domingo, 12 de julho de 2009

Uma Análise Contemporânea da Epístola Aos ROMANOS para ADOLESCENTES

LIÇÃO 01 - 26/07/09

Introdução à epístola de Paulo aos ROMANOS

Esta carta foi enviada por Paulo, de Corinto, em 56 d.C., através da companheira Febe (16:1), uma das diaconisas da igreja de Cencréia. A igreja em Roma era pequena e formada, em sua maioria, de gentios (1:13). Diferente de Coríntios, Romanos não tem por objetivo corrigir erros, mas ensinar a verdade de forma preventiva, inclusive contra os argumentos judaizantes. Trata-se de uma epístola didática.


ARGUMENTOS JUDAIZANTES: Os primeiros judeus cristãos acreditavam que caso algum gentio (não judeu) se convertesse ao Cristianismo, que ainda estava atrelado ao Judaísmo, essa pessoa precisaria observar os rituais judaicos, como, por exemplo a circuncisão e a proibição de comer carne de alguns animais listados no Velho Testamento.

CIRCUNCISÃO: Praticada ainda hoje pelos judeus, consiste em remover através de cirurgia a pele móvel que protege a cabeça do pênis. Todo menino passa por esse processo nos primeiros meses de vida. O próprio Jesus passou por isso. É claro que Paulo, como apóstolo dos gentios não poderia compactuar com esses argumentos. Oxente! Onde já se viu? O cabra de outra cultura se converte e tem que fazer a circuncisão e parar de comer carne de porco! Assim não pode. E o respeito à cultura do cara?

CONTEÚDO

O tema central de Romanos é a revelação da justiça de Deus ao homem e a aplicação desta à sua necessidade espiritual. Ninguém pode entrar em contato com Deus senão depois de estabelecida uma via de acesso adequada.
Esta carta destina-se especialmente aos gentios. Paulo declarou-se apóstolo dos gentios (1:5) e afirmou que a salvação de Deus era também para os gentios (3:29) e que não há distinção entre judeu e grego no que diz respeito à fé. Esta epístola, portanto, proclama o âmbito universal da salvação.
Romanos funciona como a espinha dorsal da teologia cristã. Essa epístola inspirou tanto a Reforma Protestante(o texto de 1:17 mexeu com Lutero de uma forma especial) quanto o reavivamento wesleyano (John Wesley leu um comentário de Martinho Lutero sobre Romanos e foi profundamente tocado).

O REMETENTE

Paulo se apresenta como servo de Jesus Cristo. Veja bem: ele estava escrevendo para os romanos. Para aquela gente, servo era um escravo e escravo não era considerado gente, e sim uma propriedade. Aliás, no Brasil, durante a escravidão africana, também era assim. Então, com essa apresentação, Paulo quis dizer que era um escravo do Senhor, sua propriedade, que estava a serviço dele. A maioria absoluta dos crentes romanos não conheciam Paulo, mas ainda assim ele estava preocupado com aquela turma e queria contribuir para o amadurecimento espiritual deles.

OS DESTINATÁRIOS

Roma era uma cidade altiva e o evangelho vinha de Jerusalém, capital de uma das tantas cidades conquistadas pelos romanos. O evangelho era relacionado a um carpinteiro judeu, pobre, e que fora crucificado. Os romanos não cultivavam nenhuma apreciação especial pelos judeus. Além disso, a crucificação era a forma de execução mais abjeta, mais sinistra, mais horrorosa, reservada a criminosos. Então, é claro que não tinham nenhuma razão para acreditarem num judeu que havia sido crucificado.
Os cristãos daquela época não faziam parte da elite da sociedade; eram pessoas comuns; muitos eram escravos. Era pra essa galera que Paulo estava escrevendo.

A INFLUÊNCIA DO CRISTIANISMO EM ROMA

Os romanos ficaram chocados com os hábitos cristãos. O lance é o seguinte: os cristãos consideravam-se irmãos e irmãs, todos membros de um só corpo em Cristo e isso ia de encontro ao orgulho e a dignidade da sociedade romana. Como assim, ser irmão de um judeu? Se fosse hoje, se não tivéssemos sido transformados pelo evangelho de Cristo, de repente nos perguntaríamos: como assim ser irmão de um argentino? De um norte-americano?

Veja bem: Roma era os Estados Unidos daquela época. O povo romano era arrogante a balde, metido a besta mesmo. Tem mais, a violência em Roma era uma coisa absurda. As cidades mais violentas do mundo de hoje não chegam ao nível de Roma naquela época. Pense em alguma aí. Rio de Janeiro? Ih, um paraíso. As festas eram horrorosas. O consumo de drogas, uma coisa horrível. A propósito, os Estados Unidos é o maior aspirador de pó do planeta, ou seja, o maior consumidor de cocaína, apesar da maioria da população ser cristã evangélica. Será que não tem nada errado não?
Voltemos a Roma. Ah, lembrei de uma curiosidade interessante. Sabe o provérbio que até hoje usamos por aqui: “Quem tem boca vai a Roma.” Pois é, originalmente não era bem isso não. É que a frase passou por um processo de alteração linguística que chamamos de corruptela. É o seguinte: como hoje acontece em relação aos Estados Unidos, naquela época muita gente não suportava Roma. Então quando um representante do império romano ia falar em determinadas ocasiões, rolava uma vaia geral. Vem daí o provérbio: “Quem tem boca vaia Roma.” Com o passar do tempo, porém, rolou a alteração.
Bem, voltemos a Roma. Então, quando Paulo diz (1:16,17) que não se envergonha do evangelho de Cristo, ele está pensando nisso tudo (dois parágrafos atrás), ou seja, ele não tá nem aí com a imagem que os romanos têm do evangelho, ele não se envergonha e quer ir lá pregar a tal mensagem. Eta, sujeito corajoso esse Paulo! Cabra arretado! Ele sabia que corria riscos, mas queria ir assim mesmo, e foi. Hoje, com todo conforto, com toda segurança, com todas as garantias legais de liberdade de culto no Brasil, tem umas criaturinhas que além de não pregarem o evangelho (nem falando nem através do comportamento), tem vergonha de dizer que são evangélicas. Eta gente besta! Gente frouxa!

1: 22-23

Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.
E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.

“Depois de reprimir a verdade de Deus e de se recusar a reconhecer a glória de Deus, o ser humano ficou sem um deus”, mas como trazemos em nós a necessidade de adoração, o ser humano substitui Deus por deuses criados por ele próprio em forma de homem, de aves, de insetos, de tantos outros animais.
Bem, “da idolatria para a imoralidade é um passo. Se o homem é seu próprio deus, então pode agir como bem entender e satisfazer todos os seus desejos sem temer qualquer julgamento. O resultado disso, veremos no próximo domingo.


LIÇÃO 02 - 02/08/09

Bagunça Generalizada entre os Romanos – Ora de rever conceitos.

AINDA O CAPÍTULO 1

24 - Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si;

25 - Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.

26 - Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza.

27 - E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.

28 - E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm;

Relembrando a aula de domingo passado, “o resultado daquela autodeificação foi a entrega aos próprios prazeres e, aqui, Paulo fala de um pecado abominável, desenfreado naquela época, e que tem se tornado preponderante hoje: a homossexualidade”, prática condenada em vários livros da Bíblia: Gn 18:20; 1 Co 6:9,10; Jd 6. Paulo o caracteriza como “infame” e “contrário à natureza” e não se refere apenas aos homens, pois “até as mulheres” entregaram-se a esse pecado.
“Mas o pior ainda está por vir. Esses homens não apenas se rebelaram abertamente contra Deus e pecaram, como também incentivaram outros e os aplaudiram quando fizeram o mesmo.”

ALERTANDO

Eu sei que já falamos sobre isso em lições passadas, mas nunca é demais relembrar. Veja bem: o texto bíblico em estudo condena e abomina a prática do homossexualismo, mas não os homossexuais. O sacrifício de Cristo na cruz os incluiu. Então, eles e elas podem vir a Cristo como estão e nós devemos amá-los tanto a ponto de recebê-los com carinho, e não permitirmos que continuem nessa prática. O evangelho de Cristo transforma.
“Sei que às vezes uso palavras repetidas, mas quais são as palavras que nunca são ditas?” Pois é, então correndo o risco de ser repetitivo, deixe-me dizer que você precisar estar alerta para não se envolver com essas práticas. Os meninos, até em função de nossa cultura, detectam com mais facilidade e se afastam de qualquer risco de envolvimento homossexual com algum colega. As meninas, todavia, talvez corram mais riscos. De repente você tem uma amiguinha lésbica, não percebe isso, e vai se deixando envolver por alguma intimidade, algum carinho, enfim, fiquem atentas, e se possível, falem do poder transformador do evangelho de Cristo. Em hipótese alguma, agrida-os ou incentive qualquer tipo de agressão.

29 - Estando cheios de toda a iniquidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade;

30 - Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães;

31 - Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia;

32 - Os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem.

SE LIGA AÍ

Preste bem atenção nessa lista sinistra de pecados. Entre eles, e no mesmo nível dos outros, já que não rola aqui uma hierarquia, aparece a desobediência a pais e mães. Sem querer ser o chatão da história (não me preocupo com isso, sou chato mesmo, reconheço), preciso alertá-los para o fato de que um dos dez mandamentos, e o único com promessa, é “Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR teu Deus te dá” (Ex 20:12).
Gente, nossos pais representam a autoridade de Deus sobre nossas vidas. Normalmente (salvo raras exceções) querem o nosso bem, e quando parecem chatos é porque querem nos poupar de alguma coisa, de algum sofrimento desnecessário. Se eles já viveram mais que nós, têm mais experiências que nós. Tá bom, eu sei que às vezes não percebemos que vocês cresceram e continuamos os tratando como nossos bebês. Sabe o que é? É que aquela imagem linda de vocês miudinhos e miudinhas ficou em nosso inconsciente e além disso, amamos tanto vocês que queremos evitar que aconteça com vocês algo desagradável que tenha acontecido conosco. Tá bom, eu também sei que vocês reivindicam o direito sagrado de quebrar a cara como nós quebramos. Compreendo. Mas ainda assim tentem entender seus pais. “Você diz que seus pais não o entendem, mas você não entende seus pais... você culpa seus pais por tudo, isso é um absurdo, são crianças como você, o que você vai ser quando você crescer...”
E então, vamos dar uma moral aos nossos pais e às nossas mães, que nos amam tanto? Ah, vamos incluir aí também os nossos líderes, nossos pastores, nossos professores... E por falar em professores, como anda seu testemunho cristão na escola? Você tem tratado seus professores com carinho? Não precisa levar uma maçã para cada um deles (aliás, maçã é ótima para a voz), só precisa tratá-los com carinho, com honestidade, de forma que vejam em você algo diferente. Não estou dizendo para você ser um santinho ou uma santinha, apenas para portar-se como um seguidor de Jesus Cristo.

É FÁCIL OBEDECER?

Na minha opinião não é. Desde que me entendo por gente, sou um cabra questionador, enjoadinho. Dentro de mim há uma natureza insubmissa(Paulo chama de velha criatura). O desafio é controlar essa criatura, esse velho homem. Quando abracei o Cristianismo (nasci em família evangélica e nunca me afastei da igreja) de livre e espontânea vontade, sem nenhuma pressão dos meus pais, entendi que precisava aprender, treinar, exercitar a obediência. Com o tempo, percebi que toda autoridade pode ser questionada sim, que tudo depende de como vou fazer esse questionamento. Em diversas situações vi e vejo coisas com as quais não concordo, mas entendo que em nome do interesse e do bem-estar de uma maioria, precisa ser assim, afinal de contas, não estou sozinho no planeta, o mundo não gira em torno de mim, e preciso parar de frescura e obedecer sempre que isso for necessário.

CAPÍTULO 2

8 - Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniqüidade;

9 - Tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que faz o mal; primeiramente do judeu e também do grego;

10 - Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego;

11 - Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas.


Boa parte dos romanos daquela época não tinham muita noção do bem e do mal, não tinham valores, não estavam nem aí para o outro. Se esse outro era um escravo, por exemplo, aí é que não tinham nenhum princípio mesmo. A humanidade atual, em muitos lugares do planeta, também está assim: sem respeito ao outro, sem valores, sem Deus. Você não pode reproduzir esse tipo de comportamento, você é do bem, você é de Cristo e quem é de Cristo não arruma briga por nada, não pratica a iniquidade, não alimenta qualquer tipo de preconceito. Muito pelo contrário, quem é de Cristo é zen, ama o outro, apesar de suas diferenças, respeita a autoridade ainda que questione, não se envolve em confusões, não fala palavrões, sabe lidar com as perdas. Enfim, são pessoas belezudas. Se você não se enquadra nesse perfil, é ora de rever seus conceitos.



LIÇÃO 03 - 16/08/09

Nem Sempre Vemos o que Fazemos

AINDA ROMANOS 2

19 - E confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas,

20 - Instrutor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei;

21 - Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas?

22 - Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio?

23 - Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?

24 - Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós.

25 - Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão.

26 - Se, pois, a incircuncisão guardar os preceitos da lei, porventura a incircuncisão não será reputada como circuncisão?


O LEGALISMO JUDAICO SE ESTENDE AOS NOSSOS DIAS

Terminamos a lição de domingo passado com “Deus não faz acepção de pessoas.” Essa declaração de Paulo aos Romanos “era uma ofensa aos judeus, pois estes se consideravam dignos de um tratamento especial, uma vez que eram os escolhidos de Deus”, situação já denunciada e combatida por João Batista, como já vimos no estudo sobre os evangelhos. Paulo explicou que a Lei Judaica tornava a culpa de Israel muito maior!
“Não importa aonde vamos, sempre encontramos gente com percepção de certo ou errado, dotadas de um juiz interior que a Bíblia chama de consciência, que Freud chama de super ego. Assim, em todas as culturas, encontramos o senso de pecado, o medo do julgamento e uma tentativa de expiar erros pelas transgressões e de apaziguar os deuses temidos.”

A propósito, por que você é crente?

Por amor a Cristo?
Por interesse em bênçãos materiais?
Por medo do inferno?
Por não querer decepcionar seus pais, abandonando a igreja?

Bem, você tem noção do que é certo e do que é errado, certo? Então, podemos fechar assim: pecado é tudo aquilo que fazemos escondido de alguém, ou seja, por sabermos que aquilo é errado, tentamos esconder. Quando temos clareza de que estamos agindo corretamente, não tentamos nos esconder.

DE NOVO A CIRCUNCISÃO

“Essa era a grande marca da aliança e uma prática que iniciou com Abraão, pai do povo judeu (Gn 17). Para os judeus, os gentios eram ´cães incircuncisos’. O mais triste é que os judeus fiavam-se na marca física, em vez de depositarem sua fé na realidade espiritual que esse sinal representava (Dt 10:16; Jr 9:26; Ez 44:9). O verdadeiro judeu era aquele que possuía uma experiência espiritual interior no coração, não apenas uma cirurgia física exterior. Hoje em dia, muita gente comete o mesmo erro com relação ao batismo, à Ceia do Senhor, ou mesmo à participação em uma igreja como membro.” Deus não tá nem aí pra esse legalismo besta, Ele vai além do visível, Ele quer saber o que se passa em nossa cabeça, nossas razões, o que nos levou a agir dessa ou daquela forma. Ele quer que a minha vida diária esteja de acordo com aquilo que falo. Não adianta nada dizer-se crente, membro de uma igreja, participante da Ceia, se nosso coração está cheio de maldade e se nossas ações estão distante do evangelho de Cristo. No caso deles (judeus), um gentio obediente incircunciso era mais aceitável do que um judeu desobediente circuncidado.

