LIÇÃO 01 - 26/07/09
Introdução à epístola de Paulo aos ROMANOS
Esta carta foi enviada por Paulo, de Corinto, em 56 d.C., através da companheira Febe (16:1), uma das diaconisas da igreja de Cencréia. A igreja em Roma era pequena e formada, em sua maioria, de gentios (1:13). Diferente de Coríntios, Romanos não tem por objetivo corrigir erros, mas ensinar a verdade de forma preventiva, inclusive contra os argumentos judaizantes. Trata-se de uma epístola didática.
ARGUMENTOS JUDAIZANTES: Os primeiros judeus cristãos acreditavam que caso algum gentio (não judeu) se convertesse ao Cristianismo, que ainda estava atrelado ao Judaísmo, essa pessoa precisaria observar os rituais judaicos, como, por exemplo a circuncisão e a proibição de comer carne de alguns animais listados no Velho Testamento.
CIRCUNCISÃO: Praticada ainda hoje pelos judeus, consiste em remover através de cirurgia a pele móvel que protege a cabeça do pênis. Todo menino passa por esse processo nos primeiros meses de vida. O próprio Jesus passou por isso. É claro que Paulo, como apóstolo dos gentios não poderia compactuar com esses argumentos. Oxente! Onde já se viu? O cabra de outra cultura se converte e tem que fazer a circuncisão e parar de comer carne de porco! Assim não pode. E o respeito à cultura do cara?
CONTEÚDO
O tema central de Romanos é a revelação da justiça de Deus ao homem e a aplicação desta à sua necessidade espiritual. Ninguém pode entrar em contato com Deus senão depois de estabelecida uma via de acesso adequada.
Esta carta destina-se especialmente aos gentios. Paulo declarou-se apóstolo dos gentios (1:5) e afirmou que a salvação de Deus era também para os gentios (3:29) e que não há distinção entre judeu e grego no que diz respeito à fé. Esta epístola, portanto, proclama o âmbito universal da salvação.
Romanos funciona como a espinha dorsal da teologia cristã. Essa epístola inspirou tanto a Reforma Protestante(o texto de 1:17 mexeu com Lutero de uma forma especial) quanto o reavivamento wesleyano (John Wesley leu um comentário de Martinho Lutero sobre Romanos e foi profundamente tocado).
O REMETENTE
Paulo se apresenta como servo de Jesus Cristo. Veja bem: ele estava escrevendo para os romanos. Para aquela gente, servo era um escravo e escravo não era considerado gente, e sim uma propriedade. Aliás, no Brasil, durante a escravidão africana, também era assim. Então, com essa apresentação, Paulo quis dizer que era um escravo do Senhor, sua propriedade, que estava a serviço dele. A maioria absoluta dos crentes romanos não conheciam Paulo, mas ainda assim ele estava preocupado com aquela turma e queria contribuir para o amadurecimento espiritual deles.
OS DESTINATÁRIOS
Roma era uma cidade altiva e o evangelho vinha de Jerusalém, capital de uma das tantas cidades conquistadas pelos romanos. O evangelho era relacionado a um carpinteiro judeu, pobre, e que fora crucificado. Os romanos não cultivavam nenhuma apreciação especial pelos judeus. Além disso, a crucificação era a forma de execução mais abjeta, mais sinistra, mais horrorosa, reservada a criminosos. Então, é claro que não tinham nenhuma razão para acreditarem num judeu que havia sido crucificado.
Os cristãos daquela época não faziam parte da elite da sociedade; eram pessoas comuns; muitos eram escravos. Era pra essa galera que Paulo estava escrevendo.
A INFLUÊNCIA DO CRISTIANISMO EM ROMA
Os romanos ficaram chocados com os hábitos cristãos. O lance é o seguinte: os cristãos consideravam-se irmãos e irmãs, todos membros de um só corpo em Cristo e isso ia de encontro ao orgulho e a dignidade da sociedade romana. Como assim, ser irmão de um judeu? Se fosse hoje, se não tivéssemos sido transformados pelo evangelho de Cristo, de repente nos perguntaríamos: como assim ser irmão de um argentino? De um norte-americano?
Veja bem: Roma era os Estados Unidos daquela época. O povo romano era arrogante a balde, metido a besta mesmo. Tem mais, a violência em Roma era uma coisa absurda. As cidades mais violentas do mundo de hoje não chegam ao nível de Roma naquela época. Pense em alguma aí. Rio de Janeiro? Ih, um paraíso. As festas eram horrorosas. O consumo de drogas, uma coisa horrível. A propósito, os Estados Unidos é o maior aspirador de pó do planeta, ou seja, o maior consumidor de cocaína, apesar da maioria da população ser cristã evangélica. Será que não tem nada errado não?
Voltemos a Roma. Ah, lembrei de uma curiosidade interessante. Sabe o provérbio que até hoje usamos por aqui: “Quem tem boca vai a Roma.” Pois é, originalmente não era bem isso não. É que a frase passou por um processo de alteração linguística que chamamos de corruptela. É o seguinte: como hoje acontece em relação aos Estados Unidos, naquela época muita gente não suportava Roma. Então quando um representante do império romano ia falar em determinadas ocasiões, rolava uma vaia geral. Vem daí o provérbio: “Quem tem boca vaia Roma.” Com o passar do tempo, porém, rolou a alteração.
Bem, voltemos a Roma. Então, quando Paulo diz (1:16,17) que não se envergonha do evangelho de Cristo, ele está pensando nisso tudo (dois parágrafos atrás), ou seja, ele não tá nem aí com a imagem que os romanos têm do evangelho, ele não se envergonha e quer ir lá pregar a tal mensagem. Eta, sujeito corajoso esse Paulo! Cabra arretado! Ele sabia que corria riscos, mas queria ir assim mesmo, e foi. Hoje, com todo conforto, com toda segurança, com todas as garantias legais de liberdade de culto no Brasil, tem umas criaturinhas que além de não pregarem o evangelho (nem falando nem através do comportamento), tem vergonha de dizer que são evangélicas. Eta gente besta! Gente frouxa!
1: 22-23
Introdução à epístola de Paulo aos ROMANOS
Esta carta foi enviada por Paulo, de Corinto, em 56 d.C., através da companheira Febe (16:1), uma das diaconisas da igreja de Cencréia. A igreja em Roma era pequena e formada, em sua maioria, de gentios (1:13). Diferente de Coríntios, Romanos não tem por objetivo corrigir erros, mas ensinar a verdade de forma preventiva, inclusive contra os argumentos judaizantes. Trata-se de uma epístola didática.
ARGUMENTOS JUDAIZANTES: Os primeiros judeus cristãos acreditavam que caso algum gentio (não judeu) se convertesse ao Cristianismo, que ainda estava atrelado ao Judaísmo, essa pessoa precisaria observar os rituais judaicos, como, por exemplo a circuncisão e a proibição de comer carne de alguns animais listados no Velho Testamento.
CIRCUNCISÃO: Praticada ainda hoje pelos judeus, consiste em remover através de cirurgia a pele móvel que protege a cabeça do pênis. Todo menino passa por esse processo nos primeiros meses de vida. O próprio Jesus passou por isso. É claro que Paulo, como apóstolo dos gentios não poderia compactuar com esses argumentos. Oxente! Onde já se viu? O cabra de outra cultura se converte e tem que fazer a circuncisão e parar de comer carne de porco! Assim não pode. E o respeito à cultura do cara?
CONTEÚDO
O tema central de Romanos é a revelação da justiça de Deus ao homem e a aplicação desta à sua necessidade espiritual. Ninguém pode entrar em contato com Deus senão depois de estabelecida uma via de acesso adequada.
Esta carta destina-se especialmente aos gentios. Paulo declarou-se apóstolo dos gentios (1:5) e afirmou que a salvação de Deus era também para os gentios (3:29) e que não há distinção entre judeu e grego no que diz respeito à fé. Esta epístola, portanto, proclama o âmbito universal da salvação.
