quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2009 - JUVENTUDE

APRESENTAÇÃO

Olá, meninos e meninas. Estamos iniciando mais um ano letivo de nossa EBD. As férias são necessárias para reposição de energias, reavaliação e elaboração de novas aulas, mas nos deixam com saudades uns dos outros, do convívio em classe, das pagações de mico, das trocas de experiências, do professor.
Nesse primeiro trimestre de 2009, bateremos altos papos sobre SEXUALIDADE sobre homossexualismo e sobre alguns outros TEMAS ATUAIS. Todos estão convidados a participar dos debates, a perguntar, a contribuir. O professor de vocês não vai ficar vermelho, e se ficar também, problema dele, depois volta ao normal. O importante é que vocês exponham suas dúvidas, suas angústias. Ele dará o jeito dele. Se por acaso precisarem de mim, também estarei a disposição. Se ficar vermelho, problema meu. Depois voltarei à minha cor encardida. Não se preocupem com a cor dos professores, somos todos resilientes, portanto capazes de retornarmos à forma original.
Desde bebês, nossa sexualidade vem sendo construída, é parte integrante de cada um de nós, portanto, precisamos falar sobre isso.
Algumas lições trazem referências bíblicas, outras não. De qualquer forma, os princípios bíblicos, os princípios cristãos estão presentes o tempo todo.
Então é isso, fofos e fofas, vamos estudar. Vamos começar falando sobre nossos corpinhos. A todos e todas, beijos, abraços, cafunés, love us.

Prof. Isac Machado de Moura

LIÇÃO 01

PERCEBENDO E CURTINDO O MEU CORPO SEM O EXAGERO DE CULTUÁ-LO

Referências bíblicas: 1 Co 3:17; 6:15; 1 Ts 5:23; Rm 8:11; 1 Sm 16:7; Ec 1:2,4.

· Assim se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus é santo, e vocês mesmos são o seu templo.

· Será que vocês não sabem que os seus corpos fazem parte do corpo de Cristo? Por acaso vou pegar uma parte do corpo de Cristo e fazer que ela seja parte do corpo de uma prostituta? De jeito nenhum!

· Que Deus, que nos dá a paz, faça que vocês sejam completamente dedicados a ele. E que ele conserve o espírito, a alma e corpo de vocês livres de toda mancha, para o dia em que Jesus Cristo, o nosso Senhor, vier.

· Se vive em vocês o Espírito de Deus, que ressuscitou Jesus, então aquele que ressuscitou Jesus Cristo dará também vida aos seus corpos mortais, pela presença do seu Espírito, que vive em vocês.

· Mas o Deus Eterno disse: - Não se impressionem com a aparência nem com a altura deste homem. Eu o rejeitei porque não julgo como as pessoas julgam. Elas olham para a aparência, mas eu vejo o coração.

· É ilusão, é ilusão, diz o sábio. Tudo é ilusão.

· Pessoas nascem, pessoas morrem, mas o mundo continua sempre o mesmo.

CORPO E PECADO

Durante muito tempo, ao longo da história, a igreja tratou o corpo como algo exclusivamente pecaminoso. As pessoas precisavam renunciar ao corpo, sacrificá-lo, marcá-lo, mortificá-lo. Ele era o instrumento do pecado, do desejo, da obscenidade. Passou um bocado de tempo e alguns conceitos foram revistos e passou-se a aceitar-se melhor o corpo, a igreja passou a focá-lo como templo do espírito santo e, portanto, nem de todo perdido. A igreja lembrou, por exemplo, que Cristo materializou-se, ou seja, teve um corpo como o nosso e que, portanto, nem tudo estava perdido.
Hoje, por outro lado, vive-se o exagero contrário, ou seja, o culto do corpo. É preciso malhá-lo, deixá-lo bem sarado, expô-lo o máximo possível a fim de tentar o sexo oposto, de fazer o outro “babar”, embalados com a idéia do “Baba, Baby”.
Pois é, o grande lance é a busca do equilíbrio: nem o extremo do instrumento absoluto do pecado nem o culto.
A galera, principalmente as meninas, enlouquecem em busca da magreza, param de comer, comem e vomitam, enfim, buscam um padrão de beleza magra estabelecido pela mídia, esquecendo, inclusive, do lance do biotipo, do fator genético. As mais gordinhas são discriminadas, ou pelo menos se sentem assim. Os mais gordinhos são legais, bons para serem amigos, mas para namorar... aí não. E vêm os apelidos terríveis e o assédio moral e a discriminação na hora de comprar uma roupa e coisas assim.
Precisamos nos aceitar como somos. Isso não quer dizer que tenhamos que relaxar total, que não devamos nos cuidar. Isso quer dizer que não podemos viver uma insatisfação contínua e dolorosa com o nosso corpo.
O problema não é o nosso corpinho, é o padrão “exigido”, é o parâmetro estabelecido. Toda uma geração está sendo vítima do padrão de beleza imposto pela inocente bonequinha “BARBIE”: peitões, pernas e cintura finas. É o padrão americano. E isso faz com que um monte de brasileiras implantem silicone e façam cirurgias plásticas, pondo o Brasil em posição de destaque no ranking mundial das cirurgias estéticas.

ESTEREÓTIPOS

Pois é, galera, a sociedade propõe estereótipos (modelos definidos) de beleza e as pessoas passam a correr atrás desses modelos, normalmente associados ao sucesso, ao poder, ao desempenho sexual e plena aceitação social.
Na verdade, tudo gira em torno de um padrão de beleza imposto pelo sexo oposto em cada geração. Houve um tempo em que as gordinhas estavam em alta. Observem as obras de artes de séculos passados que retratavam figuras humanas femininas: só gordinhas. Nessa época, todas comiam à balde, nada de dieta e nem pensar em exercícios físicos para emagrecer. Posteriormente, determinou-se que as mulheres deveriam ser magras e aí pronto: abaixo à comida, exercícios físicos, sacrifícios, tudo pela magreza. Se amanhã ou depois se determinar que as gordinhas são as poderosas, aí tudo de novo, vamos comer e esquecer academias. É, na verdade, uma espécie de ditadura do peso.

BELEZA INTERIOR

Para ser atraente e simpático, não basta ser bonito, ou não tem que ser bonito. O que conta muito é a forma como expressamos nossos sentimentos em relação ao outro. E para isso, precisamos nos aceitar numa boa, entendendo que nosso corpo é um fantástico instrumento de comunicação interpessoal.
Agora, também não me venham com aquele papo furado de que para namorar com alguém você vai, antes de tudo, observar a beleza interior do sujeito ou da sujeita. Primeiro, provavelmente, você vai ser atraído por alguma coisa física. Você não pode ver beleza interior num primeiro contato, certo?

NOSSO CORPO COMO TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO

Sendo o nosso corpo templo do Espírito Santo, nada mais sensato que cuidarmos dele: aparência, saúde, bem-estar em geral; todavia vivenciamos, nesta geração, o exagero, ou seja, acima de tudo, o corpo. Esse é o problema.


LIÇÃO 02

A EXPLORAÇÃO DO CORPO PARA TENTAR O SEXO OPOSTO E O SEXO PRÉ-MATRIMONIAL

MENINOS SÃO VISUAIS, MENINAS SÃO AUDITIVAS E TÁTEIS

Até um certo momento de nossas vidas, meninos não gostam de brincar com meninas e vice-versa, o que é absolutamente normal. Pouco tempo depois, estão meninos e meninas se procurando, se descobrindo, se olhando, se agarrando, se beijando e parando por aí.
Aí, então, as menininhas, sabendo que os meninos são provocados e se excitam visualmente, começam a ter algumas atitudes já não inocentes: usam uma mini ou micro saia com o objetivo de chamar a atenção do sujeito. Este por sua vez vai enlouquecer com a exposição das pernas da menina. Elas não vão se dar por satisfeitas e vão usar um decote bem provocante e os meninos vão enlouquecer de novo. Elas sabem que fingir que vão mostrar é mais excitante do que mostrar de imediato. Pois é, o inconsciente do garoto vai gravar aquela imagem belezuda da menina. Esse menino do exemplo é evangélico, mas a menina não. Meninas evangélicas não usam mini nem micro saias e nem decotes excitantes. Pois bem, como dizia, o inconsciente do menino captou e registrou essas imagens. Todo o organismo fez a seguinte leitura: uma menina exposta, um menino excitado, vai rolar sexo. É claro que não vai. Agora, estou falando de menino e menina evangélicos, mas o organismo não sabe disso. Ele faz essa leitura e então prepara todo o corpo: o coração está batendo forte e mais rápido, o cara está suando, rolou uma descarga de adrenalina, enfim, há uma excitação generalizada, mas nada aconteceu. Ainda bem. Estamos falando de meninos e meninas evangélicos. Pois é, como nada aconteceu, mais tarde o menino vai sentir uma dorzinha nos genitais externos, mas vai passar. À noite, então, durante o sono, o inconsciente vai projetar aquelas imagens tentadoras da menina através de um sonho erótico e o garoto, então, vai ejacular, ou seja, eliminar o sêmen excedente no corpo que foi criado para aquele ato sexual que não aconteceu, porque meninos e meninas evangélicos se guardam castos para o casamento, mas o organismo não tá nem aí pra isso, ele precisa eliminar tudo o que foi produzido e não utilizado. Nesses sonhos eróticos não há pecado, pois o pecado exige consciência.
Bom, então falamos do menino, que é visual. Pois bem, a menina, evidentemente, vai ter reações, vai ser estimulada sexualmente diante de um menino, mas o forte dela não é o visual. Ela se excita, potencialmente, ouvindo, sendo tocada e tocando o corpo dele.

