescer, que poderão vir a desenvolver traumas por conta de gordura para a qual contribuímos achando engraçadinho a criatura comer além do normal, bater recorde de comilão ou coisas assim. Pequenos, algumas pessoas acham engraçadinho e alguns pais incentivam isso, não impondo limites. No futuro, os problemas serão certos e esses pais terão que conviver com um certo peso na consciência ao ouvir de um pediatra ou de um psicólogo que a presente obesidade infanto-juvenil é fruto de uma alimentação descontrolada na infância, da ausência de limites. E o problema, senhores pais e avós, não é apenas estético. Temos um monte de crianças com “doenças de adultos”: pressão alta, colesterol elevado e por aí vai.
A QUESTÃO ESTÉTICA – O PADRÃO IMPOSTO PELA SOCIEDADE
O problema não é o nosso corpinho, é o padrão “exigido”, é o parâmetro estabelecido. Toda uma geração está sendo vítima do padrão de beleza imposto pela inocente bonequinha “BARBIE”: seios fartos, pernas e cintura finas. É o padrão americano. E isso faz com que um monte de brasileiras implantem silicone e façam cirurgias plásticas, pondo o Brasil em posição de destaque no ranking mundial das cirurgias estéticas.
Então, para confundir mais a cabecinha das nossas meninas, temos um outro padrão de beleza, mais tolerante, mais brasileiro, e agora já invejado pelas americanas: o padrão garota-propaganda de cerveja: corpo mais cheinho, peitos siliconados, bunda malhada e arredondada. Aí a menina de seios pequenos, com menos bunda, pernas finas, não se enxerga no padrão americano nem no brasileiro e pra piorar nem no europeu (a pobrezinha pode não ser loira... um crime). Aí pronto, desandou tudo, aí temos uma Rosana (do depoimento), aos 14 anos se sentindo infeliz com o corpo. Oxente, 14 anos é hora de mudanças profundas tanto no corpo do menino quanto no da menina. Não dá pra seguir padrão, nem pra se desesperar, tudo está mudando, tá rolando uma série de mudanças nos corpinhos dos nossos “bebês” e nós precisamos estar atentos a isso, ajudá-los, fazerem se aceitar, mostrando pra eles que não existe cabelo ruim, que nem todo mundo tem que ter corpo de modelo que “nem tudo é para todos.”
ADOLESCÊNCIA, MUDANÇAS FÍSICAS E PSICOLÓGICAS... SINISTRO!
Corpo e personalidade transformam-se ao mesmo tempo na adolescência, e aí vêm as surpresas, o não saber o que fazer para disfarçar ou para mostrar essas mudanças, que trazem consigo, pra piorar, uma série de dúvidas quanto a normalidade.
Nos pais, a maior crise é quando seus “bebês” começam sair sozinhos. O Chico Buarque numa crise de pai que está vendo suas filhinhas saindo sozinhas, tendo posturas próprias, escreve: “olha as minhas meninas, p’ra onde é que elas vão... se já saem sozinhas as notas da minha canção... as meninas são minhas, só minhas, na minha ilusão...pode a solidão maltratar as meninas, as minhas não... ”
VOLTANDO ÀS MUDANÇAS... A SÍNDROME DO PATINHO FEIO
As criaturas, nessa fase, não conseguem ficar indiferentes às mudanças. A síndrome do patinho feio toma conta de geral (meninos e meninas). Surgem as comparações com os corpos dos amigos. O corpo do amigo ou da amiga é que é normal. É uma doideira.
E não é só isso, o mundo está contra eles, os pais não os entendem, os professores são cruéis, o pastor é botafoguense, enfim, é o momento da crise de autoridade. Limites precisam ser estabelecidos. Alguém precisa dizer a eles que não podemos fazer apenas o que gostamos e que o mundo não gira em torno deles. O grande problema é que muitos adultos não querem ser antipáticos, “enfrentá-los”, e vão aceitando tudo, como aqueles pais que quando esses mesmos filhos eram menores ganhavam tudo no grito, na pirraça, no “piti”. Eles, os pais, sem paciência, sem querer serem perturbados e querendo se livrar do “vexame”, após dois nãos, diziam sim. Agora, essas crianças são adolescentes e já entenderam que no grito tudo é possível. Estabelecer limites agora vai ser bem mais complicado do que teria sido na hora certa. Alguns desses pais, chamados a escola, vão dizer ao professor: “já não sei o que fazer com esse menino (ou essa menina)”. E aí, o que o professor, coitado, poderá fazer, se o adulto responsável está dizendo que ele já não sabe.
Se o primeiro piti do seu filho teve como resposta um não definitivo, ele vai aprender que existem limites, mas se o primeiro tapa que o seu bebê (agora bebê mesmo) deu no seu rosto foi tratado como brincadeirinha, se tudo o que ele pedia você dava, se nas brigas infantis você tomava as dores dele ignorando a possível razão do outro, se na primeira queixa da professora, você disse na frente dele, que a professora está errada (sem nem mesmo ouvi-la), se você vivia brincando com ele ou ela falando em vários namoradinhos ou namoradinhas (quando deveria falar em amiguinhos ou amiguinhas), se quando o pai dizia sim, a mãe dizia não ou vice-versa, se todos os seus nãos eram seguidos de sim... então vai ser um pouquinho mais difícil agora, mas você não pode desistir, filhos não podem ser jogados fora.
LIÇÃO 02
CULTO AO CORPO
Referências bíblicas: 1 Co 3:17; 6:15; 1 Ts 5:23; Rm 8:11; 1 Sm 16:7; Ec 1:2,4.
· Assim se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus é santo, e vocês mesmos são o seu templo.
· Será que vocês não sabem que os seus corpos fazem parte do corpo de Cristo? Por acaso vou pegar uma parte do corpo de Cristo e fazer que ela seja parte do corpo de uma prostituta? De jeito nenhum!
· Que Deus, que nos dá a paz, faça que vocês sejam completamente dedicados a ele. E que ele conserve o espírito, a alma e corpo de vocês livres de toda mancha, para o dia em que Jesus Cristo, o nosso Senhor, vier.
· Se vive em vocês o Espírito de Deus, que ressuscitou Jesus, então aquele que ressuscitou Jesus Cristo dará também vida aos seus corpos mortais, pela presença do seu Espírito, que vive em vocês.
· Mas o Deus Eterno disse: - Não se impressionem com a aparência nem com a altura deste homem. Eu o rejeitei porque não julgo como as pessoas julgam. Elas olham para a aparência, mas eu vejo o coração.
· É ilusão, é ilusão, diz o sábio. Tudo é ilusão.
· Pessoas nascem, pessoas morrem, mas o mundo continua sempre o mesmo.
NOSSO CORPO COMO TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO
Sendo o nosso corpo templo do Espírito Santo, nada mais sensato que cuidarmos dele: aparência, saúde, bem-estar em geral; todavia vivenciamos, nesta geração, o exagero, ou seja, acima de tudo, o corpo. A televisão, principalmente, deixa claro para toda a juventude que a aparência do corpo está acima de qualquer outro valor. Quem não assiste, por exemplo, diariamente, MALHAÇÃO, na Rede Globo: personagens com pouquíssima roupa, exibindo seus corpos sarados, seus músculos atraentes, num obcecado ritual de adoração a beleza física? Quantas meninas, ainda crianças ou adolescentes deixam de comer quase tudo a fim de emagrecer; em alguns casos, afim de tornarem-se esqueléticas como aquelas modelos, pobrezinhas, que causam pena de tão esqueléticas e aparentando anemia profunda?