Romanos funciona como a espinha dorsal da teologia cristã. Essa epístola inspirou tanto a Reforma Protestante(o texto de 1:17 mexeu com Lutero de uma forma especial) quanto o reavivamento wesleyano (John Wesley leu um comentário de Martinho Lutero sobre Romanos e foi profundamente tocado).
O REMETENTE
Paulo se apresenta como servo de Jesus Cristo. Veja bem: ele estava escrevendo para os romanos. Para aquela gente, servo era um escravo e escravo não era considerado gente, e sim uma propriedade. Aliás, no Brasil, durante a escravidão africana, também era assim. Então, com essa apresentação, Paulo quis dizer que era um escravo do Senhor, sua propriedade, que estava a serviço dele. A maioria absoluta dos crentes romanos não conheciam Paulo, mas ainda assim ele estava preocupado com aquela turma e queria contribuir para o amadurecimento espiritual deles.
OS DESTINATÁRIOS
Roma era uma cidade altiva e o evangelho vinha de Jerusalém, capital de uma das tantas cidades conquistadas pelos romanos. O evangelho era relacionado a um carpinteiro judeu, pobre, e que fora crucificado. Os romanos não cultivavam nenhuma apreciação especial pelos judeus. Além disso, a crucificação era a forma de execução mais abjeta, mais sinistra, mais horrorosa, reservada a criminosos. Então, é claro que não tinham nenhuma razão para acreditarem num judeu que havia sido crucificado.
Os cristãos daquela época não faziam parte da elite da sociedade; eram pessoas comuns; muitos eram escravos. Era pra essa galera que Paulo estava escrevendo.
A INFLUÊNCIA DO CRISTIANISMO EM ROMA
Os romanos ficaram chocados com os hábitos cristãos. O lance é o seguinte: os cristãos consideravam-se irmãos e irmãs, todos membros de um só corpo em Cristo e isso ia de encontro ao orgulho e a dignidade da sociedade romana. Como assim, ser irmão de um judeu? Se fosse hoje, se não tivéssemos sido transformados pelo evangelho de Cristo, de repente nos perguntaríamos: como assim ser irmão de um argentino? De um norte-americano?
Veja bem: Roma era os Estados Unidos daquela época. O povo romano era arrogante a balde, metido a besta mesmo. Tem mais, a violência em Roma era uma coisa absurda. As cidades mais violentas do mundo de hoje não chegam ao nível de Roma naquela época. Pense em alguma aí. Rio de Janeiro? Ih, um paraíso. As festas eram horrorosas. O consumo de drogas, uma coisa horrível. A propósito, os Estados Unidos é o maior aspirador de pó do planeta, ou seja, o maior consumidor de cocaína, apesar da maioria da população ser cristã evangélica. Será que não tem nada errado não?
Voltemos a Roma. Ah, lembrei de uma curiosidade interessante. Sabe o provérbio que até hoje usamos por aqui: “Quem tem boca vai a Roma.” Pois é, originalmente não era bem isso não. É que a frase passou por um processo de alteração linguística que chamamos de corruptela. É o seguinte: como hoje acontece em relação aos Estados Unidos, naquela época muita gente não suportava Roma. Então quando um representante do império romano ia falar em determinadas ocasiões, rolava uma vaia geral. Vem daí o provérbio: “Quem tem boca vaia Roma.” Com o passar do tempo, porém, rolou a alteração.
Bem, voltemos a Roma. Então, quando Paulo diz (1:16,17) que não se envergonha do evangelho de Cristo, ele está pensando nisso tudo (dois parágrafos atrás), ou seja, ele não tá nem aí com a imagem que os romanos têm do evangelho, ele não se envergonha e quer ir lá pregar a tal mensagem. Eta, sujeito corajoso esse Paulo! Cabra arretado! Ele sabia que corria riscos, mas queria ir assim mesmo, e foi. Hoje, com todo conforto, com toda segurança, com todas as garantias legais de liberdade de culto no Brasil, tem umas criaturinhas que além de não pregarem o evangelho (nem falando nem através do comportamento), tem vergonha de dizer que são evangélicas. Eta gente besta! Gente frouxa!
1: 22-23
Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.
E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.
“Depois de reprimir a verdade de Deus e de se recusar a reconhecer a glória de Deus, o ser humano ficou sem um deus”, mas como trazemos em nós a necessidade de adoração, o ser humano substitui Deus por deuses criados por ele próprio em forma de homem, de aves, de insetos, de tantos outros animais.
Bem, “da idolatria para a imoralidade é um passo. Se o homem é seu próprio deus, então pode agir como bem entender e satisfazer todos os seus desejos sem temer qualquer julgamento. O resultado disso, veremos no próximo domingo.
LIÇÃO 02 - 02/08/09
Bagunça Generalizada entre os Romanos – Ora de rever conceitos.
AINDA O CAPÍTULO 1
24 - Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si;
25 - Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.
26 - Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza.
27 - E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.
28 - E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm;
Relembrando a aula de domingo passado, “o resultado daquela autodeificação foi a entrega aos próprios prazeres e, aqui, Paulo fala de um pecado abominável, desenfreado naquela época, e que tem se tornado preponderante hoje: a homossexualidade”, prática condenada em vários livros da Bíblia: Gn 18:20; 1 Co 6:9,10; Jd 6. Paulo o caracteriza como “infame” e “contrário à natureza” e não se refere apenas aos homens, pois “até as mulheres” entregaram-se a esse pecado.
“Mas o pior ainda está por vir. Esses homens não apenas se rebelaram abertamente contra Deus e pecaram, como também incentivaram outros e os aplaudiram quando fizeram o mesmo.”
ALERTANDO
Eu sei que já falamos sobre isso em lições passadas, mas nunca é demais relembrar. Veja bem: o texto bíblico em estudo condena e abomina a prática do homossexualismo, mas não os homossexuais. O sacrifício de Cristo na cruz os incluiu. Então, eles e elas podem vir a Cristo como estão e nós devemos amá-los tanto a ponto de recebê-los com carinho, e não permitirmos que continuem nessa prática. O evangelho de Cristo transforma.
“Sei que às vezes uso palavras repetidas, mas quais são as palavras que nunca são ditas?” Pois é, então correndo o risco de ser repetitivo, deixe-me dizer que você precisar estar alerta para não se envolver com essas práticas. Os meninos, até em função de nossa cultura, detectam com mais facilidade e se afastam de qualquer risco de envolvimento homossexual com algum colega. As meninas, todavia, talvez corram mais riscos. De repente você tem uma amiguinha lésbica, não percebe isso, e vai se deixando envolver por alguma intimidade, algum carinho, enfim, fiquem atentas, e se possível, falem do poder transformador do evangelho de Cristo. Em hipótese alguma, agrida-os ou incentive qualquer tipo de agressão.
29 - Estando cheios de toda a iniquidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade;
30 - Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães;
31 - Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia;
32 - Os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem.
SE LIGA AÍ
Preste bem atenção nessa lista sinistra de pecados. Entre eles, e no mesmo nível dos outros, já que não rola aqui uma hierarquia, aparece a desobediência a pais e mães. Sem querer ser o chatão da história (não me preocupo com isso, sou chato mesmo, reconheço), preciso alertá-los para o fato de que um dos dez mandamentos, e o único com promessa, é “Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR teu Deus te dá” (Ex 20:12).
Gente, nossos pais representam a autoridade de Deus sobre nossas vidas. Normalmente (salvo raras exceções) querem o nosso bem, e quando parecem chatos é porque querem nos poupar de alguma coisa, de algum sofrimento desnecessário. Se eles já viveram mais que nós, têm mais experiências que nós. Tá bom, eu sei que às vezes não percebemos que vocês cresceram e continuamos os tratando como nossos bebês. Sabe o que é? É que aquela imagem linda de vocês miudinhos e miudinhas ficou em nosso inconsciente e além disso, amamos tanto vocês que queremos evitar que aconteça com vocês algo desagradável que tenha acontecido conosco. Tá bom, eu também sei que vocês reivindicam o direito sagrado de quebrar a cara como nós quebramos. Compreendo. Mas ainda assim tentem entender seus pais. “Você diz que seus pais não o entendem, mas você não entende seus pais... você culpa seus pais por tudo, isso é um absurdo, são crianças como você, o que você vai ser quando você crescer...”