DE ONDE VEM ISSO? FOMOS CRIADOS ASSIM?

Vamos voltar um pouquinho na história da humanidade. Na pré-história, o homem desenvolveu muito mais a visão. Ele precisava estar atento a cada movimento da caça ou a cada ameaça a sua família. A mulher precisava tomar conta dos filhos, protegê-los do frio, aquecê-los, precisava ouvir cada chorinho, cada passo, cada movimento; ela estava sozinha com as crianças. Assim, é natural que a visão do homem seja mais apurada e motivadora e que no caso da mulher isso aconteça com a audição e o tato.

OS HORMÕNIOS NÃO SÃO CONVERTIDOS

Você está no culto, sentadinho, na melhor da intenções. Ao seu lado tem uma menina. Talvez seja sua amiga, talvez você sinta algo especial por ela, talvez seja sua namorada. Não importa muito. Ela te abraça, faz uns cafunés discretos, começa a massagear com os dedos a sua nuca ou o seu pescoço. Você não está mais no culto. Talvez ela esteja, mas você não mais. Os hormônios não são convertidos. Você está excitado ali, dentro da igreja, como estaria na praia ou em qualquer outro lugar. Portanto, meninos e meninas, vamos pegar leve. Dentro do templo é local de culto, não desse tipo de comportamento por mais “inocente” que pareça.

TRANSAR OU NÃO TRANSAR (ANTES DO CASAMENTO)?... EIS A QUESTÃO.

“O que eu quero dizer é isto: deixem que o Espírito de Deus dirija as suas vidas e não obedeçam aos desejos da natureza humana. Porque o que a nossa natureza humana deseja é contra o que o Espírito quer, e o que o Espírito quer é contra o que a natureza humana deseja. Os dois são inimigos, e por isso vocês não podem fazer o que querem. As coisas que a natureza humana produz são bem conhecidas. Ela produz imoralidade, impureza, ações indecentes.” (Gl 5:16,17,19)

A tradução de João Ferreira de Almeida, Edição Revista e Atualizada da SBB e Revista e Corrigida da IBB, chama de prostituição o ato de fornicação, ou seja, sexo praticado entre pessoas solteiras.

Um número cada vez maior de jovens estão praticando sexo antes do casamento. E fazer sexo é uma parada legal, mas precisamos avaliar as conseqüências. E não só isso. Precisamos entender que o sexo é exclusivo para o casamento. Isso é um princípio bíblico. Portanto, é preciso segurar a onda, controlar o desejo, evitar exposições desnecessárias, fugir da tentação e não correr para ela. Um exemplo: se você e seu namoradinho ou sua namoradinha, aquela belezura de pessoa, ficarem sozinhos numa área reservada, escura, afastada, a possibilidade de rolar sexo é imensa. Vocês podem ser convertidos, seus hormônios não. Então, é melhor evitar.


FATORES QUE FACILITAM O SEXO PRÉ-CASAMENTO:

· Atualmente, existe menos medo de gravidez, uma vez que os métodos anticoncepcionais são mais seguros e eficazes;

· Muitos consideram o aborto uma saída razoável quando a gravidez acontece;

· Para muitos jovens, a sociedade já aceita como normal o sexo anterior ao casamento;

· Pressão do grupo social: “todo mundo está fazendo isso” - o que não é verdade, pois muitos jovens se mantêm virgens até o matrimônio;

· A idéia de que tudo o que dá prazer deve ser praticado sem restrições;

· Hoje é mais fácil para o casal ficar a sós(no alojamento da faculdade, no carro, em casa e em outros lugares) ainda que por poucos minutos;

· Quanto mais as cidades crescem, a pressão social sobre o comportamento diminui. Assim, as moças já não temem a má fama da vizinhança e quanto aos rapazes, nunca houve pressão alguma neste sentido;

· A influência do sexo explícito na TV, na banca de jornal, na internet;

· A busca de prazeres rápidos:”se eu não fizer sexo logo, o mundo acaba e eu fico virgem”;

A influência da TV é algo berrante. Nos filmes, novelas e comerciais, o casal se encontra, bebe um pouco, dança algumas vezes e acaba nu entre os lençóis, deixando claro que isso é perfeitamente correto.
No período do Velho Testamento, o sexo fora do casamento tornava a mulher comparável a uma meretriz. O castigo nos casos em que houvesse flagrante era radical. Em alguns casos, os dois eram apedrejados até a morte. Cruzes! (Dt 22:20,21).
No Novo Testamento, a coisa não é diferente: o apóstolo Paulo chega a incluir a fornicação na mesma categoria de adultério e homicídio, deixando claro que o sexo fora do casamento é pecado.
Nem a igreja nem a Bíblia são contra o sexo ou o prazer, mas sim contra a irresponsabilidade. O prazer só vale a pena quando não estraga algo melhor ou quando não machuca seriamente um ser humano.
Transar antes do casamento ou fora dele sempre traz consequências perigosas. É melhor esperar um pouco, guardando-se um para o outro.

Também é muito importante frisar que não é apenas a moça que deve guardar-se, o rapaz também deve fazê-lo. A idéia de que o rapaz deve levar alguma experiência sexual para o matrimônio é extremamente machista e egoísta, uma vez que exclui a menina, ou seja, só o rapaz pode.

“O autodomínio da pessoa em todos os campos é o que amadurece o indivíduo e lhe dá capacidade para poder amar e usufruir ao longo de toda a sua vida.”


LIÇÃO 03

FICAR, PEGAR, DAR UM AMASSO... O VOCABULÁRIO DO DESCOMPROMISSO

Talvez, uma das grandes inovações, no que concerne às formas de possibilidade de relacionamento afetivo e sexual, foi o surgimento do ficar. Não se sabe muito bem quando ou onde começou, mas o fato é que ele se apresentou como uma alternativa mais flexível do que o namoro.
Ficar é “uma experiência de estar com o outro, trocar carícias, intimidades, descobertas e sensações sobre o corpo e sobre si mesmo. Os limites do ficar são determinados pelo próprio casal.”

O grande diferencial é que não há obrigatoriedade de continuidade e nem de fidelidade, ou seja, não há compromisso. Muito se discute sobre esta nova possibilidade. Pode estar traduzindo, por exemplo, um desencanto destes jovens com os padrões tradicionais que convergem para o casamento. Ou pode estar refletindo as formas atuais de produção e consumo. Será que estaremos caminhando para novas formas de inter-relação em que compromisso e liberdade possam estar associados?

O ficar tem significados diferentes, de acordo com o gênero, como reflexo de nossa cultura machista. Por isto, se um rapaz fica com várias meninas em uma noite, há uma valorização positiva. Reedita os princípios e dignifica a masculinidade, tão bem retratados através dos ditos populares, como, por exemplo, “caiu na rede é peixe!”. Ou “segurem suas cabras que meu bode está solto!”. Sobretudo há a possibilidade deste rapaz se tornar cada vez mais experiente na amorosidade e na sexualidade, o que vem de encontro
aos interesses sociais, os quais ditam que um homem deve conhecer tudo sobre sexo. Contudo, para as meninas a história é um pouco diferente, embora, sem dúvida alguma, atualmente, ela já tenha mais liberdade para escolher seus parceiros. Já se considera normal que uma garota se aproxime de um menino e pergunte se ele não gostaria de ficar com ela. Mas, a variação de parceiros para esta jovem carrega um valor negativo. Neste caso, ela não é bem vista. Há inclusive alguns “apelidos” para estas meninas, como sabonete de quartel (todo mundo passa a mão), corrimão de hospital e banco de ônibus. A ditadura do não se perpetua. Em pesquisa nacional sobre Violência, Aids e Drogas nas Escolas, realizada pela Unesco em 2001, foi solicitado aos jovens que marcassem as frases com as quais concordavam. Na maioria, as moças gostam de namorar e os rapazes de ficar. No Rio de Janeiro, 54% das meninas concordaram com esta assertiva, contra 39,4% dos meninos.


OS HOMENS SÓ PENSAM “NAQUILO”?

Como exemplo dessa visão diferenciada de homens e mulheres, trago a fala de um grupo de alunas de uma escola pública de Salvador:

• Não, a mulher consegue segurar até um tempo; homem, não, chega quinze dias, tá subindo pelas paredes.
• É aquele negócio. Ser homem. Tem que ir.
• Sente mais necessidade.
• É, o homem sente mais necessidade do que a mulher, realmente.