A EXPLORAÇÃO DO CORPO PARA TENTAR O SEXO OPOSTO
Meninos são visuais, meninas são auditivas e táteis.
Até um certo momento da vida, meninos não gostam de brincar com meninas e vice-versa, o que é absolutamente normal. Pouco tempo depois, estão meninos e meninas se procurando, se descobrindo, se olhando, se agarrando, se beijando e parando por aí.
Aí, então, as menininhas, sabendo que os meninos são provocados e se excitam visualmente, começam a ter algumas atitudes já não inocentes: usam uma mini ou micro saia com o objetivo de chamar a atenção do sujeito. Este por sua vez vai enlouquecer com a exposição das pernas da menina. Elas não vão se dar por satisfeitas e vão usar um decote bem provocante e os meninos vão enlouquecer de novo. Elas sabem que fingir que vão mostrar é mais excitante do que mostrar de imediato. Pois é, o inconsciente do garoto vai gravar aquela imagem belezuda da menina. Esse menino do exemplo é evangélico, mas a menina não. Meninas evangélicas não usam mini nem micro saias e nem decotes excitantes. Pois bem, como dizia, o inconsciente do menino captou e registrou essas imagens. Todo o organismo fez a seguinte leitura: uma menina exposta, um menino excitado, vai rolar sexo. É claro que não vai. Agora, estou falando de menino e menina evangélicos, mas o organismo não sabe disso. Ele faz essa leitura e então prepara todo o corpo: o coração está batendo forte e mais rápido, o cara está suando, rolou uma descarga de adrenalina, enfim, há uma excitação generalizada, mas nada aconteceu. Ainda bem. Estamos falando de meninos e meninas evangélicos. Pois é, como nada aconteceu, mais tarde o menino vai sentir uma dorzinha nos órgãos genitais, mas vai passar. À noite, então, durante o sono, o inconsciente vai projetar aquelas imagens tentadoras da menina através de um sonho erótico e o garoto, então, vai ejacular, ou seja, eliminar o sêmen excedente no corpo que foi criado para aquele ato sexual que não aconteceu, porque meninos e meninas evangélicas se guardam castos para o casamento, mas o organismo não tá nem aí pra isso, ele precisa eliminar tudo o que foi produzido e não utilizado. Nesses sonhos eróticos não há pecado, pois o pecado exige consciência. O menino vai ficar com vergonha e vai tentar esconder o xorte e/ou o lençol sujo. Nesse momento, os pais precisam ser discretos, não expondo a situação, fingindo não ter visto. É a natureza agindo.
Bom, então falamos do menino, que é visual. Pois bem, a menina, evidentemente, vai ter reações, vai ser estimulada sexualmente diante de um menino, mas o forte dela não é o visual. Ela se excita, potencialmente, ouvindo, sendo tocada e tocando o corpo dele.
Estou falando dos nossos “bebês”, dos nossos meninos e das nossas meninas, daqueles mesmos que ainda olhamos para eles e vemos ali um poço de inocência. Tudo bem, podem ser inocentes, mas sua sexualidade vem se estabelecendo já faz tempo e você se recusa a ver isso. Eu sei, é o seu bebê, a sua bebê, os nossos bebês. Estou falando deles.
DE ONDE VEM ISSO? FOMOS CRIADOS ASSIM?
Vamos voltar um pouquinho na história da humanidade. Na pré-história, o homem desenvolveu muito mais a visão. Ele precisava estar atento a cada movimento da caça ou a cada ameaça a sua família. A mulher precisava tomar conta dos filhos, protegê-los do frio, aquecê-los, precisava ouvir cada chorinho, cada passo, cada movimento; ela estava sozinha com as crianças. Assim, é natural que a visão do homem seja mais apurada e motivadora e que no caso da mulher isso aconteça com a audição e o tato.
OS HORMÕNIOS NÃO SÃO CONVERTIDOS
O seu bebê adolescente está no culto, sentadinho, na melhor das intenções. Ao seu lado tem uma menina, a bebê de um irmão nosso. Talvez sejam amigos, talvez um sinta algo especial pelo outro, talvez sejam namorados. Não importa muito. Ela o abraça, faz uns cafunés discretos, começa a massagear com os dedos a sua nuca ou o seu pescoço. Ele não está mais no culto. Talvez ela esteja, mas ele não mais. Os hormônios não são convertidos e seu bebê está excitado ali, dentro da igreja, como estaria na praia ou em qualquer outro lugar. Portanto,precisamos alertar nossos bebês de que dentro do templo é local de culto, não desse tipo de comportamento por mais “inocente” que pareça.
LIÇÃO 03
PAPÉIS SEXUAIS - POR QUE TANTA DIFERENÇA?
“Quem deve cuidar da casa e dos filhos é a mulher; o homem cuida do sustento da família.” (Severino, 38 anos)
A sexualidade está muito relacionada com o papel que homens e mulheres desempenham socialmente. O que a sociedade espera do comportamento do homem e da mulher é o que se chama de papel sexual. Essa expectativa da sociedade é o que formam os estereótipos. Um exemplo disso são as profissões de homem e de mulher.
A sociedade e a cultura de cada povo determinam como homens e mulheres vão incorporar esses papéis e quem não segue esse padrão, normalmente não é visto com bons olhos, como por exemplo: homens que são cabeleireiros, mulheres que dirigem caminhão.
Antigamente não se admitia que a mulher trabalhasse fora, usasse calças compridas e batom. Atualmente, não rola mais isso. Muitas mulheres desenvolvem trabalhos iguais aos dos homens e se vestem de acordo com a conveniência, condição e ocasião.
EDUCAÇÃO DIFERENCIADA
Apesar da modernização que a estrutura social sofreu nas últimas décadas, observamos que a educação de meninas e meninos continua sendo bem diferenciada. Enquanto os meninos são educados para a competição e a agressão, as meninas são educadas para serem mais delicadas, maternas e boas donas de casa.
Quando chega a adolescência, vem uma série de proibições para a menina: não deve sair sozinha, não pode transar com o namorado. Já para o rapaz, tudo é permitido e até estimulado: sair só, beber, fumar, voltar para casa de madrugada, ter relações sexuais para provar a masculinidade. É claro que estamos falando de famílias não evangélicas, mas vemos algumas atitudes parecidas também em famílias cristãs. Antigamente, os pais de meninos diziam aos pais de meninas: “prendam suas cabritas porque meu bode está solto.” Ouvi isso, diversas vezes, de famílias evangélicas e sempre achei um absurdo sem tamanho. Primeiro, porque você animaliza as pessoas, depois porque você as limita aos desejos sexuais, negando, praticamente, a possibilidade de amizades entre pessoas de sexo oposto.
Essa reflexão não pretende fazer meras substituições entre as posições sociais que os homens e as mulheres ocupam, mas promover a igualdade de direitos e a equiparação de oportunidades. Essa definição de papéis está presente também em nossas igrejas. Por exemplo: quantas pastoras você conhece?
Esse lance é tão sério, que chegam a acontecer casos assim: a menina tem que cuidar da casa, lavar a louça, enfim, fazer os serviços domésticos. Todo esse tempo em que a menina está ocupada nessas tarefas, o menino está livre para jogar bola, brincar do que quiser. Quando ele volta, a casa está limpinha, porque a irmã limpou. Ele entra, desarruma uma série de coisas e... a vida é assim mesmo. Não. Não pode ser. Em algumas famílias, o pai não faz nada, não participa dos serviços domésticos, sequer põe sua comida no prato. As mulheres, por sua vez, alimentam isso, se submetem a esse sistema de coisas. Na geração dos nossos pais, isso pode até fazer algum sentido, ou melhor, ser tolerado, mas na nossa geração? O que é isso, companheiros?
