LIÇÃO 04 -
17/06/2012
“ACHEI O MEU AMADO, AGARREI-ME A ELE, E
NÃO O LARGUEI”. (Prof. Isac
Machado de Moura)
CAPÍTULO 3
1 DE noite, em minha cama, busquei
aquele a quem ama a minha alma; busquei-o, e não o achei.
2 Levantar-me-ei, pois, e rodearei a
cidade; pelas ruas e pelas praças buscarei aquele a quem ama a minha alma;
busquei-o, e não o achei.
3 Acharam-me os guardas, que rondavam
pela cidade; eu lhes perguntei: Vistes aquele a quem ama a minha alma?
4 Apartando-me eu um pouco deles, logo
achei aquele a quem ama a minha alma; agarrei-me a ele, e não o larguei, até
que o introduzi em casa de minha mãe, na câmara daquela que me gerou.
5 Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém,
pelas gazelas e cervas do campo, que não acordeis, nem desperteis o meu amor,
até que queira.
6 Quem é esta que sobe do deserto,
como colunas de fumaça, perfumada de mirra, de incenso, e de todos os pós dos
mercadores?
7 Eis que é a liteira de Salomão;
sessenta valentes estão ao redor dela, dos valentes de Israel;
8 Todos armados de espadas, destros na
guerra; cada um com a sua espada à cinta por causa dos temores noturnos.
9 O rei Salomão fez para si uma
carruagem de madeira do Líbano.
10 Fez-lhe as
colunas de prata, o estrado de ouro, o assento de púrpura, o interior revestido
com amor, pelas filhas de Jerusalém.
11 Saí, ó filhas
de Sião, e contemplai ao rei Salomão com a coroa com que o coroou sua mãe no
dia do seu desposório e no dia do júbilo do seu coração.
Pela descrição aí nesse texto, vemos que Salomão foi
um rei muito metidinho a besta. Um sujeito cheio de mulheres. Cheio de
frescuras. Adepto do luxo total. E por falar em luxo total, façamos uma breve
reflexão sobre isso. Salomão, como vemos aí no texto, mandou construir uma
liteira com o que havia de melhor em sua época. Ele tinha grana. Quer dizer,
tinha a grana do povo que pagava pesados impostos. E não tava nem aí. Gastava
mesmo. Ele foi um sujeito muito vaidoso, embora em sua juventude, tenha pedido
a Deus sabedoria, acima de qualquer outra coisa. Pois bem, por natureza, as
meninas são vaidosas. Sempre ouvimos isso. E os homens, nem tanto. Mas Salomão
era. Na geração de vocês, no entanto, está acontecendo um fenômeno muito interessante,
meio inusitado. Muitos meninos estão tão vaidosos quanto as meninas. Criou-se
até mesmo uma palavrinha nova para definir aquele menino, aquele homem, que
embora heterossexual, frequenta salão de beleza com muita regularidade, faz
unhas, sobrancelhas, depila-se e outras coisitas mais: METROSSEXUAL. Esse
“metro” aí vem de metrópole. Ou seja, a princípio, era uma prática observada
nas grandes cidades, mas ultimamente já rola também no interior, como aqui em
nossa região, por exemplo. Além dessas práticas, muitos meninos andam
preocupados com roupas de marca, com etiquetas. E até aqui, a gente vai
levando, vai compreendendo. A coisa só começa a ficar difícil quando os pais
dessa criatura não têm grana para bancar isso, e a criatura não compreende, e
insiste em querer roupas de marca, mesmo sabendo que os pais não podem oferecer
isso. E então, o que vocês pensam sobre tudo isso? Vamos por parte a fim de
organizarmos o debate:
- Você acha que um
menino evangélico pode aderir a onda do “metrossexual” sem prejuízo da sua
fé?
- Você acha que
vaidade e simplicidade são palavras opostas?
- O que fazer quando
se quer roupas de marca e os pais não podem bancar?
VOLTANDO A PRIMEIRA PARTE DO TEXTO
Acho tão bonitinho o verso quatro.