É importante que se ressalte que este é um discurso feito por jovens mulheres. Elas realmente acreditam que os homens têm mais necessidade de sexo. Elas foram educadas assim, com este pensamento machista. A ciência não tem nada que comprove isto no âmbito físico. A questão é comportamental, cultural, social. Isto nos remete a outro ponto importante de discussão que é a perpetuação de nossa cultura machista repressora, pois em nossa sociedade ainda é a mulher responsável pela criação de homens e mulheres machistas.
Ao longo da história da humanidade, como forma de “auto-proteção” e como justificativa de suas atitudes devassas, o homem veio “fazendo a cabeça” da mulher com esse papo de que ele tem maior carência de sexo do que ela. Parece que ela acreditou, como podemos ver na fala das meninas acima.
Gente, a parada funciona assim: homens e mulheres têm carências sexuais. Essa carência é variável, o que significa dizer que nem todos os homens têm a mesma carência. Do ponto de vista da Psicanálise, posso dizer o seguinte: quanto mais o ser humano (homem ou mulher, tanto faz) for realizado, quando mais ele amar o trabalho, quanto mais se dedicar ao estudo ou a pesquisa, menor será sua carência sexual, salvo exceções. Eu estou dizendo o seguinte: que um estivador do cais do porto ou um pedreiro precisam muito mais de sexo do que um pesquisador ou um intelectual. Por que? Simples: no caso do estivador ou do pedreiro, o sexo é uma das suas poucas possibilidades de obtenção de prazer. No caso dos outros caras citados, a carreira proporciona prazer, as descobertas, as conquistas, as realizações. O sexo passa a ser mais uma opção, não a única ou uma das poucas. Isso serve para homens e mulheres. Então, a questão não é meramente física ou biológica, é algo bem mais complexo.

ENTÃO É VERDADE QUE OS HOMENS FAZEM SEXO E AS MULHERES FAZEM AMOR?

Amor e sexo não é a mesma coisa, muito embora as pessoas usem, regularmente, a expressão “fazer amor” no sentido de “fazer sexo”. É perfeitamente possível fazer sexo sem amor, apenas como forma de satisfação, conquista ou poder. Biblicamente, porém, o sexo só deve ser praticado entre pessoas casadas, portanto, que se amam. No latim (de onde vem nossa língua), a expressão AMORUM FACERE (fazer amor) é equivalente ao nosso NAMORAR.
Na verdade, quando namoramos, “fazemos amor”... ou os carinhos, os beijos, as declarações não são AMOR? A questão, portanto, é lingüística, pois passamos a usar FAZER AMOR também significando FAZER SEXO, mesmo sem amor, o que é um equívoco.
É um fato que para a maioria das mulheres fazer sexo vai além de fazer sexo e que para a maioria dos homens fazer sexo é apenas fazer sexo, mas não podemos tomar isso como regra geral. Também é um fato que as mulheres conseguem olhar para um homem apenas admirando-o pela sua inteligência, pelo seu carisma, sem associá-lo a um objeto sexual. Isso já não é tão comum de um homem para uma mulher. Ela pode ser inteligente, carismática, uma grande líder, mas o homem vai olhá-la acima de tudo como um “objeto sexual”. Independente do que ela seja ou represente, é “um objeto de desejo e satisfação sexual”. É evidente (na verdade, não sei se é tão evidente assim) que isso não é regra geral.

AMOR À PRIMEIRA VISTA


Trata-se de “amor” instintivo, carnal e prematuro. Não é, necessariamente, amor, mas sim atração sexual súbita. Via de regra, trata-se apenas de estimulações químicas dos corpos, que se atraem. Pode até tornar-se amor de verdade, mas, em princípio, é só atração, pois o amor de fato só vem com o convívio.

SENSIBILIDADE X BRUTALIDADE?

Social e culturalmente, a mulher sofre uma repressão negativa e o homem uma repressão positiva. Embora não com a mesma intensidade, ainda nos dias de hoje, é esperado que uma mulher “direita” seja recatada, pura, casta e fiel, exercendo adequadamente os papéis de esposa, dona de casa e mãe. O “não” faz parte constante de seu dia-a-dia. Não transar antes do casamento, não sentar de pernas abertas, não chamar atenção dos outros sobre si, não discutir ou polemizar; por isso o uso da expressão repressão negativa. Já o homem deve confirmar a sua posição de macho viril, forte e potente, desempenhando os papéis de macho dominador, provedor e protetor. Ele tem que estar sempre pronto a resolver todos os problemas, racionalmente, sem falhas, evitando ao máximo demonstrar sensibilidade medo ou temores. Para que sua masculinidade fique bem clara, é recomendável que goste de futebol, que faça xixi na rua, quer dizer, que “mije” na rua, que fale sobre mulheres o tempo todo, que seja um “pegador” e que nunca chore.

Por conta dessa pressão toda, os consultórios psicanalíticos andam cheios de pacientes do sexo masculino que “piram” quando falham numa relação sexual. Isso acontece porque na cabeça machista do infeliz ele entende que se falhar uma vez, vai falhar sempre. Tanto é assim, que a maioria dos casos de impotência sexual tem origem psicológica e não física.
Ainda sobre essa expectativa em relação ao homem, ao cabra macho, quando o sujeito é mais educado, mais sensível, já é rotulado como “bichinha” pela sociedade.
Vou confessar uma coisa pra vocês (não riam, nem me rotulem, se conseguirem): não gosto de futebol (acho um esporte bruto demais), não consigo “mijar” na rua, nunca gostei de falar sobre mulheres o tempo todo, nunca fui um “pegador”. Na verdade, Ana Paula é minha primeira namorada. Casamos logo que terminei a faculdade. Eu achava que namorar alguém seria injusto com a pessoa, eu não teria tempo para ela, trabalhava a semana toda, só pensava em estudar e ainda fazia uns cursos de fim de semana. Loucura? Pra mim não. Tá bom, tudo bem, sou meio extra-terreno, não acho que todos tenham que agir assim. Só quis registrar um depoimento absurdo de um sujeito anormal para deixar claro que não somos todos iguais. Ah, tem um agravante: já chorei muito.



LIÇÃO 04

HOMOSSEXUALISMO, HOMOFOBIA E PARANÓIA

Referências bíblicas: 1 Co 6:9-10; Rm 1:26,27; Lv 20:13; 1 Tm 1:8.

· “... ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis; nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas ...”

· “... Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo em si mesmos, a merecida punição do seu erro.”

· “Se também um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos praticaram coisa abominável; serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles.”

· “... impuros, sodomitas, raptores de homens, mentirosos, perjuros e para tudo quanto se opõe a sã doutrina...”

PARECER DA PSIQUIATRIA

De acordo com o psiquiatra Ronaldo Pamplona, em artigo publicado no periódico Transa Legal (setembro/outubro 95), “os homens homossexuais são aqueles que têm como objeto de amor e desejo um outro homem. Essa é a única diferença em relação aos demais homens... Muitas pesquisas vêm sendo desenvolvidas, mas o que sabemos, por enquanto, é que desde a antiguidade existem relatos sobre homens e mulheres com orientação homossexual.
As causas, tantas vezes apontadas como justificativas à orientação homossexual, como repressão dos pais, mãe autoritária e pai passivo, famílias desestruturadas, más influências, não têm encontrado eco nos estudos realmente científicos... A sociedade humana, apesar de seu desenvolvimento tecnológico, científico e cultural, ainda não aprendeu a lidar com diferenças e diferentes. É essa dificuldade que dá margem ao preconceito e à discriminação em relação aos homossexuais...”

O HOMOSSEXUALISMO NA CONCEPÇÃO JUDAICO-CRISTÃ

De acordo com o judaísmo as relações sexuais deveriam se confinar ao relacionamento conjugal homem/mulher. A Torá, a Lei de Moisés, condena os atos homossexuais, classificando-os como “abominação”, termo reservado aos pecados mais graves.
A Torá advertia aos judeus de que a terra prometida que estavam para herdar “os vomitaria” caso seguissem os costumes dos cananeus, um dos quais era a sodomia.
Assim como o Judaísmo, o Cristianismo condena o homessexualismo, todavia, a partir dos ensinamentos de Cristo de amar ao próximo, e a partir de sua entrega na cruz por todos os seres humanos, ama o homossexual, propondo, porém, uma transformação de vida, de práticas.
Reconhecemos que no passado, de forma estúpida e equivocada, a igreja condenou à morte todos os diferentes, ou melhor, todos que não se enquadravam em seu padrão. Posteriormente, a igreja passou a adotar a postura de transformação pelo poder do evangelho e não de condenação da pessoa, do ser humano.

O EXAGERO DO PROJETO DE LEI DA HOMOFOBIA

Hoje, os homossexuais se organizaram, propondo, inclusive, legislações que os protejam. Entendemos a proposta do movimento, sua luta por seus direitos enquanto seres humanos, enquanto cidadãos que votam e pagam impostos. Todavia, levando-se em conta até mesmo a tão propagada pluralidade de concepções defendida por eles, a igreja quer e precisa ter reconhecido o seu direito (pluralidade de idéias) de, a partir da Bíblia, nossa regra de fé, condenar a prática homossexual e ao mesmo tempo poder dizer para um gay: “Cara, Cristo ama você, nós amamos você e acreditamos na transformação do evangelho, na transformação que Cristo pode fazer em sua vida, pois ele morreu por você, por nós.” O que a igreja quer e precisa ter assegurado é o direito de poder dizer isso ao cara sem ter que responder a um processo por homofobia. A igreja, portanto, não é homofóbica. Todos os homossexuais são muito bem vindos às nossas igrejas e têm o direito de não serem olhados indiscretamente como se fossem alienígenas, o direito de sentarem ao lado de qualquer pessoa de nossa comunidade e serem bem tratados, abraçados, amados e convidados a retornarem, o direito de serem transformados pelo evangelho.
A igreja não incentiva a homofobia, a violência contra os homossexuais, maus tratos ou desrespeitos aos seus direitos.
Não é muito o que reivindica esta instituição milenar, a igreja: apenas o direito à pluralidade de idéias.
Eu sei que o movimento homossexual não vê com bons olhos essa coisa de “ex-homossexual”, mas a igreja acredita nisso (pluralidade de idéias).
Se a igreja não puder dizer isso, acreditar nisso, dois princípios estarão sendo violados:
Primeiro: O Estado estará invadindo o espaço da igreja. A igreja, por sua vez, não poderia mudar o texto da Bíblia para se adequar a uma norma do estado.
Segundo: Será violado o princípio constitucional da pluralidade de idéias, princípio, aliás, defendido pelo movimento homossexual.