Como você educou ou educa suas crianças? Os meninos e as meninas sempre tiveram os mesmos direitos e os mesmos deveres? Em nosso país rola uma cultura da macheza, onde o importante para os meninos é fazer xixi na rua, cuspir no chão e ter atitudes brutas. “Tá ficando igual ao papai”. Assim, se o cabra é um pouco mais delicado já dizem que ele é bicha. São os absurdos da formação educacional dos nossos meninos. Eles não precisam ajudar nas tarefas domésticas, apenas brincar; as meninas, não, é outro papo.
Outra coisa: embora as meninas critiquem os garotos que fazem xixi na rua, quando elas crescem e se tornam mães e saem com os seus filhinhos para um passeio, no momento em que esse menino diz que quer fazer xixi, ela orienta-o a fazer ali mesmo, no cantinho, ele é menino e para meninos qualquer espaço público pode ser usado como banheiro. Pois é, esse garotinho vai crescer e teremos mais um mijão mal educado por aí. Detalhe: a grande responsável por essa formação brilhante é a mulher, que continua criticando os caras que mijam na rua. Caramba! Se a garotinha pode esperar, por que o garotinho não pode? “Quero fazer xixi” não é a mesma coisa que “já está saindo.” Então podemos esperar, procurar um banheiro e agirmos como pessoas, gente, seres humanos. E outra coisa: não faz o menor sentido aquele papo besta de que meninos não sabem ou não podem esperar.
LIÇÃO 04
ADOLESCER FELIZ
DEPOIMENTOS
“Adolescência é a parte da vida em que você está resolvendo que adulto você quer ser.” (Paula Gil, 16 anos)
“Adolescer feliz é poder aproveitar cada minuto de vida, sem muita pressa, pois há tempo pra tudo.” (Renata, 15 anos)
“...vontade de ter um carinho diferente, um amor que não seja só dos pais, realizar fantasias e se preparar para o mundo que será o amanhã.” (Juliana, 17 anos)
“Adolescer feliz é quando os pais não descontam seus problemas nos filhos, quando tentam entender, que nessa idade, estar com amigos e namorados é mais importante do que ir em casa de parentes... É poder ser, poder gostar, poder falar. É quando me ouvem sem terem a pré-idéia de que eu vou falar besteira. Não está com nada esta história de que todo adolescente é igual. Não fiquem cobrando tanto da gente; crítica sim, bronca não! Eu ia ser feliz se pudesse fazer coisas importantes.” (Lúcia, 15 anos)
“Nem sempre sabemos o que queremos.” (Fernando, 16 anos)
CRISE... QUE CRISE?
A parada é a seguinte: não há nenhuma lei dizendo que todo adolescente tem que ser chato, que toda adolescência tem que ser conflituosa, tumultuada ou coisa assim. O caso é que muitos adultos são muito mais chatos que os adolescentes, muito mais bestas e começam já desde cedo a dizerem para os filhos que a “adolescência é isso”, “adolescência é aquilo”, “adolescente é assim mesmo”, e aí pronto, de tanto ouvir isso, a criatura absorve, compra a idéia e pensa: todos esperam isso de mim... meus amigos são assim, vou ser assim. Pura presepada.
Calma, gente... amigo... amigo. É claro que a puberdade traz alguns conflitos, algumas crises, umas mudanças de humor, uma definição de nossa identidade, essas coisas, mas não temos que ser chatos além do normal por causa de adultos chatos que ficam insinuando que tem que ser assim. Muita gente passa pela adolescência sem grandes transtornos, sem crises. Outros não. Vamos tentar ficar no primeiro grupo. Eu conheço o caso de uma adolescente que era tão chata, mas tão chata, que resolveu fugir de casa, embora morasse sozinha.
CRISE DE AUTORIDADE... CRISE DE IDENTIDADE
Sou professor há 15 anos. Convivo diariamente com centenas de adolescentes. Percebo que a partir de uma certa idade, as criaturas desenvolvem uma crise de autoridade; não querem reconhecer nenhuma autoridade e questionam todos os princípios de autoridade: dos pais, dos professores, dos pastores. Enfim, essas criaturas ignoram que existem limites. E alguém vai ter que fazer esse papel chatíssimo de delimitar espaços. O grande problema modernamente é que ninguém quer ser o antipático, ninguém quer dizer não. A mãe da Eloá (sabe aquela menina namorada do psicopata que a assassinou, em São Paulo? pois é), por exemplo, não disse não ao namoro da garota com um cara bem mais velho; os policiais e os pais não quiseram dizer não à amiguinha “doente” que resolveu voltar à cena do crime com ele em andamento, como se tudo aquilo fosse uma grande brincadeira, pois o cara era legal, só estava tenso, tadinho. Enfim, faltam limites.
Há adolescentes, evangélicos, inclusive, que desrespeitam seus professores, seus líderes e acham isso muito fofo porque haverá sempre um adulto lesado que dirá que é assim mesmo, coisas de adolescentes. Os caras nem sabem reivindicar seus direitos, são agressivos, agem indevidamente. Outros levam seus celulares para sala de aula ou para dentro do templo e durante a aula ou durante o culto ficam parecendo um monte de retardados que jamais viram tecnologia e que estão abismados diante daquele fantástico aparelhinho; tão abismados que não podem soltá-lo durante um culto ou uma aula. Essas cenas sempre me trazem uma imensa vontade de rir da “bocolice” (qualidade de quem é bocó) dessas pessoas. E quando o celular toca e resolvem atender ali mesmo, como se estivessem em casa e o mundo girasse exclusivamente em função deles?!! Ah, eu não agüento, é muita “bocolice” pro meu gosto.
Mas voltando ao nosso tema central, só quero insistir que é perfeitamente possível ser um adolescente legal e refletir a imagem de Cristo. Basta um limitezinho. É claro que para que isso aconteça, se faz necessário a participação dos pais, a presença deles, o acompanhamento, o bate-papo, o companheirismo, a amizade. Não se conquista autoridade nessa fase baixando decretos, mas sim sendo exemplo. As atitudes valerão muito mais que os discursos inflamados.
Vocês, pais, já observaram que boa parte das pessoas mais maduras, mais velhas se tornam santas? Calma aí, vou me explicar melhor. Estou falando daqueles discursos saudosistas: “no meu tempo não era assim”, “eu e tua mãe (ou eu e teu pai) nunca fizemos isso...” Calma aí, companheiros. Vamos pensar um pouquinho: as vontades eram as mesmas, os desejos eram os mesmos, caladinhos questionávamos a autoridade de nossos pais... Santos não fomos não. Sabe o que mudou de fato? a influência massificadora da televisão, a internet, a ausência mais acentuada dos pais que precisam trabalhar, e, principalmente, a flexibilização dos limites. Nossos pais deram-nos limites e nem por isso (salvo exceções) temos traumas terríveis ou descontrole emocional.
LIÇÃO 05
TRANSAR OU NÃO TRANSAR (ANTES DO CASAMENTO)?... EIS A QUESTÃO.
Texto Bíblico: Gl 5:16,17,19;
· O que eu quero dizer é isto: deixem que o Espírito de Deus dirija as suas vidas e não obedeçam aos desejos da natureza humana.
· Porque o que a nossa natureza humana deseja é contra o que o Espírito quer, e o que o Espírito quer é contra o que a natureza humana deseja. Os dois são inimigos, e por isso vocês não podem fazer o que querem.