FINALMENTE O TEMA DA LIÇÃO

"E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?" (Mateus 7 : 3). Pois é, aqui Jesus está dizendo que não vemos o que fazemos. Ensinamos aos outros, mas não fazemos aquilo que ensinamos, como diz o texto de Romanos, e então usamos aquela expressão absolutamente autoritária, absolutamente militar: “faça o que eu mando e não o que eu faço”, ou aquela tão horrorosa quanto: “manda quem pode, obedece quem tem juízo.” De repente, estamos preocupadíssimos com uma bobagem qualquer que nosso amigo faz, e não estamos vendo os absurdos que estamos cometendo.

VAMOS REFLETIR UM POUQUINHO

Se a igreja é sal e luz, se há tantas igrejas em Unamar e se cada uma cumpre sua missão, então os índices de violência, inclusive doméstica, precisam ser menores ainda do que são; as escolas não podem registrar problemas graves de disciplina; os atendimentos nos serviços públicos precisam ser de boa qualidade; o número de caloteiros (seres humanos que compram coisas de outros seres humanos e entendem que foi uma doação) no comércio local precisa ser bem reduzido, pois são tarefas da igreja, entre outras, promover transformações sociais, alterar os costumes da comunidade em que está inserida, ser percebida no comportamento e nas atitudes dos seus membros. Se as coisas não estão fluindo nessa direção, precisamos rever nossos conceitos de igreja, de povo de Deus.
Talvez não estejamos percebendo aquilo que estamos fazendo. Talvez nos declaremos contra o uso de palavrões, mas estejamos usando palavrões, achando que tudo bem, afinal de contas, todo mundo usa, inclusive alguns irmãos, então eu também posso usar; além disso, segundo a mídia, “nossa regra de fé e prática”, alguns palavrões já não são palavrões, como, por exemplo... Ah, acharam que eu ia citar aqui, né? Não vou, tenho certeza de que alguns de vocês seriam capazes de citar alguns exemplos. Talvez nos declaremos contra as desigualdades sociais, mas sejamos incapaz de dividir nosso lanche. Talvez nos declaremos contra a corrupção, contra a desonestidade, mas estejamos enganando e desrespeitando nossos patrões, nossos professores. Talvez estejamos falando de direitos humanos e ao mesmo tempo espancando nossos irmãos menores.
Nos Estados Unidos, um país cristão de maioria evangélica, a maior parte da população declara-se contra o uso de drogas. No entanto, aquele país é o maior “aspirador de pó” da humanidade. Oxente, se um país de maioria evangélica que se declara contra o uso de drogas é o maior consumidor de drogas do planeta, algo está muitíssimo errado. Não podemos reproduzir isso em nossas igrejas. Não podemos achar normal uma distância tão grande entre nosso discurso e os números, afinal de contas, somos igreja, fazemos parte do corpo de Cristo.
Assim como para um judeu não bastava ser circuncidado, para um cristão evangélico, não basta ser membro de uma igreja e participar da ceia, é preciso algo mais, é preciso um coração cheio de belezuras e de fofezas, é “preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã.”
Mas afinal de contas, o que é legalismo? Veja a definição do Aurélio: “Caráter de doutrina que, em quaisquer circunstâncias, prescreve a estrita obediência à lei e o respeito às instituições.” Agora vou eu exemplificar na prática: legalismo é você amar mais as regras que as pessoas. Legalismo é aquilo que um bispo católico fez recentemente ao excomungar um médico que fez um aborto numa menina de nove anos, grávida de gêmeos, após ser violada pelo seu pai. Para aquele bispo a proibição cristã do aborto está acima da preocupação e da misericórdia para com uma criança, já violentada, grávida numa idade em que o seu corpinho não suportaria, de gêmeos, pra piorar as coisas. Legalismo é eu me afastar de um colega de escola porque ele pratica outra religião, porque defende uma outra fé e eu me acho tão superior que não quero me contaminar com ele. Legalismo é eu achar que se sou membro de uma igreja e participo da ceia, isso basta para que eu seja salvo e dane-se o resto do mundo. Enfim, abaixo o legalismo alienado e alienante.


LIÇÃO 04 - 23/08/09

TODOS PECARAM E ESTÃO FRITOS SEM A GRAÇA DE DEUS

ROMANOS 3


10 - Como está escrito: Não há justo, nem sequer um,

13 - A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios.

14 - A boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura;

17 - desconheceram o caminho da paz.

18 - Não há temor de Deus diante de seus olhos,

19 - visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado,

23 - pois todos pecaram e carecem da glória de Deus,

24 - sendo justificados gratuitamente , por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus.

28 - Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei.

29 - É, porventura, Deus somente dos judeus? Não o é também dos gentios? Sim, também dos gentios.


Gente, “é importante não confundir justificação com santificação. A santificação é o processo pelo qual Deus torna o cristão cada vez mais semelhante a Cristo. A santificação pode mudar a cada dia, enquanto a justificação nunca muda. Quando o pecador crê em Jesus Cristo, Deus o declara justo, e essa declaração jamais será revogada. Deus nos vê e nos trata como se jamais tivéssemos pecado!”

A IGREJA É UM LUGAR DE JUSTOS OU DE PESSOAS QUE BUSCAM A JUSTIÇA?

Deixa eu mandar uma real aqui pra vocês: na igreja, muitas vezes sofremos desnecessariamente. Aliás, na vida diária, somos os únicos responsáveis pela maioria dos nossos sofrimentos. Acabamos de ver no texto de Romanos que não há nenhum justo. No entanto, cobramos isso das pessoas. E o pior: nos frustramos quando descobrimos que elas erram e que nem sempre são umas belezuras. O outro falha, e nós também falhamos.

O APÓSTOLO PAULO E SEUS “SANTOS”

Em seu livro “Igrejas? Tô Fora!”, escreve o pastor Ricardo Agreste: “...Paulo sempre começa suas cartas referindo-se aos cristãos destas igrejas como ‘santos’. Como ele poderia chamar de ‘santos’ grupos formados por pessoas tão problemáticas e que carregavam em seus currículos erros e pecados tão grotescos? Como poderia ele considerar como ‘santos’ gente tão confusa e cheia de pendências na vida? A resposta está na expressão que normalmente Paulo usa após o adjetivo ‘santos’. Constantemente ele chama os cristãos de ‘santos em Cristo Jesus’. Esta simples expressão revela um grande segredo para compreendermos o que é a igreja” e para onde ela caminha, acrescento eu.
No mesmo livro, o autor conta um episódio em que um certo preletor após ouvir vários depoimentos sobre igrejas, declara: “Sabem, a cada dia que se passa mais me convenço de quão bíblica é a minha comunidade local. Observando as pessoas que se reúnem domingo após domingo e conhecendo suas histórias de segunda a sábado, identifico inúmeros pontos em comum com as igrejas locais descritas nas páginas do Novo Testamento. Em minha comunidade, temos alguns imorais, vários idólatras, um punhado de adúlteros e até mesmo homossexuais. Caluniadores e trapaceiros então... já perdi a conta de quantos são.”
Sobre isso escreve também o jornalista e escritor cristão Philip Yancey, em seu livro “A Maravilhosa Graça”: “Rejeitei a igreja durante algum tempo porque encontrei bem pouca graça ali. Voltei porque não descobri graça em nenhum lugar.”
Se dependêssemos exclusivamente da lei para sermos salvos, estaríamos fritos.
O que nos qualifica para estarmos sentados em um banco de uma igreja, certamente, não é nosso currículo anterior. Quem pensa o contrário não compreendeu ainda a essência do Evangelho.” - escreve o pastor Ricardo Agreste, e continua: “Ao estabelecer que o padrão de aceitação para pertencer ao grupo seria a graça, Deus transforma a igreja numa comunidade de gente que traz profundas marcas em seu passado, grandes lutas no presente e a esperança de redenção de suas vidas e histórias no futuro. No entanto, esta esperança não faz deles gente acabada, mas ainda em obras”.

ENFIM....

A igreja, queridos e queridas, não é formada de santos acabados, mas de pessoas que buscam a santidade, santos em Cristo, como escreve Paulo. Ela seria perfeita sem os seres humanos, mas aí perderia sua função. O desafio é convivermos com todas essas pessoas esquisitas, com todos esses ex. Se você criar uma expectativa de encontrar somente pessoas perfeitas na igreja, vai frustrar-se gravemente, até porque você mesmo não é perfeito. E então vai sair em busca de outra igreja. No início, tudo será uma belezura. Dias depois começarão acontecer tudo aquilo que acontecia na outra, e sabe por quê? Porque essa segunda igreja e todas as outras existentes são formadas de pessoas, seres humanos, criaturas imperfeitas e problemáticas, inclusive eu e você.
Se você acha que a igreja primitiva, aquela dos livros de Atos e das epístolas, era perfeita, e tudo se resolvia sem conflitos, você está precisando ler com mais atenção o Novo Testamento, perceber o estresse de Paulo e de outros pastores. Os problemas daquela igreja eram muito parecidos com os da igreja de hoje, e sabe por quê? Porque tanto lá como aqui existiam e existem pessoas, razão da existência da igreja.

O CRISTIANISMO E NOSSA MANIA FEIA DE EXCLUSIVIDADE

Se liga aí no último versículo do quadro inicial (3:29). Pois bem, os judeus acreditavam que a salvação era somente pra eles, que Deus era exclusivo deles. Como o Cristianismo vem do Judaísmo (é isso aí, Jesus era um judeu e foi dentro do Judaísmo que o Cristianismo nasceu), nós, cristãos herdamos isso e temos a feia mania de achar que Deus é uma exclusividade nossa. Mais um pouco e vamos dizer que Deus é batista e vamos até arrumar uma carteirinha de membro pra ele. Oxente, meu povo, Deus não é uma propriedade do Cristianismo, Deus é Deus. Deus não é judeu, cristão, mulçumano. Deus não é batista, assembleiano, presbiteriano, católico, metodista, etc... Deus é Deus. E ele não se deixa manipular por nenhum grupo.

A SALVAÇÃO É GRATUITA, PORÉM CUSTOU CARO

“A salvação é gratuita, mas não é barata. Jesus teve de morrer na cruz a fim de cumprir a lei e de justificar os pecadores.
G. Campbell Morgan tentava explicar a “salvação gratuita” a um trabalhador de uma mina de carvão, mas o cabra não conseguia entender. “Mas eu preciso pagar pela salvação”, insistia o homem. Então, num insait (insight) divino, Morgan perguntou: “Como você desceu até o fundo da mina hoje cedo?” “Foi fácil”, respondeu o homem. “Peguei o elevador e desci.” Então Morgan lhe perguntou: “Não foi fácil demais? Não lhe custou alguma coisa?” O homem riu e comentou: “Para mim não custou nada, mas a empresa deve ter pago um dinheirão para instalar o elevador.” Então, o cara responde: “Para mim a salvação não custa coisa alguma; para Deus, custou a vida de seu Filho”.
Viu que exemplo fofo (do livro COMENTÁRIO BÍBLICO EXPOSITIVO, de Warren W. Wiersbe)? Nós não pagamos nada, mas Cristo deu a sua vida. Como diz a letra de uma música linda dos anos 90: “sei que foi pago um alto preço...” Eu não morreria, de jeito nenhum, por essa gente a que o texto de Romanos se refere, nem por você, confesso (Matheus, se você estiver lendo esse texto, por você papai morreria tá?), mas Cristo deu sua vida por todos nós, apesar de ser quem somos e não somos nenhum modelo de perfeição.


LIÇÃO 05 - 30/08/09

UFA! AINDA BEM QUE JESUS MORREU POR NÓS... ENTÃO JÁ NÃO SOMOS SERVOS DO PECADO!


CAPÍTULO 5

3 - E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência,

4 - E a paciência a experiência, e a experiência a esperança.

5 - E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.

12 - Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.

17 - Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo.


CARÁTER CRISTÃO E SOFRIMENTO

“A justificação não é uma fuga das tribulações da vida. “No mundo, passais por aflições” (Jo 16:33). Porém para os cristãos, as tribulações trabalham em seu favor, não contra ele. Não há sofrimento que nos separe de Deus (Rm 8:35-39); antes, as provações nos aproximam mais do Senhor e nos tornam mais semelhantes a ele. O sofrimento constrói o caráter cristão. Nosso termo TRIBULAÇÃO vem do latim TRIBULUM. No tempo de Paulo, o tribulum era um pedaço pesado de madeira com cravos de metal usado para debulhar cereais. Ao ser arrastado sobre os cereais, o tribulum separava o grão da palha. Ao passarmos por tribulações e dependermos da graça de Deus, as dificuldades nos purificam e nos ajudam a eliminar a palha.”

Que tipo de tribulação rola na vida de um adolescente? Vamos listar algumas?

Hoje, vivemos a era do descartável, do consumismo, do imediatismo. As paixões são rápidas e avassaladoras. Podem durar apenas uma festa. As amizades são descartáveis. O outro não me interessa mais, já tirei dele tudo o que me interessava, então é hora de deletá-lo de minha vida. Estou apaixonado por alguém, não posso perder a oportunidade de transar com essa pessoa, tem que ser agora. A paciência é uma virtude em extinção. Caraca! Tem que esperar, galera, tem que segurar a onda, tem que se reavaliar esse imediatismo, esse consumismo em que amamos as coisas e usamos as pessoas. A paciência, diz o apóstolo Paulo, produz a esperança. E continua de uma forma muito fofa: e a esperança não traz confusão.

REINANDO EM VIDA

Essa citação é o maior barato. Sabe aquela ideia de que a terra é um lugar de ralação extrema e que só nos céu seremos felizes? Nada a ver, quer dizer, quase nada a ver. Paulo desmente essa parada, afirmando que já aqui e agora, podemos desfrutar as bênçãos de termos sido alcançados pela graça de Deus. Ulalá! Que fofeza! Não preciso morrer para ser feliz, posso começar a ser feliz agora.
Cuidado para não confundir isso com a insana Teologia da Prosperidade. Você sabe o que é isso? É uma idéia distorcida de que o foco da nossa relação com Deus é a aquisição de bens materiais e de qualidade de vida perfeita sem sofrimento. Não é nada disso. O sofrimento faz parte da vida na terra. Uns sofrem mais, uns sofrem menos, mas todos sofremos, e isso não tem nada a ver com nossa opção religiosa. Outro dia ouvi um pregador inteligentíssimo dizendo o seguinte: “se alguém me diz que deseja ficar bem, não recomendo o Cristianismo e sim uma boa garrafa de vinho.” Que sacada desse cara! É isso. Quer dizer, olha lá, não vai sair por aí tomando vinho para ficar “bem”, olha lá. O que o cabra quis dizer é que o fato de sermos cristãos não nos dá nenhuma garantia de belezura total 24 horas. E mais: não sofremos porque Deus tem prazer em impor sofrimento à humanidade não. Essa não é a praia de Deus. Sofremos porque somos gente. Aliás, não só sofremos como também somos capazes de provocar sofrimento. Faz parte da vida. Não há garantia bíblica de que Deus fará cessar todas as minhas dores de cabeça, por exemplo. Tudo bem, se eu tiver fé, e Ele quiser, ele pode curar, mas não tem nenhuma obrigação de fazer isso. Deus não tem nada a ver com a desigualdade social que existe em nosso país. Não foi ele que determinou isso não. Isso é fruto da ação do próprio homem que estabeleceu uma relação malvada de dominadores e dominados.


