domingo, 27 de maio de 2012

ADOLESCENTES - EBD - CANTARES


LIÇÃO 03                    10/06/2012

“O MEU AMADO É MEU... EU SOU DELE”
X
“NÃO SOU DE NINGUÉM... EU SOU DE TODO MUNDO...E TODO MUNDO É MEU TAMBÉM...”

CANTARES - CAPÍTULO 2
1  EU sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales.
Qual o lírio entre os espinhos, tal é meu amor entre as filhas.
Qual a macieira entre as árvores do bosque, tal é o meu amado entre os filhos; desejo muito a sua sombra, e debaixo dela me assento; e o seu fruto é doce ao meu paladar.
Levou-me à casa do banquete, e o seu estandarte sobre mim era o amor.
Sustentai-me com passas, confortai-me com maçãs, porque desfaleço de amor.
10  O meu amado fala e me diz: Levanta-te, meu amor, formosa minha, e vem.
11  Porque eis que passou o inverno; a chuva cessou, e se foi;
13  A figueira já deu os seus figos verdes, e as vides em flor exalam o seu aroma; levanta-te, meu amor, formosa minha, e vem.
14  Pomba minha, que andas pelas fendas das penhas, no oculto das ladeiras, mostra-me a tua face, faze-me ouvir a tua voz, porque a tua voz é doce, e a tua face graciosa.
16  O meu amado é meu, e eu sou dele; ele apascenta o seu rebanho entre os lírios.


Bom, vamos por partes. Um ser humano não pode ser dono de outro. Um ser humano não pode controlar outro. No verso 16, não temos a ideia de posse, de propriedade, mas de entrega voluntária. Quando nos apaixonamos por alguém, quando amamos esse alguém, nos entregamos voluntariamente a essa pessoa. É como se entregássemos a ela nossa liberdade.
Essa entrega voluntária e total só pode acontecer no casamento, quando os dois recebem a bênção de Deus, e podem a partir daí fazerem amor. “Fazer sexo” simplesmente é algo biológico, apenas biológico, mas quando envolve sentimentos, quando fazemos com a pessoa que amamos, então isso é “fazer amor”.
O fato é que ao longo do tempo, ao longo de nossa história de amor com alguém, vamos nos entregando, nos rendendo aos poucos a essa pessoa...e é tudo muito lindo. Eu não estou dizendo aqui que todo namoro tem que resultar num casamento. Estou dizendo que mesmo quando namoramos, precisamos ser honestos  com o outro. Esse lance de sair por aí tirando onda de “pegador” não tem a menor graça. Se você está namorando alguém, precisa namorar apenas essa pessoa. Enfim, você só pode ter um namorado ou uma namorada, conforme o caso, de cada vez. E também não é bonito se trocar de namorado ou namorada a cada fim de semana. Disputar quantas bocas se beija numa festa é extremamente besta. Pode ser até legal, mas é besta, e mais que isso, não é nem um pouco cristão. Beijar na boca sem amor não passa de uma troca de cuspe e de provocações químicas. E mais ainda: quando falam sobre isso, a impressão que tenho é que só viram bocas. É como se a pessoa não existisse de fato. A pessoa é apenas o compartimento onde foi instalada aquela boca gostosa...ou não. E a pessoa, a dona ou o dono da boca (literalmente, pelo amor de Deus) não conta? Uma menina não pode ser reduzida a duas pernas, uma bunda, dois peitos e..., enfim, uma menina é uma menina, um ser humano completíssimo, e não um objeto. O menino também não é um objeto, não se resume a uma boca, a um “peitoral”, a músculos  e  algo mais... ele é gente, é um ser humano completíssimo.
E tem mais uma coisinha: não existe nenhuma lei que diga que quando você se apaixona por alguém, esse alguém obrigatoriamente também tem que se apaixonar por você. Seria até uma boa ideia, mas não é assim. Não existe essa garantia.
E tem mais uma coisinha mais: não é porque estou apaixonado, encantado ou simplesmente atraído fisicamente por alguém que tenho que transar com essa pessoa. Os irracionais entram no cio e precisam cruzar, reproduzir... simplesmente seguem as leis da natureza. Nós, os racionais, sentimos vontades, desejos, mas somos capazes de controlar, de esperar, de avaliar as consequências... Lembra da primeira lição?  É preciso parar temporariamente nos beijinhos na boca. E ainda mais uma coisinha mais: não pense que você seja super herói ou  super heroína, que pode se expor a qualquer forma de tentação e ainda assim vencê-la.  Aí você pega o seu namoradinho ou a sua namoradinha e vão só os dois para um lugar afastado, escurinho, bem reservado. Huuummmm....uma delícia. Mas nem todas as delícias são recomendáveis.
Pois bem... e lá vão os dois...beijos na boca, mãos que deslizam... essas coisas.... um citando trechos de Cantares para o outro... tudo de bom. E estão sozinhos. Aí essas duas criaturinhas voltam ao planeta terra  e querem me dizer que pararam nas citações de Cantares? Vão querer me convencer de que seus hormônios são convertidos, são cristãos, são até batistas os danados? Ah não... pra mim fica puxado acreditar. Por via das dúvidas, por conta das “fraquezas” humanas, é preciso evitar essas exposições. A paixão nos leva a loucuras...os desejos podem nos surpreender. Somos humanos. E é sempre a mesma história: “pintou o clima, não deu pra segurar; ela me provocou, se eu não coisasse com ela, ela ia dizer que eu sou coisinha”. “Ah, ele me pediu uma prova de amor e eu dei (a prova de amor). E aí as consequências, os efeitos colaterais: ela grávida, ela precisando interromper os estudos, ela vista como oferecida; ela sendo mãe. E ele? Tadinho dele. Visto como pegador, o cara; ela deu mole, ele fez um filho. Ah que sociedade nojentinha!!!