E então, vamos dar uma moral aos nossos pais e às nossas mães, que nos amam tanto? Ah, vamos incluir aí também os nossos líderes, nossos pastores, nossos professores... E por falar em professores, como anda seu testemunho cristão na escola? Você tem tratado seus professores com carinho? Não precisa levar uma maçã para cada um deles (aliás, maçã é ótima para a voz), só precisa tratá-los com carinho, com honestidade, de forma que vejam em você algo diferente. Não estou dizendo para você ser um santinho ou uma santinha, apenas para portar-se como um seguidor de Jesus Cristo.
É FÁCIL OBEDECER?
Na minha opinião não é. Desde que me entendo por gente, sou um cabra questionador, enjoadinho. Dentro de mim há uma natureza insubmissa(Paulo chama de velha criatura). O desafio é controlar essa criatura, esse velho homem. Quando abracei o Cristianismo (nasci em família evangélica e nunca me afastei da igreja) de livre e espontânea vontade, sem nenhuma pressão dos meus pais, entendi que precisava aprender, treinar, exercitar a obediência. Com o tempo, percebi que toda autoridade pode ser questionada sim, que tudo depende de como vou fazer esse questionamento. Em diversas situações vi e vejo coisas com as quais não concordo, mas entendo que em nome do interesse e do bem-estar de uma maioria, precisa ser assim, afinal de contas, não estou sozinho no planeta, o mundo não gira em torno de mim, e preciso parar de frescura e obedecer sempre que isso for necessário.
CAPÍTULO 2
8 - Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniqüidade;
9 - Tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que faz o mal; primeiramente do judeu e também do grego;
10 - Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego;
11 - Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas.
Boa parte dos romanos daquela época não tinham muita noção do bem e do mal, não tinham valores, não estavam nem aí para o outro. Se esse outro era um escravo, por exemplo, aí é que não tinham nenhum princípio mesmo. A humanidade atual, em muitos lugares do planeta, também está assim: sem respeito ao outro, sem valores, sem Deus. Você não pode reproduzir esse tipo de comportamento, você é do bem, você é de Cristo e quem é de Cristo não arruma briga por nada, não pratica a iniquidade, não alimenta qualquer tipo de preconceito. Muito pelo contrário, quem é de Cristo é zen, ama o outro, apesar de suas diferenças, respeita a autoridade ainda que questione, não se envolve em confusões, não fala palavrões, sabe lidar com as perdas. Enfim, são pessoas belezudas. Se você não se enquadra nesse perfil, é ora de rever seus conceitos.
LIÇÃO 03 - 16/08/09
Nem Sempre Vemos o que Fazemos
AINDA ROMANOS 2
19 - E confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas,
20 - Instrutor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei;
21 - Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas?
22 - Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio?
23 - Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?
24 - Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós.
25 - Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão.
26 - Se, pois, a incircuncisão guardar os preceitos da lei, porventura a incircuncisão não será reputada como circuncisão?
O LEGALISMO JUDAICO SE ESTENDE AOS NOSSOS DIAS
Terminamos a lição de domingo passado com “Deus não faz acepção de pessoas.” Essa declaração de Paulo aos Romanos “era uma ofensa aos judeus, pois estes se consideravam dignos de um tratamento especial, uma vez que eram os escolhidos de Deus”, situação já denunciada e combatida por João Batista, como já vimos no estudo sobre os evangelhos. Paulo explicou que a Lei Judaica tornava a culpa de Israel muito maior!
“Não importa aonde vamos, sempre encontramos gente com percepção de certo ou errado, dotadas de um juiz interior que a Bíblia chama de consciência, que Freud chama de super ego. Assim, em todas as culturas, encontramos o senso de pecado, o medo do julgamento e uma tentativa de expiar erros pelas transgressões e de apaziguar os deuses temidos.”
A propósito, por que você é crente?
Por amor a Cristo?
Por interesse em bênçãos materiais?
Por medo do inferno?
Por não querer decepcionar seus pais, abandonando a igreja?
Bem, você tem noção do que é certo e do que é errado, certo? Então, podemos fechar assim: pecado é tudo aquilo que fazemos escondido de alguém, ou seja, por sabermos que aquilo é errado, tentamos esconder. Quando temos clareza de que estamos agindo corretamente, não tentamos nos esconder.
DE NOVO A CIRCUNCISÃO
“Essa era a grande marca da aliança e uma prática que iniciou com Abraão, pai do povo judeu (Gn 17). Para os judeus, os gentios eram ´cães incircuncisos’. O mais triste é que os judeus fiavam-se na marca física, em vez de depositarem sua fé na realidade espiritual que esse sinal representava (Dt 10:16; Jr 9:26; Ez 44:9). O verdadeiro judeu era aquele que possuía uma experiência espiritual interior no coração, não apenas uma cirurgia física exterior. Hoje em dia, muita gente comete o mesmo erro com relação ao batismo, à Ceia do Senhor, ou mesmo à participação em uma igreja como membro.” Deus não tá nem aí pra esse legalismo besta, Ele vai além do visível, Ele quer saber o que se passa em nossa cabeça, nossas razões, o que nos levou a agir dessa ou daquela forma. Ele quer que a minha vida diária esteja de acordo com aquilo que falo. Não adianta nada dizer-se crente, membro de uma igreja, participante da Ceia, se nosso coração está cheio de maldade e se nossas ações estão distante do evangelho de Cristo. No caso deles (judeus), um gentio obediente incircunciso era mais aceitável do que um judeu desobediente circuncidado.
FINALMENTE O TEMA DA LIÇÃO
"E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?" (Mateus 7 : 3). Pois é, aqui Jesus está dizendo que não vemos o que fazemos. Ensinamos aos outros, mas não fazemos aquilo que ensinamos, como diz o texto de Romanos, e então usamos aquela expressão absolutamente autoritária, absolutamente militar: “faça o que eu mando e não o que eu faço”, ou aquela tão horrorosa quanto: “manda quem pode, obedece quem tem juízo.” De repente, estamos preocupadíssimos com uma bobagem qualquer que nosso amigo faz, e não estamos vendo os absurdos que estamos cometendo.
VAMOS REFLETIR UM POUQUINHO
Se a igreja é sal e luz, se há tantas igrejas em Unamar e se cada uma cumpre sua missão, então os índices de violência, inclusive doméstica, precisam ser menores ainda do que são; as escolas não podem registrar problemas graves de disciplina; os atendimentos nos serviços públicos precisam ser de boa qualidade; o número de caloteiros (seres humanos que compram coisas de outros seres humanos e entendem que foi uma doação) no comércio local precisa ser bem reduzido, pois são tarefas da igreja, entre outras, promover transformações sociais, alterar os costumes da comunidade em que está inserida, ser percebida no comportamento e nas atitudes dos seus membros. Se as coisas não estão fluindo nessa direção, precisamos rever nossos conceitos de igreja, de povo de Deus.
Talvez não estejamos percebendo aquilo que estamos fazendo. Talvez nos declaremos contra o uso de palavrões, mas estejamos usando palavrões, achando que tudo bem, afinal de contas, todo mundo usa, inclusive alguns irmãos, então eu também posso usar; além disso, segundo a mídia, “nossa regra de fé e prática”, alguns palavrões já não são palavrões, como, por exemplo... Ah, acharam que eu ia citar aqui, né? Não vou, tenho certeza de que alguns de vocês seriam capazes de citar alguns exemplos. Talvez nos declaremos contra as desigualdades sociais, mas sejamos incapaz de dividir nosso lanche. Talvez nos declaremos contra a corrupção, contra a desonestidade, mas estejamos enganando e desrespeitando nossos patrões, nossos professores. Talvez estejamos falando de direitos humanos e ao mesmo tempo espancando nossos irmãos menores.