CONCLUINDO

Como já disse, a igreja não incentiva nem apóia qualquer tipo de violação dos direitos humanos, de homossexuais ou não, mas ninguém pode nos obrigar a achar normal e bonitinho dois caras ou duas garotas num espaço público beijando na boca. Eu preciso ter o direito de não achar isso normal, de não achar o maior barato.
Isso não quer dizer que esteja querendo o mal deles, de jeito nenhum, só não quero ser obrigado a achar isso normal.
Particularmente, defendo o direito legal de um homossexual colocar seu parceiro como dependente no plano de saúde, defendo que haja uma lei contra a homofobia, mas defendo o meu direito, o direito da minha igreja, o direito do Cristianismo acreditar que o homossexualismo é uma “alteração” que pode ser revertida pelo poder do evangelho. Chamo isso de pluralidade de idéias.
Daqui a pouco, os heterossexuais vão ser considerados seres esquisitos, estranhos. Ora, de perto todo mundo é esquisito, mas todo mundo tem direitos, estamos num país livre, não posso ser “obrigado” a aplaudir o homossexualismo como a mídia e o movimento homossexual desejam. Isso é um exagero do projeto de lei da homofobia.



LIÇÃO 05

AINDA SOBRE O MOVIMENTO HOMOSSEXUAL – CONCEITOS IMPORTANTES

JUSTIFICATIVA

Estes conceitos são importantes para entendermos melhor algumas reivindicações do movimento homossexual e para orientarmos alguns colegas, caso seja necessário, sobre essas questões. Também é nosso objetivo aumentarmos sua capacidade de argumentação sobre o tema.
A igreja repudia o homossexualismo, entendendo-o como uma perversão, mas ao mesmo tempo recomenda o amor pelo homossexual, causa, também, do sacrifício de Cristo, do seu amor pela humanidade.

Identidade sexual – É o conjunto de características sexuais que diferenciam cada pessoa das demais e que se expressa pelas preferências sexuais, sentimentos ou atitudes em relação ao sexo. É o sentimento de masculinidade ou feminilidade que acompanha a pessoa ao longo da vida. Nem sempre está de acordo com o sexo biológico ou com a genitália da pessoa. Nas situações de homossexualidade é como se houvesse uma alma feminina aprisionada num corpo masculino ou o contrário.
Parece muito cômodo e simplista dizer que o homossexualismo é demoníaco. Eu sei que rola uma mania na igreja, e isso é histórico, de demonizar aquilo que não entendemos ou que não queremos aceitar ou compreender. Não acho que seja por aí. É sabido também que entre os animais irracionais há casos de homossexualismo. Seria demoníaco também?

Orientação sexual – É a atração afetiva e/ou sexual que uma pessoa sente pela outra, variando desde a homossexualidade exclusiva até a heterossexualidade exclusiva, passando pelas diversas formas de bissexualidade. Embora tenhamos a possibilidade de escolher se vamos demonstrar ou não os nossos sentimentos, a psicologia entende que a orientação sexual não é uma opção consciente que possa ser modificada por um ato de vontade.
Diferente da Psicologia, a igreja entende que o homossexualismo pode ser vencido pela resistência do indivíduo, pela fé, pelo evangelho. Entendemos que um garoto ou uma garota pode ter desde cedo uma tendência homossexual, mas essa tendência pode ser revertida se ele ou ela não quiser se entregar.

ATENÇÃO: A igreja não ensina que você não deve dar um emprego a uma pessoa pelo fato dela ser homossexual; a igreja não ensina que você deve evitar amizade com uma pessoa pelo fato dela ser homossexual. A igreja ensina sim que você deve buscar influenciar essa pessoa e não se deixar influenciar por suas práticas.

HOMOSSEXUALIDADE – Atração afetiva e sexual por uma pessoa do mesmo sexo, não havendo uma explicação lógica ou científica para que isso aconteça.

LÉSBICAS / HOMOSSEXUAIS FEMININOS – Mulheres que sentem afeto e atração (física e emocional) por outras mulheres.

GAYS / HOMOSSEXUAIS MASCULINOS – Homens que, além de se relacionarem afetiva e sexualmente com pessoas do mesmo sexo, têm um estilo de vida de acordo com essa preferência, vivendo abertamente sua sexualidade.

BISSEXUAIS – Pessoas que se relacionam sexual e/ou afetivamente com qualquer dos sexos.

TRANSGÊNEROS / TRAVESTIS - É um homem no sentido fisiológico, mas se relaciona com o mundo como mulher, ou vice-versa.

TRANSEXUAIS – Na transexualidade, o que pesa mais é o fator psicológico. Assim, o indivíduo identifica-se como sexo oposto, embora dotado de genitália externa e interna de um mesmo sexo.

Normalmente, o grande objetivo do transexual é fazer uma cirurgia para mudança de sexo e esse indivíduo dificilmente será feliz enquanto for portador do órgão sexual indesejado com o qual não se identifica. Recentemente, o SUS foi autorizado a fazer esse tipo de cirurgia após cuidadosa avaliação psicológica do candidato.

METROSSEXUAL - É um termo originado nos finais dos anos 90, pela junção das palavras metropolitano e heterossexual, sendo uma gíria para um homem heterossexual urbano excessivamente preocupado com a aparência, gastando grande parte do seu tempo e dinheiro em cosméticos, acessórios e roupas de marca. Não vivem sem sua marca predileta de hidratante para a pele, freqüentam manicures e cabeleireiros regularmente, gostam de shopping. Enfim, são bastante vaidosos, adeptos da cultura gay, porém heterossexuais.

DEPOIMENTO DE UM HOMOSSEXUAL APÓS VISITAR UMA IGREJA EVANGÉLICA


“...Naquela noite fiquei comovido não só com a letra das músicas, mas também com o espírito do povo. No domingo seguinte, fui a essa igreja e novamente me receberam calorosamente. Nas duas semanas seguintes fui a todos os cultos e fiquei escutando, observando com toda a atenção. Após certo tempo, resolvi ir até o pastor e, apreensivamente, contei-lhe a respeito de minha homossexualidade. Para minha surpresa, ele não me condenou, mas respondeu a todas as minhas perguntas sobre o Senhor. Ele também ajudou-me a ver que minha homossexualidade era uma conduta que eu havia aprendido, e que eu podia tomar a decisão de abandoná-la. Comecei também a entender que os crentes precisavam de encorajamento para fazer amizade com quem está lutando com a homossexualidade.” (David)
É fato que algumas igrejas reagem ao movimento fechando suas portas para os homossexuais e se trancando em seu exclusivismo religioso, a fim de proteger sua moralidade. Não conseguem entender o amor de Deus aos necessitados e deixam-se dominar por um espírito hostil para com os que são diferentes. Pelo seu apego às tradições religiosas, erguem uma muralha entre elas e os não cristãos. Uma pena.



LIÇÃO 06

CONVERSÃO DE HOMOSSEXUAIS

TEXTO BÍBLICO PARA REFLEXÃO:

Lv 20:3: Se também um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos praticaram cousa abominável; serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles.

Para abordarmos este tema, adaptei uma matéria muito legal publicada na Revista Vinde (matéria de Marcelo Dutra e Cleber Leite):

Convertidos ao Evangelho, ex-homossexuais garantem que só Cristo pode transformar um gay.

Quando surgiu, ninguém pode dizer com segurança. Mas é certo que a prática do homossexualimso é tão antiga quanto a polêmica que gerou em todas as culturas nas quais se instalou ao longo da História. Se a cultura gay se institucionalizou, nem por isso a igreja passou a aceitá-la com naturalidade. Por outro lado, existe hoje muito mais tolerância no trato do assunto: em vez de condenar os homossexuais à morte ou à execração pública, vários grupos evangélicos se mobilizam para oferecer a eles uma alternativa de vida em conformidade com a Bíblia, onde se lê que Deus criou apenas macho e fêmea. Ao mesmo tempo, inúmeros ex-homossexuais não se envergonham de mostrar a cara, assumindo seu passado como prova de que Jesus Cristo é capaz de mudar tudo na vida de uma pessoa, inclusive suas inclinações sexuais.