DEBATE

  1. Quando dois adolescentes transam e “engravidam”, você acha que a melhor solução é obrigá-los a casar?
  2. Esse casamento seria uma união de duas pessoas que se amam não apenas para transar, mas para viverem juntos, ou seria apenas uma satisfação para a igreja  e para a sociedade?
  3. Você acha que o fato de duas pessoas transarem significa que ambos têm maturidade para conviverem por tempo indefinido?
  4. Você acha que algumas músicas, como essa (citada no título dessa lição), do grupo Tribalistas, estimula de alguma forma o descompromisso sexual das pessoas, a ideia de que tudo pode?

GRÁVIDA – Isac M. Moura (Personas)

            De repente viu-se grávida.
                Jovem... tantos planos poucos...
                Um descuido... pintou o clima...
                Uma irresponsabilidade?
                Engravidou.
                E agora?
            Mudança de planos: casar.
                Só pelo filho?
                Por amor?
                Por pressão?
                Tudo mudou.
                Mãe.
                E nem teve tempo direito para ser filha.
                Que filha da mãe!
                Mãe... isso pesa:
                O corpo muda,
                A mentalidade muda,
                Mudam as emoções.
                Amamentar, fazer dormir, adivinhar...
                Tão pouco tempo de prazer
                Por tantas consequências.
                Uma barriga, um filho, uma responsabilidade.
                Educar... quando nem mesmo
                completou seu período de educação;
                amamentar... quando nem mesmo
                deixou de ser criança.
                A televisão?
                A sociedade?
                Os amigos?
                Ela mesma? / Os dois?
                “Prenda sua cabrita,
                meu bode está solto.”
                O menino não engravida.
                Sua filha é que se ofereceu.
                A vizinhança brinda:
                assunto para nove meses.
                A filha de dona fulana, heim?
                Quem diria?
                Irresponsável! / Oferecida!
                É bem filha de quem é.
                O menino inocentado... foi vítima.
                Sobre ele ninguém fala... é macho,
                ela é que é sem-vergonha,
                vai com qualquer um...
                Mas só foi com o namorado!
                E a criança?
                Mais um filho de duas crianças.
                O mundo está cheio,
                as barrigas estão cheias
                de crianças indesejadas,
                e é sempre assim: de repente.