CAPÍTULO 6

11 - Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor.

12 - Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências;

13 - Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniqüidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.

14 - Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.

23 - Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.


LEGALISMO E LICENSIODADE

Lendo todo o capítulo 6, percebemos que Paulo prevê que seus leitores não entenderiam bem o contraste entre lei e graça (1-14). Parece que não tinham compreendido nem a lei nem a graça e caíram em um de dois extremos: de um lado, o legalismo, e, de outro, a licenciosidade. Assim, ao defender a justificação, Paulo também explica a santificação.

LEGALISMO – Nada pode, tudo é proibido, as regras são mais importantes que os seres humanos.

LICENCIOSIDADE – Tudo pode, tudo é permitido, cada um estabelece suas próprias regras.


MORTO PARA O PECADO

“Paulo usa a experiência do batismo com água pelo qual seus leitores passaram para lembrá-los de sua identificação com Cristo... Há um consenso entre os historiadores de que a forma de batismo usada pela igreja primitiva era a imersão. Os cristãos eram ‘sepultados’ na água e trazidos de volta, retratando a morte, sepultamento e ressurreição... É um símbolo exterior de uma experiência interior... Isso significa que o cristão se relaciona de forma diferente com o pecado. Está ‘morto para o pecado’. ‘Estou crucificado com Cristo´(Gl 2:19). Se um alcoólatra morre, não pode mais ser tentado pelo álcool, pois seu corpo está morto para todos os sentidos físicos.”
Mortos para o pecado, agora andamos em novidade de vida. O que você entende por novidade de vida?
Pois é, “ o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” Que fofeza!
LIÇÃO 06 - 06/09/2009

O MONSTRO QUE MORA EM MIM

CAPÍTULO 07

15 - Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e, sim o que detesto.

17 - Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim.

18 - Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum: pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo.

19 - Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço.

20 - Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e, sim, o pecado que habita em mim.

24 - Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?

Vou transcrever um poeminha meu, feito para um trabalho do curso de Psicanálise, que tem exatamente o título desta lição:

Paulo,
O apóstolo sistematizador do Cristianismo,
Ora chama de velho homem,
Ora de carne;
Freud chama de inconsciente...
É o obscuro de nós,
O que milita contra o espírito.
Esse espírito, para Freud,
É o superego, o consciente.
Seja qual for o nome,
É o monstro que mora em mim,
Sem valores,
Sem pudores,
Sem limites,
Em constante briga
Com minha consciência.
Esse monstro armazena em sua memória
Imagens,
Áudios,
Fatos.
Ele é autônomo,
Não tenho controle sobre
O monstro que mora em mim.


Você já se pegou, em algum momento, surpreso com uma atitude sua? Agindo de um jeito que não gostaria de ter agido, e depois disso teve uma bruta crise de consciência? Pois é. É disso que estamos falando. Você já se viu desejoso de fazer uma coisa legal e não conseguir? Ou fazendo uma coisa feia quando não gostaria de fazer? Pois é. Tanto Paulo quanto Freud estão falando disso, desse monstro que mora em nós. Sabe quando você sonha coisas que não gostaria de sonhar ou quando olha para alguém de um jeito que não gostaria de olhar, ou ainda quando pensa um monte de bobagem que não gostaria de pensar? É esse monstrinho chamado inconsciente que está em ação. Nós temos controle sobre o nosso consciente, mas não sobre o inconsciente. Freud divide assim: ID, EGO e SUPEREGO. O ID é o monstrinho propriamente dito, sem valores, sem pudores, fora de nosso controle. O SUPEREGO é a nossa consciência, nossos valores, nossa censura. O EGO ou PRÉ-CONSCIENTE é o elo, o elemento intermediário entre um e outro. Assim, de repente você está prestes a fazer uma besteira sem tamanho, você está no ID, fora do estado racional. Então, nesse momento, o EGO te puxa para o estado de consciência para que você perceba o tamanho e as consequências da bobagem que está prestes a fazer.
Vou melhorar o exemplo, ou, quem sabe, piorar. Você está dando uns amassos na sua mina ou no seu mino. A coisa vai fluindo, as mãos vão se movimentando guiadas pelo monstrinho que mora em você. Esse monstrinho, como já vimos, não tem censura, nem pudores, nem valores, nem nada, e lá vai você, e o monstrinho conduzindo suas mãozinhas. Seu coração está disparado, aí, de repente você sente uma batida mais forte numa artéria na altura da nuca, uma marteladinha. É o ego saindo de cena, mas pra não te deixar completamente na mão, ele dá um último aviso: “olha só, estou me desconectando, a partir daqui você é apenas um animal, fique com os seus instintos, última chance.” Huuummmm.... aí, você tem um lampejo de consciência, o último antes de consumar o que estavam pretendendo. Nesse lampejo, aparecem os valores cristãos, você pensa nas conseqüências para você e para aquela criaturinha que você ama tanto. Aí vem uma onda rápida de repulsão (a última também). Aí você dá uma empurradinha carinhosa na criaturinha amada e recita um texto bíblico pra ela. Ufa! Foi por pouco. E aí, entendeu o alcance da coisa? Pois é, você acabou de entender a teoria de FREUD sobre os estágios da nossa mente, os escritos de Paulo transcritos acima e o meu texto. Olha, que belezura, três coisas de uma tacada só.

NÃO É BEM ISSO NÃO

Vejam bem, criaturas queridas: não me venham a partir daqui com uma desculpa esfarrapada para todos os seus atos, baseados numa interpretação tendenciosa dos escritos de Paulo, quando ele diz “Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e, sim, o pecado que habita em mim.” É assim: uma criatura má intencionada vai dizer: Ah, então não tenho culpa. Paulo está dizendo que a culpa é do pecado, então eu ponho tudo na conta do pecado e não sou culpado por nada. Oxente, de fato você não teria culpa, se não fosse racional, se não houvesse o consciente, se você fosse um bicho, mas você tem censura, lembra? Ou seja, você sabe discernir entre o bem e o mal. O que Paulo está dizendo é aquilo que Davi disse centenas de anos antes dele, no livro de Salmos: “Fui concebido em pecado”, querendo dizer que já nascemos com esta tendência, mas isso não isenta-nos de culpa.
O verso 24 desse capítulo que estamos estudando mostra bem isso: “Miserável homem que sou” Quem me livrará do corpo desta morte?” Em outras palavras, Paulo está dizendo: “e agora, quem poderá me salvar?” O Chapolim Colorado? Claro que não. A resposta vem logo no início do capítulo 8. Vejamos:

CAPÍTULO 08

01 - Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.

02 - Porque a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus te livrou da lei do pecado e da morte.

09 - Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vós. E se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.

16 - O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus

31 - Que diremos, pois, à vista destas cousas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?

35 - Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?

E aí, quem poderia te separar do amor de Deus? A namoradinha? O namoradinho? O “amiguinho” que quer te levar ao baile fank para assistir A Gaiola das Popozudas? O “amiguinho” que te ofereceu um cigarro de maconha só para experimentar a sensação? Se liga aí, galera! Você está vivo para Cristo e morto para os desvalores da sociedade que Paulo chama de mundo. Você é do bem? Ou não?


LIÇÃO 07 - 13/09/2009


A SITUAÇÃO DE ISRAEL EM RELAÇÃO A SALVAÇÃO EM CRISTO

CAPÍTULOS 09, 10, 11

7 - Nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência.

8 - Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência.

20 - Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?

1 - IRMÃOS, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação.

2 - Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento.

3 - Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus.

9 - A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.

1 - DIGO, pois: Porventura rejeitou Deus o seu povo? De modo nenhum; porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim.

“É um tanto estranho Paulo interromper sua discussão sobre a salvação e dedicar uma longa seção de três capítulos à nação de Israel... mas um estudo minucioso de Romanos 9 a 11 revela que, na verdade, essa seção não constitui uma interrupção. Antes, é uma parte necessária da argumentação de Paulo em favor da justificação pela fé.
Pra começar, os judeus consideravam Paulo um traidor. Ele ministrava aos gentios e ensinava a liberdade da Lei de Moisés. Havia pregado em várias sinagogas e causado inúmeros problemas, e, sem dúvida, muitos dos cristãos judeus em Roma haviam ouvido falar de sua reputação duvidosa. Nestes capítulos, Paulo demonstra seu amor por Israel e seu anseio pelo bem de seu povo. Esse é o motivo pessoal do apóstolo para tratar dessa questão.”
“Romanos 9 enfatiza a eleição passada de Israel; Romanos 10, a rejeição presente de Israel e Romanos 11, a restauração futura de Israel.... No capítulo 9, Paulo cita especificamente quatro atributos divinos relacionados a Israel: fidelidade (1-13); justiça (14-18); equidade (19-29) e graça (30-33).”

POPULARIZANDO A COISA

Gente, a situação é a seguinte: Israel, no passado, nos dias retratados no Velho Testamento, teve sua eleição, sua escolha por Deus. Assim, nos primórdios, Deus escolheu Abraão no meio de um povo idólatra. Pois bem. Mais tarde escolheu José para orientar e salvar da fome esse mesmo povo. Depois escolheu Moisés para retirar esse povo da escravidão egípcia e conduzi-lo a uma terra que seria sua para sempre se esse povo se comportasse. Com a morte de Moisés, Deus escolheu Josué; depois os Juízes (líderes temporários que eram levantados por Deus quando o bicho pegava). Depois, escolheu Davi para ser rei. E por aí vai. Esse povo teve todas as oportunidades do mundo de ampliar suas fronteiras, de ser bênção para outros povos. Só que esse povo é uma turma de cabeça-dura e, aqui pra nós, um povo arrogante, pretensioso e seboso. Por conta disso tudo, foram expatriados dessa terra, e durante séculos peregrinaram pelo mundo a fora, foram perseguidos, como no holocausto. Em 1948, por fim, retornam para a chamada terra prometida. Se instalaram lá e começaram a criar guerras para ampliar suas fronteiras. Pegaram no pé nos palestinos e estão lá aterrorizando a vida dos caras, que, diga-se de passagem, estavam lá antes deles retornarem. Agora, querem de volta tudo aquilo que, de bobeira, perderam nos dias do Velho Testamento. Eu, particularmente, sou simpatizante da causa palestina, embora tenha clareza de que há extremismos dos dois lados. Só não posso aceitar com naturalidade que por questões proféticas os judeus tenham o direito de esmagar o povo palestino. Se um palestino mata dez judeus; os judeus matam, como represália, mais de cem palestinos. Não posso aceitar que um judeu valha mais que um palestino.
Pois é, então voltando aos capítulos em estudo, é pra essa gente turrona e metida a besta que Paulo está escrevendo e dizendo pra eles que o simples fato de ser judeu não dá nenhuma garantia de salvação, é preciso que haja arrependimento, como já pregara João Batista algumas décadas atrás. É preciso confessar que Jesus Cristo é o Senhor.
Trazendo isso para os nossos dias, para o contexto da igreja, é a mesma coisa que dizer que o simples fato de alguém declarar-se cristão por si só não resulta em salvação, é preciso fé, e toda fé gera boas obras. Ser membro de uma igreja batista não é nenhuma garantia. É preciso que essa pessoa seja de fato convertida ao Senhor, que tenha experimentado uma transformação, que ande em novidade de vida. Ser batizado em águas e participar da ceia por si só não salvam, é preciso algo mais, é preciso uma experiência com Deus.
Então, voltando ao povo judeu, os caras insistiam nesse papo furado de que o futuro estava garantido por conta da nacionalidade. Só que a coisa não rola assim.

A REJEIÇÃO DO MESSIAS

Então, continuando nosso papo, chegou o Messias, Jesus, e o que os caras fizeram? Rejeitaram ele. Jesus foi um judeu e foi rejeitado pelo seu próprio povo, os judeus. Daí a salvação ser estendida aos gentios (todos os povos não-judeus) e Paulo ter se tornado o apóstolo dos gentios.
Foram os judeus que entregaram Jesus aos romanos para que o crucificassem. Por conta disso, anos mais tarde, e durante séculos, os judeus foram odiados por outros povos por terem matado seu próprio salvador. Mas era preciso que as coisas acontecessem assim.

DEUS NÃO REJEITOU ISRAEL


Apesar de todas as bobagem feitas por Israel ao longo da história, Deus jamais rejeitou seu povo, até mesmo em função do pacto feito com Abraão de que jamais abandonaria sua descendência. É isso que Paulo faz questão de lembrar em 11:1.
O que Israel faz hoje com o povo palestino é um contrassenso
levando-se em conta tudo o que sofreu ao longo da história. Se fosse um povo sensível, não infligiria a nenhum outro povo o sofrimento que um dia lhe foi imposto, mas eles não estão nem aí. Ele querem de volta, numa outra época, tudo o que lhes fora dado numa outra época, e que fizeram questão de desperdiçar.
De qualquer forma, declara o apóstolo Paulo: “os judeus têm zelo de Deus, mas não com entendimento”, o que é uma pena.

COMO ASSIM, TER ZELO DE DEUS, MAS NÃO COM ENTENDIMETO?


Têm a preocupação de guardar o sábado por entenderem ser esse um mandamento divino, mas não conseguiram entender, nos dias de Jesus, que o ser humano é mais importante que a guarda do sábado;

Um judeu não fala o nome de Deus num banheiro, por considerar um ambiente impróprio para a divindade, o que parece uma profunda reverência, no entanto é incapaz de perceber num palestino, por exemplo, a imagem desse Deus que parece reverenciar tanto.

Nos dias do Novo Testamento, eram preocupadíssimos com a lei e conheciam bem as profecias sobre a manifestação do Messias, no entanto não tiveram entendimento nem discernimento para reconhecê-lo quando apareceu.

LIÇÃO 08 - 20/09/09

A DIVERSIDADE NA UNIDADE

CAPÍTULO 12

1 - ROGO-VOS, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.

2 - E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.

3 - Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.

4 - Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação,

5 - Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.

6 - De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé;

7 - Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino;

8 - Ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria.