Embora a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a própria Constituição brasileira garantam a liberdade individual, resguardando o direito de cada um escolher sua própria maneira de viver, inclusive quanto à chamada orientação sexual, os cristãos(evangélicos e católicos) condenam com veemência o homossexualismo. Um dos textos bíblicos mais utilizados para legitimar a postura contrária a essa prática é encontrado no livro de Romanos 1:26, onde o apóstolo fala sobre a ira divina contra o que chama de perversão do homem. No Antigo Testamento, quem desobedecesse à determinação dada por Deus a Moisés, registrada no livro de Levítico – Com homem não te deitarás, como se fosse mulher”-, deveria morrer apedrejado.
Os pastores costumam ser taxativos nessa questão: “A Palavra de Deus é clara quanto aos homossexuais. Ela diz que eles mudaram a verdade de Deus em mentira”, salienta o pastor Túlio Barros, da Assembléia de Deus. “Homossexualismo é pecado grave contra o Senhor”, continua. Sem medo de parecer radical, ele vai ainda mais além e acredita que boa parte dos homossexuais são possessos por espíritos demoníacos.
É claro que muita gente vai discordar totalmente do pastor Túlio. Nos últimos 15 anos, principalmente, os homossexuais vêm conquistando espaço e a simpatia de boa parte da sociedade. Revistas e jornais enaltecem artistas famosos que proclamam em alto e bom som que se relacionam com pessoas do mesmo sexo. Na televisão, alguns dos personagens mais populares são aqueles que aparecem na telinha fazendo trejeitos e com roupas próprias do sexo oposto. Mas não é só na ficção que o homossexualismo dá ibope. Os gays estão fazendo questão de “sair do armário”. O assunto ganhou repercussão nacional com a discussão, no Congresso, do polêmico projeto de lei que reconhece a legalidade das uniões homossexuais. A coisa chegou a tal ponto que até mesmo atos públicos são organizados, onde homossexuais fazem questão de demonstrar orgulho de sua condição, se confraternizam e aproveitam para protestar contra a discriminação de que se dizem vítimas.
Por sua vez, o professor de História Paulo Cesar Fernandes, presidente e fundador do grupo Atobá, que há mais de vinte anos defende os direitos dos homossexuais, não concorda que os gays sejam pessoas desajustadas e infelizes. Ele acredita que os que se dizem vítimas de traumas, assédios ou abusos quando crianças querem, na verdade, encontrar justificativas para sua preferência sexual. Paulo César não acredita na conversão de homossexuais e explica esses casos da seguinte forma: “Ou não eram homossexuais de verdade, tendo apenas vivido uma fase transitória dessas práticas, ou sofreram alguma lavagem cerebral”

Segundo o psicanalista Sócrates Nolasco, o homossexualismo não é uma doença, lembrando, inclusive, que o Código Internacional de Doenças Mentais foi modificado em 1985, e desde então homossexualidade deixou de ser considerada um desvio de conduta. É cauteloso quando o assunto é a possibilidade de alguém deixar de ser gay: “Pode haver um conflito com relação à escolha, resolvido a partir de um determinado tipo de experiência.” Ele admite que uma experiência religiosa pode contribuir para essa mudança.

POSTURA BATISTA SOBRE A LEI DA HOMOFOBIA

SOBRE A LIBERDADE DE EXPRESSÃO E ORIENTAÇÃO SEXUAL DO POVO BRASILEIRO

“Diante da tramitação no Senado Federal do Projeto de Lei Complementar no 122/2006, aprovado pela Câmara dos Deputados (PL 5003/2001), que pretende punir como crime qualquer tipo de reprovação ao homossexualismo, a Convenção Batista Brasileira manifesta a sua preocupação com o futuro da sociedade brasileira, caso a lei venha a ser aprovada.
Preocupa ao povo batista a aprovação de uma lei que privilegia uma minoria, em detrimento do direito de todos. Reconhecemos o direito dos homossexuais a um tratamento digno e igualitário, ao mesmo tempo em que defendemos a liberdade fundamental de formar e exprimir juízos, favoráveis ou desfavoráveis, nas questões de orientação sexual.
Entendem os batistas que a aprovação do referido Projeto de Lei pode resultar no aumento da subversão de valores morais e espirituais que destroem a família e enfraquecem a nação brasileira. Por isto, decidimos vir a público reafirmar nossas posições bíblicas e históricas sobre os princípios e os valores que sustentam a liberdade de consciência, as religiões e a vida em sociedade.

1 – Cremos que todos têm direito, outorgado por Deus, de serem reconhecidos e aceitos como indivíduos, sem distinção de raça, cor, credo ou cultura; de ser parte digna e respeitada da comunidade; de ter a plena oportunidade de alcançar o seu potencial. Todas as pessoas foram criadas à imagem de Deus, razão porque merecem respeito, consideração, valor e dignidade.


2 – Cremos no direito à liberdade de consciência e de expressão religiosa. Cada pessoa é plenamente livre perante Deus, em todas as questões de consciência e tem o direito de abraçar ou rejeitar religião, bem como de testemunhar sua fé religiosa, propagar e ensinar a verdade como a entenda, e até de mudar sua crença, sempre respeitando os direitos e as convicções dos outros.


3 – Cremos que cada pessoa é preciosa, insubstituível e moralmente responsável perante Deus e o próximo. Cremos no direito à liberdade de escolha e aprovação dos princípios e dos valores que regem a convivência e a conduta, na família e na sociedade.


4 – Cremos que Deus criou o ser humano, macho e fêmea, com direitos iguais e diferenças sexuais. Essas diferenças se baseiam na constituição física, na forma de ser, de perceber o mundo, de reagir e de relacionar-se. Deus criou macho e fêmea, para que se completem e cooperem com ele na criação e na formação da humanidade.

Uma vez que, não podendo nos calar diante do alto risco de degradação social e do surgimento de perseguição religiosa motivada por aqueles que se sentirem discriminados:

1 – Conclamamos os representantes do povo no Senado e nas demais instâncias da República, cidadãos e líderes de instituições sociais e religiosas, bem como os pais e formadores de opinião a que se unam para defender o respeito à pessoa e a garantia dos direitos individuais, lutando a favor de uma sociedade na qual prevaleça a dignidade de todos.


2 – Conclamamos todos os cristãos a proclamar e ensinar toda a verdade, conforme revelada nas Sagradas Escrituras, inclusive as orientações nelas contidas sobre a natureza da sexualidade humana. Não podemos negar que Deus Criador, o Senhor dos senhores, justo juiz de toda a terra, condena o homossexualismo, conquanto ame os que o praticam, oferecendo-lhes o perdão e a graça que restauram a dignidade humana.


3 – Conclamamos todos os cidadãos a cultivar uma convivência pacífica e respeito ao próximo, mantendo a respeitabilidade e o pudor nas relações sociais. Reconhecemos que ninguém tem o direito de coibir a escolha sexual de quem quer que seja. No entanto, essa norma não pode impedir que qualquer cidadão tenha o direito de considerar impróprio e inconveniente ou de qualificar como imoral ou inaceitável o comportamento homossexual.

A aprovação de uma lei não pode ferir as conquistas adquiridas na Declaração Universal dos Direitos Humanos, que afirma em seu artigo XIX: “Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.”
Conscientes do exercício da nossa cidadania, faremos tudo o que for possível e justo, a fim de que construamos uma sociedade cada vez mais firmada nos valores éticos, morais e espirituais inspirados nas Sagradas Escrituras. Assim sendo, unimo-nos aos demais esforços para salvar o Brasil da degradação moral e da perseguição religiosa, bem como deixarmos um legado de justiça, paz e prosperidade para as futuras gerações.”

Pr. Oliveira de Araújo (presidente da Convenção Batista Brasileira)
Pr. Sócrates Oliveira de Souza (Diretor Executivo da Convenção Batista Brasileira) – RJ, maio de 2007.


LIÇÃO 07


RELAÇÕES HUMANAS


Referências bíblicas: Lv 19:18; Pv 17:17; Mt 5:44; Jo 13:34,35; 15:12; Rm 12:10; 1 Jo 4:21.

· Não se vingue nem guarde ódio de alguém do seu povo, mas ame os outros como você ama a você mesmo. Eu sou o Deus Eterno.

· O amigo ama sempre e na desgraça ele se torna um irmão.

· Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês.

· Eu lhes dou este novo mandamento: Amem uns aos outros. Assim como eu os amei, amem também uns aos outros.

· Se tiverem amor uns pelos outros, todos saberão que vocês são meus seguidores.

· O meu mandamento é este: Amem uns aos outros, como eu amo vocês.

· Amem uns aos outros com carinho de irmãos em Cristo e em tudo dêem preferência uns aos outros.

· Este é o mandamento que Cristo nos deu: Quem ama a Deus, que ame também o seu irmão.

PARA INÍCIO DE CONVERSA

Desconheço qualquer relação humana perfeita, haja vista as diferenças interpessoais, ou seja, não existem duas pessoas iguais. Existem sim as relações humanas possíveis e estas são sempre baseadas no amor e no respeito mútuos, como nos ensinou o Mestre.
Mesmo na igreja, muitas vezes, temos relações conflituosas por uma razão muito simples: a igreja, embora instituição divina, é formada por seres humanos, que pensam e agem diferentes, logo...