domingo, 20 de maio de 2012

SEGUNDA AULA - 27/05/2012 - ADOLESCENTES - CANTARES -


LIÇÃO 02

MAIS DO MESMO... AINDA SOBRE O CAPÍTULO UM

CAPÍTULO 1

CÂNTICO dos cânticos, que é de Salomão.
Beije-me ele com os beijos da sua boca; porque melhor é o teu amor do que o vinho.
Suave é o aroma dos teus ungüentos; como o ungüento derramado é o teu nome; por isso as virgens te amam.
Eu sou morena, porém formosa, ó filhas de Jerusalém, como as tendas de Quedar, como as cortinas de Salomão.
Não olheis para o eu ser morena; porque o sol resplandeceu sobre mim; os filhos de minha mãe indignaram-se contra mim, puseram-me por guarda das vinhas; a minha vinha, porém, não guardei.
Às éguas dos carros de Faraó te comparo, ó meu amor.
10  Formosas são as tuas faces entre os teus enfeites, o teu pescoço com os colares.
11  Enfeites de ouro te faremos, com incrustações de prata.
13  O meu amado é para mim como um ramalhete de mirra, posto entre os meus seios.
14  Como um ramalhete de hena nas vinhas de En-Gedi é para mim o meu amado.
15  Eis que és formosa, ó meu amor, eis que és formosa; os teus olhos são como os das pombas.
16  Eis que és formoso, ó amado meu, e também amável; o nosso leito é verde.
17  As traves da nossa casa são de cedro, as nossas varandas de cipreste.

Meninas e meninos, olhem bem, de novo, para esse texto... Eles estão muito apaixonados. E são dois adultos, não são dois adolescentes. E isso significa dizer que a paixão independe de idade. Uma pessoa de 15 anos apaixonada não é diferente de uma pessoa de 30, 40, 50 ou mais. Todos ficam meio abobados. Fernando Pessoa, poeta português, diz que “toda carta de amor é ridícula e se não for ridícula, não é carta de amor.”  
Enfim, nesse texto do capítulo um, temos declarações lindas de um para o outro. Algo bem diferente daquelas coisas horrorosas como “já é ou já era?”, “você está vestindo Prada ou está vestida pra dá?” Cruzes!!! Mas antes de continuar, vamos pensar um pouquinho sobre esse trocadilho horroroso? E aí, você, menino ou menina, acha que algumas meninas se vestem “pradá”? Ou a roupa que se usa não tem nada a ver? Como é que é isso na cabeça de vocês? Vocês acham que algumas meninas se vestem na intenção de provocar os meninos?  Como se elas cantassem “baba, baby...vou deixar você só olhar...só olhar...”, esperando que eles cantem para elas aquele sucesso internacional (como isso é possível, meu Deus?) “...delícia...delícia... assim você me mata... ai se eu te pego...”?
Eu prefiro aquela clássica do Caetano Veloso: “você é linda mais que demais...você é linda sim....essa canção é só pra dizer e diz...” Mas voltemos para o texto de Cantares. Gente, tanto ele quanto ela, se utilizam de comparações e de metáforas, que são recursos da linguagem poética, para falarem do amor que um sente pelo outro. Mas é preciso levar em conta o contexto da época. Você, menina, não pode sair por aí dizendo ao menino que você ama alguma coisa do tipo: “cara, você é mais lindo que um cavalo de corrida”, ou você, menino, nem pensar em dizer a menina o que Salomão disse a garota dele lá no verso 9: “Meu amor, você é mais linda que uma égua do Faraó!” Na época, ele a encantou com esta declaração, mas não se arrisque a utilizar esse recurso hoje. Mó furada!

DOIS EPISÓDIOS POLITICAMENTE INCORRETOS PARA OS DIAS DE HOJE NESSE CAPÍTULO DE CANTARES

“EU SOU NEGRA, MAS SOU BONITINHA...” – verso 9

Leia de novo, com mais atenção ainda, esse trecho...

Eu sou morena, porém formosa, ó filhas de Jerusalém, como as tendas de Quedar, como as cortinas de Salomão.
Não olheis para o eu ser morena; porque o sol resplandeceu sobre mim; os filhos de minha mãe indignaram-se contra mim, puseram-me por guarda das vinhas; a minha vinha, porém, não guardei.