ENTREGA E CULTO RACIONAL

“Antes de crer em Cristo, usávamos o corpo para prazeres e propósitos pecaminosos; agora que pertencemos ao Senhor, usamos o corpo para a sua glória. O corpo do cristão é o templo de Deus (1 Co 6:19,20), pois o Espírito de Deus habita nele (Rm 8:9). É nosso privilégio glorificar e engrandecer a Cristo com nosso corpo (Fp 1:20,21).” Então, molecada, o lance é o seguinte: toda vez que você achar que está prestes a fazer uma besteira com o seu corpo, ou contra o seu corpo, pense que ele é habitação do Espírito Santo. E é esse corpinho que devemos apresentar a Deus como sacrifício vivo. Para entendermos melhor esse sacrifício vivo, vamos lembrar dos dois casos bíblicos: Isaque e Jesus Cristo. No contexto desse versículo, o verbo apresentar sugere uma entrega definitiva, uma única vez, ou seja, o que Paulo nos recomenda é que entreguemos nossos corpos a Deus como forma de adoração permanente.
Esse culto racional a que ele se refere, como o próprio termo sugere, fala de um culto com a razão, com a mente voltada para Deus. Isso contraria a idéia de um êxtase, de um culto “enlouquecido” em que a razão nem passa perto.

Outra coisa importante nesse contexto é pensarmos numa adoração permanente, ou seja, o culto cristão não pode limitar-se ao espaço e ao tempo da igreja. Não rola esse papo de dizer que o culto tem apenas uma ou duas horas; nosso culto precisa ir além dos limites do templo, ele precisa ser racional, permanente e de fato. Tem uma turminha sinistra que entende que cultuar é simplesmente estar dentro da igreja durante o tempo da reunião; alguns, às vezes, completamente distantes do culto propriamente dito, trocando mensagens, mexendo no celular como quem nunca viu tecnologia antes, como um alienado, retardado e doente, e acha que cumpriu sua obrigação para com Deus por mais uma semana. Só que Deus não tá nem aí para essa criatura asquerosa, deve até pensar assim: “será que aquele vermezinho lá ainda não descobriu que dei um cérebro pra ele, será que ele tá achando que está me adorando só porque está dentro da igreja?” Ih, se liga aí, galera, nosso culto precisa ir além, precisa acontecer em nossa rua, em nossa escola, em nosso trabalho, no relacionamento com o outro, ou seja, é vinte e quatro horas no ar.

PAULO COMBATE A IDEIA DAQUELAS CRIATURAS QUE FICAM “SISSE”

Você deve conhecer alguém que fica SISSE (se sentindo) o tempo todo, que acha que é o cara, ou a cara, o gostosão ou a gostosona. Pois é, você se ligou na orientação de Paulo para esse caso?: “não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.” Em outras palavras, ele está dizendo: você não deve achar que é melhor que os outros, você faz parte de uma teia, de um corpo, que é a igreja. Não adianta ficar “sisse”, não adianta tirar onda. “Todo mundo é parecido quando sente dor”, já dizia o Cazuza. Todos nós, por mais bonitinhos e fofinhos que sejamos, fazemos cocô, flautulamos (e olha que dessa vez usei uma palavra bonitinha), fazemos xixi, vomitamos, eliminamos umas secreções nojentas pelos ouvidos e pelo nariz. Enfim, somos todos muito nojentos, porém somos alvo do amor de Deus, do sacrifício de Cristo. Eu não sou melhor ou mais fofo que vocês. Eu faço isso tudo aí que falei, assim como vocês fazem, com o agravante de que quando criança, eu comia casquinha de machucado e até hoje faço bolinha de meleca. Apesar disso tudo, Deus me usa, assim como no Velho Testamento usou uma mula, mas eu sou gente, você é gente, então somos mais importantes que uma mula. Então gente, nada de ficar “sisse”, “somos todos iguais, braços dados ou não.”

SOBRE A DIVERSIDADE DOS DONS

A igreja tem uma diversidade imensa de pessoas, essas pessoas têm uma diversidade de necessidades. Assim, visando o bem-estar dessa unidade que é igreja, Deus providenciou uma diversidade de dons. Dessa forma, podemos dizer, sem nenhum medo de estar errando, que os dons só fazem sentido quando edificam a igreja, quando contribuem para o bem estar da mesma. Isso significa dizer que não faz o menor sentido falar em gente caindo no poder, caindo diante de um sopro de alguém, caindo diante de um paletó que se joga, gente grudando na parede com a tal unção da lagartixa, gente enlouquecida com a tal unção do riso e por aí vai. Bom, não é disso que Paulo está falando. Ele está falando de dons de verdade, aqueles que têm como função primordial a edificação do corpo de Cristo. Enquanto membro desse corpo, você precisa se achar, descobrir ou redescobrir seu dom e cair dentro, se doar, se gastar, investir seu tempo na causa de Cristo, observando a recomendação apostólica: “Cada um deve permanecer na vocação para a qual foi chamado.”

DONS MINISTERIAIS

Quando falamos dos dons do Espírito Santo voltados para o ministério da igreja, devemos ter em mente, basicamente, três citações do Novo Testamento (Ef 4:11; Rm 12:6-8; 1 Co 12:28), as quais se referem a uma variedade de ministérios, completando-se entre si, todos voltados para o bem da comunidade cristã.

EFÉSIOS 4:11,12: “E ele mesmo concedeu uns para APÓSTOLOS, outros para PROFETAS, outros para EVANGELISTAS, e outros para PASTORES e MESTRES, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para edificação do corpo de Cristo.”

ROMANOS 12:6-8: “Tendo , porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se PROFECIA, seja segundo a proporção da fé; se MINISTÉRIO, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ENSINA, esmere-se no fazê-lo; ou o que EXORTA, faça- o com dedicação; o que CONTRIBUI, com liberalidade; o que PRESIDE, com diligência; quem exerce MISERICÓRDIA, com alegria.”

1 CORÍNTIOS 12:28: “A uns estabeleceu Deus na igreja, primeiramente APÓSTOLOS, em segundo lugar PROFETAS, em terceiro lugar MESTRES, depois OPERADORES DE MILAGRES, depois DONS DE CURAR, SOCORROS, GOVERNOS, VARIEDADES DE LÍNGUAS.”

LIÇÃO 09 - 27/09/09

O PRINCÍPIO DA AUTORIDADE E O AMOR AO PRÓXIMO


CAPÍTULOS 13 e 14


7 - Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.

8 - A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei.

9 - Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.

1 - ORA, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas.

2 - Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes.

3 - O que come não despreze o que não come; e o que não come, não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu.

10 - Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo.

O RESPEITO A AUTORIDADE

Como já disse em alguma outra lição, o princípio da autoridade precisa ser observado por todos nós. Assim, ao governo devemos impostos, então vamos pagar esses impostos. Aos nossos pais, líderes, pastores, professores, devemos temor (não confundir com medo) e honra. A quem compramos alguma coisa, devemos o valor do produto adquirido. A todos, devemos amor. E somente isso devemos dever a alguém, conforme orientação de Paulo aos romanos. Assim, tudo de ruim que fazemos reflete a falta de amor ao outro. Se amo meu próximo, não vou adulterar contra ele. No caso de vocês, que não casados, se você ama seu colega ou sua colega, não vai traí-lo ficando com a namorada dele (é claro que ela também precisa de um mínimo de vergonha na cara), ou com o namorado dela. Se você ama o outro, você não vai querer matá-lo. Ainda que ele ou ela te irrite profundamente, você não vai querer matar essa pessoa. Se você furta alguma coisa de alguém, o faz por pura falta de amor. Quem ama respeita a propriedade do outro. Quem é falso ou falsa com o outro não ama o outro. Quando amamos, temos uma cara só e mesmo que digamos algo que não seja tão bom de ouvir, o fazemos por amor ao outro. Amigo de verdade, às vezes, dá uns puxões de orelha no outro. Tenho várias amigas e amigos de infância. Como diria Caetano, são todos lindos, são amizades de 30 anos, por exemplo, e, às vezes, tomamos a liberdade de darmos uns toques uns nos outros, e é tudo muito fofo. Quando amamos o outro, não cobiçamos o que é dele. Podemos até desejar ter algo que ele tem, mas não necessariamente aquele que é dele. Enfim, como disse o próprio Cristo, transcrito aqui por Paulo, tudo se resume a “amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” É muito fofo isso. O outro, gente, que precisamos amar, tanto pode ser a nossa liberdade, como pode ser nossa dificuldade, nossos problemas. O outro pode ser o caos, mas ainda assim precisamos amá-lo em Cristo. O outro, a princípio, é diferente de nós, e nós temos dificuldade de aceitar o diferente. A propósito, você acha que essa classe está pronta para receber o diferente? Vamos ampliar: você acha que a igreja está pronta para receber o diferente? Agora, vamos particularizar: você está pronto para lidar com o diferente?

O DIFERENTE PODE SER UM DE NÓS


“Havia divisão entre os cristãos em Roma por causa das dietas e de dias especiais. Alguns membros da comunidade acreditavam que era pecado comer carne, de modo que adotaram uma dieta vegetariana. Outros acreditavam que era pecado observar os dias santos dos judeus. Se cada cristão tivesse guardado sua convicção para si, não teria havido problema; mas não foi o que aconteceu, pois os membros da igreja começaram a criticar e julgar uns aos outros. Cada grupo acreditava que o outro não era tão espiritual quanto deveria ser.

Paulo se dirige aos ‘fortes na fé’, ou seja, os que compreendiam a liberdade em Cristo e não eram escravos de dietas e da observância de dias santos. Os ‘débeis na fé’ eram os cristãos imaturos, que se sentiam constrangidos a obedecer a regras legalistas com respeito à alimentação e às ocasiões de adoração. Muitas pessoas acreditam que os cristãos que seguem as regras mais rígidas são os mais maduros, mas nem sempre esse é o caso. Nas igrejas em Roma, os cristãos mais fracos eram os que se apegavam à Lei e não desfrutavam sua liberdade no Senhor. Os cristãos débeis julgavam e condenavam os cristãos fortes, e estes, por sua vez, desprezavam os débeis.” Diante de todo esse contexto, recomenda Paulo: “acolhei-vos uns aos outros.”

Há muitas diferenças na prática de fé cristã: católicos, ortodoxos, protestantes e evangélicos parecem não se entenderem. Parece que professamos religiões completamente diferentes. E quando essas diferenças ocorrem dentro do próprio movimento evangélico, entre batistas, pentecostais e neo-pentecostais? E quando acontecem dentro da própria denominação batista? Há casos que esses grupos parecem tão distantes que se criam os chamados guetos denominacionais. É uma pena, pois “o que Deus uniu não separem as denominações.”


Discussões como batismo por imersão ou por aspersão, batismo com o Espírito Santo como parte da experiência de conversão ou como parte de uma outra experiência pessoal com Deus, livre arbítrio ou predestinação são maneiras no contexto teológico, fora disso não vão contribuir em nada para a edificação da igreja. Muito pelo contrário, vão separar, afastar. Entre nós, batistas, há várias pessoas que acreditam que o céu é batista, que os outros grupos estão absolutamente equivocados. Oxente! Que pensamento mais besta! Que pretensão! Que mania de exclusividade! Pratiquemos nossa fé como batistas que somos, mas tenhamos em mente que somos apenas um grupo cristão dentre tantos outros que existem.


CAPÍTULOS 15 e 16

1 - MAS nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos.

17 - E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles.

18 - Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples.


Obra consultada e recomendada:

Comentário Bíblico Expositivo do Novo Testamento
Warren W. Wiersbe
Tradução de Susana E. Klassen
Geográfica Editora



MEU E-MAIL (você pode encaminhar para esse endereço, críticas e sugestões relacionadas a esse material; pode também sugerir temas para estudo nas próximas lições):
isacmoura@gmail.com

REPENSANDO A IGREJA - 3o trimestre/2009


APRESENTAÇÃO

Toda vez que penso em igreja, visualizo Cristo no Getsêmani pedindo ao Pai para que, se possível (embora sabendo impossível), passasse dele aquele cálice terrível de sofrimento. Depois, penso nele na cruz. E ali, ele deve ter pensado alguma coisa do tipo: “vale a pena tudo isso, estou fazendo isso por pessoas, por todas as pessoas.” Depois penso em Paulo estabelecendo as regras para aquela nova comunidade, a igreja. Depois vejo esse mesmo Paulo estressado com pessoas dessas novas comunidades (1 Tm 1:20). Depois disso tudo, penso em nossas igrejas contemporâneas, seguidoras de Cristo, instruídas por Paulo, mas longe, muitas vezes, dos ensinamentos de ambos. Concluo com profunda tristeza que algumas dessas nossas igrejas não aceitariam nenhum dos dois como seu pastor, não teriam o perfil desse ou daquele grupo. Então viajo, e imagino uma dessas igrejas num processo de escolha de um pastor. Num domingo, vai Jesus. Durante sua pregação, algumas pessoas se entreolham, outras torcem o nariz, outras se retiram. No domingo seguinte, é a vez de Paulo. Ih, esse é radical, machista, se sente dono da verdade, quer sistematizar tudo. O da semana passada era bonzinho demais, tolerante e revolucionário ao mesmo tempo, falou em perdão para todos e desdenhou de nossas tradições seculares, veio com aquele papo de amor ao outro ainda que esse outro queira nos prejudicar. Imagine só! O de hoje é estressadinho, só fala em regras, e veja só, quer abrir nossa denominação sacrossanta e histórica para receber qualquer criatura, hereges e tudo mais. Que absurdo! Acho que ele não entendeu que fazemos parte de uma elite e que não queremos nos misturar. E o de domingo passado, com aquele papo de venham todos como estiverem. Como assim? Melhor avaliar um terceiro candidato.

Cristo e Paulo são bonitinhos e fofos porque foram de outra geração. Cristo é bonitinho porque é a materialização de Deus, porque ressuscitou. Paulo é um cara legal porque lançou as bases, estabeleceu as regras, sistematizou o Cristianismo. Agora, tragam esses dois para o Cristianismo contemporâneo e verão que “não se adequam”, que os “fundadores” não cabem naquilo que fundaram. Imagino Cristo dizendo que quer almoçar com Fernandinho Beiramar, na casa dele. Que crise terrível causaria. Que alvoroço!
Calma aí, não me vejam como um crítico radical da igreja contemporânea. Também consigo ver uma igreja capaz de se envolver numa campanha como aquela para operar Nayara, filha do nosso companheiro pastor Eduardo, de Carapebus. Foi lindo demais aquilo. O poder público não cumpriu seu papel de prestar assistência médica aos seus cidadãos, mas a igreja assumiu a causa e a menina foi operada, e está bem. Cristo se orgulha disso, e parafraseando o pastor Ricardo Agreste, no congresso 2009 do Haggai: “Jesus sorriu para as igrejas naquela ocasião.” Ele também sorri para a igreja que tenta amenizar as desigualdades entre seus membros, que fofeza! Que igreja espetacular!
Lindinhos e lindonas, esse é o tema desse trimestre: REPENSANDO A IGREJA. Estudemos e apliquemos nossos estudos à nossa igreja. Vamos valorizar e aperfeiçoar nossos acertos e rever nossas falhas, nossos pontos mais vulneráveis, pois somente assim fará sentido o conteúdo dessas lições. A propósito, nossas aulas estão baseadas no livro “IGREJA? TÔ FORA!”, do pastor Ricardo Agreste, da Igreja Presbiteriana em Chácara Primavera, São Paulo. Recomendo sua leitura, é baratinho, gostoso de ler e capaz de proporcionar profundas reflexões. Enfim, é uma belezura.
Bons estudos, bons debates, boas reflexões.