“...achei aquele a quem ama a minha alma; agarrei-me a ele, e não o
larguei...” Vamos falar disso sob dois
aspectos. Melhor ainda, sob três aspectos:
- No contexto, a garota preferida de Salomão, “objeto” de sua paixão naquele
momento, acorda no meio da noite; ele não está com ela; ela sai a
procurá-lo pela cidade, encontra-o e leva-o para casa. Ah que fofeza!
- No aspecto de construção e manutenção de um
relacionamento de amizade.
Quando você encontra alguém e constrói uma relação de amizade, você
agarra-se a essa amizade, conserva-a, faz manutenção, cuida, ou com o
passar do tempo você simplesmente larga essa pessoa pra lá? Se surge uma
nova amizade, você acumula ou
simplesmente abandona aquela anterior, simplesmente troca? Gente, “amigo é
um irmão que temos o direito de escolher.” Vi essa frase em algum lugar e
achei bonitinha para colocar aqui. Amizades antigas são maravilhosas.
Tenho uma amiga, chamada Bel (Isabel), que conheci quando tínhamos nove
anos. Nunca nos separamos. Casamos e então o grupo de amigos aumentou. O
Marcelo, marido da Bel; a Paula, minha esposa; nossos três filhos. Hoje,
temos 42. Mesma coisa a Andréa, que
conheci quando tínhamos 15; o Uzimar, quando tínhamos dez; Jane, Nilda,
Valéria e outras meninas e meninos. É muito bom encontrar esse pessoal. É
uma terapia. Construam amizades sólidas, agarrem-se a elas, curtam.
Construam hoje as saudades de amanhã.
3.
Nos relacionamentos amorosos, ou seja, quando se apaixonar por alguém, quando
você achar que encontrou o amor da sua vida, cuide dessa pessoa, agarre-se a
ela, ame. Nunca cometa o erro que muitos adultos cometem. Muitos adultos,
principalmente depois de um certo tempo de casamento, passam a achar que aquele
casamento ganhou estabilidade, que não precisa mais cuidar tão bem do outro,
que o outro nunca vai embora, que ele nem precisa mais se preocupar com isso,
que pode relaxar. O resultado disso alguns de vocês conhecem bem de perto.
Em algum momento essas pessoas acabam se separando
porque um dos cônjuges conheceu outra pessoa que lhe dá mais atenção, mais
carinho, que tem mais cuidado com ela. Pessoas, nunca relaxem no cuidado, no
carinho, na atenção para com a pessoa que você ama ou que vai amar. Você jamais
será dono do outro. O outro jamais será uma propriedade sua. Se você gosta de carinho, o outro também
gosta. Se você achar que deve, dê um toque nos seus pais quanto a isso. Diga a
ele/ela que é preciso cuidar o tempo todo de quem a gente ama para que essa
pessoa não sinta falta de nada, e assim não vá procurar numa terceira pessoa
aquilo que lhe falta. Ah, se os adultos compreendessem isso direitinho,
teríamos muito menos separações, muito menos divórcios.
VIOLÊNCIA,
MEDO E PODER
De acordo com os versos sete e oito, Salomão tinha
uma segurança pessoal de 60 homens fortemente armados, e justificava todo esse
exagero por conta dos “temores noturnos”. Onde esse cara vivia? Em que parte da
Baixada Fluminense? Na capital do Rio ou de São Paulo? Que sujeito mais
exagerado!
Você concorda que o poder gera o medo?
Na sua opinião, é a violência que gera o medo ou o
medo que gera a violência? Por quê?
Alguns poucos pastores brasileiros, considerados
estrelas do mundo evangélico, andam com seguranças. Você acha isso normal? Por
quê?
Carlos Drummond de Andrade tem um poema lindo, entre
tantos outros, chamado “Congresso Internacional do Medo”. Deem uma olhadinha
nesse texto e reflitam um pouquinho sobre ele. Até o próximo domingo,
criaturas.
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