E aí, não há alguma coisa de preconceituosa nessa tradução? Vejam bem. A garota de Salomão (a gente sabe que ele tinha outras, que naquela época e naquela cultura isso era normal...a gente também sabe que Salomão não era cristão... e a gente também sabe que ele tinha um harém com 700 mulheres e 300 concubinas... e a gente também sabe que nesse momento retratado no livro ele está apaixonado por essa garota em especial...). Nossa! O parêntese ficou tão grande, que vou recomeçar. A garota de Salomão, nesses dois versos está se dirigindo a corte hebraica, às mulheres brancas (encardidas) de Jerusalém. Ela, a garota de Cantares, é negra, é uma princesa africana, provavelmente do Egito. E por ser negra, ela tenta justificar sua presença naquela sociedade de brancos.
Algumas versões da Bíblia, trocaram a conjunção coordenativa adversativa “PORÉM” pela conjunção coordenativa aditiva “E”. Ou seja, uma pessoa negra, não tem que ser feia (morena, PORÉM formosa). Ela pode perfeitamente ser  “negra E formosa.”  Na verdade, até mesmo nesse MORENA existe um certo preconceito. Quando você diz que uma pessoa é morena, é escurinha, é da cor, você está sendo preconceituoso sim. É como se você estivesse tentando esconder a cor dessa pessoa, amenizá-la. O PORÉM, então, chega a ser cruel. Negros, amarelos ou brancos, pessoas, somos todos iguais... ninguém é melhor que ninguém...
De repente, sem nos darmos conta da gravidade da coisa, reproduzimos frases absolutamente preconceituosas, como por exemplo:
1. “Ela é preta, mas é bonitinha...” Você já ouviu alguém dizendo: “Ela é branca, mas é bonitinha?”  Se nunca ouviu, então quer dizer que a primeira frase é muito preconceituosa.
2. “Por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher.”  Por que não poderia ser “ao lado de um grande homem há sempre uma grande mulher.”  Esse “por trás” não traz consigo a ideia de que a mulher tem como função simplesmente dar suporte ao homem? Que ela própria não tem que aparecer? Que ela deve atuar nos bastidores cuidando do homem para que ele se torne o cara? Pois é. Estranho, né?

CEDRO E CIPRESTE – verso 17

Huummm.... madeiras de lei... proteção ambiental....IBAMA.... Para a época, parecia não haver nenhum problema, mas para hoje não rola. Olha, gente, ao longo da nossa história, a igreja foi ficando muito focada no “além”, fazendo o discurso de que não “somos desse mundo”, interpretando ao pé da letra as palavras de Jesus, e deixando de lado as questões ambientais. Hoje, vivemos um caos ambiental, e a igreja parece continuar tranquilinha em relação a isso. É como se na cabeça das pessoas evangélicas a coisa fluísse assim: “já que não sou daqui mesmo, já que vou para o céu, não tenho que me preocupar com isso aqui...” E aí esquecemos de que habitamos este planeta, de que aqui é a nossa casa, pelo menos enquanto vivermos fisicamente, que nossos filhos e netos também viverão aqui. 
Eu tenho um “siricotico” cada vez que vejo um carro na estrada, com um adesivão que indica ser propriedade de um evangélico, e as pessoas  jogando lixo pelas janelas. E algumas dessas criaturas ainda vão dizer: “tem gente que ganha para limpar as estradas... qual o problema de jogar lixo? Estou mantendo o emprego dele.”  Juro que já ouvi isso, e juro que já senti vontade de enforcar a pessoa com minhas próprias mãos (acho que nesse caso não seria enforcar...seria asfixiar?), mas a graça de Deus é abundante em nós... e precisamos amar o cara que joga lixo pela janela do carro (para mim, é muito difícil, confesso).