Nos Estados Unidos, um país cristão de maioria evangélica, a maior parte da população declara-se contra o uso de drogas. No entanto, aquele país é o maior “aspirador de pó” da humanidade. Oxente, se um país de maioria evangélica que se declara contra o uso de drogas é o maior consumidor de drogas do planeta, algo está muitíssimo errado. Não podemos reproduzir isso em nossas igrejas. Não podemos achar normal uma distância tão grande entre nosso discurso e os números, afinal de contas, somos igreja, fazemos parte do corpo de Cristo.
Assim como para um judeu não bastava ser circuncidado, para um cristão evangélico, não basta ser membro de uma igreja e participar da ceia, é preciso algo mais, é preciso um coração cheio de belezuras e de fofezas, é “preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã.”
Mas afinal de contas, o que é legalismo? Veja a definição do Aurélio: “Caráter de doutrina que, em quaisquer circunstâncias, prescreve a estrita obediência à lei e o respeito às instituições.” Agora vou eu exemplificar na prática: legalismo é você amar mais as regras que as pessoas. Legalismo é aquilo que um bispo católico fez recentemente ao excomungar um médico que fez um aborto numa menina de nove anos, grávida de gêmeos, após ser violada pelo seu pai. Para aquele bispo a proibição cristã do aborto está acima da preocupação e da misericórdia para com uma criança, já violentada, grávida numa idade em que o seu corpinho não suportaria, de gêmeos, pra piorar as coisas. Legalismo é eu me afastar de um colega de escola porque ele pratica outra religião, porque defende uma outra fé e eu me acho tão superior que não quero me contaminar com ele. Legalismo é eu achar que se sou membro de uma igreja e participo da ceia, isso basta para que eu seja salvo e dane-se o resto do mundo. Enfim, abaixo o legalismo alienado e alienante.
LIÇÃO 04 - 23/08/09
TODOS PECARAM E ESTÃO FRITOS SEM A GRAÇA DE DEUS
ROMANOS 3
10 - Como está escrito: Não há justo, nem sequer um,
13 - A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios.
14 - A boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura;
17 - desconheceram o caminho da paz.
18 - Não há temor de Deus diante de seus olhos,
19 - visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado,
23 - pois todos pecaram e carecem da glória de Deus,
24 - sendo justificados gratuitamente , por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus.
28 - Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei.
29 - É, porventura, Deus somente dos judeus? Não o é também dos gentios? Sim, também dos gentios.
Gente, “é importante não confundir justificação com santificação. A santificação é o processo pelo qual Deus torna o cristão cada vez mais semelhante a Cristo. A santificação pode mudar a cada dia, enquanto a justificação nunca muda. Quando o pecador crê em Jesus Cristo, Deus o declara justo, e essa declaração jamais será revogada. Deus nos vê e nos trata como se jamais tivéssemos pecado!”
A IGREJA É UM LUGAR DE JUSTOS OU DE PESSOAS QUE BUSCAM A JUSTIÇA?
Deixa eu mandar uma real aqui pra vocês: na igreja, muitas vezes sofremos desnecessariamente. Aliás, na vida diária, somos os únicos responsáveis pela maioria dos nossos sofrimentos. Acabamos de ver no texto de Romanos que não há nenhum justo. No entanto, cobramos isso das pessoas. E o pior: nos frustramos quando descobrimos que elas erram e que nem sempre são umas belezuras. O outro falha, e nós também falhamos.
O APÓSTOLO PAULO E SEUS “SANTOS”
Em seu livro “Igrejas? Tô Fora!”, escreve o pastor Ricardo Agreste: “...Paulo sempre começa suas cartas referindo-se aos cristãos destas igrejas como ‘santos’. Como ele poderia chamar de ‘santos’ grupos formados por pessoas tão problemáticas e que carregavam em seus currículos erros e pecados tão grotescos? Como poderia ele considerar como ‘santos’ gente tão confusa e cheia de pendências na vida? A resposta está na expressão que normalmente Paulo usa após o adjetivo ‘santos’. Constantemente ele chama os cristãos de ‘santos em Cristo Jesus’. Esta simples expressão revela um grande segredo para compreendermos o que é a igreja” e para onde ela caminha, acrescento eu.
No mesmo livro, o autor conta um episódio em que um certo preletor após ouvir vários depoimentos sobre igrejas, declara: “Sabem, a cada dia que se passa mais me convenço de quão bíblica é a minha comunidade local. Observando as pessoas que se reúnem domingo após domingo e conhecendo suas histórias de segunda a sábado, identifico inúmeros pontos em comum com as igrejas locais descritas nas páginas do Novo Testamento. Em minha comunidade, temos alguns imorais, vários idólatras, um punhado de adúlteros e até mesmo homossexuais. Caluniadores e trapaceiros então... já perdi a conta de quantos são.”
Sobre isso escreve também o jornalista e escritor cristão Philip Yancey, em seu livro “A Maravilhosa Graça”: “Rejeitei a igreja durante algum tempo porque encontrei bem pouca graça ali. Voltei porque não descobri graça em nenhum lugar.”
Se dependêssemos exclusivamente da lei para sermos salvos, estaríamos fritos.
O que nos qualifica para estarmos sentados em um banco de uma igreja, certamente, não é nosso currículo anterior. Quem pensa o contrário não compreendeu ainda a essência do Evangelho.” - escreve o pastor Ricardo Agreste, e continua: “Ao estabelecer que o padrão de aceitação para pertencer ao grupo seria a graça, Deus transforma a igreja numa comunidade de gente que traz profundas marcas em seu passado, grandes lutas no presente e a esperança de redenção de suas vidas e histórias no futuro. No entanto, esta esperança não faz deles gente acabada, mas ainda em obras”.
ENFIM....
A igreja, queridos e queridas, não é formada de santos acabados, mas de pessoas que buscam a santidade, santos em Cristo, como escreve Paulo. Ela seria perfeita sem os seres humanos, mas aí perderia sua função. O desafio é convivermos com todas essas pessoas esquisitas, com todos esses ex. Se você criar uma expectativa de encontrar somente pessoas perfeitas na igreja, vai frustrar-se gravemente, até porque você mesmo não é perfeito. E então vai sair em busca de outra igreja. No início, tudo será uma belezura. Dias depois começarão acontecer tudo aquilo que acontecia na outra, e sabe por quê? Porque essa segunda igreja e todas as outras existentes são formadas de pessoas, seres humanos, criaturas imperfeitas e problemáticas, inclusive eu e você.
Se você acha que a igreja primitiva, aquela dos livros de Atos e das epístolas, era perfeita, e tudo se resolvia sem conflitos, você está precisando ler com mais atenção o Novo Testamento, perceber o estresse de Paulo e de outros pastores. Os problemas daquela igreja eram muito parecidos com os da igreja de hoje, e sabe por quê? Porque tanto lá como aqui existiam e existem pessoas, razão da existência da igreja.
O CRISTIANISMO E NOSSA MANIA FEIA DE EXCLUSIVIDADE
Se liga aí no último versículo do quadro inicial (3:29). Pois bem, os judeus acreditavam que a salvação era somente pra eles, que Deus era exclusivo deles. Como o Cristianismo vem do Judaísmo (é isso aí, Jesus era um judeu e foi dentro do Judaísmo que o Cristianismo nasceu), nós, cristãos herdamos isso e temos a feia mania de achar que Deus é uma exclusividade nossa. Mais um pouco e vamos dizer que Deus é batista e vamos até arrumar uma carteirinha de membro pra ele. Oxente, meu povo, Deus não é uma propriedade do Cristianismo, Deus é Deus. Deus não é judeu, cristão, mulçumano. Deus não é batista, assembleiano, presbiteriano, católico, metodista, etc... Deus é Deus. E ele não se deixa manipular por nenhum grupo.