VOCÊ E OS OUTROS

A preocupação de cada um em se conhecer melhor data de um período histórico muito remoto. O filósofo grego Sócrates já se preocupava com esse problema ao afirmar: “Conhece-te a ti mesmo.”
Costumamos afirmar que nos conhecemos. Será isso verdadeiro? Cada um de nós sabe do que gosta, o gênero de filme que aprecia, o tipo de música que prefere, com certeza, porém, não conhecemos toda a nossa capacidade ou, ao menos, não a utilizamos inteiramente.

Os outros são aqueles com os quais nos relacionamos diretamente. É com os outros que nos comunicamos e temos a possibilidade de construir a história. O outro pode ser a possibilidade, como também o limite, ou seja, é através dos outros que desenvolvemos nossa capacidade e também podemos ser dificultados no desempenho de nossas funções.
Segundo Lacan, psicanalista francês, “o outro é aquilo que jamais chegarei a ser..., é aquilo que eu não tenho.”
Em outras palavras, a convivência social tem um caráter construtivo e, ao mesmo tempo, gera conflitos e problemas interpessoais.
Esse elemento de contradição está presente de forma constante na nossa existência. Na verdade, é o grande desafio com o qual temos que conviver: adaptarmo-nos às situações concretas do dia-a-dia, sem nos despersonalizarmos.
Conviver com a realidade é isso: assumir uma posição de abertura frente aos valores novos que surgem, porém, fundamentada numa visão crítica e questionadora.

É assim: eu não tenho que fazer determinada coisa porque o grupo faz. O fato de ter amigos homossexuais, por exemplo, não fará de mim um homossexual. Gosto das pessoas, convivo com elas, mas não concordo com suas práticas, logo não vou agir assim.
Alguns adolescentes passam a fumar maconha porque querem fazer parte de um determinado grupo e o “ingresso” para isso é fumar um baseado. Aí então, vai o “retardadinho” ou a “retardadinha” abrir mão de sua personalidade, de sua própria identidade, de suas vontades, para ingressar no tal grupo. É claro que isso também pode ser apenas uma desculpa, o cara já estava a fim mesmo de curtir uma marola.

INTEGRAÇÃO SOCIAL

Quando você chega para participar de uma festa, logo percebe se o ambiente está acolhedor ou não. O relacionamento entre os presentes pode estar “solto”, espontâneo ou pode estar inibidor. E você logo sente isso; nota se as pessoas estão bem entrosadas ou se existem grupos fechados, formando “panelinhas” ou, ainda, pessoas isoladas, sozinhas no meio da festa.
Esse exemplo simples mostra uma situação em que podem ocorrer problemas de integração.
Existem, porém, outras situações mais complexas no que se refere à integração social.. No trabalho ou na igreja, o indivíduo pode se sentir reconhecido, ou discriminado pela pouca importância dada à função que exerce.

Nos mais diferentes lugares: escolas, bancos, escritórios, ruas, cinemas, hospitais, igrejas, etc., constantemente ocorrem discriminações entre as pessoas por uma série de fatores: cor da pele, situação financeira, aparência pessoal, modo de falar, nível de estudo, etc. Tudo isso pode influir diretamente no relacionamento social entre as pessoas de uma forma bastante negativa. Precisamos curtir as pessoas pelo que elas são, não pelo que têm.

ADAPTAÇÃO AO GRUPO

A adaptação é um requisito importante para a sobrevivência humana. O que é adaptação? É o processo pelo qual o indivíduo se integra no meio ambiente.
A necessidade de adaptação social resulta em diferentes formas de relacionamento entre as pessoas, dando origem à formação de grupos formais ou informais.
Os grupos formais são gerados por determinadas exigências sociais, administrativas e funcionais. Numa empresa, no local de trabalho, numa igreja, as diversas divisões (grupos, departamentos) formam grupos formais de trabalhadores. Uma classe, na escola, é um grupo organizado por exigência funcional.
Por grupos informais entendemos aqueles que se formam espontaneamente. Logo, pessoas que se reúnem para um “bate-papo”, para a prática de esporte, para fazer um passeio, constituem um grupo informal, uma “panelinha” no bom sentido.

LIDERANÇA


Você já observou que algumas pessoas que você conhece têm mais iniciativas que outras?
Na sua família é provável que existam pessoas com características diferentes: um é introvertido, o outro é extrovertido, um é pacato, o outro é mais expansivo.
Na vida cotidiana, frequentemente somos desafiados por novas situações, às vezes imprevisíveis. Essas situações novas possuem duplo sentido: primeiro, podem quebrar a rotina das atividades e, segundo, podem gerar intranquilidade, angústia, insegurança no momento de agir.
Nesses momentos difíceis de decisão ou de opção é que as pessoas precisam ter iniciativa. Quando for uma situação individual, depende, basicamente, da pessoa; porém, se for uma situação de grupo, é o momento em que pode ocorrer manifestação de liderança, revelando-se um líder entre os presentes.
Líder é um indivíduo que sugere uma proposta diante duma situação de impasse. É alguém que representa, coordena ou comanda um determinado grupo.
Num momento problemático, a presença de um líder é fundamental para que os problemas sejam superados e solucionados.

CONCLUSÃO
O convívio humano é complicado, mas não impossível; é claro que para que o convívio seja possível, é preciso compreensão, tolerância, paciência, etc.. Acima de tudo, precisamos “aceitar” os defeitos do outro, já que com as qualidades não precisamos nos preocupar.


LIÇÃO 08

CIÚME: ZELO, MEDO DE PERDER OU OBSESSÃO?


Referências bíblicas: 1 Co 13:4; 3:3; Ct 8:6; Pv 6:34; Nm 11:29; Gn 37:11; Gn 30:1.

· O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece.
· Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem?
· ...porque o amor é forte como a morte; e duro como a sepultura, o ciúme...
· Porque o ciúme excita o furor do marido.
· Porém Moisés lhe disse: Tens tu ciúmes por mim? Tomara todo o povo do Senhor fosse profeta, que o Senhor lhes desse o seu Espírito!
· Seus irmãos lhe tinham ciúmes; o pai, no entanto, considerava o caso consigo mesmo.
· Vendo Raquel que não dava filhos a Jacó, teve ciúmes de sua irmã e disse a Jacó: Dá-me filhos, senão morrerei.



INTRODUÇÃO



Nas passagens bíblicas acima, várias formas de ciúmes são abordadas em diferentes contextos. Podemos dizer que o ciúme é uma emoção positiva até o ponto em que se manifesta como zelo, como cuidado por alguém ou por alguma coisa que amamos. Quando, no entanto, toma ares possessivos ou doentios, esse sentimento já passa a preocupar.


O CIÚME NAS VÁRIAS FORMAS DE RELAÇÕES HUMANAS

“Um relacionamento implica uma certa dose de respeito de/por ambas as partes. Sem esse pressuposto não é possível manter uma relação positiva”, afirma Agnes Ghaznavi (especialista em relações humanas). Para que uma relação seja positiva para ambas as partes, é preciso que haja reciprocidade, respeito, amizade, lealdade, fidelidade, proximidade, liberdade, ternura, afeto e confiança.
Um garoto que acredite que os pais dão mais atenção à sua irmã ou ao seu irmão poderá, posteriormente, canalizar esse sentimento à sua parceira, numa relação futura. Uma filha cuja mãe é ciumenta tende a desenvolver esse traço de caráter com mais facilidade.
Em sociedades monogâmicas como a nossa, o ciúme, normalmente, será associado a honra e a moral, quase um instrumento de proteção familiar, uma espécie de adaptação da espécie para proteger o que é nosso por direito. Para alguns, é um sinal de amor e cuidado. Até aí, tudo bem; o problema é quando se torna possessivo, obcecado, desconfiado, inseguro, patológico (doentio).
As causas do ciúme doentio (patológico) podem ser, basicamente, duas: falta de confiança (no outro ou em si mesmo) ou obsessão. Esse ciúme doentio invade os pensamentos e esses pensamentos se repetem na mente do ciumento e projeta inúmeras imagens sobre eventos e episódios que podem jamais ter acontecido.
Os ciumentos costumam ser muito “criativos” e não conseguem, muitas vezes, distinguir a fantasia da sua mente da realidade, criando, assim, o medo da perda (que pode nem ser real). Assim, o ciumento passa a procurar provas que confirmem suas suspeitas, inquirindo o outro sobre o que faz, verificando os seus bolsos, a sua correspondência, os seus e-mails, suas ligações, e isso vai gerando dúvidas cada vez maiores. Mesmo que defendamos a idéia de que os cônjuges ou namorados não devam ter segredos entre si, todo ser humano quer ter sua privacidade respeitada e a invasão desse espaço vai gerar conflito. Assim, o acesso a privacidade do outro precisa ser conquistada, negociada e não invadida de maneira arbitrária com o objetivo de procurar provas inexistentes de uma situação não ocorrida. Isso é terrível. Por outro lado, se existe uma desconfiança real de possíveis atitudes estranhas do namorado ou da namorada, é preciso conversar, o tradicional “discutir a relação”. Se a conversa já não é possível, é hora de procurar ajuda (amigos, pastor, terapeuta). A palavra amigo já traz em si a idéia de alguém em quem confiamos. Se não confiamos, não é amigo. O ideal aqui é um amigo do casal. Nessas situações, os parentes devem ser evitados. Eles normalmente vão tomar o partido do reclamante.
O ciúme doentio ou patológico agrega em si outras emoções negativas: ansiedade, depressão, raiva, vergonha, insegurança, humilhação, perplexidade, culpa e desejo de vingança, todas relacionadas com a baixa auto-estima, que acarreta uma sensação de insegurança.
Não é só nas relações conjugais que o ciúme acontece. Há muitos casos de ciúmes em relacionamentos baseados na amizade e até entre colegas de trabalho e entre companheiros de ministérios, no contexto da igreja.
Algumas pessoas têm dificuldades de construir ou de manter uma rede de amigos e acabam tendo ciúmes dos amigos dos amigos, ou seja, elas gostariam que determinada pessoa fosse seu amigo exclusivo, de mais ninguém. Já na igreja ou no ambiente de trabalho, a pessoa ciumenta passa a alimentar a idéia de que o líder dá mais atenção para o fulaninho e aí passa a ter ciúmes também. Algumas pessoas chegam ao ponto de não querer ter um filho por ciúme do companheiro ou da companheira, por entender que não vão conseguir dividir a atenção do cônjuge com a criança. Outros casos comuns que acabam gerando brigas é ter ciúme daquilo que o outro valoriza muito: livros, carros, amigos, amigas, futebol, artistas.
Pessoas que se sentem inferiores ou inferiorizadas em relação ao outro tornam-se inseguras e, consequentemente, tendem a desenvolver ciúmes com mais facilidade.
Podemos ficar mais vulneráveis ao ciúme em momentos de estresse, de perdas, de mudanças ou de comportamentos provocativos do outro.