PAUSA PARA CONFISSÃO: Me senti um hipócrita durante a construção da minha casa. Curto as questões ambientais, já participei de algumas conferências relacionadas a preservação do meio ambiente, mas fiz o telhado do terraço e das varandas usando madeira de lei. Comprei numa loja supostamente regulamentada, mas nem perguntei  se a madeira tinha o selo do IBAMA ou não. Ah, esses seres humanos!!! Eu sou um deles! Que absurdo, Isac!!!

sábado, 12 de maio de 2012

PRIMEIRA AULA - ADOLESCENTES - 20 DE MAIO DE 2012

Senhores adolescentes da PIB-Unamar, ao longo desse período (maio a agosto), vamos testar com os senhores (estou me sentindo o próprio capitão Nascimento, chamando vocês de senhores) uma EBD mais INTERATIVA, uma EBI – Escola Bíblica Interativa. Vocês, quer dizer, os senhores não vão receber uma revista com todas as lições. Estudaremos o livro de Cantares de Salomão, e não será um estudo de teor teológico. Na verdade, teremos lições com base no texto de Cantares, mas sem um compromisso de análise teológica. A lição seguinte, estará sempre disponível no blog do Ministério de Educação (www.ensinopibunamar.blogspot.com) no domingo anterior. Ou seja, hoje, quando estamos estudando a lição 1, a 2 já está disponível lá. Os senhores podem, durante a semana, dar uma olhadinha, estudar, imprimir. Outra coisa: está disponível para os senhores (chega dessa presepada, né?), está disponível para vocês, molecada, os canais a seguir, para falarem comigo durante a semana, apresentando comentários e sugestões. Vocês podem, inclusive, sugerirem temas para serem inclusos na lição seguinte, desde que relacionados ao conteúdo de Cantares. Vocês podem pedir para tocar em determinado assunto. Enfim, qualquer parada assim. Os canais são: isacmoura@gmail.com, (22)8835-6861 (ligação comum ou SMS), ou facebook: Isac Moura. Prometo responder a todos os contatos. No caso de sugestão para acréscimo na segunda lição seguinte, só poderei levar em conta o que receber até a quarta-feira, tá? Um abraço bem fofo para geral. Beijos para os beijáveis. Abraços para os abraçáveis. Vamos interagir? Ah, também podem falar comigo ao vivo no domingo. Queremos fazer uma EBD cada vez mais com a nossa cara. Ajuda aí!


CANTARES DE SALOMÃO

CAPÍTULO 1

CÂNTICO dos cânticos, que é de Salomão.
2  Beije-me ele com os beijos da sua boca; porque melhor é o teu amor do que o vinho.
Suave é o aroma dos teus unguentos; como o unguento derramado é o teu nome; por isso as virgens te amam.
Eu sou morena, porém formosa, ó filhas de Jerusalém, como as tendas de Quedar, como as cortinas de Salomão.
Não olheis para o eu ser morena; porque o sol resplandeceu sobre mim; os filhos de minha mãe indignaram-se contra mim, puseram-me por guarda das vinhas; a minha vinha, porém, não guardei.
Às éguas dos carros de Faraó te comparo, ó meu amor.
10  Formosas são as tuas faces entre os teus enfeites, o teu pescoço com os colares.
11  Enfeites de ouro te faremos, com incrustações de prata.
13  O meu amado é para mim como um ramalhete de mirra, posto entre os meus seios.
14  Como um ramalhete de hena nas vinhas de En-Gedi é para mim o meu amado.
15  Eis que és formosa, ó meu amor, eis que és formosa; os teus olhos são como os das pombas.
16  Eis que és formoso, ó amado meu, e também amável; o nosso leito é verde.
17  As traves da nossa casa são de cedro, as nossas varandas de cipreste.

Quem já não ouviu falar na famosa peça “Shakespere Apaixonado”? É assim mesmo que se escreve? Eu prefiro aportuguesar para “Xeiquispir”. Pois é, e quem já não ouviu falar em “Salomão Apaixonado”? E quem nunca ouviu aquela conhecidíssima frase: “O primeiro amor a gente nunca esquece”?
Bom, todos nós, seres humanos, ou já vivemos, ou estamos vivendo, ou viveremos nosso primeiro amor. É uma experiência sinistra de boa. Caraca! E nunca, de fato, esquecemos. E por que nunca esquecemos? Veremos isso ao longo da lição.
O fato é que durante parte da nossa vida, nos satisfazemos com o amor de papai e de mamãe (ah que fofeza!). Tá bom, eu sei que nem todos são criados por pai e mãe. Alguns são criados pelos avós, por tios, não importa. Estou falando da função de mãe e da função de pai que alguém exerce. Enfim, nos contentamos com o amor dessas pessoas. Com os carinhos. Com estar perto. E então o tempo vai passando... e lá vai o tempo.
Num dado momento, vivemos uma fase assim: meninos brincam com meninos e meninas brincam com meninas. Claro que existem as exceções, mas habitualmente é assim. Os meninos não curtem a companhia das meninas e vice-versa.... e lá vai o tempo passando. Então eis que de repente, um dia, o menininho começa a olhar para a menininha com outros olhos, e a menininha para o menininho...

Embora amemos os homossexuais  enquanto pessoas como nós; embora saibamos que somos todos (heterossexuais, homossexuais) alvos do amor de Cristo, para nós, evangélicos, e para grande parte da sociedade, biblicamente normal é a heterossexualidade. Não apoiamos nenhum tipo de violência contra os homossexuais, mas porque os amamos, defendemos e acreditamos numa transformação a partir do evangelho de Cristo.


Pois bem, e é nesse momento que os meninos que antes não queriam muito papo, agora querem ficar grudadinhos com as meninas e as meninas, evidentemente, com eles. Os meninos começam a observar o corpinho da menina... huummmm.... que bonitinha...E as meninas começam a notar coisas que antes nem ligavam nos meninos. E lá vai o tempo passando... Então começam as amizades entre meninos e meninas, o que antes parecia impossível. Então passam a conviver, a se curtir... muitos e muitas tornam-se amigos de fato.

PAUSA PARA CONFISSÃO: Minhas amizades mais sólidas da infância e da adolescência são meninas. Meninas que conheci quando tínhamos 9, 12, 15 anos... hoje, temos 42, temos família, filhos, e continuamos amigos...

Então... entre essas amizades (ou não), um dia você olha para uma pessoinha que te encanta. E você logo percebe que não se trata de amizade pura e simples, ou que se trata de algo além de amizade. Então quando você está diante da criaturinha, as mãos suam, os pés também, há um gelinho na barriga, você fica meio abobado ou abobada... pronto... paixão...É muito provável que você viva  a partir daí nosso PRIMEIRO AMOR.   E se isso for verdade, é pouco provável que esqueçamos essa pessoa. Não que a gente vá ficar apaixonado por essa pessoa ao longo da vida, mas vai ficar o registro dela para sempre.
Criaturas, não existe nenhuma sensação tão gostosa, tão eletrificante, tão fantástica quanto a sensação de se estar apaixonado. É tudo de bom. Mas como tudo na vida, a paixão pode ter efeitos colaterais. Então temos que ficar ligadões quanto a isso.

Normalmente, quando nos apaixonamos, nos tornamos poetas e poetisas. Uma belezura! E escrevemos lindas cartas de amor (ai que coisa antiga! Me perdoem, tenho 42), quer dizer, lindos e-mails de amor, lindos “iscreps” de amor, lindos sms(s) de amor, mas quando olhamos nos olhos do outro, aí gaguejamos. Tudo é lindo.
Então, a princípio, nos contentamos em ver a pessoa. Algum tempo depois, ver já não resolve, precisamos tocar; então “esbarramos acidentalmente”. Depois, isso já não resolve. Precisamos pegar na mão, segurar a mão. Ah que felicidade! Mas a paixão em parceria com o amor que sentimos quer nos levar além. Então algum tempo depois, precisamos beijar....hhhuuuummmm....tudo de bom...uma delícia...vixe... e nos contentamos com uns beijinhos nas bochechas...na testa...na mão. Ah, mas a paixão é deliciosamente cruel... então esses beijinhos vão perdendo a validade.... precisamos beijar na boca... um selinho que seja. Então, após duzentos mil ensaios, trezentas mil preocupações, um dia...uuhhuuu...acontece um selinho... caraca...que fofeza....que parada mais gostosa...cruzes!! Nesse dia nem dormimos direito...embobecemos de felicidade... tudo torna-se lindo.... muitas cores... uma alegria imensa....aahhhh....mas a paixão é deliciosamente cruel. Então, queremos algo mais que um selinho, queremos um beijo na boca, mais intenso, um beijo de língua...”já sei namorar, já sei beijar de língua e agora só me resta sonhar...” Até chegar aí rola todo um ritual. A primeira vez. Ninguém quer admitir que é BV (ainda existe isso? No meu tempo era uma zuação danada, mas eu tenho 42), então é um tal de se dizer que já beijou, que não é BV. Acho isso bobagem. Nunca tive o menor problema com minha virgindade bucal, mas foi muito legal perdê-la.  Mas tem uma galera que surta, que inventa histórias, que diz que já beijou um monte quando não beijou ninguém. E qual o problema de nunca ter beijado na boca? Sempre tem uma primeira vez. E nessa primeira vez, as duas criaturinhas normalmente estão tensas, então não vai ser um espetáculo, mas vai se aperfeiçoando. Pois é, no passo a passo de uma paixão, chegamos ao beijo na boca. Tudo resolvido? Claro que não! Aqui começam os grandes problemas?
Alguém dentre vós, inclusive os senhores professores, ao beijarem na  boca conseguem ficar “algemados”? Com as mãos completamente paradas? Alguém dentre vós quando beija na boca, mantêm as mãos para o alto em atitude de oração intensa? Alguém dentre vós, quando beija na boca segura uma Bíblia para garantir que as mãos ficarão paradas? Alguém dentre vós já experimentou pregar para os seus hormônios para tentar convertê-los? Pois é, então chegamos ao ponto de altos riscos, de perigosos efeitos colaterais.
Quando beijamos na boca, bilhares de fenômenos acontecem em nosso corpo todinho...to-di-nho.... t-o-d-i-n-h-o mesmo. Lembra que estamos vendo o passo a passo de uma paixão? Pois é. A danada não vai se contentar com o beijo na boca. Toda paixão, todo amor vai nos conduzindo para o ato sexual... os desejos... o corpo do outro.... o cheiro do outro... os olhos brilhando.... um espetáculo.... mas STOP. Nós, meninos e meninas evangélicos, precisamos parar no beijo na boca. Fui claro? Sexo somente depois do casamento! Sexo somente por amor! E olha só, molecada, meninos e meninas, e não me saiam por aí dizendo que o comentarista desta lição disse que podemos sair por aí beijando na boca... eu não disse isso, eu disse que podemos ir até aí, mas como vocês são meninos e meninas, precisamos da permissão dos pais, certo? “Persistindo os sintomas, consulte seus pais...”
Semana que vem, continuamos esse papo.

TAREFA DE CASA: Traga para a próxima aula exemplos de textos bíblicos que determinem que sexo somente depois do casamento.
OBS.: Embora “de casa”, essa tarefa também pode ser feita em apartamentos, em “treileres”, em choupanas, chalés... O importante é fazer sua pesquisa e trazer os textos para serem compartilhados com a turma.

PRIMEIRA AULA DA NOVA REVISTA - jovens e adultos


LIÇÃO 01                       20/05/2012

As Cartas de Paulo aos Tessalonicenses
            (Prof. Isac Machado de Moura)

A CIDADE

A igreja dos tessalonicenses  situava-se na cidade atualmente conhecida como Salônica, no nordeste da Grécia.
Tessalônica foi fundada por volta do ano 300 a.C., e logo tornou-se uma das principais cidades da Macedônia. Em 167 a.C. foi tomada pelos romanos e em 42 a.C. tornou-se “cidade livre” – uma cidade em que os habitantes locais tinham seu próprio governo e direitos de cidadania.

EVANGELIZAÇÃO

            De acordo com Atos 17, a evangelização de Tessalônica ocorreu durante a segunda viagem missionária de Paulo. Acompanhado por Silas (Silvano) e Timóteo (co-autores da epístola), viajou através da Ásia Menor até Trôade, e depois atravessou para a Macedônia. Realizaram uma campanha evangelística na sinagoga durante três semanas, e vários judeus e gentios se converteram. O sucesso de Paulo despertou a inveja e a inimizade de muitos judeus.
            A descrição da maneira com que os leitores tinham correspondido ao evangelho sugere que eram gentios que “deixando os ídolos, vos convertestes a Deus” (1 Ts 1:9), e que corriam algum perigo de viverem “como os gentios que não conhecem a Deus” (1 Ts 4:5). Isto sugere que a igreja consistia de ex-pagãos mais do que de judeus ou gentios que adoravam o Deus  único na sinagoga.