A SALVAÇÃO É GRATUITA, PORÉM CUSTOU CARO
“A salvação é gratuita, mas não é barata. Jesus teve de morrer na cruz a fim de cumprir a lei e de justificar os pecadores.
G. Campbell Morgan tentava explicar a “salvação gratuita” a um trabalhador de uma mina de carvão, mas o cabra não conseguia entender. “Mas eu preciso pagar pela salvação”, insistia o homem. Então, num insait (insight) divino, Morgan perguntou: “Como você desceu até o fundo da mina hoje cedo?” “Foi fácil”, respondeu o homem. “Peguei o elevador e desci.” Então Morgan lhe perguntou: “Não foi fácil demais? Não lhe custou alguma coisa?” O homem riu e comentou: “Para mim não custou nada, mas a empresa deve ter pago um dinheirão para instalar o elevador.” Então, o cara responde: “Para mim a salvação não custa coisa alguma; para Deus, custou a vida de seu Filho”.
Viu que exemplo fofo (do livro COMENTÁRIO BÍBLICO EXPOSITIVO, de Warren W. Wiersbe)? Nós não pagamos nada, mas Cristo deu a sua vida. Como diz a letra de uma música linda dos anos 90: “sei que foi pago um alto preço...” Eu não morreria, de jeito nenhum, por essa gente a que o texto de Romanos se refere, nem por você, confesso (Matheus, se você estiver lendo esse texto, por você papai morreria tá?), mas Cristo deu sua vida por todos nós, apesar de ser quem somos e não somos nenhum modelo de perfeição.
LIÇÃO 05 - 30/08/09
UFA! AINDA BEM QUE JESUS MORREU POR NÓS... ENTÃO JÁ NÃO SOMOS SERVOS DO PECADO!
CAPÍTULO 5
3 - E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência,
4 - E a paciência a experiência, e a experiência a esperança.
5 - E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
12 - Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.
17 - Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo.
CARÁTER CRISTÃO E SOFRIMENTO
“A justificação não é uma fuga das tribulações da vida. “No mundo, passais por aflições” (Jo 16:33). Porém para os cristãos, as tribulações trabalham em seu favor, não contra ele. Não há sofrimento que nos separe de Deus (Rm 8:35-39); antes, as provações nos aproximam mais do Senhor e nos tornam mais semelhantes a ele. O sofrimento constrói o caráter cristão. Nosso termo TRIBULAÇÃO vem do latim TRIBULUM. No tempo de Paulo, o tribulum era um pedaço pesado de madeira com cravos de metal usado para debulhar cereais. Ao ser arrastado sobre os cereais, o tribulum separava o grão da palha. Ao passarmos por tribulações e dependermos da graça de Deus, as dificuldades nos purificam e nos ajudam a eliminar a palha.”
Que tipo de tribulação rola na vida de um adolescente? Vamos listar algumas?
Hoje, vivemos a era do descartável, do consumismo, do imediatismo. As paixões são rápidas e avassaladoras. Podem durar apenas uma festa. As amizades são descartáveis. O outro não me interessa mais, já tirei dele tudo o que me interessava, então é hora de deletá-lo de minha vida. Estou apaixonado por alguém, não posso perder a oportunidade de transar com essa pessoa, tem que ser agora. A paciência é uma virtude em extinção. Caraca! Tem que esperar, galera, tem que segurar a onda, tem que se reavaliar esse imediatismo, esse consumismo em que amamos as coisas e usamos as pessoas. A paciência, diz o apóstolo Paulo, produz a esperança. E continua de uma forma muito fofa: e a esperança não traz confusão.
REINANDO EM VIDA
Essa citação é o maior barato. Sabe aquela ideia de que a terra é um lugar de ralação extrema e que só nos céu seremos felizes? Nada a ver, quer dizer, quase nada a ver. Paulo desmente essa parada, afirmando que já aqui e agora, podemos desfrutar as bênçãos de termos sido alcançados pela graça de Deus. Ulalá! Que fofeza! Não preciso morrer para ser feliz, posso começar a ser feliz agora.
Cuidado para não confundir isso com a insana Teologia da Prosperidade. Você sabe o que é isso? É uma idéia distorcida de que o foco da nossa relação com Deus é a aquisição de bens materiais e de qualidade de vida perfeita sem sofrimento. Não é nada disso. O sofrimento faz parte da vida na terra. Uns sofrem mais, uns sofrem menos, mas todos sofremos, e isso não tem nada a ver com nossa opção religiosa. Outro dia ouvi um pregador inteligentíssimo dizendo o seguinte: “se alguém me diz que deseja ficar bem, não recomendo o Cristianismo e sim uma boa garrafa de vinho.” Que sacada desse cara! É isso. Quer dizer, olha lá, não vai sair por aí tomando vinho para ficar “bem”, olha lá. O que o cabra quis dizer é que o fato de sermos cristãos não nos dá nenhuma garantia de belezura total 24 horas. E mais: não sofremos porque Deus tem prazer em impor sofrimento à humanidade não. Essa não é a praia de Deus. Sofremos porque somos gente. Aliás, não só sofremos como também somos capazes de provocar sofrimento. Faz parte da vida. Não há garantia bíblica de que Deus fará cessar todas as minhas dores de cabeça, por exemplo. Tudo bem, se eu tiver fé, e Ele quiser, ele pode curar, mas não tem nenhuma obrigação de fazer isso. Deus não tem nada a ver com a desigualdade social que existe em nosso país. Não foi ele que determinou isso não. Isso é fruto da ação do próprio homem que estabeleceu uma relação malvada de dominadores e dominados.
CAPÍTULO 6
11 - Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor.
12 - Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências;
13 - Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniqüidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.
14 - Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.
23 - Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.
LEGALISMO E LICENSIODADE
Lendo todo o capítulo 6, percebemos que Paulo prevê que seus leitores não entenderiam bem o contraste entre lei e graça (1-14). Parece que não tinham compreendido nem a lei nem a graça e caíram em um de dois extremos: de um lado, o legalismo, e, de outro, a licenciosidade. Assim, ao defender a justificação, Paulo também explica a santificação.
LEGALISMO – Nada pode, tudo é proibido, as regras são mais importantes que os seres humanos.
LICENCIOSIDADE – Tudo pode, tudo é permitido, cada um estabelece suas próprias regras.
MORTO PARA O PECADO
“Paulo usa a experiência do batismo com água pelo qual seus leitores passaram para lembrá-los de sua identificação com Cristo... Há um consenso entre os historiadores de que a forma de batismo usada pela igreja primitiva era a imersão. Os cristãos eram ‘sepultados’ na água e trazidos de volta, retratando a morte, sepultamento e ressurreição... É um símbolo exterior de uma experiência interior... Isso significa que o cristão se relaciona de forma diferente com o pecado. Está ‘morto para o pecado’. ‘Estou crucificado com Cristo´(Gl 2:19). Se um alcoólatra morre, não pode mais ser tentado pelo álcool, pois seu corpo está morto para todos os sentidos físicos.”
Mortos para o pecado, agora andamos em novidade de vida. O que você entende por novidade de vida?
Pois é, “ o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” Que fofeza!
LIÇÃO 06 - 06/09/2009
O MONSTRO QUE MORA EM MIM
CAPÍTULO 07
15 - Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e, sim o que detesto.
17 - Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim.
18 - Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum: pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo.
19 - Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço.
20 - Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e, sim, o pecado que habita em mim.
24 - Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?
Vou transcrever um poeminha meu, feito para um trabalho do curso de Psicanálise, que tem exatamente o título desta lição:
Paulo,
O apóstolo sistematizador do Cristianismo,
Ora chama de velho homem,
Ora de carne;
Freud chama de inconsciente...
É o obscuro de nós,
O que milita contra o espírito.
Esse espírito, para Freud,
É o superego, o consciente.
Seja qual for o nome,
É o monstro que mora em mim,
Sem valores,
Sem pudores,
Sem limites,
Em constante briga
Com minha consciência.
Esse monstro armazena em sua memória
Imagens,
Áudios,
Fatos.
Ele é autônomo,
Não tenho controle sobre
O monstro que mora em mim.
Você já se pegou, em algum momento, surpreso com uma atitude sua? Agindo de um jeito que não gostaria de ter agido, e depois disso teve uma bruta crise de consciência? Pois é. É disso que estamos falando. Você já se viu desejoso de fazer uma coisa legal e não conseguir? Ou fazendo uma coisa feia quando não gostaria de fazer? Pois é. Tanto Paulo quanto Freud estão falando disso, desse monstro que mora em nós. Sabe quando você sonha coisas que não gostaria de sonhar ou quando olha para alguém de um jeito que não gostaria de olhar, ou ainda quando pensa um monte de bobagem que não gostaria de pensar? É esse monstrinho chamado inconsciente que está em ação. Nós temos controle sobre o nosso consciente, mas não sobre o inconsciente. Freud divide assim: ID, EGO e SUPEREGO. O ID é o monstrinho propriamente dito, sem valores, sem pudores, fora de nosso controle. O SUPEREGO é a nossa consciência, nossos valores, nossa censura. O EGO ou PRÉ-CONSCIENTE é o elo, o elemento intermediário entre um e outro. Assim, de repente você está prestes a fazer uma besteira sem tamanho, você está no ID, fora do estado racional. Então, nesse momento, o EGO te puxa para o estado de consciência para que você perceba o tamanho e as consequências da bobagem que está prestes a fazer.
Vou melhorar o exemplo, ou, quem sabe, piorar. Você está dando uns amassos na sua mina ou no seu mino. A coisa vai fluindo, as mãos vão se movimentando guiadas pelo monstrinho que mora em você. Esse monstrinho, como já vimos, não tem censura, nem pudores, nem valores, nem nada, e lá vai você, e o monstrinho conduzindo suas mãozinhas. Seu coração está disparado, aí, de repente você sente uma batida mais forte numa artéria na altura da nuca, uma marteladinha. É o ego saindo de cena, mas pra não te deixar completamente na mão, ele dá um último aviso: “olha só, estou me desconectando, a partir daqui você é apenas um animal, fique com os seus instintos, última chance.” Huuummmm.... aí, você tem um lampejo de consciência, o último antes de consumar o que estavam pretendendo. Nesse lampejo, aparecem os valores cristãos, você pensa nas conseqüências para você e para aquela criaturinha que você ama tanto. Aí vem uma onda rápida de repulsão (a última também). Aí você dá uma empurradinha carinhosa na criaturinha amada e recita um texto bíblico pra ela. Ufa! Foi por pouco. E aí, entendeu o alcance da coisa? Pois é, você acabou de entender a teoria de FREUD sobre os estágios da nossa mente, os escritos de Paulo transcritos acima e o meu texto. Olha, que belezura, três coisas de uma tacada só.
NÃO É BEM ISSO NÃO
Vejam bem, criaturas queridas: não me venham a partir daqui com uma desculpa esfarrapada para todos os seus atos, baseados numa interpretação tendenciosa dos escritos de Paulo, quando ele diz “Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e, sim, o pecado que habita em mim.” É assim: uma criatura má intencionada vai dizer: Ah, então não tenho culpa. Paulo está dizendo que a culpa é do pecado, então eu ponho tudo na conta do pecado e não sou culpado por nada. Oxente, de fato você não teria culpa, se não fosse racional, se não houvesse o consciente, se você fosse um bicho, mas você tem censura, lembra? Ou seja, você sabe discernir entre o bem e o mal. O que Paulo está dizendo é aquilo que Davi disse centenas de anos antes dele, no livro de Salmos: “Fui concebido em pecado”, querendo dizer que já nascemos com esta tendência, mas isso não isenta-nos de culpa.
O verso 24 desse capítulo que estamos estudando mostra bem isso: “Miserável homem que sou” Quem me livrará do corpo desta morte?” Em outras palavras, Paulo está dizendo: “e agora, quem poderá me salvar?” O Chapolim Colorado? Claro que não. A resposta vem logo no início do capítulo 8. Vejamos:
CAPÍTULO 08
01 - Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.
02 - Porque a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus te livrou da lei do pecado e da morte.
09 - Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vós. E se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.
16 - O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus
31 - Que diremos, pois, à vista destas cousas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?
35 - Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?
E aí, quem poderia te separar do amor de Deus? A namoradinha? O namoradinho? O “amiguinho” que quer te levar ao baile fank para assistir A Gaiola das Popozudas? O “amiguinho” que te ofereceu um cigarro de maconha só para experimentar a sensação? Se liga aí, galera! Você está vivo para Cristo e morto para os desvalores da sociedade que Paulo chama de mundo. Você é do bem? Ou não?
LIÇÃO 07 - 13/09/2009
A SITUAÇÃO DE ISRAEL EM RELAÇÃO A SALVAÇÃO EM CRISTO
CAPÍTULOS 09, 10, 11
7 - Nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência.
8 - Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência.
20 - Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?
1 - IRMÃOS, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação.
2 - Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento.
3 - Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus.
9 - A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
1 - DIGO, pois: Porventura rejeitou Deus o seu povo? De modo nenhum; porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim.
“É um tanto estranho Paulo interromper sua discussão sobre a salvação e dedicar uma longa seção de três capítulos à nação de Israel... mas um estudo minucioso de Romanos 9 a 11 revela que, na verdade, essa seção não constitui uma interrupção. Antes, é uma parte necessária da argumentação de Paulo em favor da justificação pela fé.
Pra começar, os judeus consideravam Paulo um traidor. Ele ministrava aos gentios e ensinava a liberdade da Lei de Moisés. Havia pregado em várias sinagogas e causado inúmeros problemas, e, sem dúvida, muitos dos cristãos judeus em Roma haviam ouvido falar de sua reputação duvidosa. Nestes capítulos, Paulo demonstra seu amor por Israel e seu anseio pelo bem de seu povo. Esse é o motivo pessoal do apóstolo para tratar dessa questão.”
“Romanos 9 enfatiza a eleição passada de Israel; Romanos 10, a rejeição presente de Israel e Romanos 11, a restauração futura de Israel.... No capítulo 9, Paulo cita especificamente quatro atributos divinos relacionados a Israel: fidelidade (1-13); justiça (14-18); equidade (19-29) e graça (30-33).”
POPULARIZANDO A COISA
Gente, a situação é a seguinte: Israel, no passado, nos dias retratados no Velho Testamento, teve sua eleição, sua escolha por Deus. Assim, nos primórdios, Deus escolheu Abraão no meio de um povo idólatra. Pois bem. Mais tarde escolheu José para orientar e salvar da fome esse mesmo povo. Depois escolheu Moisés para retirar esse povo da escravidão egípcia e conduzi-lo a uma terra que seria sua para sempre se esse povo se comportasse. Com a morte de Moisés, Deus escolheu Josué; depois os Juízes (líderes temporários que eram levantados por Deus quando o bicho pegava). Depois, escolheu Davi para ser rei. E por aí vai. Esse povo teve todas as oportunidades do mundo de ampliar suas fronteiras, de ser bênção para outros povos. Só que esse povo é uma turma de cabeça-dura e, aqui pra nós, um povo arrogante, pretensioso e seboso. Por conta disso tudo, foram expatriados dessa terra, e durante séculos peregrinaram pelo mundo a fora, foram perseguidos, como no holocausto. Em 1948, por fim, retornam para a chamada terra prometida. Se instalaram lá e começaram a criar guerras para ampliar suas fronteiras. Pegaram no pé nos palestinos e estão lá aterrorizando a vida dos caras, que, diga-se de passagem, estavam lá antes deles retornarem. Agora, querem de volta tudo aquilo que, de bobeira, perderam nos dias do Velho Testamento. Eu, particularmente, sou simpatizante da causa palestina, embora tenha clareza de que há extremismos dos dois lados. Só não posso aceitar com naturalidade que por questões proféticas os judeus tenham o direito de esmagar o povo palestino. Se um palestino mata dez judeus; os judeus matam, como represália, mais de cem palestinos. Não posso aceitar que um judeu valha mais que um palestino.
Pois é, então voltando aos capítulos em estudo, é pra essa gente turrona e metida a besta que Paulo está escrevendo e dizendo pra eles que o simples fato de ser judeu não dá nenhuma garantia de salvação, é preciso que haja arrependimento, como já pregara João Batista algumas décadas atrás. É preciso confessar que Jesus Cristo é o Senhor.
Trazendo isso para os nossos dias, para o contexto da igreja, é a mesma coisa que dizer que o simples fato de alguém declarar-se cristão por si só não resulta em salvação, é preciso fé, e toda fé gera boas obras. Ser membro de uma igreja batista não é nenhuma garantia. É preciso que essa pessoa seja de fato convertida ao Senhor, que tenha experimentado uma transformação, que ande em novidade de vida. Ser batizado em águas e participar da ceia por si só não salvam, é preciso algo mais, é preciso uma experiência com Deus.
Então, voltando ao povo judeu, os caras insistiam nesse papo furado de que o futuro estava garantido por conta da nacionalidade. Só que a coisa não rola assim.
A REJEIÇÃO DO MESSIAS
Então, continuando nosso papo, chegou o Messias, Jesus, e o que os caras fizeram? Rejeitaram ele. Jesus foi um judeu e foi rejeitado pelo seu próprio povo, os judeus. Daí a salvação ser estendida aos gentios (todos os povos não-judeus) e Paulo ter se tornado o apóstolo dos gentios.
Foram os judeus que entregaram Jesus aos romanos para que o crucificassem. Por conta disso, anos mais tarde, e durante séculos, os judeus foram odiados por outros povos por terem matado seu próprio salvador. Mas era preciso que as coisas acontecessem assim.
DEUS NÃO REJEITOU ISRAEL
Apesar de todas as bobagem feitas por Israel ao longo da história, Deus jamais rejeitou seu povo, até mesmo em função do pacto feito com Abraão de que jamais abandonaria sua descendência. É isso que Paulo faz questão de lembrar em 11:1.
O que Israel faz hoje com o povo palestino é um contrassenso
levando-se em conta tudo o que sofreu ao longo da história. Se fosse um povo sensível, não infligiria a nenhum outro povo o sofrimento que um dia lhe foi imposto, mas eles não estão nem aí. Ele querem de volta, numa outra época, tudo o que lhes fora dado numa outra época, e que fizeram questão de desperdiçar.
De qualquer forma, declara o apóstolo Paulo: “os judeus têm zelo de Deus, mas não com entendimento”, o que é uma pena.
COMO ASSIM, TER ZELO DE DEUS, MAS NÃO COM ENTENDIMETO?
Têm a preocupação de guardar o sábado por entenderem ser esse um mandamento divino, mas não conseguiram entender, nos dias de Jesus, que o ser humano é mais importante que a guarda do sábado;
Um judeu não fala o nome de Deus num banheiro, por considerar um ambiente impróprio para a divindade, o que parece uma profunda reverência, no entanto é incapaz de perceber num palestino, por exemplo, a imagem desse Deus que parece reverenciar tanto.
Nos dias do Novo Testamento, eram preocupadíssimos com a lei e conheciam bem as profecias sobre a manifestação do Messias, no entanto não tiveram entendimento nem discernimento para reconhecê-lo quando apareceu.
LIÇÃO 08 - 20/09/09
A DIVERSIDADE NA UNIDADE
CAPÍTULO 12
1 - ROGO-VOS, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
2 - E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.
3 - Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.
4 - Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação,
5 - Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.
6 - De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé;
7 - Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino;
8 - Ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria.
ENTREGA E CULTO RACIONAL
“Antes de crer em Cristo, usávamos o corpo para prazeres e propósitos pecaminosos; agora que pertencemos ao Senhor, usamos o corpo para a sua glória. O corpo do cristão é o templo de Deus (1 Co 6:19,20), pois o Espírito de Deus habita nele (Rm 8:9). É nosso privilégio glorificar e engrandecer a Cristo com nosso corpo (Fp 1:20,21).” Então, molecada, o lance é o seguinte: toda vez que você achar que está prestes a fazer uma besteira com o seu corpo, ou contra o seu corpo, pense que ele é habitação do Espírito Santo. E é esse corpinho que devemos apresentar a Deus como sacrifício vivo. Para entendermos melhor esse sacrifício vivo, vamos lembrar dos dois casos bíblicos: Isaque e Jesus Cristo. No contexto desse versículo, o verbo apresentar sugere uma entrega definitiva, uma única vez, ou seja, o que Paulo nos recomenda é que entreguemos nossos corpos a Deus como forma de adoração permanente.
Esse culto racional a que ele se refere, como o próprio termo sugere, fala de um culto com a razão, com a mente voltada para Deus. Isso contraria a idéia de um êxtase, de um culto “enlouquecido” em que a razão nem passa perto.
Outra coisa importante nesse contexto é pensarmos numa adoração permanente, ou seja, o culto cristão não pode limitar-se ao espaço e ao tempo da igreja. Não rola esse papo de dizer que o culto tem apenas uma ou duas horas; nosso culto precisa ir além dos limites do templo, ele precisa ser racional, permanente e de fato. Tem uma turminha sinistra que entende que cultuar é simplesmente estar dentro da igreja durante o tempo da reunião; alguns, às vezes, completamente distantes do culto propriamente dito, trocando mensagens, mexendo no celular como quem nunca viu tecnologia antes, como um alienado, retardado e doente, e acha que cumpriu sua obrigação para com Deus por mais uma semana. Só que Deus não tá nem aí para essa criatura asquerosa, deve até pensar assim: “será que aquele vermezinho lá ainda não descobriu que dei um cérebro pra ele, será que ele tá achando que está me adorando só porque está dentro da igreja?” Ih, se liga aí, galera, nosso culto precisa ir além, precisa acontecer em nossa rua, em nossa escola, em nosso trabalho, no relacionamento com o outro, ou seja, é vinte e quatro horas no ar.
PAULO COMBATE A IDEIA DAQUELAS CRIATURAS QUE FICAM “SISSE”
Você deve conhecer alguém que fica SISSE (se sentindo) o tempo todo, que acha que é o cara, ou a cara, o gostosão ou a gostosona. Pois é, você se ligou na orientação de Paulo para esse caso?: “não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.” Em outras palavras, ele está dizendo: você não deve achar que é melhor que os outros, você faz parte de uma teia, de um corpo, que é a igreja. Não adianta ficar “sisse”, não adianta tirar onda. “Todo mundo é parecido quando sente dor”, já dizia o Cazuza. Todos nós, por mais bonitinhos e fofinhos que sejamos, fazemos cocô, flautulamos (e olha que dessa vez usei uma palavra bonitinha), fazemos xixi, vomitamos, eliminamos umas secreções nojentas pelos ouvidos e pelo nariz. Enfim, somos todos muito nojentos, porém somos alvo do amor de Deus, do sacrifício de Cristo. Eu não sou melhor ou mais fofo que vocês. Eu faço isso tudo aí que falei, assim como vocês fazem, com o agravante de que quando criança, eu comia casquinha de machucado e até hoje faço bolinha de meleca. Apesar disso tudo, Deus me usa, assim como no Velho Testamento usou uma mula, mas eu sou gente, você é gente, então somos mais importantes que uma mula. Então gente, nada de ficar “sisse”, “somos todos iguais, braços dados ou não.”
SOBRE A DIVERSIDADE DOS DONS
A igreja tem uma diversidade imensa de pessoas, essas pessoas têm uma diversidade de necessidades. Assim, visando o bem-estar dessa unidade que é igreja, Deus providenciou uma diversidade de dons. Dessa forma, podemos dizer, sem nenhum medo de estar errando, que os dons só fazem sentido quando edificam a igreja, quando contribuem para o bem estar da mesma. Isso significa dizer que não faz o menor sentido falar em gente caindo no poder, caindo diante de um sopro de alguém, caindo diante de um paletó que se joga, gente grudando na parede com a tal unção da lagartixa, gente enlouquecida com a tal unção do riso e por aí vai. Bom, não é disso que Paulo está falando. Ele está falando de dons de verdade, aqueles que têm como função primordial a edificação do corpo de Cristo. Enquanto membro desse corpo, você precisa se achar, descobrir ou redescobrir seu dom e cair dentro, se doar, se gastar, investir seu tempo na causa de Cristo, observando a recomendação apostólica: “Cada um deve permanecer na vocação para a qual foi chamado.”
DONS MINISTERIAIS
Quando falamos dos dons do Espírito Santo voltados para o ministério da igreja, devemos ter em mente, basicamente, três citações do Novo Testamento (Ef 4:11; Rm 12:6-8; 1 Co 12:28), as quais se referem a uma variedade de ministérios, completando-se entre si, todos voltados para o bem da comunidade cristã.
EFÉSIOS 4:11,12: “E ele mesmo concedeu uns para APÓSTOLOS, outros para PROFETAS, outros para EVANGELISTAS, e outros para PASTORES e MESTRES, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para edificação do corpo de Cristo.”
ROMANOS 12:6-8: “Tendo , porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se PROFECIA, seja segundo a proporção da fé; se MINISTÉRIO, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ENSINA, esmere-se no fazê-lo; ou o que EXORTA, faça- o com dedicação; o que CONTRIBUI, com liberalidade; o que PRESIDE, com diligência; quem exerce MISERICÓRDIA, com alegria.”
1 CORÍNTIOS 12:28: “A uns estabeleceu Deus na igreja, primeiramente APÓSTOLOS, em segundo lugar PROFETAS, em terceiro lugar MESTRES, depois OPERADORES DE MILAGRES, depois DONS DE CURAR, SOCORROS, GOVERNOS, VARIEDADES DE LÍNGUAS.”
LIÇÃO 09 - 27/09/09
O PRINCÍPIO DA AUTORIDADE E O AMOR AO PRÓXIMO
CAPÍTULOS 13 e 14
7 - Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.
8 - A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei.
9 - Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.
1 - ORA, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas.
2 - Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes.
3 - O que come não despreze o que não come; e o que não come, não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu.
10 - Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo.
O RESPEITO A AUTORIDADE
Como já disse em alguma outra lição, o princípio da autoridade precisa ser observado por todos nós. Assim, ao governo devemos impostos, então vamos pagar esses impostos. Aos nossos pais, líderes, pastores, professores, devemos temor (não confundir com medo) e honra. A quem compramos alguma coisa, devemos o valor do produto adquirido. A todos, devemos amor. E somente isso devemos dever a alguém, conforme orientação de Paulo aos romanos. Assim, tudo de ruim que fazemos reflete a falta de amor ao outro. Se amo meu próximo, não vou adulterar contra ele. No caso de vocês, que não casados, se você ama seu colega ou sua colega, não vai traí-lo ficando com a namorada dele (é claro que ela também precisa de um mínimo de vergonha na cara), ou com o namorado dela. Se você ama o outro, você não vai querer matá-lo. Ainda que ele ou ela te irrite profundamente, você não vai querer matar essa pessoa. Se você furta alguma coisa de alguém, o faz por pura falta de amor. Quem ama respeita a propriedade do outro. Quem é falso ou falsa com o outro não ama o outro. Quando amamos, temos uma cara só e mesmo que digamos algo que não seja tão bom de ouvir, o fazemos por amor ao outro. Amigo de verdade, às vezes, dá uns puxões de orelha no outro. Tenho várias amigas e amigos de infância. Como diria Caetano, são todos lindos, são amizades de 30 anos, por exemplo, e, às vezes, tomamos a liberdade de darmos uns toques uns nos outros, e é tudo muito fofo. Quando amamos o outro, não cobiçamos o que é dele. Podemos até desejar ter algo que ele tem, mas não necessariamente aquele que é dele. Enfim, como disse o próprio Cristo, transcrito aqui por Paulo, tudo se resume a “amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” É muito fofo isso. O outro, gente, que precisamos amar, tanto pode ser a nossa liberdade, como pode ser nossa dificuldade, nossos problemas. O outro pode ser o caos, mas ainda assim precisamos amá-lo em Cristo. O outro, a princípio, é diferente de nós, e nós temos dificuldade de aceitar o diferente. A propósito, você acha que essa classe está pronta para receber o diferente? Vamos ampliar: você acha que a igreja está pronta para receber o diferente? Agora, vamos particularizar: você está pronto para lidar com o diferente?
O DIFERENTE PODE SER UM DE NÓS
“Havia divisão entre os cristãos em Roma por causa das dietas e de dias especiais. Alguns membros da comunidade acreditavam que era pecado comer carne, de modo que adotaram uma dieta vegetariana. Outros acreditavam que era pecado observar os dias santos dos judeus. Se cada cristão tivesse guardado sua convicção para si, não teria havido problema; mas não foi o que aconteceu, pois os membros da igreja começaram a criticar e julgar uns aos outros. Cada grupo acreditava que o outro não era tão espiritual quanto deveria ser.
Paulo se dirige aos ‘fortes na fé’, ou seja, os que compreendiam a liberdade em Cristo e não eram escravos de dietas e da observância de dias santos. Os ‘débeis na fé’ eram os cristãos imaturos, que se sentiam constrangidos a obedecer a regras legalistas com respeito à alimentação e às ocasiões de adoração. Muitas pessoas acreditam que os cristãos que seguem as regras mais rígidas são os mais maduros, mas nem sempre esse é o caso. Nas igrejas em Roma, os cristãos mais fracos eram os que se apegavam à Lei e não desfrutavam sua liberdade no Senhor. Os cristãos débeis julgavam e condenavam os cristãos fortes, e estes, por sua vez, desprezavam os débeis.” Diante de todo esse contexto, recomenda Paulo: “acolhei-vos uns aos outros.”
Há muitas diferenças na prática de fé cristã: católicos, ortodoxos, protestantes e evangélicos parecem não se entenderem. Parece que professamos religiões completamente diferentes. E quando essas diferenças ocorrem dentro do próprio movimento evangélico, entre batistas, pentecostais e neo-pentecostais? E quando acontecem dentro da própria denominação batista? Há casos que esses grupos parecem tão distantes que se criam os chamados guetos denominacionais. É uma pena, pois “o que Deus uniu não separem as denominações.”
Discussões como batismo por imersão ou por aspersão, batismo com o Espírito Santo como parte da experiência de conversão ou como parte de uma outra experiência pessoal com Deus, livre arbítrio ou predestinação são maneiras no contexto teológico, fora disso não vão contribuir em nada para a edificação da igreja. Muito pelo contrário, vão separar, afastar. Entre nós, batistas, há várias pessoas que acreditam que o céu é batista, que os outros grupos estão absolutamente equivocados. Oxente! Que pensamento mais besta! Que pretensão! Que mania de exclusividade! Pratiquemos nossa fé como batistas que somos, mas tenhamos em mente que somos apenas um grupo cristão dentre tantos outros que existem.
CAPÍTULOS 15 e 16
1 - MAS nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos.
17 - E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles.
18 - Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples.
Obra consultada e recomendada:
Comentário Bíblico Expositivo do Novo Testamento
Warren W. Wiersbe
Tradução de Susana E. Klassen
Geográfica Editora
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