· As coisas que a natureza humana produz são bem conhecidas. Ela produz imoralidade, impureza, ações indecentes.
A tradução de João Ferreira de Almeida, Edição Revista e Atualizada da SBB e Revista e Corrigida da IBB, chama de prostituição o ato de fornicação, ou seja, sexo praticado entre pessoas solteiras.
Um número cada vez maior de jovens está praticando sexo antes do casamento. E precisamos admitir para os nossos filhos que fazer sexo é uma parada legal, mas que é preciso avaliar as conseqüências. E não só isso. Eles precisam entender que o sexo é exclusivo para o casamento. Isso é um princípio bíblico. Portanto, é preciso segurar a onda, controlar o desejo, evitar exposições desnecessárias, fugir da tentação e não correr para ela. Um exemplo: se seu filho e sua namoradinha ou sua filha e seu namoradinho, aquelas belezuras de pessoas, ficarem sozinhos numa área reservada, escura, afastada, a possibilidade de rolar sexo é imensa. Eles podem ser convertidos, seus hormônios não. Então, é melhor evitar. Precisamos orientá-los a não queimarem etapas da nossa vida. O grande barato é seguir o passo a passo, cada coisa na sua época, na sua idade. Vale a pena esperar.
FATORES QUE FACILITAM O SEXO PRÉ-CASAMENTO:
· Atualmente, existe menos medo de gravidez, uma vez que os métodos anticoncepcionais são mais seguros e eficazes;
· Muitos consideram o aborto uma saída razoável quando a gravidez acontece, muitas vezes, com o apoio dos pais;
· Para muitos jovens, a sociedade já aceita como normal o sexo anterior ao casamento e a família, muitas vezes, incentivam isso, especialmente no caso do menino: “meu filho é o maior pegador”, orgulham-se os pais;
· Pressão do grupo social: “todo mundo está fazendo isso” - o que não é verdade, pois muitos jovens se mantêm virgens até o matrimônio;
· A idéia de que tudo o que dá prazer deve ser praticado sem restrições e de que “o que é bonito é para se mostrar”;
· Hoje é mais fácil para o casal ficar a sós(no alojamento da faculdade, no carro, em casa e em outros lugares) ainda que por poucos minutos; há casos de famílias que incentivam essa prática “adquirindo uma cama de casal para que a filhinha transe ali mesmo em casa, e não num motel sujo por aí”;
· Quanto mais as cidades crescem, a pressão social sobre o comportamento diminui. Assim, as moças já não temem a má fama da vizinhança e quanto aos rapazes, nunca houve pressão alguma neste sentido;
· A influência do sexo explícito na TV, na banca de jornal, na internet;
· A busca de prazeres rápidos:”se eu não fizer sexo logo, o mundo acaba e eu fico virgem”;
A influência da TV é algo berrante. Nos filmes, novelas e comerciais, o casal se encontra, bebe um pouco, dança algumas vezes e acaba nu entre os lençóis, deixando claro que isso é perfeitamente correto.
No período do Velho Testamento, o sexo fora do casamento tornava a mulher comparável a uma meretriz. O castigo nos casos em que houvesse flagrante era radical. Em alguns casos, os dois eram apedrejados até a morte. Cruzes! (Dt 22:20,21).
No Novo Testamento, a coisa não é diferente: o apóstolo Paulo chega a incluir a fornicação na mesma categoria de adultério e homicídio, deixando claro que o sexo fora do casamento é pecado.
Nem a igreja nem a Bíblia são contra o sexo ou o prazer, mas sim contra a irresponsabilidade. O prazer só vale a pena quando não estraga algo melhor ou quando não machuca seriamente um ser humano.
Transar antes do casamento ou fora dele sempre traz consequências perigosas. É melhor esperar um pouco, guardando-se um para o outro.
Também é muito importante frisar que não é apenas a moça que deve guardar-se, o rapaz também deve fazê-lo. A idéia de que o rapaz deve levar alguma experiência sexual para o matrimônio é extremamente machista e egoísta, uma vez que exclui a menina, ou seja, só o rapaz pode.
“O autodomínio da pessoa em todos os campos é o que amadurece o indivíduo e lhe dá capacidade para poder amar e usufruir ao longo de toda a sua vida.”
LIÇÃO 06
A GRAVIDADE DA GRAVIDEZ
Texto bíblico: Pv 3:1-4; 2:16; 5:3,4; 31:10; 1 Co 7:9.
· Filho, não se esqueça dos meus ensinamentos; lembre-se sempre dos meus conselhos.
· Os meus ensinamentos lhe darão uma vida longa e cheia de sucesso.
· Não abandone a lealdade e a fidelidade; guarde-as sempre bem gravadas no coração. Se você fizer isso, agradará tanto a Deus como aos seres humanos.
· Então você será capaz de evitar a mulher imoral que tentar conquistá-lo com palavras sedutoras.
· Os lábios da mulher imoral podem ser tão doces como o mel, e os seus beijos, tão suaves como o azeite;
· Porém, quando tudo termina, o que resta é amargura e sofrimento.
· Como é difícil encontrar uma boa esposa! Ela vale mais do que pedras preciosas.
· Mas, se vocês não podem dominar os seus desejos, então casem, pois é melhor casar do que sofrer por causa de desejos insatisfeitos.
GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA É BURRICE
O jovem não deve preocupar-se apenas com as mulheres imorais. É verdade que elas representam grande perigo, todavia um grande perigo está bem mais próximo, é a própria namorada (ou o próprio namorado). O excesso de intimidade pode gerar consequências graves.
Uma gravidez inesperada muda completamente a vida dos dois jovens envolvidos na situação, comprometendo, inclusive, o futuro de ambos.
Sabe aquela menina, colega de escola de sua filha, que engravidou e teve que parar de estudar? Pois é, é pouco provável que volte a estudar. Mesmo que volte, é pouco provável que termine.
Essa turma que engravida assim de repente não é por falta de informação. Todos sabem da camisinha ou de qualquer outra forma que evite. A informação circula. Vão alegar que pintou o clima, foi de repente, ou seja, a irresponsabilidade aconteceu de repente. Em nove meses, teremos um bebê filho de pais imaturos. Teremos também dois adolescentes que querem continuar curtindo a adolescência como se nada tivesse acontecido e teremos ainda dois avós absolutamente encantados com tudo isso, que deixarão de viver suas vidas normais, parcialmente, para cuidar desse neto.
Pensem na mudança repentina que ocorre na vida de quem engravida. É uma parada sinistra. Filhos não são bonecos. É claro que algumas figuras, além de irresponsáveis são assassinas e partem para o aborto, uma maldade sem tamanho.
É evidente que não estou falando de adolescentes evangélicos. Adolescentes evangélicos namoram, se abraçam, fazem e recebem carinho, beijam na boca, que é uma belezura, mas param por aí. E sabe por que param? Porque têm os princípios bíblicos gravados na mente e no coração, porque são responsáveis, porque ele ama e respeita a menina, porque ela não é burra. Por que os pais conversaram com eles sobre a importância de conservarem-se virgens para o casamento e sobre as conseqüências de um sexo repentino que ocasionou uma gravidez. Só por isso.
O SEXO FOI CONSTITUÍDO POR DEUS
O sexo é, sem dúvida o complemento de algo bonito existente entre duas pessoas (o amor), mas não nos esqueçamos que, no verdadeiro amor, a satisfação não é encontrada apenas no prazer sexual. A pessoa que ama dá mais do que recebe, não se prendendo apenas aos desejos carnais.