AS EPÍSTOLAS

  1. Na primeira carta há indícios de aflições que a igreja estava passando, suficientemente sérias para Paulo preocupar-se em enviar Timóteo para dar encorajamento àquela comunidade.

A intensidade da linguagem de Paulo em 1 Ts 2:14-16 reflete a seriedade da situação.

14  Porque vós, irmãos, haveis sido feitos imitadores das igrejas de Deus que na Judéia estão em Jesus Cristo; porquanto também padecestes de vossos próprios concidadãos o mesmo que os judeus lhes fizeram a eles,
15  Os quais também mataram o SENHOR Jesus e os seus próprios profetas, e nos têm perseguido; e não agradam a Deus, e são contrários a todos os homens, 16  E nos impedem de pregar aos gentios as palavras da salvação, a fim de encherem sempre a medida de seus pecados; mas a ira de Deus caiu sobre eles até ao fim.

  1. O ensino dado na primeira carta pode ter servido como base para uma crença fortemente apocalíptica naquela comunidade, gerando conceitos escatológicos equivocados que são refutados na segunda carta.

  1. Na primeira carta, há registros de que alguns membros da igreja estavam vivendo na inatividade, situação provavelmente fomentada pela excitação apocalíptica presente naquela comunidade. Muitos estavam preguiçosos em relação a obra baseados na crença de que o dia do Senhor logo se aproximaria e tudo estaria acabado.

  1. De um modo geral, o tom presente  na segunda carta é mais frio e formal do que o da primeira.

  1. A segunda carta começa de modo muito semelhante a primeira, como uma comunicação dos mesmos autores para os mesmo leitores.


I Ts: PAULO, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses em Deus, o Pai, e no Senhor Jesus Cristo: Graça e paz tenhais de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.
Sempre damos graças a Deus por vós todos, fazendo menção de vós em nossas orações,

II Ts:   PAULO, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em Deus nosso Pai, e no Senhor Jesus Cristo:        Graça e paz a vós da parte de Deus nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo. Sempre devemos, irmãos, dar graças a Deus por vós, como é justo, porque a vossa fé cresce muitíssimo e o amor de cada um de vós aumenta de uns para com os outros,


            Em todas as cartas de Paulo o seu estilo pessoal, individual está presente. É notório o jeito Paulo de escrever. E é assim com todos nós. Em minhas lições anteriores, assim como nessas primeiras duas desta revista, o jeito Isac de escrever está presente. Assim como agora, os senhores terão também o jeito Marco, o jeito Daniel de escrever. É assim, queridos e queridas. E não tem outro jeito. A menos que copiemos alguém, que imitemos alguém.


1 Ts 1
Porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós. E vós fostes feitos nossos imitadores, e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo.
De maneira que fostes exemplo para todos os fiéis na Macedônia e Acaia.

Fica nítido aqui que os tessalonicenses receberam a Palavra em tempos de perseguição, mas nem por isso desanimaram, e permaneceram firmes mesmo na ausência de Paulo, e isso era  razão de orgulho do apóstolo.
Essa expressão “nosso evangelho” indica que havia algum outro evangelho circulando paralelamente, razão de constantes preocupações de Paulo.
Se pensarmos em termos atuais, vamos encontrar um monte de evangelhos paralelos em nossas igrejas, como por exemplo: o evangelho da culpa, o evangelho do medo, o evangelho do tudo é proibido, o evangelho do tudo é permitido, o evangelho da prosperidade e tantos outros. Mas precisamos conhecer e abraçar o evangelho de Cristo, ser seus imitadores, e nos tornar exemplos para todos os fiéis, para toda a sociedade, fazendo a diferença, e trabalhando, enquanto esperamos, pois há muito a fazer.
E por falar em trabalhar, em fazer a obra, que fique claro que não somos insubstituíveis; que fique claro que se hoje ou amanhã eu parar de fazer a obra, Deus convocará um outro companheiro entre muitos de que ele deve ter prontinhos para me substituir e até fazer melhor que eu. Eu não sou o dono da obra, sou apenas um instrumento, um canal, assim como Paulo, como você. Sou apenas um isac. Só.