Prof. Isac Machado de Moura



Lição 01 - 26/07/09

A IGREJA

Textos bíblicos:

1 Coríntios 12:12: “Porque assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo.

1 Coríntios 12:14: “Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos.”

1 Coríntios 12:26-27: “De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e se um deles é honrado, com ele todos se regozijam. Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo.”

1 Coríntios 12:29: “Porventura são todos apóstolos? Ou todos profetas? São todos mestres? Ou operadores de milagres?

COMENTÁRIOS INICIAIS

Essa análise do apóstolo Paulo sobre igreja é uma belezura. Ele foi muito feliz ao compará-la com o nosso corpo. Imagine que você esteja caminhando numa boa e de repente dê uma daquelas topadas maravilhosas numa pedrinha, machuque seu dedinho mínimo, aquele que parece sem função, e grite “oh glória!”. Pois é, a dor não se concentrará apenas nele, se espalhará pelo corpo e todo o corpo sofrerá por conta disso. Pois é, a igreja precisa funcionar dessa forma. Se um membro sofre, todos sofremos juntos, já que formamos uma unidade. E mais: cada um de nós tem um dom diferente e precisa ser assim até para garantir o bem estar dessa unidade que é a igreja. Dessa forma, uns cantam, uns ensinam, uns pregam, enfim, há uma diversidade de ministérios, mas o objetivo é um só: a edificação do corpo de Cristo, que é a igreja. Num corpo, todos os membros trabalham, todos são úteis, todos tem uma função específica, assim é a igreja. Cada membro precisa do outro para que tudo funcione direitinho.

CRISTO – A CABEÇA DA IGREJA

O corpo executa aquilo que a cabeça determina. Assim mesmo acontece com a igreja em relação a Cristo, ou seja, a igreja faz aquilo que Cristo determina. É preciso que seja assim (Efésios 1:22,23; Colossenses 1:18). Se a coisa não rola desse jeito, algo está errado e precisa ser repensado. A igreja não manda em Cristo, a igreja não pode determinar uma ação de Deus; é Deus que faz isso em relação a igreja.

MAS AFINAL DE CONTAS, O QUE É A IGREJA?

No momento em que recebe Cristo em seu coração, o novo crente torna-se parte do corpo, que é a igreja.
Na Bíblia, a palavra igreja tem dois sentidos. Algumas vezes, refere-se a todos os salvos do planeta, ou seja, a igreja universal. Outras vezes, refere-se a um grupo específico de crente de determinado lugar, é a igreja local.
É assim: independente de denominação, temos uma única igreja, o corpo espiritual de Cristo, formada por todos os salvos de toda a terra. Essa igreja universal, invisível, é constituída de todos os salvos independente da denominação pela qual optou. Dessa forma, no céu não vai rolar nenhuma divisão denominacional. Além disso, somos todos irmãos em Cristo.

POR QUE PRECISO DE UMA IGREJA?

A igreja é necessária por diversas razões:

1. Para que haja uma organização dos crentes. Ela fornece orientação, aconselhamento e promove a interação entre pessoas diferentes, mas que precisam se aceitar e viver o desafio do convívio. Ela promove comunhão (dê uma lidinha em Atos 10:25) e num ambiente de comunhão, aprendemos, trocamos, crescemos. Esse papo de igreja em casa não existe. Igreja é lugar de comunhão, de troca, um ajuda o outro. Precisa ser assim. Do contrário, perderá parte da razão de existir.

2. Para promover o ensino doutrinário e o consequente amadurecimento espiritual. Precisamos conhecer as bases da nossa fé e precisamos ter argumentos para defendê-las e isso é função da igreja. Aliás, é isso que estamos fazendo através desta apostila e das aulas presenciais aos domingos pela manhã.

3. Promover a adoração a Deus, pois Ele deseja e exige de nós um louvor constante. Essa adoração pode ser individual ou coletiva. O fato é que o culto coletivo, com cânticos de louvor, adoração e pregação da palavra contribui para o nosso crescimento, além de promover comunhão entre os adoradores. Aqui é interessante deixar registrado que adoração a Deus é um ato permanente, o que significa dizer que não pode se limitar ao momento de culto na igreja. Isso significa dizer que o nosso culto é permanente, chegamos à igreja adorando e vamos embora adorando e deve ser assim toda a nossa semana. Adoramos ao nosso Deus também através do nosso testemunho.

4. Dar oportunidade das pessoas trabalharem para o Senhor, exercitando os dons concedidos por Deus. Na igreja, podemos trabalhar juntos com outras pessoas diferentes, porém em busca de um objetivo comum: a edificação do corpo de Cristo.

Nossa associação a um grupo cristão ajuda-nos a amadurecer. Na igreja, o novo crente tem contato com crentes mais amadurecidos, que podem ajudá-lo, orientá-lo e juntos buscarem as melhores soluções .

A IGREJA COMO SAL E LUZ


O brilho da igreja reflete a luz de Jesus (João 8:12). Como luz, a igreja precisa brilhar sempre para dissipar as trevas do pecado. Como sal, precisa ter uma mensagem que conserve e dê sabor à vida do homem. A igreja precisa também promover a justiça, lutar contra as desigualdades. Para isso, ela não deve, nem pode envolver-se com política partidária, pois não é seu papel.


VAMOS REFLETIR UM POUQUINHO

Se a igreja é sal e luz, se há tantas igrejas em Unamar e se cada uma cumpre sua missão, então os índices de violência, inclusive doméstica, precisam ser menores ainda do que são; as escolas não podem registrar problemas graves de disciplina; os atendimentos nos serviços públicos precisam ser de boa qualidade; o número de caloteiros (seres humanos que compram coisas de outros seres humanos e entendem que foi uma doação) no comércio local precisa ser bem reduzido, pois são tarefas da igreja, entre outras, promover transformações sociais, alterar os costumes da comunidade em que está inserida, ser percebida no comportamento e nas atitudes dos seus membros. Se as coisas não estão fluindo nessa direção, precisamos rever nossos conceitos de igreja, de povo de Deus.
Talvez não estejamos percebendo aquilo que estamos fazendo. Talvez nos declaremos contra o uso de palavrões, mas estejamos usando palavrões, achando que tudo bem, afinal de contas, todo mundo usa, inclusive alguns irmãos, então eu também posso usar; além disso, segundo a mídia, “nossa regra de fé e prática”, alguns palavrões já não são palavrões, como, por exemplo... Ah, acharam que eu ia citar aqui, né? Não vou, tenho certeza de que alguns de vocês seriam capazes de citar alguns exemplos. Talvez nos declaremos contra as desigualdades sociais, mas estejamos explorando nossos funcionários. Talvez nos declaremos contra a corrupção, contra a desonestidade, mas estejamos enganando e desrespeitando nossos patrões, nossos professores. Talvez estejamos falando de direitos humanos e ao mesmo tempo espancando nossos filhos, e atendendo mal nossos semelhantes no comércio ou no serviço público em que trabalhamos.
Nos Estados Unidos, um país cristão de maioria evangélica, a maior parte da população declara-se contra o uso de drogas. No entanto, aquele país é o maior “aspirador de pó” da humanidade. Oxente, se um país de maioria evangélica que se declara contra o uso de drogas é o maior consumidor de drogas do planeta, algo está muitíssimo errado. Não podemos reproduzir isso em nossas igrejas. Não podemos achar normal uma distância tão grande entre nosso discurso e os números, afinal de contas, somos igreja, fazemos parte do corpo de Cristo.

Lição 02 - 02/08/09

PARA ONDE CAMINHA A IGREJA?
(Isac Machado de Moura)
Igrejas,
Projetos,
Comunidades,
Dogmas,
Doutrinas,
Tradições,
Costumes,
Pessoas.
O que representam as pessoas?
Prioridade?
Estatística?
Números apenas?
As pessoas têm fé,
Têm família,
Têm estômago.
As pessoas são vítimas de desigualdades.
E a igreja nisso tudo?
Amém?
Sermão, boa música e tudo bem?
Resolve tudo a oração?
Para onde caminha a igreja?
Em que direção vamos?
A igreja somos homens,
Mulheres,
Crianças,
A igreja é esperança.
Evangelho social,
Teologia da libertação,
Pode ser uma boa direção.
O estômago primeiro,
Depois o evangelho,
Ou nada fará sentido.
Que momento é esse do Cristianismo,
Em que ignora-se o socialista “pão e peixe para todos”
E valoriza-se o capitalista
“farinha pouca, meu pirão primeiro”?
E os líderes,
O que fazem, de fato, pelo seu povo,
Pelas suas ovelhas,
Além de negociarem seus votos,
De fecharem acordos,
De se beneficiarem,
Alegando visão e audição apuradas,
Sobrenaturais até?
Estou farto.
Apesar de tudo isso,
Ainda existem líderes
Que a exemplo de Francisco de Assis,
Embora sem o extremo voto de pobreza,
Entendem que suas necessidades,
E apenas elas,
Precisam ser atendidas,
E dispensam o luxo,
E esquecem de si próprios
E vivem pelo seu povo;
Aqueles, que a exemplo de Cristo,
Se dispõem a dar a vida
Por suas ovelhas;
Aqueles, que assim como Luther King
(um norte-americano do bem),
leva seu povo a entender
que as diferenças existem
e devem ser respeitadas
e que as desigualdades, essas sim,
precisam ser exterminadas,
e que pior que a maldade dos maus
é o silêncio dos bons;
líderes que entendem
que o mais importante
não é a denominação,
mas os princípios universais
de amor ao outro
estabelecidos por Cristo;
que todos fazemos parte de uma teia,
que todos somos gente,
e que, conseqüentemente, temos falhas.
Gosto de líderes povo,
De líderes gente,
Que embora austeros,
Não são autoritários,
Dos que diferenciam autoridade de autoritarismo,
Dos que dominam a si mesmos.
Gosto de Luther King,
Que embora chamado para o sacerdócio,
Não deixou de lado as lutas sociais do seu povo,
Ou, que embora lutador das causas sociais,
Não renunciou ao sacerdócio;
Gosto de João Paulo II,
Que embora conservador,
Conquistou uma geração de católicos e não-católicos;
Gosto de líderes que mudam,
Que são “metamorfoses ambulantes”,
Que reconhecem quando erram e se desculpam,
Que não negociam a fé,
Nem a sua, nem a dos outros;
Gosto de líderes que falham.

O APÓSTOLO PAULO E SEUS “SANTOS”

Na página 23 do seu livro “Igrejas? Tô Fora!”, escreve o pastor Ricardo Agreste: “...Paulo sempre começa suas cartas referindo-se aos cristãos destas igrejas como ‘santos’. Como ele poderia chamar de ‘santos’ grupos formados por pessoas tão problemáticas e que carregavam em seus currículos erros e pecados tão grotescos? Como poderia ele considerar como ‘santos’ gente tão confusa e cheia de pendências na vida? A resposta está na expressão que normalmente Paulo usa após o adjetivo ‘santos’. Constantemente ele chama os cristãos de ‘santos em Cristo Jesus’. Esta simples expressão revela um grande segredo para compreendermos o que é a igreja” e para onde ela caminha, acrescento eu.

No mesmo livro, o autor conta um episódio em que um certo preletor após ouvir vários depoimentos sobre igrejas, declara: “Sabem, a cada dia que se passa mais me convenço de quão bíblica é a minha comunidade local. Observando as pessoas que se reúnem domingo após domingo e conhecendo suas histórias de segunda a sábado, identifico inúmeros pontos em comum com as igrejas locais descritas nas páginas do Novo Testamento. Em minha comunidade, temos alguns imorais, vários idólatras, um punhado de adúlteros e até mesmo homossexuais. Caluniadores e trapaceiros então... já perdi a conta de quantos são.”
Sobre isso escreve também o jornalista e escritor cristão Philip Yancey, em seu livro “A Maravilhosa Graça”: “Rejeitei a igreja durante algum tempo porque encontrei bem pouca graça ali. Voltei porque não descobri graça em nenhum lugar.” Já no livro “Igreja: Por que me Importar?”, diz o mesmo autor: “O processo me ensinou que o segredo para encontrar a igreja certa está dentro de mim. Tem a ver com o meu modo de olhar a igreja”.
Já ouvi algumas pessoas, aqui em Unamar, dizendo que nossa igreja é de elite e que nossos cultos de domingo parecem desfiles de moda. Concordei com tudo, é claro, afinal de contas, me sinto elite por pertencer a uma igreja tão fofa, e quanto ao desfile de modas, além de nunca terem me observado, a situação é a seguinte: as pessoas veem o que querem ver. É assim: quem quiser ver desfile de modas verá desfile de modas, porém quem quiser ver um grupo adorando ao Senhor num culto animado, é isso que verá. Resumindo: nós vemos aquilo que queremos ver.

A IGREJA É ESPERANÇA: 1 Co 6:9-11

Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos, nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus.
Assim foram alguns de vocês, mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus.

“O que nos qualifica para estarmos sentados em um banco de uma igreja, certamente, não é nosso currículo anterior. Quem pensa o contrário não compreendeu ainda a essência do Evangelho.” - escreve o pastor Ricardo Agreste, e continua: “Ao estabelecer que o padrão de aceitação para pertencer ao grupo seria a graça, Deus transforma a igreja numa comunidade de gente que traz profundas marcas em seu passado, grandes lutas no presente e a esperança de redenção de suas vidas e histórias no futuro. No entanto, esta esperança não faz deles gente acabada, mas ainda em obras”.

CONCLUSÃO

A igreja, queridos e queridas, não é formada de santos acabados, mas de pessoas que buscam a santidade, santos em Cristo, como escreve Paulo. Ela seria perfeita sem os seres humanos, mas aí perderia sua função. O desafio é convivermos com todas essas pessoas esquisitas, com todos esses ex. Se você criar uma expectativa de encontrar somente pessoas perfeitas na igreja, vai frustrar-se gravemente, até porque você mesmo não é perfeito. E então vai sair em busca de outra igreja. No início, tudo será uma belezura. Dias depois começarão acontecer tudo aquilo que acontecia na outra, e sabe por quê? Porque essa segunda igreja e todas as outras existentes são formadas de pessoas, seres humanos, criaturas imperfeitas e problemáticas, inclusive eu e você.
Se você acha que a igreja primitiva, aquela dos livros de Atos e das epístolas, era perfeita, e tudo se resolvia sem conflitos, você está precisando ler com mais atenção o Novo Testamento, perceber o estresse de Paulo e de outros pastores. Os problemas daquela igreja eram muito parecidos com os da igreja de hoje, e sabe por quê? Porque tanto lá como aqui existiam e existem pessoas, razão da existência da igreja.
Tudo aquilo que menciono no texto de abertura desta lição aconteceu ao longo da história da igreja, respeitadas as proporções. Hoje somos milhões, então os problemas se acentuaram, tornaram-se mais visíveis. Se nós somos a igreja, então podemos responder para onde caminhamos.