Quando usado apenas para satisfação carnal, o sexo é vergonhoso, egoísta, vaidoso e mesquinho, como no caso de Amnom e Tamar, registrado em 2 Sm 13.
Amor e sexo não é a mesma coisa, muito embora as pessoas usem, regularmente, a expressão “fazer amor” no sentido de “fazer sexo”. É perfeitamente possível fazer sexo sem amor, apenas como forma de satisfação ou conquista. Biblicamente, porém, o sexo só deve ser praticado entre pessoas casadas, que se amam.
AMOR À PRIMEIRA VISTA
Trata-se de amor instintivo, carnal e prematuro. Não é, necessariamente, amor, mas sim atração sexual súbita. Via de regra, trata-se apenas de estimulações químicas dos corpos, que se atraem. Pode até tornar-se amor de verdade, mas, em princípio, é só atração, pois o amor de fato só vem com o convívio.
Existe ainda o amor instintivo, que se manifesta com as paixões carnais, sensuais, sem nenhuma ligação mais íntima. É, sem dúvida, infelizmente, o que está em evidência no momento.
O verdadeiro amor se caracteriza como o mais forte, o mais sublime, o mais poderoso laço emocional existente entre duas pessoas.
As pessoas, via de regra, andam confundindo muito a excelência do amor com as manifestações carnais.
Sendo o amor um sentimento fundamental, essencial à vida humana, exige muita disciplina, lealdade mútua, desprendimento e compreensão; valoriza mais as virtudes do que os defeitos.
CONCLUSÃO
De um modo geral, não me considero um sujeito preconceituoso, mas tenho um preconceito em especial com relação às meninas que engravidam na adolescência: considero-as todas burras, muito burras, sem exceção. Cruzes!
LIÇÃO 07
HOMOSSEXUALISMO, HOMOFOBIA E PARANÓIA
Referências bíblicas: 1 Co 6:9-10; Rm 1:26,27; Lv 20:13; 1 Tm 1:8.
· “... ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis; nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas ...”
· “... Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo em si mesmos, a merecida punição do seu erro.”
· “Se também um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos praticaram coisa abominável; serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles.”
· “... impuros, sodomitas, raptores de homens, mentirosos, perjuros e para tudo quanto se opõe a sã doutrina...”
PARECER DA PSIQUIATRIA
De acordo com o psiquiatra Ronaldo Pamplona, em artigo publicado no periódico Transa Legal (setembro/outubro 95), “os homens homossexuais são aqueles que têm como objeto de amor e desejo um outro homem. Essa é a única diferença em relação aos demais homens... Muitas pesquisas vêm sendo desenvolvidas, mas o que sabemos, por enquanto, é que desde a antiguidade existem relatos sobre homens e mulheres com orientação homossexual.
As causas, tantas vezes apontadas como justificativas à orientação homossexual, como repressão dos pais, mãe autoritária e pai passivo, famílias desestruturadas, más influências, não têm encontrado eco nos estudos realmente científicos... A sociedade humana, apesar de seu desenvolvimento tecnológico, científico e cultural, ainda não aprendeu a lidar com diferenças e diferentes. É essa dificuldade que dá margem ao preconceito e à discriminação em relação aos homossexuais...”
O HOMOSSEXUALISMO NA CONCEPÇÃO JUDAICO-CRISTÃ
De acordo com o judaísmo as relações sexuais deveriam se confinar ao relacionamento conjugal homem/mulher. A Torá, a Lei de Moisés, condena os atos homossexuais, classificando-os como “abominação”, termo reservado aos pecados mais graves.
A Torá advertia aos judeus de que a terra prometida que estavam para herdar “os vomitaria” caso seguissem os costumes dos cananeus, um dos quais era a sodomia.
Assim como o Judaísmo, o Cristianismo condena o homessexualismo, todavia, a partir dos ensinamentos de Cristo de amar ao próximo, e a partir de sua entrega na cruz por todos os seres humanos, ama o homossexual, propondo, porém, uma transformação de vida, de práticas.
Reconhecemos que no passado, de forma estúpida e equivocada, a igreja condenou à morte todos os diferentes, ou melhor, todos que não se enquadravam em seu padrão. Posteriormente, a igreja passou a adotar a postura de transformação pelo poder do evangelho e não de condenação da pessoa, do ser humano.
O EXAGERO DO PROJETO DE LEI DA HOMOFOBIA
Hoje, os homossexuais se organizaram, propondo, inclusive, legislações que os protejam. Entendemos a proposta do movimento, sua luta por seus direitos enquanto seres humanos, enquanto cidadãos que votam e pagam impostos. Todavia, levando-se em conta até mesmo a tão propagada pluralidade de concepções defendida por eles, a igreja quer e precisa ter reconhecido o seu direito (pluralidade de idéias) de, a partir da Bíblia, nossa regra de fé, condenar a prática homossexual e ao mesmo tempo poder dizer para um gay: “Cara, Cristo ama você, nós amamos você e acreditamos na transformação do evangelho, na transformação que Cristo pode fazer em sua vida, pois ele morreu por você, por nós.” O que a igreja quer e precisa ter assegurado é o direito de poder dizer isso ao cara sem ter que responder a um processo por homofobia. Nesse aspecto, a igreja não é homofóbica. Todos os homossexuais são muito bem vindos às nossas igrejas e têm o direito de não serem olhados indiscretamente como se fossem alienígenas, o direito de sentarem ao lado de qualquer pessoa de nossa comunidade e serem bem tratados, abraçados, amados e convidados a retornarem, o direito de serem transformados pelo evangelho.
A igreja não incentiva a homofobia, a violência contra os homossexuais, maus tratos ou desrespeitos aos seus direitos.
Não é muito o que reivindica esta instituição milenar, a igreja: apenas o direito à pluralidade de idéias.
Eu sei que o movimento homossexual não vê com bons olhos essa coisa de “ex-homossexual”, mas a igreja acredita nisso (pluralidade de idéias).
Se a igreja não puder dizer isso, acreditar nisso, dois princípios estarão sendo violados:
Primeiro: O Estado estará invadindo o espaço da igreja. A igreja, por sua vez, não poderia mudar o texto da Bíblia para se adequar a uma norma do estado.
Segundo: Será violado o princípio constitucional da pluralidade de idéias, princípio, aliás, defendido pelo movimento homossexual.
CONCLUINDO
Como já disse, a igreja não incentiva nem apóia qualquer tipo de violação dos direitos humanos, de homossexuais ou não, mas ninguém pode nos obrigar a achar normal e bonitinho dois caras ou duas garotas num espaço público beijando na boca. Eu preciso ter o direito de não achar isso normal, de não achar o maior barato. Isso não quer dizer que esteja querendo o mal deles, de jeito nenhum, só não quero ser obrigado a achar isso normal.
Particularmente, defendo o direito legal de um homossexual colocar seu parceiro como dependente no plano de saúde, defendo que haja uma lei contra a homofobia, mas defendo o meu direito, o direito da minha igreja, o direito do Cristianismo acreditar que o homossexualismo é uma “alteração” que pode ser revertida pelo poder do evangelho. Chamo isso de pluralidade de idéias.
Daqui a pouco, os heterossexuais vão ser considerados seres esquisitos, estranhos. Ora, de perto todo mundo é esquisito, mas todo mundo tem direitos, estamos num país livre, não posso ser “obrigado” a aplaudir o homossexualismo como a mídia e o movimento homossexual desejam. Isso é um exagero do projeto de lei da homofobia.
LIÇÃO 08
AINDA SOBRE O MOVIMENTO HOMOSSEXUAL – CONCEITOS IMPORTANTES
JUSTIFICATIVA
Estes conceitos são importantes para entendermos melhor algumas reivindicações do movimento homossexual e para orientarmos alguns colegas, caso seja necessário, sobre essas questões. Também é nosso objetivo aumentarmos sua capacidade de argumentação sobre o tema.
A igreja repudia o homossexualismo, entendendo-o como uma perversão, mas ao mesmo tempo recomenda o amor pelo homossexual, causa, também, do sacrifício de Cristo, do seu amor pela humanidade.
Identidade sexual – É o conjunto de características sexuais que diferenciam cada pessoa das demais e que se expressa pelas preferências sexuais, sentimentos ou atitudes em relação ao sexo. É o sentimento de masculinidade ou feminilidade que acompanha a pessoa ao longo da vida. Nem sempre está de acordo com o sexo biológico ou com a genitália da pessoa. Nas situações de homossexualidade é como se houvesse uma alma feminina aprisionada num corpo masculino ou o contrário.
Parece muito cômodo e simplista dizer que o homossexualismo é demoníaco. Eu sei que rola uma mania na igreja, e isso é histórico, de demonizar aquilo que não entendemos ou que não queremos aceitar ou compreender. Não acho que seja por aí. É sabido também que entre os animais irracionais há casos de homossexualismo. Seria demoníaco também?
Orientação sexual – É a atração afetiva e/ou sexual que uma pessoa sente pela outra, variando desde a homossexualidade exclusiva até a heterossexualidade exclusiva, passando pelas diversas formas de bissexualidade. Embora tenhamos a possibilidade de escolher se vamos demonstrar ou não os nossos sentimentos, a psicologia entende que a orientação sexual não é uma opção consciente que possa ser modificada por um ato de vontade.
Diferente da Psicologia, a igreja entende que o homossexualismo pode ser vencido pela resistência do indivíduo, pela fé, pelo evangelho. Entendemos que um garoto ou uma garota pode ter desde cedo uma tendência homossexual, mas essa tendência pode ser revertida se ele ou ela não quiser se entregar.
ATENÇÃO: A igreja não ensina que você não deve dar um emprego a uma pessoa pelo fato dela ser homossexual; a igreja não ensina que você deve evitar amizade com uma pessoa pelo fato dela ser homossexual. A igreja ensina sim que você deve buscar influenciar essa pessoa e não se deixar influenciar por suas práticas.
HOMOSSEXUALIDADE – Atração afetiva e sexual por uma pessoa do mesmo sexo, não havendo uma explicação lógica ou científica para que isso aconteça.
LÉSBICAS / HOMOSSEXUAIS FEMININOS – Mulheres que sentem afeto e atração (física e emocional) por outras mulheres.
GAYS / HOMOSSEXUAIS MASCULINOS – Homens que, além de se relacionarem afetiva e sexualmente com pessoas do mesmo sexo, têm um estilo de vida de acordo com essa preferência, vivendo abertamente sua sexualidade.
BISSEXUAIS – Pessoas que se relacionam sexual e/ou afetivamente com qualquer dos sexos.
TRANSGÊNEROS / TRAVESTIS - É um homem no sentido fisiológico, mas se relaciona com o mundo como mulher, ou vice-versa.
TRANSEXUAIS – Na transexualidade, o que pesa mais é o fator psicológico. Assim, o indivíduo identifica-se como sexo oposto, embora dotado de genitália externa e interna de um mesmo sexo. Normalmente, o grande objetivo do transexual é fazer uma cirurgia para mudança de sexo e esse indivíduo dificilmente será feliz enquanto for portador do órgão sexual indesejado com o qual não se identifica. Recentemente, o SUS foi autorizado a fazer esse tipo de cirurgia após cuidadosa avaliação psicológica do candidato.
METROSSEXUAL - É um termo originado nos finais dos anos 90, pela junção das palavras metropolitano e heterossexual, sendo uma gíria para um homem heterossexual urbano excessivamente preocupado com a aparência, gastando grande parte do seu tempo e dinheiro em cosméticos, acessórios e roupas de marca. Não vivem sem sua marca predileta de hidratante para a pele, freqüentam manicures e cabeleireiros regularmente, gostam de shopping. Enfim, são bastante vaidosos, adeptos da cultura gay, porém heterossexuais.
DEPOIMENTO DE UM HOMOSSEXUAL APÓS VISITAR UMA IGREJA EVANGÉLICA
“...Naquela noite fiquei comovido não só com a letra das músicas, mas também com o espírito do povo. No domingo seguinte, fui a essa igreja e novamente me receberam calorosamente. Nas duas semanas seguintes fui a todos os cultos e fiquei escutando, observando com toda a atenção. Após certo tempo, resolvi ir até o pastor e, apreensivamente, contei-lhe a respeito de minha homossexualidade. Para minha surpresa, ele não me condenou, mas respondeu a todas as minhas perguntas sobre o Senhor. Ele também ajudou-me a ver que minha homossexualidade era uma conduta que eu havia aprendido, e que eu podia tomar a decisão de abandoná-la. Comecei também a entender que os crentes precisavam de encorajamento para fazer amizade com quem está lutando com a homossexualidade.” (David)
É fato que algumas igrejas reagem ao movimento fechando suas portas para os homossexuais e se trancando em seu exclusivismo religioso, a fim de proteger sua moralidade. Não conseguem entender o amor de Deus aos necessitados e deixam-se dominar por um espírito hostil para com os que são diferentes. Pelo seu apego às tradições religiosas, erguem uma muralha entre elas e os não cristãos. Uma pena.
LIÇÃO 09
CONVERSÃO DE HOMOSSEXUAIS
TEXTO BÍBLICO PARA REFLEXÃO:
Lv 20:3: Se também um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos praticaram cousa abominável; serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles.
Para abordarmos este tema, adaptei uma matéria muito legal publicada na Revista Vinde (matéria de Marcelo Dutra e Cleber Leite)
Convertidos ao Evangelho, ex-homossexuais garantem que só Cristo pode transformar um gay.
Quando surgiu, ninguém pode dizer com segurança. Mas é certo que a prática do homossexualimso é tão antiga quanto a polêmica que gerou em todas as culturas nas quais se instalou ao longo da História. Se a cultura gay se institucionalizou, nem por isso a igreja passou a aceitá-la com naturalidade. Por outro lado, existe hoje muito mais tolerância no trato do assunto: em vez de condenar os homossexuais à morte ou à execração pública, vários grupos evangélicos se mobilizam para oferecer a eles uma alternativa de vida em conformidade com a Bíblia, onde se lê que Deus criou apenas macho e fêmea. Ao mesmo tempo, inúmeros ex-homossexuais não se envergonham de mostrar a cara, assumindo seu passado como prova de que Jesus Cristo é capaz de mudar tudo na vida de uma pessoa, inclusive suas inclinações sexuais.
Embora a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a própria Constituição brasileira garantam a liberdade individual, resguardando o direito de cada um escolher sua própria maneira de viver, inclusive quanto à chamada orientação sexual, os cristãos(evangélicos e católicos) condenam com veemência o homossexualismo. Um dos textos bíblicos mais utilizados para legitimar a postura contrária a essa prática é encontrado no livro de Romanos 1:26, onde o apóstolo fala sobre a ira divina contra o que chama de perversão do homem. No Antigo Testamento, quem desobedecesse à determinação dada por Deus a Moisés, registrada no livro de Levítico – Com homem não te deitarás, como se fosse mulher”-, deveria morrer apedrejado.
Os pastores costumam ser taxativos nessa questão: “A Palavra de Deus é clara quanto aos homossexuais. Ela diz que eles mudaram a verdade de Deus em mentira”, salienta o pastor Túlio Barros, da Assembléia de Deus. “Homossexualismo é pecado grave contra o Senhor”, continua. Sem medo de parecer radical, ele vai ainda mais além e acredita que boa parte dos homossexuais são possessos por espíritos demoníacos.
É claro que muita gente vai discordar totalmente do pastor Túlio. Nos últimos 15 anos, principalmente, os homossexuais vêm conquistando espaço e a simpatia de boa parte da sociedade. Revistas e jornais enaltecem artistas famosos que proclamam em alto e bom som que se relacionam com pessoas do mesmo sexo. Na televisão, alguns dos personagens mais populares são aqueles que aparecem na telinha fazendo trejeitos e com roupas próprias do sexo oposto. Mas não é só na ficção que o homossexualismo dá ibope. Os gays estão fazendo questão de “sair do armário”. O assunto ganhou repercussão nacional com a discussão, no Congresso, do polêmico projeto de lei que reconhece a legalidade das uniões homossexuais. A coisa chegou a tal ponto que até mesmo atos públicos são organizados, onde homossexuais fazem questão de demonstrar orgulho de sua condição, se confraternizam e aproveitam para protestar contra a discriminação de que se dizem vítimas.
Por sua vez, o professor de História Paulo Cesar Fernandes, presidente e fundador do grupo Atobá, que há mais de vinte anos defende os direitos dos homossexuais, não concorda que os gays sejam pessoas desajustadas e infelizes. Ele acredita que os que se dizem vítimas de traumas, assédios ou abusos quando crianças querem, na verdade, encontrar justificativas para sua preferência sexual. Paulo César não acredita na conversão de homossexuais e explica esses casos da seguinte forma: “Ou não eram homossexuais de verdade, tendo apenas vivido uma fase transitória dessas práticas, ou sofreram alguma lavagem cerebral”
Segundo o psicanalista Sócrates Nolasco, o homossexualismo não é uma doença, lembrando, inclusive, que o Código Internacional de Doenças Mentais foi modificado em 1985, e desde então homossexualidade deixou de ser considerada um desvio de conduta. É cauteloso quando o assunto é a possibilidade de alguém deixar de ser gay: “Pode haver um conflito com relação à escolha, resolvido a partir de um determinado tipo de experiência.” Ele admite que uma experiência religiosa pode contribuir para essa mudança.
POSTURA BATISTA SOBRE A LEI DA HOMOFOBIA
SOBRE A LIBERDADE DE EXPRESSÃO E ORIENTAÇÃO SEXUAL DO POVO BRASILEIRO
“Diante da tramitação no Senado Federal do Projeto de Lei Complementar no 122/2006, aprovado pela Câmara dos Deputados (PL 5003/2001), que pretende punir como crime qualquer tipo de reprovação ao homossexualismo, a Convenção Batista Brasileira manifesta a sua preocupação com o futuro da sociedade brasileira, caso a lei venha a ser aprovada.
Preocupa ao povo batista a aprovação de uma lei que privilegia uma minoria, em detrimento do direito de todos. Reconhecemos o direito dos homossexuais a um tratamento digno e igualitário, ao mesmo tempo em que defendemos a liberdade fundamental de formar e exprimir juízos, favoráveis ou desfavoráveis, nas questões de orientação sexual.
Entendem os batistas que a aprovação do referido Projeto de Lei pode resultar no aumento da subversão de valores morais e espirituais que destroem a família e enfraquecem a nação brasileira. Por isto, decidimos vir a público reafirmar nossas posições bíblicas e históricas sobre os princípios e os valores que sustentam a liberdade de consciência, as religiões e a vida em sociedade.
1 – Cremos que todos têm direito, outorgado por Deus, de serem reconhecidos e aceitos como indivíduos, sem distinção de raça, cor, credo ou cultura; de ser parte digna e respeitada da comunidade; de ter a plena oportunidade de alcançar o seu potencial. Todas as pessoas foram criadas à imagem de Deus, razão porque merecem respeito, consideração, valor e dignidade.
2 – Cremos no direito à liberdade de consciência e de expressão religiosa. Cada pessoa é plenamente livre perante Deus, em todas as questões de consciência e tem o direito de abraçar ou rejeitar religião, bem como de testemunhar sua fé religiosa, propagar e ensinar a verdade como a entenda, e até de mudar sua crença, sempre respeitando os direitos e as convicções dos outros.
3 – Cremos que cada pessoa é preciosa, insubstituível e moralmente responsável perante Deus e o próximo. Cremos no direito à liberdade de escolha e aprovação dos princípios e dos valores que regem a convivência e a conduta, na família e na sociedade.
4 – Cremos que Deus criou o ser humano, macho e fêmea, com direitos iguais e diferenças sexuais. Essas diferenças se baseiam na constituição física, na forma de ser, de perceber o mundo, de reagir e de relacionar-se. Deus criou macho e fêmea, para que se completem e cooperem com ele na criação e na formação da humanidade.
Uma vez que, não podendo nos calar diante do alto risco de degradação social e do surgimento de perseguição religiosa motivada por aqueles que se sentirem discriminados:
1 – Conclamamos os representantes do povo no Senado e nas demais instâncias da República, cidadãos e líderes de instituições sociais e religiosas, bem como os pais e formadores de opinião a que se unam para defender o respeito à pessoa e a garantia dos direitos individuais, lutando a favor de uma sociedade na qual prevaleça a dignidade de todos.
2 – Conclamamos todos os cristãos a proclamar e ensinar toda a verdade, conforme revelada nas Sagradas Escrituras, inclusive as orientações nelas contidas sobre a natureza da sexualidade humana. Não podemos negar que Deus Criador, o Senhor dos senhores, justo juiz de toda a terra, condena o homossexualismo, conquanto ame os que o praticam, oferecendo-lhes o perdão e a graça que restauram a dignidade humana.
3 – Conclamamos todos os cidadãos a cultivar uma convivência pacífica e respeito ao próximo, mantendo a respeitabilidade e o pudor nas relações sociais. Reconhecemos que ninguém tem o direito de coibir a escolha sexual de quem quer que seja. No entanto, essa norma não pode impedir que qualquer cidadão tenha o direito de considerar impróprio e inconveniente ou de qualificar como imoral ou inaceitável o comportamento homossexual.
A aprovação de uma lei não pode ferir as conquistas adquiridas na Declaração Universal dos Direitos Humanos, que afirma em seu artigo XIX: “Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.”
Conscientes do exercício da nossa cidadania, faremos tudo o que for possível e justo, a fim de que construamos uma sociedade cada vez mais firmada nos valores éticos, morais e espirituais inspirados nas Sagradas Escrituras. Assim sendo, unimo-nos aos demais esforços para salvar o Brasil da degradação moral e da perseguição religiosa, bem como deixarmos um legado de justiça, paz e prosperidade para as futuras gerações.”
Pr. Oliveira de Araújo (presidente da Convenção Batista Brasileira)
Pr. Sócrates Oliveira de Souza (Diretor Executivo da Convenção Batista Brasileira) – RJ, maio de 2007.
LIÇÃO 10
RELAÇÕES HUMANAS
Referências bíblicas: Lv 19:18; Pv 17:17; Mt 5:44; Jo 13:34,35; 15:12; Rm 12:10; 1 Jo 4:21.
· Não se vingue nem guarde ódio de alguém do seu povo, mas ame os outros como você ama a você mesmo. Eu sou o Deus Eterno.
· O amigo ama sempre e na desgraça ele se torna um irmão.
· Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês.
· Eu lhes dou este novo mandamento: Amem uns aos outros. Assim como eu os amei, amem também uns aos outros.
· Se tiverem amor uns pelos outros, todos saberão que vocês são meus seguidores.
· O meu mandamento é este: Amem uns aos outros, como eu amo vocês.
· Amem uns aos outros com carinho de irmãos em Cristo e em tudo dêem preferência uns aos outros.
· Este é o mandamento que Cristo nos deu: Quem ama a Deus, que ame também o seu irmão.
PARA INÍCIO DE CONVERSA
Desconheço qualquer relação humana perfeita, haja vista as diferenças interpessoais, ou seja, não existem duas pessoas iguais. Existem sim as relações humanas possíveis e estas são sempre baseadas no amor e no respeito mútuos, como nos ensinou o Mestre.
Mesmo na igreja, muitas vezes, temos relações conflituosas por uma razão muito simples: a igreja, embora instituição divina, é formada por seres humanos, que pensam e agem diferentes, logo...
VOCÊ E OS OUTROS
A preocupação de cada um em se conhecer melhor data de um período histórico muito remoto. O filósofo grego Sócrates já se preocupava com esse problema ao afirmar: “Conhece-te a ti mesmo.”
Costumamos afirmar que nos conhecemos. Será isso verdadeiro? Cada um de nós sabe do que gosta, o gênero de filme que aprecia, o tipo de música que prefere, com certeza, porém, não conhecemos toda a nossa capacidade ou, ao menos, não a utilizamos inteiramente.
Os outros são aqueles com os quais nos relacionamos diretamente. É com os outros que nos comunicamos e temos a possibilidade de construir a história. O outro pode ser a possibilidade, como também o limite, ou seja, é através dos outros que desenvolvemos nossa capacidade e também podemos ser dificultados no desempenho de nossas funções.
Segundo Lacan, psicanalista francês, “o outro é aquilo que jamais chegarei a ser..., é aquilo que eu não tenho.”
Em outras palavras, a convivência social tem um caráter construtivo e, ao mesmo tempo, gera conflitos e problemas interpessoais.
Esse elemento de contradição está presente de forma constante na nossa existência. Na verdade, é o grande desafio com o qual temos que conviver: adaptarmo-nos às situações concretas do dia-a-dia, sem nos despersonalizarmos.
Conviver com a realidade é isso: assumir uma posição de abertura frente aos valores novos que surgem, porém, fundamentada numa visão crítica e questionadora.
É assim: eu não tenho que fazer determinada coisa porque o grupo faz. O fato de ter amigos homossexuais, por exemplo, não fará de mim um homossexual. Gosto das pessoas, convivo com elas, mas não concordo com suas práticas, logo não vou agir assim.
Alguns adolescentes passam a fumar maconha porque querem fazer parte de um determinado grupo e o “ingresso” para isso é fumar um baseado. Aí então, vai o “retardadinho” ou a “retardadinha” abrir mão de sua personalidade, de sua própria identidade, de suas vontades, para ingressar no tal grupo. É claro que isso também pode ser apenas uma desculpa, o cara já estava a fim mesmo de curtir uma marola.
INTEGRAÇÃO SOCIAL
Quando você chega para participar de uma festa, logo percebe se o ambiente está acolhedor ou não. O relacionamento entre os presentes pode estar “solto”, espontâneo ou pode estar inibidor. E você logo sente isso; nota se as pessoas estão bem entrosadas ou se existem grupos fechados, formando “panelinhas” ou, ainda, pessoas isoladas, sozinhas no meio da festa.
Esse exemplo simples mostra uma situação em que podem ocorrer problemas de integração.
Existem, porém, outras situações mais complexas no que se refere à integração social.. No trabalho ou na igreja, o indivíduo pode se sentir reconhecido, ou discriminado pela pouca importância dada à função que exerce.
Nos mais diferentes lugares: escolas, bancos, escritórios, ruas, cinemas, hospitais, igrejas, etc., constantemente ocorrem discriminações entre as pessoas por uma série de fatores: cor da pele, situação financeira, aparência pessoal, modo de falar, nível de estudo, etc. Tudo isso pode influir diretamente no relacionamento social entre as pessoas de uma forma bastante negativa. Precisamos curtir as pessoas pelo que elas são, não pelo que têm.
ADAPTAÇÃO AO GRUPO
A adaptação é um requisito importante para a sobrevivência humana. O que é adaptação? É o processo pelo qual o indivíduo se integra no meio ambiente.
A necessidade de adaptação social resulta em diferentes formas de relacionamento entre as pessoas, dando origem à formação de grupos formais ou informais.
Os grupos formais são gerados por determinadas exigências sociais, administrativas e funcionais. Numa empresa, no local de trabalho, numa igreja, as diversas divisões (grupos, departamentos) formam grupos formais de trabalhadores. Uma classe, na escola, é um grupo organizado por exigência funcional.
Por grupos informais entendemos aqueles que se formam espontaneamente. Logo, pessoas que se reúnem para um “bate-papo”, para a prática de esporte, para fazer um passeio, constituem um grupo informal, uma “panelinha” no bom sentido.
LIDERANÇA
Você já observou que algumas pessoas que você conhece têm mais iniciativas que outras?
Na sua família é provável que existam pessoas com características diferentes: um é introvertido, o outro é extrovertido, um é pacato, o outro é mais expansivo.
Na vida cotidiana, frequentemente somos desafiados por novas situações, às vezes imprevisíveis. Essas situações novas possuem duplo sentido: primeiro, podem quebrar a rotina das atividades e, segundo, podem gerar intranquilidade, angústia, insegurança no momento de agir.
Nesses momentos difíceis de decisão ou de opção é que as pessoas precisam ter iniciativa. Quando for uma situação individual, depende, basicamente, da pessoa; porém, se for uma situação de grupo, é o momento em que pode ocorrer manifestação de liderança, revelando-se um líder entre os presentes.
Líder é um indivíduo que sugere uma proposta diante duma situação de impasse. É alguém que representa, coordena ou comanda um determinado grupo.
Num momento problemático, a presença de um líder é fundamental para que os problemas sejam superados e solucionados.
CONCLUSÃO
O convívio humano é complicado, mas não impossível; é claro que para que o convívio seja possível, é preciso compreensão, tolerância, paciência, etc.. Acima de tudo, precisamos “aceitar” os defeitos do outro, já que com as qualidades não precisamos nos preocupar.
Eu sei que boa parte dos pais, buscando uma super proteção para os filhos, não admitem vê-los frustrados, querem resolver seus conflitos, comprar suas brigas. Esses pais não entenderam ainda a importância da frustração na formação dos filhos. Eles precisam vivenciar conflitos e administrá-los do jeito deles. Eles têm o direito sagrado de quebrarem a cara. Quando isso acontecer, estaremos disponíveis para remendar suas carinhas lindas, para curar-lhes as feridas, mas eles precisam quebrar suas carinhas, resolver seus conflitos. Se você é um pai ou uma mãe super protetores, você está formando um adulto extremamente dependente. E mais uma coisinha: você nunca vai conseguir se relacionar bem com a pessoa que o seu filhinho ou a sua filhinha escolherem para se casar. Essa pessoa, tadinha, “jamais será digno dele ou dela.”
“Nossos filhos não são nossos filhos, são filhos e filhas da ânsia da vida por si mesma... Embora vivam convosco, não vos pertencem... podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas...” (Khalil Gibran)
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