CONCLUSÃO

Havendo confiança, aceitação pessoal e aceitação do outro, poderemos viver menos obcecados com fantasias de traição.
O ciúme não é um sentimento voltado para o outro, mas sim para si mesmo, para quem o sente, pois, na verdade, é o medo egocentrado de perder o outro que gera o ciúme.


LIÇÃO 09

DANCETERIAS E BAREZINHOS EVANGÉLICOS.... TUDO BEM?

Diante do anúncio do mais novo empreendimento gospel em Tamoios, MEDIEVAL SHOW GOSPEL, resolvi trazer este tema para o debate em nossa classe. A princípio, vou utilizar uma matéria publicada na revista Enfoque Gospel, fazendo algumas adaptações para a discussão em grupo.

O crescimento desses empreendimentos deve-se, principalmente, à falta de opções de lazer para o jovem cristão em um dos países onde o Evangelho mais cresce no mundo.
Sós ou acompanhados, rapazes e moças, membros das mais variadas denominações vão chegando, convidados por outros colegas. O amigo que foi à danceteria, gostou e espalhou a notícia dentro da igreja. “O ambiente saudável é o que mais atrai o público. Aqui não há brigas ou drogas. Prezamos muito isso.” – afirma um bem sucedido empresário do ramo, também evangélico.
Algumas igrejas têm cedido o próprio templo, onde habitualmente são realizados os cultos, para o funcionamento temporário de danceterias. É o caso do Big Night Gospel que reúne, num salão da Assembléia de Deus de Santo Amaro, em São Paulo, mais de 300 adolescentes e jovens crentes. A igreja transforma-se em pista de dança, com direito a caixas de som, laser e fumaça, sempre no último sábado do mês, com entrada franca.
No Rio de Janeiro, um exemplo é o Espaço Renascer, em Jacarepaguá. As cadeiras da igreja dão espaço para a movimentação, uma vez por mês. O DJ toca de tudo: até as músicas da cantora Cassiane já ganharam uma versão forró. O estilo musical predominante é o charme: uma batida cadenciada, meio funk, meio soul, feita sobre ritmos gospel. Tem ainda música internacional para animar o público. Por volta das 4 horas da manhã, as luzes do templo são acesas e a festa é interrompida para um momento de “espiritualidade”. Os jovens sentam no chão, ouvem uma pregação e oram de mãos dadas. A mensagem dura em torno de 30 minutos e é feita pelos próprios DJs. O apelo é mais direcionado para não evangélicos ou afastados. Muitos choram. (Chorar, nesse caso, não diz muita coisa, pode ser puro emocionalismo). Há seguranças, mas não confusão, em um local diferente, onde muitos chegam e vão embora dando a paz do Senhor.
Em Irajá, bairro carioca, um grupo de DJs evangélicos promove o Gospel Night. Durante a festa, há concursos de dança entre igrejas e muita animação. “Sempre pensei que não havia um lugar saudável para se dançar. Antes, eu ia em lugares que não tinham nada a ver com o cristão. Agora, posso divertir-me, ouvir mensagem e músicas com letras que falam de Deus”, diz uma freqüentadora.
“Nos Estados Unidos, algumas igrejas não economizam gastos para manter um departamento eclesiástico com a incumbência específica de organizar atividades de lazer para os jovens da igreja. Algumas são proprietárias de bares e danceterias que vivem abarrotadas de crentes nos fins de semana.” (Vamos só lembrar que aqui é o Brasil, e que temos uma cultura dançante bem diferente daquele país).

OPINIÕES DIVERSAS DE LIDERANÇAS EVANGÉLICAS

“Sou radicalmente contra essa idéia. Barzinho é coisa mundana, nada mais que uma imitação das coisas do mundo. Isso é grave, significa que o mundo está invadindo a igreja.” (Pr. Wellington Bezerra da Costa – Assembléia de Deus)

“Os horários de funcionamento desse tipo de estabelecimento são um tanto complicados.” (Carlos Apolinário – político evangélico).

SOBRE O CONSUMO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL NESSES LOCAIS: “Quem consome esse tipo de bebida quer, no fundo, alimentar os impulsos da carne. Não vejo outra explicação para isso.” (Presbítero Plínio Souza de Prado – Igreja Presbiteriana)

No Back Stage, um barzinho gospel de São Paulo, a venda de cerveja sem álcool e de qualquer tipo de bebida alcoólica é proibida, assim como o consumo de cigarro. Nem por isso o bar deixa de faturar. Uma batida de frutas com leite, conhecida pelos freqüentadores como “coquetel de bem com a vida”, é vendido a madrugada toda.

“Um outro lado dessa polêmica é quanto ao horário desses encontros que podem atrair mal-intencionados. Garotos e garotas evangélicos podem representar um prato cheio para quem quer oferecer coisas ruins, fazendo ponto próximo desses locais. Não sou tão radical, mas acho que há coisas que precisam ser preservadas. E, às vezes, muitos querem defender o pecado que não parece ser pecado porque só tem crente fazendo... Não sou contra a dança como expressão de arte, mas formar um movimento especialmente para isso não é necessário, e a complementação da dança com certos apetrechos perigosos pode não ser muito proveitoso para a vida do jovem cristão.” (Pastor Dilmo Santos – Assembléia de Deus)

“O jovem cristão tem que entender que novidades desse tipo são brechas espirituais das quais o inimigo de nossas almas se aproveita para enfraquecer a moral cristã. Hoje, a igreja deve cuidar para que não haja uma inversão de papéis, e o mundo invada a igreja com o seu modo de vida, ao invés de o modificarmos através dos valores do Cristianismo.” (Pastor Ebenézer de Souza Soares - Igreja Batista)

"Não creio que isso seja saudável para ninguém, estar fora de casa quando tantas coisas ruins acontecem. Para evangelizar, esse pessoal não fica animado.” (Paulo Fonseca – Igreja Metodista)

CONCLUINDO

Minha preocupação é que essa idéia de criarmos um genérico para cada coisa que o “mundo” oferece venha a se tornar um caminho sem volta para nossos jovens. Será que não estamos indo longe demais nessa “imitação” das cosias do mundo sob o pretexto da evangelização? Nas mais diferentes denominações evangélicas, já temos danceterias, barezinhos, blocos carnavalescos... além dos empreendimentos independentes, como a nova Medieval (Jornal Tamoios – 1ª quinzena de novembro/2008). O meu desconfiômetro dispara de imediato quando há dinheiro envolvido. Fato é que no Brasil há muita gente ganhando uma grana sob o pretexto da evangelização, ou ainda, do lazer evangelizador. Sei não. Sempre fico desconfiado. E se um dia essa galera concluir que nossos jovens precisam de uma revista masculina para não terem que se contaminar com a Play Boy? Se resolverem que a abstinência sexual defendida até o casamento precisa ser repensada, quem sabe através de um bordel gospel, onde muita gente poderia ser evangelizada? Não me considero um conservador, mas preocupa-me toda essa inovação gospel. Já deve ter gente pensando que para uma coisa profana tornar-se sacra basta acrescentar a palavra GOSPEL e fica tudo certo. Enfim, o que me preocupa não são necessariamente as danceterias e os barezinhos GOSPEL, mas os princípios, os valores cristãos, o relativismo generalizado.
Que me perdoem os empresários do ramo, mas não posso deixar de falar da minha desconfiança quanto as intenções desses empreendimentos, da qualidade do que é apresentado e do que rola no entorno.
Caramba, será que no ápice da minha juventude, aos 39 anos, estou me tornando um velho conservador rabugento?