Lição 03 - 16/08/09

IGREJA - Transformação e Fragilidade

A igreja é composta de pessoas que resolveram mudar, passar por uma transformação, converter-se, e “deve ser conhecida como uma comunidade que conhece e vive intensamente a graça”.
Sobre isso escreve o pastor Ricardo Agreste: “Nossos erros e pecados para com Deus e para com o nosso próximo formam um montante impagável. Nós, pelas nossas próprias forças e determinação, jamais conseguiríamos ‘pagar’ nossa dívida a fim de sermos tidos como ‘justificados”. Mas, o que Deus fez? Enviou Jesus para com sua vida e morte na cruz, ‘pagar’ nossa dívida. Agora, em nosso prontuário, existe a relação de nossas ofensas, mas todas elas estão cobertas por um carimbo escrito: ‘justificado’”. Isso quer dizer, companheiros e companheiras, que nós que compomos a igreja não somos necessariamente as pessoas mais fofas do mundo.
Escreve ainda o pastor Agreste: “Uma comunidade comprometida com a obra de Deus na vida daqueles que a ela se achegam, deve também ser uma comunidade que ama o bastante para acolher pessoas como elas se encontram, mas que ama demais para permitir que elas continuem se machucando e se ferindo ao longo da vida.”
Ao mesmo tempo que a igreja é um espaço de transformação, se não se fizer um bom trabalho com o novo convertido, teremos pessoas extremamente frágeis que por qualquer razão querem abandonar o grupo.
No livro já citado aqui, o pastor Ricardo Agreste conta uma experiência que retrata bem isso que estou dizendo, ou seja, a fragilidade das pessoas. Num determinado momento abre sua caixa de e-mails e entre os vários ali presentes, um chama sua atenção de maneira especial: “Tratava-se de uma pessoa a quem eu havia dedicado meu tempo por 3 anos seguidos, com encontros quase que semanais. Estava comunicando que deixaria nossa comunidade porque na última semana, havia tentado marcar um horário comigo, mas não teve sucesso. Alegou que precisava de uma igreja onde o pastor fosse mais acessível e estivesse mais disponível. Senti-me um produto de consumo. E pior! Um produto descartável. Mas esta é a cultura que nos envolve nos dias de hoje. Tudo ao nosso redor existe para ser consumido e, quando não tiver mais utilidade, é descartado.” Sem comentários? De jeito nenhum. Com comentários sim. Não pensem os senhores que isso seja uma situação exclusiva do pastor Agreste. Pergunte ao companheiro Luciano se algo assim já não aconteceu com ele. As pessoas não se contentam com um pastor de tempo integral para a igreja como um todo; elas querem um pastor de tempo integral para elas, exclusivamente. Não importam os outros, as prioridades dos outros, as urgências do próprio pastor, importa apenas a prioridade dessas pessoas egocêntricas, em torno das quais o mundo gira. É frustrante demais após 3 anos dedicando tempo e cuidados a uma criatura ter que ouvir dessa mesma criatura que o pastor não tem disponibilidade para ela. Quando nos referimos ao nosso pastor como MEU PASTOR a intenção é boa, denota até um certo carinho, todavia tenhamos cuidado para que não venhamos a acreditar que ele seja nosso mesmo, que precisa estar atento exclusivamente aos nossos problemas, aos nossos pitis. Ele tem toda uma comunidade para pastorear.

CULTURA DE CONSUMO

O sistema capitalista não foi idealizado para que você pense e sim para que você reproduza o próprio sistema, que se submeta a ele e que limite-se a produzir e/ou consumir bens de consumo. Nós que pensamos representamos as falhas desse sistema, ou seja, somos prova de que ele tem falhas, tanto que ousamos pensar quando deveríamos apenas reproduzir.
Essa cultura de consumo “é fruto da sociedade capitalista ocidental em que estamos inseridos e se caracteriza por alguns fatores:
Constante incentivo à aquisição contínua de bens e serviços;
Bens e serviços tornam-se elementos de afirmação da própria identidade;
Indivíduos transformam-se em consumidores, dotados da sensação de poder;
Os meios de comunicação geram necessidades e o fator insaciabilidade.”

A mídia cria em nós, primeiramente, a necessidade de um produto, depois nos apresenta de forma ostensiva esse produto. Ninguém sabia que existiam ácaros até que lançaram o aparelho steriller para eliminar os ácaros. A partir daí, tornou-se fundamental o tal aparelho; como conceber a vida sem ele, com a casa cheia de ácaros?
Hoje, diferente do ensino de Cristo, as pessoas estão usando as pessoas e amando as coisas. Vivemos a busca do ter em detrimento do ser. “O que determina quem nós somos não é o caráter ou o conteúdo interior, mas a roupa que usamos, o lugar onde moramos, o carro que temos e o lugar onde passamos as férias”, lembra o pastor Ricardo Agreste, e acrescenta: “Passamos então a nos aproximar do outro, não pelo que ele é, mas pelo que ele pode nos oferecer. Obtemos o máximo que podemos e, quando percebemos que ele esgotou-se como fonte de benefícios, desviamos nossa atenção para a próxima vítima. Hoje em dia, isso acontece nas amizades, nas sociedades, nos casamentos e na relação com igrejas.” Você já sentiu-se usado em algum momento de sua vida por um irmão em Cristo ou pela própria igreja?
É claro que somos consumidores em potencial, uma vez que precisamos atender nossas necessidades, mas o que estou questionando aqui é a insaciabilidade, é o caso de nunca estarmos satisfeitos com o que temos, ou mais ainda, nunca nos saciarmos. Conseguimos, hoje, comprar um determinado bem de consumo e já estamos sentindo a necessidade do próximo bem, e enquanto ele não chegar, estaremos ansiosos, ou pior ainda, infelizes.
E aí mais uma vez, cito o pastor Agreste: “Algumas igrejas encarnam o papel de prestadoras de serviços religiosos, no qual o produto principal é Jesus, seus pastores transformam-se em grandes gerentes de vendas e o grande apelo é a promessa que este produto em sua vida lhe oferecerá o sucesso profissional esperado, a felicidade afetiva almejada e a dissolução de qualquer tipo de problema que envolva sua vida.” É o que oferece a teologia da prosperidade com sua visão capitalista espiritualizada: junte-se a nós e seus problemas se acabarão de imediato, você pode barganhar com Deus, negociar com Ele, lembrar a ele que você está fazendo a sua parte e que Ele, portanto, tem a obrigação de fazer a dele, como ouvi outro dia num programa de rádio de um desses pastores eletrônicos. Assim mesmo, com essas palavras, fiquei chocado. Esse é o cristianismo capitalista da pós-modernidade, onde Deus tornou-se uma espécie de funcionário com obrigações a cumprir, de forma que não frustre as pessoas para que estas não abandonem a igreja. E diga-se de passagem, essas criaturas abandonarão mesmo a igreja diante da primeira negativa da divindade, diante do primeiro silêncio. E a culpa disso será da igreja intermediária, portanto, mais uma vez, hora de mudar de igreja. Nesse caso, o evangelho passa a ser também um produto de consumo, com retorno garantido, segundo a propaganda enganosa promovida pelos teólogos da prosperidade e seus seguidores (conscientes ou não).
No Congresso do Haggai desse ano (2009), o pastor Ed René citou uma experiência terrível da horrorosa teologia da prosperidade. Segundo ele, um pastor amigo, em férias, visitou uma determinada igreja onde o seu pastor iniciara o sermão daquela noite dizendo que ensinaria os ouvintes a orarem de acordo com a parábola do Filho Pródigo. O pastor visitante achou o maior barato e até imaginou que o pregador falaria sobre a oração de contrição feita pelo garoto que voltava: “pai, pequei contra ti, já não sou digno de ser chamado de teu filho.” Que nada, estava enganado o visitante. O foco da mensagem foi: “Você precisa orar com autoridade e com ousadia. Ponha o dedo na cara de Deus e diga: pai, dá-me o que é meu.” Ou seja, na visão do tal pregador, nada de contrição, nada de pedir com carinho; o lance é “ousar”, é dizer para Deus que Ele tem obrigações para conosco. Como assim? Que evangelho é esse, onde nem Deus escapa do papel de algo a ser consumido? E o outro pregador eletrônico, que também nessa paranóia de pedir com ousadia, orou assim: “Deus, se eu tivesse pedido isso ao diabo, ele já teria me dado, mas insisto em te pedir porque sou teu servo...” Servo? Com essa postura? Ter ousadia é barganhar com Deus dessa forma insana? Algo está errado, queridos e queridas, e nós não podemos reproduzir nem compactuar com essas loucuras.


Lição 04 - 23/08/09

Como as pessoas escolhem uma igreja no Cristianismo Capitalista da pós-modernidade?

Antes de tecer qualquer comentário, vou transcrever parte da página 47 do livro “Igreja? Tô Fora!”, do pastor Ricardo Agreste, já citado nas lições anteriores: “Imagine um casal de consumidores à procura de uma igreja em sua cidade. Eles passam dois a três meses visitando, domingo após domingo, diferentes igrejas. Em cada uma delas eles pegam o boletim, juntam todos os folders disponíveis, tomam notas de pontos favoráveis e contrários, fazem uma breve entrevista com o pastor e, em alguns casos, discretamente, tiram algumas fotos com a câmera do celular do espaço em que seus filhos vão ficar por uma hora na semana, do lobby onde o cafezinho é servido, etc.
Reunidas todas as informações necessárias, o casal se reúne para a avaliação final. A mulher, então pega um dos folders sobre a mesa e diz:
Eu gostei desta igreja! Eles têm uma liturgia bem quentinha, tive uma média de 2 a 3 arrepios por música e a pregação é razoável, o problema é que o projeto de educação infantil é bem fraquinho. Além disso, temos que deixar o carro na rua. ...
O marido então alcança um outro boletim e diz:
Bem, se a questão é educação infantil, esta igreja aqui é nota 9. Você se lembra? O pessoal tava todo uniformizado e o material era impresso em papel marché. No entanto, a liturgia é bem tradicional. A única chance de você ter arrepios é por causa da frieza do dirigente litúrgico ou do ar condicionado nas costas. A pregação então! Nada mau para a soneca de domingo. Ah! Mas eles têm estacionamento!”

Penso que é bem por aí o processo de escolha de uma nova igreja, especialmente no nosso caso aqui em Unamar, onde quase todos somos forasteiros. Vou tentar “adivinhar” o que aconteceu com cada um: mudamos, e imediatamente começamos a visitar as igrejas daqui, em uma não gostamos do tradicionalismo, em outra não gostamos da pregação, em outra, do espaço; em outra, do ministério infantil e por aí vai. Chegamos a Igreja Batista Luciânica (PIB-Unamar), gostamos dela, conversamos com o companheiro pastor e nos instalamos por aqui. Alguns de nós achamos de imediato que poderíamos sugerir a execução aqui de algumas práticas de nossas ex-igrejas, como se todas as igrejas fossem iguais e como se tudo o que deu certo naquela de onde venho tivesse que dar certo aqui também. Mais que isso, de repente, achamos que as igrejas da capital estão mais evoluídas que as do interior e quisemos dar nossa contribuição a esta nova igreja do segundo distrito de Cabo Frio. Alguns de nós ainda nos referimos a ex-igreja como nossa igreja e ao nosso ex-pastor como meu pastor. Alguns de nós estamos aqui, mas ainda estamos lá.
Queridos e queridas, Unamar é a nossa realidade do momento. A Primeira Igreja Batista de Unamar é a nossa igreja do momento e um certo botafoguense chamado Luciano é o nosso pastor do momento. Esse é o nosso presente. Você pode e deve ter todo o carinho desta vida com sua ex-igreja e com o seu ex-pastor, mas ambos estão no passado. O seu presente é PIB Unamar e Luciano.

Voltando ao livro do pastor Agreste, ele reproduz uma carta que também reproduzo a seguir (partes dela) em que um visitante analisa sua igreja:
“Caro reverendo, estive visitando sua igreja no último domingo e decidi dar-lhe um retorno com as minhas impressões. Primeiramente, parabéns pelo nível de pregação encontrado em sua igreja. Pode-se perceber o zelo no preparo e ousadia na comunicação. No entanto, confesso que me senti um tanto quanto desconfortável com sua vestimenta e linguagem informal. Creio que a comunicação das Sagradas Escrituras exige um pouco mais de reverência. Também gostei muito das dependências e do ambiente interno. Tudo razoavelmente sinalizado e a harmonia das cores é louvável. Sugiro apenas maior cuidado na temperatura ambiente. Sentei primeiramente em um local onde um vento gelado vinha sobre minha cabeça. Preocupado em não resfriar-me, mudei de local e passei a transpirar de calor.
Fiquei com algumas inquietações que, quando possível, gostaria de ter um momento para conversarmos um pouco mais a respeito. Dentre outras coisas, destaco duas:
Primeiramente, eu teria sérias dificuldades em contribuir financeiramente com uma igreja que investe parte de seus recursos para transmitir um culto pela internet ou para ajudar no início de outras igrejas em cidades distantes. Que benefício direto este tipo de investimento traz ao contribuinte?
Em segundo lugar, por que sua igreja não privilegia as grandes composições do passado? Por que insistem em músicas de estilo brasileiro, uma cultura notoriamente contaminada pelo pecado? Confesso que, para mim, seria uma combinação perfeita sua pregação envolvida pelas clássicas canções cristãs que marcaram tantas gerações do passado.”

Texto Bíblico para contrastar com a preocupação do companheiro acima em relação ao culto: RM 12:1,2

“ ROGO-VOS, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.

E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”

Bem, a recomendação de Paulo é para que nos aproximemos de Deus e de uma comunidade cristã, de uma igreja local com o objetivo de mais servir ou oferecer do que de receber. E aí, não tem jeito, tenho que parafrasear a frase de um líder político norte-americano (ou inglês?): “não pergunte o que a igreja pode fazer por você, mas o que você pode fazer pela igreja”.

A IGREJA COMO REFÉM DA CULTURA

Escreve o pastor Ricardo Agreste: “Igrejas que se deixam fazer reféns da cultura de consumo têm se tornado espaço no qual pessoas se aproximam para, simplesmente, serem servidas. Assim como entram e se assentam em restaurantes ou cinemas da cidade, elas adentram e se assentam também nestas igrejas. A expectativa delas é serem servidas com um bom espetáculo (louvor e pregação) e terem seus desejos atendidos prontamente (oração). Elas veem a si mesmas como clientes e a igreja como um balcão de prestação de serviços religiosos, comprometida em alimentar seu egocentrismo.”
Se alguém vier com um papo furado desse pra você, se queixando dos “serviços prestados” pela nossa igreja, não alimente isso de jeito nenhum, defenda sua igreja, seus líderes, sua comunidade. Algumas pessoas criticam tudo, todavia nada apresentam de sugestões, só querem criticar, não dê confiança a essa gente, não contribua com seus comentários. Mesmo que critiquem o nosso material de EBD, mesmo que tenham razão nisso, me defenda, por favor, diga que sou um cabra esforçado e bem intencionado, apesar de esquisito, peça para que o crítico me procure e me apresente sugestões, diga que sou um sujeito conversável. Enfim, vamos criar o hábito de nos defender e não de contribuir com os críticos inveterados sem sugestões de melhorias. Se criticarem o pastor, diga que apesar de botafoguense, apesar de macaense, ele é um cara do bem.

Lição 05 - 30/08/09

A liderança da igreja pós-moderna

Mateus 7:15-23

Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores.
Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?
Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus.
Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons.
Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo.
Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?
E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.

Hebreus 13:17

Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.

Atos 17:10-11

E logo os irmãos enviaram de noite Paulo e Silas a Beréia; e eles, chegando lá, foram à sinagoga dos judeus.
Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.

“Proliferam-se os nomes de pastores, bispos e apóstolos envolvidos nos mais variados tipos de escândalos, alimentando sentimentos de resistência no coração daqueles que escutam ou testemunham tais acontecimentos. Do amigo de trabalho que conta acerca de um pastor que fugiu com a secretária, à mídia televisiva que noticia a prisão de um apóstolo brasileiro, tudo contribui para a associação da imagem de líderes de igrejas com a de charlatões e aproveitadores da pior espécie.
Infelizmente, não são poucos os casos manifestando a falta de caráter destes supostos pastores, bispos ou apóstolos e, por isso mesmo, não podemos desconsiderar o sentimento de resistência que existe no coração de muitas pessoas que não querem se aproximar de uma igreja local por esta razão.”

OS FALSOS PROFETAS

“Falsos profetas se parecem com pastores, mas na verdade são tosquiadores de ovelhas. Eles se parecem com bispos realmente interessados no cuidado das ovelhas, mas na verdade contabilizam o valor que ganharão com o abate de cada uma delas. Eles parecem apóstolos comprometidos com o progresso da igreja de Jesus, mas na verdade são empresários tocando seus próprios negócios e enriquecendo com o dinheiro de pessoas ingênuas. Mas uma coisa todos eles têm em comum, usam o carisma para com as massas e escondem o caráter na ausência de relacionamentos.”

“Falsos profetas podem falar e agir de uma forma tão perfeita que passam por ovelhas em situações em que até o próprio profeta talvez não conseguiria passar.
Sua interpretação é tão envolvente que, na cabeça de seus seguidores, sua imagem pessoal chega a se confundir com a própria imagem de Deus.
Muitos se deixam fascinar pela habilidade que alguns pastores, bispos e apóstolos alegam ter de manipulação do sobrenatural. Eles impressionam com suas profecias que mais parecem com jogo de búzios ou leitura de horóscopo. Eles ainda evocam autoridade espiritual e legitimam a submissão cega das pessoas com o currículo que possuem de expulsão de demônios e realização de milagres. Assim, gradativamente, pessoas ingênuas passam a confidenciar suas vidas e colocar o rumo das mesmas inteiramente nas mãos destas pessoas.
Segundo Jesus, discursos religiosos ou feitos extraordinários não devem ser tidos como elementos legitimadores de uma liderança cristã. O que deve legitimar a vida de uma pessoa que ocupa uma posição de autoridade numa comunidade cristã não é o carisma, mas o caráter.”

1 Tm 3

1. ESTA é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja.
2. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar;
3. Não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento;
4. Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia
5. (Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?);
6. Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo.
7. Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta, e no laço do diabo.

Segundo o pregador D.L.Moody, “reputação é o que as pessoas pensam ao meu respeito. Caráter é o que eu sou quando ninguém está me olhando.”

CONCLUSÃO

Como vimos nos textos bíblicos, bem como nos comentários do pastor Ricardo Agreste, extraídos do livro já citado, muitas vezes, o povo, em sua ansiedade pela busca de um líder espiritual encontra dificuldades de discernir entre aquele vocacionado por Deus e aquele motivado exclusivamente pela sua ganância.
Também não posso deixar de citar aqui aqueles líderes que embora vocacionados por Deus, num dado momento abrem mão dessa vocação genuína em detrimento de interesses pessoais, de poder, e partem para a política partidária, e se candidatam, e usam o título de pastor como se fizesse parte do seu nome de registro, usando a igreja como trampolim político. E o que é pior, usando textos bíblicos para respaldar suas atitudes e, assim, manipular as massas com mais facilidade. Dentre os versículos mais usados por essa corja, destaco Provérbios 31:8: “Abre a tua boca a favor do mudo, pelo direito de todos os que se acham desamparados.” É claro que essa gente não tem coragem de mencionar o versículo seguinte. Quer dizer, acho até que teriam sim. Quando um sujeito vocacionado abandona sua vocação, envolvido pela popularidade obtida através do seu ministério, quando passa a citar a Bíblia em benefício próprio, manipulando suas palavras descontextualizadas, não dá para esperar dessa pessoa nada que se possa chamar de bom senso. Entendo que pastores são chamados para pastorear e não para legislar ou governar. Fato é que são tantos agindo assim, que chego a achar que eu é que não devo ter entendido direito o que é vocação e o que é se dar bem. O pior de tudo é pensar que eles acham que nós, ovelhas, fazemos nosso papel de ovelhas até mesmo quando o pastor não está sendo pastor. Que Deus tenha misericórdia dessa gente. Eu não tenho.


Lição 06 - 06/09/2009

A Missão da Igreja

“Comunidades cristãs não são lugares de pessoas resolvidas e acabadas, mas de gente que reconhece sua impotência e, por isso, entrega-se à graça de Deus. A igreja torna-se então um ajuntamento de “agraciados”, mas que continuam lutando com suas imperfeições e limitações. São homens e mulheres literalmente ‘em obras”.
Segundo o arcebispo William Temple, “A igreja é a única sociedade cooperativa no mundo, que existe em benefício dos que não são membros.” Para o pastor e teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer, “a igreja só é igreja quando o é para os de fora.”

Atos 4:32-34

“E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns.
E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça.
Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos.”

A IMAGEM QUE AS PESSOAS TÊM DA IGREJA

Muitas pessoas têm uma imagem negativa da igreja “decorrente da imagem criada em suas infâncias. Não são poucos aqueles que eram levados pelos pais às missas e tinham que permanecer em absoluto silêncio durante um longo e monótono ritual, sem qualquer sentido para a vida real. O cansaço gerado por um ritualismo sem vida e a falta de pertinência do conteúdo gerou certo bloqueio na mente destas pessoas em relação à igreja.”

Uma outra dificuldade em relação à imagem da igreja “está associada à imagem que a pessoa tem daqueles que frequentam igrejas. Nem sempre o amigo de trabalho ou o vizinho que se diz cristão é uma grande inspiração para a pessoa pensar na possibilidade de frequentar uma igreja. Muitas vezes estas pessoas se mostram sempre sisudas, avessas ao desenvolvimento de relacionamentos com os amigos de trabalho ou com os vizinhos, seus hábitos e costumes são bem legalistas e suas palavras soam sempre com dureza no julgamento de outros e arrogância no trato de si mesmo e de seus próprios posicionamentos.”

“A terceira e última fonte diz respeito à imagem gerada pela mídia ao mostrar reuniões onde pessoas estão sempre envolvidas por uma espécie de êxtase coletivo, demônios são entrevistados diariamente, gente simples é visivelmente manipulada em seu desespero por ajuda divina e o dinheiro é exigido como sinal de fé daquele que busca uma determinada bênção. Paralelamente a tudo isso, os escândalos envolvendo problemas sexuais com os líderes, e financeiros com as suas instituições agravam esta imagem.”

LITURGIA E LINGUAGEM

“Na sua versão histórica tradicional, inúmeros elementos litúrgicos parecem ser comuns apenas aos iniciados. Eles se levantam no momento exato para cantar o hino, eles se assentam assim que o mesmo termina. Voltam a se levantar para a leitura bíblica, se assentam novamente. Ficam em pé outra vez para a oração e são convidados para se assentarem novamente. Isso sem falar na linguagem não usual dos hinos cantados e da exposição das Escrituras. Tudo parece completamente deslocado da cultura em que todos vivem de segunda a sexta.”

“Na sua versão pop contemporânea, o desgaste físico e emocional vai além do senta-levanta e da linguagem pouco usual. Assim que o primeiro acorde da guitarra é dado, todos ficam em pé e durante 50 minutos (no mínimo) cantam, levantam os braços, dançam, se abraçam, choram, sorriem, oram juntos, entre as coisas mais simples. A linguagem dos cânticos e da exposição bíblica é encharcada de imagens de guerra. Fala-se em batalha, em vitória, em armadilha, em confronto, etc. Mais uma vez a pessoa se depara com um mundo completamente diferente da sua realidade.”

A LINGUAGEM TÉCNICA DE NOSSAS CRENÇAS “ESQUISITAS”

“Você já se colocou no lugar de alguém que nunca pisou numa igreja e precisa acompanhar um dirigente litúrgico? Em reverência ao Senhor, vamos fechar os nossos olhos e curvar nossas frontes. Após alguns instantes de silêncio o irmão Egídio nos conduzirá à presença do trono de nosso Deus, através de uma oração de contrição. Agora, olhe para a pessoa que está de seu lado e diga: Eu te amo no Senhor. Abrace esta pessoa. Se sentir-se à vontade, dedique-lhe um ósculo santo. Em seguida, a irmã Benedita irá nos elevar aos céus com uma oração de intercessão.”

“E este negócio de eternidade, dá pra acreditar? E que para termos a vida eterna o próprio Deus se fez homem e entrou na história, dá? E que Deus se fez homem no ventre de uma jovem mulher que jamais havia feito sexo em sua vida? E que depois de viver sua vida e anunciar seus ensinamentos, Deus foi morto numa cruz entre dois ladrões, dá? Agora se segura, e se eu te disser que depois de três dias em um sepulcro ele ressuscitou?”
Queridos e queridas, fofos e fofas, nós precisamos ser tolerantes com aqueles que estão de fora. Aliás, são eles o alvo de nossa missão enquanto igreja.
Nos grupos de vida, estudamos diversas religiões com o objetivo de entendermos melhor a crença de nossos vizinhos, de nossos amigos não evangélicos, bem como com intenção evangelizadora. Você deve achar muito estranho, por exemplo, que Maomé tenha subido para o céu montado em seu cavalo branco. Pois bem, agora tente pensar como um mulçumano. Você não estranhará nossas crenças? Paciência, galera, misericórdia e tolerância para com o nosso próximo que professa uma outra fé. Não somos os únicos do planeta.

CONCLUSÃO

“O evangelho possui barreiras que tão somente o Espírito Santo de Deus pode superá-las, convencendo homens e mulheres acerca da verdade. Neste caso, quem faz a obra não somos nós, mas o Espírito Santo de Deus. Ele é quem ilumina a mente das pessoas para que possam compreender verdades espirituais. Ele é quem abre seus corações para que possam acolher estas verdades em suas vidas.”

DESEJAMOS REALMENTE SER IGREJA?

“Temos consciência de que isso implica em fazermos parte de uma comunidade dinâmica, em constante movimento e sempre voltada para os de fora? Estamos dispostos a vivermos em pleno século XXI a essência do que os reformadores do século XVI defenderam ao declararem: ‘igreja reformada, sempre se reformando’”? Ou fazemos parte daquele grupo que acha, por exemplo, que a igreja deve evangelizar sim os homossexuais, os alcoólatras, as prostitutas, os viciados em geral, mas se escandaliza quando vê alguns deles frequentando os cultos e sendo tratados? Será que esse grupo teria a cara-de-pau de defender a criação de centros de recuperação para que ficassem isolados da santa igreja nesse período, como se a igreja não fosse um centro de recuperação? De onde vimos, companheiros e companheiras, onde estaríamos agora se não tivéssemos sido alcançados pelo evangelho? Não somos frutos da missão evangelizadora da igreja? E então, a igreja não tem que se preocupar com os de fora?


Lição 07 - 13/09/2009

MODELOS DE IGREJA

“... lembrei de pessoas que abandonaram a caminhada, alegando decepção com os frequentadores de igreja, de gente que deixou de freqüentar uma comunidade, porque as coisas não funcionavam como ela pensava ou gostaria. Lembrei com tristeza de homens e mulheres machucados e feridos, que não quiseram mais envolvimento com uma igreja local, depois do sofrimento gerado pela quebra de confiança de um líder. E não foi difícil lembrar, em minha própria experiência como pastor, das pessoas que mandaram avisar que estavam deixando a comunidade cristã porque eu me dedicava demais aos de fora e não valorizava os de dentro”

O pastor Ricardo Agreste apresenta três modelos equivocados de igrejas sobre os quais refletiremos a seguir:

MODELO 1: A IGREJA COMO HOSPITAL OU CASA DE REPOUSO

O foco principal desse modelo de igreja “é combater o mundo hostil que existe do lado de fora de seus muros e proteger seus membros da iminente contaminação gerada pelas novas idéias e posturas.”

1. BASE ECLESIOLÓGICA

“A base sobre a qual este modelo é construído é a tradição religiosa herdada pelos seus membros. Boa parte da estrutura desenvolvida e dos valores orientadores estão relacionados à forma como as coisas vinham sendo feitas pelas gerações anteriores. Assim, fidelidade às Escrituras facilmente se confunde com a manutenção de uma cultura religiosa, desenvolvida no passado, em um tempo em que o mundo ainda era predominantemente rural.”

2. O PASTOR

“O pastor ou líder é visto como uma espécie de capelão. Assim como de um capelão de um hospital não se espera mudanças estruturais na forma de atuação do hospital, não se espera que o pastor promova mudanças, apenas que faça visitas aos membros para confortá-los e encorajá-los diante dos momentos difíceis da vida, e pregue todos os domingos relembrando o celeste porvir e fazendo a assepsia do ambiente contra idéias e atitudes que possam contaminá-lo. Ele não deve fazer uso do sermão dominical para gerar qualquer tipo de desconforto em seus membros.”

3. OS MEMBROS

São pacientes. “Eles não estão na igreja para serem desafiados a saírem da zona de conforto gerada por esta igreja-hospital, e se colocarem em risco no mundo cheio de perigos e epidemias. Eles estão ali para serem servidos e protegidos diante dos inúmeros perigos e problemas da vida. Por isso mesmo, demandam a constante atenção do pastor-capelão e sua presença em toda e qualquer situação de crise ou celebração na história de suas vidas.”

4. RELAÇÃO ENTRE PASTOR E MEMBROS

“Nada é mais importante que a visitação. Na concepção de seus membros, ainda grandemente atrelada à cultura rural, o bom pastor será aquele que visita intensamente suas ovelhas. Ele se faz presente no dia de aniversário de cada membro da família, nos momentos em que alguém se encontra com dor de cabeça ou gripe, ou mesmo no dia que antecede a um exame de sangue ou uma cirurgia.” Sua ausência em qualquer uma dessas situações é imperdoável, uma desconsideração terrível, afinal de contas, ninguém na igreja é mais importante que esse membro, ninguém tem mais problemas que ele.”


5. VISÃO CULTURAL

“Esta igreja enxerga tudo o que acontece no mundo contemporâneo como ofensivo e perigoso. Através de seu ensino, crê que a solução para todas as coisas é o retorno da sociedade aos valores da cultura dos séculos XVI a XVIII, e confunde facilmente sua defesa dos princípios e valores bíblicos com costumes e opções culturais do passado.”

6. ESTILO MUSICAL

“O estilo musical destas igrejas é grandemente marcado pela tradição dos corais, das togas, dos hinos e dos órgãos de tubo. A expressão bíblica de adoração comunitária se confunde com a expressão da cultura anglo-saxônica, igreja-mãe dos missionários enviados para o contexto brasileiro. Visitantes sentem-se, na melhor das opções, numa viagem no tempo e no espaço. No entanto, pouco entendem a linguagem e os rituais por não serem ‘iniciados’”.

7. SUCESSO

“Como consequência direta de toda essa dinâmica de expectativas por parte dos membros e de serviços prestados por parte do pastor, o sucesso deste modelo se encontra na sensação de bem-estar e conforto entre seus membros.... A possibilidade de sentarem-se no mesmo lugar todos os domingos e a garantia de que novas e ameaçadoras idéias não adentrarão pelas portas da comunidade contribuem grandemente com a sensação de bem-estar.”

8. CRESCIMENTO

“A idéia de crescimento está vinculada ao nascimento de filhos daqueles que já pertenciam à igreja. O grande sonho dos pais, bem como o pesadelo, é a manutenção destas crianças na igreja após o período de adolescência e contato com a universidade. O número daqueles que permanecem na igreja é baixo e, muitos dos que permanecem adotam uma postura meramente religiosa, enquanto seus corações estão completamente secularizados.”

9. DISCIPLINA

“Tendo em vista a importância do bem-estar neste modelo de comunidade, nada pode ser considerado como mais ofensivo do que um pecado que se torna público e ameaça a reputação da igreja-hospital. A vergonha sentida pelos membros e a sensação de ter sua reputação manchada na cidade ou região, faz com que a igreja transforme o processo de disciplina num momento de vingança. Por isso, dificilmente a disciplina neste contexto leva à restauração, mas sim à morte. A disciplina se confunde com uma eutanásia.”

10. PALAVRA-CHAVE

“A palavra que melhor define este modelo é “manutenção”. Manutenção das estruturas, dos estilos musicais, do perfil social, das programações semanais, das comemorações anuais, do modelo de liderança, etc.. Toda e qualquer mudança será sempre vista como uma ameaça, e o desconforto gerado pela mesma será sempre considerado como grande demais e vinculado à infidelidade para com a tradição herdada” (TRADIÇÃO – Fé viva de pessoas que já morreram. TRADICIONALISMO - Fé morta dos que ainda vivem).


Lição 08 - 20/09/09

MODELO 2: A IGREJA COMO UMA “PEQUENA EMPRESA” OU COMO “BALCÃO DE SERVIÇOS.”


“A segunda tendência é formada por igrejas que nascem e crescem rapidamente em um contexto de transição e confusão. Enquanto o Brasil, nas décadas de 60 a 90, vive uma rápida transição do mundo rural para o urbano, e a sociedade é impactada pela emergente cultura pós-moderna, duas coisas acontecem. Primeiramente, as igrejas históricas não conseguem identificar estas mudanças e perdem o contato com a cultura. Em segundo lugar, novos movimentos surgem com maior proximidade da cultura, mas pouco compromisso com uma reflexão bíblico-teológica saudável. Destes movimentos, nascem igrejas grandemente estruturadas em torno dos valores de nossa sociedade de consumo.”


BASE ECLESIOLÓGICA

“A base sobre a qual este modelo é construído são os valores culturais predominantes da sociedade urbana, ocidental e capitalista. Desenvolvidas em um período de rápidas mudanças culturais, sem grande profundidade de reflexão teológica e orientada por resultados, estas igrejas acabam por estabelecer como pilares centrais de sua construção eclesiológica categorias do mercado de consumo. A igreja é transformada numa empresa que deve ser gerenciada visando o aumento dos clientes (membresia) e do lucro (contribuição).”


PASTOR


“Neste modelo o pastor ou líder é uma espécie de gerente. Ele é considerado como o homem da visão, sempre envolvido em grandes projetos, com grande capacidade de articulação de idéias e enorme poder de mobilização de pessoas em torno de seus ideais. Seu carisma pessoal é fundamental no exercício de sua liderança junto à comunidade, e seu desempenho inspira outros a reproduzir seu modelo.”
“Devido às expectativas dos membros-clientes deste modelo, o pastor-gerente precisa constantemente estar gerando impacto. Ele precisa impactar semanalmente com sua pregação, mensalmente com uma programação especial e anualmente com uma nova metodologia de educação infantil, estudos bíblicos nos lares, ministérios internos, campanha evangelística, entre outras possibilidades.”


MEMBROS

“Como não poderia deixar de ser, os membros neste modelo se veem como clientes. Buscam a igreja por terem necessidades e entenderem que aquela igreja possui o melhor conjunto de serviços para sua vida ou família. Domingo após domingo esperam que suas expectativas sejam correspondidas pela banda musical, pela pregação do pastor e pela eficiência das estruturas de apoio do culto. Ao primeiro sinal de degradação nos serviços prestados, os crentes já passam a planejar a visita a um novo prestador de serviços religiosos da cidade.”

RELAÇÃO ENTRE PASTOR E MEMBROS

“O espaço no qual o pastor se relaciona com os membros de sua comunidade neste modelo, é no que chamo de ‘culto-evento’. A ausência do pastor nas mais variadas relações do dia-a-dia da sua comunidade contribui para o aumento da mística em torno de sua pessoa. Por isso, enquanto o pastor executa seu desempenho dominical, os membros se alimentam de suas palavras que culminam com o momento final onde acontece a grande oração de poder. Ao longo da semana, ninguém terá acesso ao pastor.”

VISÃO DA CULTURA

“Possui uma visão utilitarista e acrílica da cultura. Tudo o que puder ser usado para obtenção de resultados numéricos torna-se justificável. A utilização de determinados elementos culturais faz com que, em alguns casos, o produto final seja um sincretismo religioso no qual o Evangelho é diluído e perde sua identidade.”


ESTILO MUSICAL

“O estilo musical destas igrejas é grandemente marcado pela cultura pop-gospel norte-americana dos anos 80 e 90, com suas bandas e solistas. Todo o processo musical é preparado para gerar um momento no qual se experimente todo tipo de emoções. De arrepios a lágrimas, de quebrantamento a risos, tudo se faz presente enquanto as músicas são tocadas, a grande congregação canta e os corpos se movimentam.”


SUCESSO


“O referencial de sucesso deste modelo, é numérico. Tanto o aumento da membresia, como o aumento da contribuição financeira são vistos como sinalização de sucesso. Esta numerolatria leva estas igrejas a confundirem missão com expansão dos negócios corporativos, e leva as mesmas a pragmatismos estratégicos altamente danosos ao Evangelho.”


CRESCIMENTO

“A principal fonte de crescimento destas igrejas se dá através da transferência de crentes insatisfeitos das “Comunidades Convencionais.” Logo, estas igrejas crescem (ou incham) apostando tanto no poder de sedução de seus programas como na infidelidade dos crentes para com suas igrejas de origem. Seus cultos são tomados muito mais pelos movimentos migratórios entre igrejas do que por pessoas que se interessam e se rendem ao Evangelho de Cristo.
Neste modelo, o processo de reprodução se dá através da venda de franquias dos direitos de utilização das idéias e programas. Todo know-how desenvolvido por uma igreja de sucesso deste modelo é transformado em metodologia, treinamento e consultoria. O anseio por resultados faz com que pastores e igrejas do modelo convencional migrem para debaixo da rede e sejam contabilizados como mais uma igreja.”

DISCIPLINA

“Neste modelo de igreja não há como ter processo de disciplina. Primeiramente, porque o que chamamos de membresia nestas igrejas é, na maioria das vezes, uma relação sem compromissos formais. Em segundo lugar, nas leis do mercado de consumo, o cliente tem maior poder para ditar as regras do que o fornecedor. Em terceiro e último lugar, a mesma infidelidade que moveu o crente de sua igreja de origem para a atual, o levará para outra diante de qualquer situação que o desagrade.”

PALAVRA-CHAVE

“Na construção deste modelo, pastores e igrejas tornam-se reféns das demandas dos crentes-consumidores. Com o passar do tempo, o nível de tolerância para com qualquer insatisfação torna-se significativamente alta. Por isso, a palavra ‘satisfação’ torna-se de grande importância para a compreensão de todos os elementos e dinâmica presentes neste modelo.”


Lição 09 - 27/09/09

MODELO IDEAL DE IGREJA: UMA COMUNIDADE MISSIONAL

“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos.” (Mt 28:19-20)

“Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra.” (At 1:8)

“A igreja emerge na história para ser uma comunidade de discípulos de Cristo, engajados na missão de fazer novos discípulos dEle. O processo deste discipulado envolve duas coisas: Batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, o que significa assumir um compromisso formal com a comunidade dos discípulos de Jesus. Ensinar a obedecer tudo o que Jesus ordenou, o que implica em um repensar de princípios e valores orientadores para a vida.
... Logo, igrejas sob a real influência do Espírito Santo são movidas não ao isolamento, mas ao engajamento no mundo, a fim de fazer novos discípulos de Jesus. Este processo se dá em diferentes lugares e culturas, sendo caracterizado pelo rompimento de barreiras, a fim de que a mensagem de Jesus seja ouvida, compreendida e acolhida.”

BASE ECLESIOLÓGICA

“Este modelo é construído sobre os alicerces lançados pela redescoberta da natureza da igreja e seu propósito missional na história. A constatação de que a comunidade local faz parte de um povo escolhido e chamado por Deus para anunciar o Evangelho de Cristo àqueles que se encontram distantes do amor de Deus e de sua obra redentora, determina os elementos e a dinâmica destas igrejas. Sua vitalidade não reside em metodologias ou estratégias, mas na conexão com sua vocação histórica.”

O PASTOR

“O pastor neste modelo é um mentor. Ele possui profunda sensibilidade e consciência para com o fato de que Deus está trabalhando na história, na cultura em que sua comunidade está inserida e na vida de cada membro desta comunidade. Logo, não se dedica à implementação de programas e metodologias desenvolvidas em outros contextos, mas sim à percepção do chamado específico de Deus para sua comunidade no contexto em que esta se encontra.”
“Enquanto mentor, o principal papel do pastor é motivar e equipar pessoas à maturidade cristã e ao engajamento na missão de Deus no mundo. No aspecto comunitário, este pastor, através do ensino formal e informal da Palavra, leva a igreja a descobrir seu chamado específico no contexto histórico e geográfico em que se encontra.”

OS MEMBROS

“Diferentemente dos modelos anteriores, os membros destas igrejas não se veem como alvo do serviço, mas como fonte de serviço. Sua identidade é definida como a de discípulos de Cristo em missão no mundo. A comunidade local é o espaço no qual são incentivados na direção da maturidade em Cristo e equipados para o serviço no contexto da comunidade e da missão no mundo.”

RELAÇÃO ENTRE LÍDER E MEMBROS

“O espaço de maior relação entre o pastor e os membros neste modelo se dá no contexto do ensino da Palavra, seja este um momento individual, em pequenos grupos ou na pregação aos domingos. O ciclo estabelecido entre o ensino da Palavra e os consequentes encontros para lidar com a reação ao mesmo, faz com que esta dinâmica seja relacional, mesmo que nos grupos menores outros sejam os facilitadores do aprendizado.”

VISÃO DA CULTURA

“A cultura é vista como fruto do poder criativo e relacional dado por Deus ao ser humano no ato da criação. Em toda manifestação humana existirá sempre um toque da imagem de Deus. No entanto, uma vez que o pecado afetou toda expressão humana, também encontramos seus sinais na cultura. Por isso, esta igreja relaciona-se de forma crítica para com a cultura, enxergando, na mesma, armadilhas e oportunidades.”

ESTILO MUSICAL

“O estilo musical neste modelo pode combinar diferentes elementos, mas sempre demonstrando grande sensibilidade cultural para com as pessoas para as quais a comunidade é enviada. O fator mais importante aqui não é a preferência dos seus membros, mas o estilo encarnacional desenvolvido a partir da consciência de uma igreja que adora missionariamente a Deus.”

SUCESSO


“O sucesso neste modelo é determinado pela maturidade dos membros. Na medida em que os cristãos alcançam a maturidade cristã, duas coisas acontecem como conseqüência direta disso. Primeiramente, ganham maior consciência de sua vocação e chamado ao serviço na história da salvação. Em segundo lugar, assumem a função de pais espirituais, tornando-se responsáveis pelo cuidado e desenvolvimento dos mais novos na caminhada da fé.”

CRESCIMENTO

“Desta forma, uma vez que cristãos maduros engajam-se na missão e fazem filhos e filhas espirituais, este modelo de igreja certamente apresenta resultados numéricos. No entanto, seu crescimento não se restringe ao número de membros. Na medida em que as pessoas amadurecem, esta comunidade local também cresce no amor a Deus, na beleza do cristianismo vivido, na afetividade de um para com o outro, no serviço aos que sofrem e na consciência profética diante dos elementos anti-reino numa cultura.
Neste modelo, existe a plena consciência de que uma única comunidade jamais poderá manifestar toda a multiforme sabedoria de Deus e alcançar todos os grupos de pessoas de uma cidade ou região. Por isso, seu engajamento no processo efetivo de plantação de novas comunidades missionais é inevitável. Assim, novas igrejas nascem não por causa daqueles que já são membros, mas por causa daqueles que não foram ainda alcançados.”

DISCIPLINA


“A disciplina cristã, sendo um elemento bíblico e presente na história do povo de Deus, tem o seu lugar neste modelo. No entanto, diferentemente do modelo convencional, o objetivo principal da disciplina não é a vingança da igreja local, mas a restauração do discípulo que falhou. O exercício do perdão, associado a processos de suporte e restauração, visa oferecer a oportunidade de retomada da caminhada cristã.”

PALAVRA-CHAVE: MISSÃO

“Enquanto nos modelos anteriores, missão é algo que é feito por alguns em lugares distantes, neste modelo, missão é a razão de ser de toda a comunidade cristã e o chamado de todo discípulo de Cristo. Logo, todos os elementos presentes na vida e na dinâmica destas igrejas, relacionam-se com o engajamento na missão de Deus na história, anunciando o Evangelho com integridade e relevância.”


CONCLUSÃO

“As igrejas que não resgatarem sua missão diaconal terão problemas graves de desenvolvimento. Precisamos atender como prioridade a pessoa que está a nossa frente, seja qual for o seu problema (espiritual, físico ou social). Precisamos atender essa pessoa e resolver esse problema na ordem em que aparecer. Se o cabra estiver endemoninhado, vamos expulsar o demônio; se estiver com fome, vamos alimentá-la; se estiver precisando de emprego, e tivermos a possibilidade de ajudar, vamos ajudar, encaminhar, empregar. Assim deve agir a igreja que compreende sua missão integral.


SITES INTERESSANTES

www.Ibab.com.br (Igreja Batista de Areia Branca – Pastor Ed René)

http://www.chacaraprimavera.org.br/ (Igreja Presbiteriana de Chácara Primavera – SP)

http://www.betania.org.br/

LIVRO RECOMENDADO
Igreja? Tô Fora!
Ricardo Agreste
SOCEP Editora

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