LIÇÃO 10


A IGREJA E A POLÊMICA DA CÉLULA-TRONCO


O que você sabe sobre célula-tronco?


Você já parou para pensar sobre em que momento a vida, de fato começa?


O CASO DA PESQUISA COM CÉLULA-TRONCO NO BRASIL
Pesquisadores enxergam oposição cristã às pesquisas como interferência no Estado laico. Católicos argumentam que questão não é religiosa, mas ligada ao direito humano à vida.
Para os cientistas brasileiros, trata-se da oportunidade de tomar parte na área mais promissora da pesquisa biomédica moderna, que abre a possibilidade — ainda longe de ser realizada — de tratar doenças hoje incuráveis e de entender em detalhes sem precedentes o desenvolvimento do organismo humano. Por outro lado, grupos religiosos, em especial a Igreja Católica, consideram que a liberação da pesquisa com embriões seria um primeiro passo perigoso rumo à legalização do aborto e a outras práticas vistas como ameaça ao direito à vida.
Se não fosse pela origem controversa das células-tronco embrionárias humanas (CTEHs, para abreviar), sua aplicação terapêutica dificilmente seria questionada. Originárias de embriões com poucos dias de vida e apenas uma centena de células, os chamados blastocistos, as CTEHs são curingas fisiológicas, com capacidade de assumir a forma e a função de qualquer tecido: neurônios, células musculares, ósseas ou pancreáticas Em tese, seria possível produzir os tecidos perdidos em pessoas com lesões ou doenças degenerativas e recolocá-los nos doentes, curando males como a doença de Parkinson e diabetes tipo 1, por exemplo.
O problema é que esse potencial todo só está disponível porque essas células vão “construir” todo o corpo do futuro bebê. A única maneira de obtê-las, portanto, é destruir o embrião — daí a comparação do processo a um aborto ou a um assassinato. “Salvar um e matar outro não é resposta”, declarou em entrevista coletiva o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geraldo Lyrio. Os católicos defendem que as células-tronco adultas — presentes em locais como a medula óssea e o cordão umbilical dos recém-nascidos — têm tanto potencial quanto as embrionárias, além de não incorrerem nos mesmos problemas éticos.


CONTRA O ESTADO LAICO?


Os cientistas discordam. De fato, embora alguns estudos tenham mostrado que as células-tronco adultas podem ser pluripotentes, ou seja, conseguem se transformar em diversos tipos de tecido, só as CTEHs tiveram tal capacidade confirmada. “O que está acontecendo é uma interferência da Igreja numa coisa que, goste ela ou não, foi aprovada pela sociedade”, ataca Antonio Carlos Campos de Carvalho, médico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e responsável por alguns dos testes bem-sucedidos com células-tronco adultas no Brasil, empregadas experimentalmente contra problemas cardíacos.
Carvalho critica a decisão da Igreja de trazer a discussão para o campo de questões como o início da vida humana. Para os católicos, como também para alguns grupos evangélicos, o óvulo fecundado tem o mesmo status moral de um bebê ou um adulto humano. “A Igreja chama a atenção porque se trata de um ser vivo, portanto, não pode ser eliminado. Como se iniciou o processo que eticamente é reprovável, os que o iniciaram têm também a responsabilidade ética de ajudar a descobrir a solução que seja compatível com o respeito à própria vida humana ali presente”, declarou dom Geraldo Lyrio.
“É lógico que seria uma sandice negar que os embriões são uma vida. É claro que são. Mas o argumento deles é um sofisma. Mantidos congelados do jeito que estão, esses embriões jamais poderão se desenvolver e vão acabar sendo jogados fora de qualquer jeito”, diz Carvalho, lembrando que, de acordo com a Lei de Biossegurança, apenas embriões inviáveis ou congelados há mais de três anos poderiam ser usados, e somente com o consentimento dos pais. “Se aceitamos a definição de inatividade cerebral para retirar um órgão e doá-lo, não há por que não aceitar o uso de células de embriões que nem têm sistema nervoso”, argumenta.
Embriões considerados inviáveis são aqueles que inevitavelmente serão descartados pelas clínicas de fertilização in vitro, pois, mesmo se transferidos para o útero materno, não conseguirão se desenvolver. Um embrião produzido em laboratório, sem quaisquer condições de se desenvolver, deveria ter as prerrogativas legais de um bebê, uma criança ou um adulto?
A Lei de Biossegurança permite ainda que embriões congelados há mais de três anos, não implantados no útero, sejam utilizados em pesquisas que busquem o tratamento para doenças hoje incuráveis ao invés de serem descartados. Em ambos os casos é necessária a autorização dos genitores.


EM QUE MOMENTO A VIDA, DE FATO, COMEÇA?


O momento em que começa a vida humana não possui um marco científico definitivo. A grande polêmica sobre a manipulação de células-tronco derivadas de embriões surgiu por manifestações de segmentos religiosos específicos, como os católicos e evangélicos. Para tais grupos a vida é sagrada desde o momento da concepção, e conseqüentemente um embrião formado por algumas células seria equivalente a crianças ou indivíduos adultos.
Há pelo menos sete formas científicas de defini-la. Uma delas sugere que o início da vida humana ocorre pela formação do sistema nervoso, a partir do 14o dia após a fecundação. Tem referência na definição legal para a morte - baseada na interrupção de funcionamento do cérebro - e que possibilita a realização de transplantes de órgãos.
Amparada pela embriologia, a área da biologia que estuda o desenvolvimento do embrião, a teoria concepcionista defende a tese de que, a partir da fusão das duas células germinativas (espermatozóide e óvulo), provenientes de organismos diferentes –masculino e feminino -, deve ser aceita a existência de um novo ser, sobretudo por ser ele dotado de um sistema único e completamente distinto daqueles que lhe deram origem. O zigoto, embrião humano de uma só célula, possui uma identidade genética individual, perfeitamente distinguível dos demais. Cada embrião humano, desde o momento da concepção, já é geneticamente homem ou mulher e já contém todas as características pessoais de um ser humano adulto, tal como grupo sangüíneo, cor da pele, olhos, etc. O embrião é, pois, único e irrepetível. Essa teoria é confirmada por Jérôme Lejeune, pesquisador mundialmente reconhecido por seus estudos em genética humana, e cientista responsável pela descoberta da causa da Síndrome de Down, que assinala: “Não quero repetir o óbvio, mas na verdade a vida começa na fecundação. Quando os 23 cromossomos masculinos se encontram com os 23 cromossomos femininos, todos os dados genéticos que definem um novo ser humano já estão presentes. A fecundação é o marco da vida”.
Portanto, se a ciência admite que há vida no embrião humano e a Constituição Federal consagra essa vida em seu artigo 5º como um direito fundamental, inviolável, imprescritível e inalienável, pressuposto e fundamento para o exercício de todos os demais direitos, do ponto de vista jurídico torna-se evidente que a Lei 11.105, de março de 2005, que autoriza o uso de células-tronco embrionárias humanas para fins de pesquisa e sobre a qual pesa uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, deve ter sua insconstitucionalidade declarada pelo Supremo Tribunal Federal.

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL LIBERA PESQUISAS COM CÉLULAS-TRONCO


Durante o julgamento, o Ministro César Peluso chegou a citar a definição de vida de Aristóteles e São Tomás de Aquino, segundo os quais a vida é a capacidade de produzir movimentos imanentes. Ora, continuou o Ministro, como um embrião congelado não é capaz de produzir movimentos, portanto ele não pode estar vivo.
No segundo dia do julgamento, quando era já nítido de que lado pendia a sentença, os ministros passaram a argumentar além. O Ministro Celso de Melo afirmou que não seria possível que um embrião fosse pessoa humana, porque para supor-se a existência de uma pessoa humana seria necessário ao menos haver alguma potencialidade de vida, e um embrião congelado não tem nenhuma potencialidade de vida. “Sejamos claros”, afirmou Celso de Melo, “o único destino possível de um embrião congelado é o lixo hospitalar”. Não pode, portanto, concluiu o Ministro, tratar-se de uma pessoa humana algo que nem sequer possui potencialidade de vida. Finalizou concluindo que a Constituição brasileira protege realmente o direito à vida, mas nenhum direito é absoluto, e que nestas condições o direito à saúde dos que podem beneficiar-se das pesquisas com embriões possui prioridade diante da potencialidade nula de vida dos embriões.
A lei aprovada prevê que os embriões usados nas pesquisas sejam inviáveis ou estejam congelados há três anos ou mais e veta a comercialização do material biológico. Também exige a autorização do casal.


TOMADA DE POSIÇÃO


E então, agora que você conheceu os dois lados da questão, posicionaria-se contra ou a favor da decisão do STF? Por quê?


Você considera anti-cristã a decisão do STF?


Você acha que toda a sociedade brasileira (formada por diversos grupos religiosos) deve, realmente, submeter-se aos princípios cristãos?


De um lado está um embrião congelado e considerado inviável, que será jogado fora. Do outro lado, está uma pessoa com o mal de Parkinson, outra com diabetes, outra com um problema cardíaco grave, outra tetraplégica. De outro lado, está um cientista que pode pegar a célula-tronco daquele embrião que será descartado e acabar com o sofrimento dessas pessoas. Não parece um contrassenso não permitir que o cara faça isso?

Nenhum comentário: