Companheiros e companheiras, mais um quite de lições chegam às suas mãos, desta vez para um período de dois meses, aproximadamente.
Em cumprimento ao nosso cronograma, conforme combinado na reunião inicial com os senhores para lançamento do projeto e listagem dos temas sugeridos para o 1º semestre de 2008, este módulo aborda os últimos dois temas: Oração, Jejum e Batalha Espiritual. As lições sobre Oração e Jejum foram produzidas pelo companheiro Daniel e as lições sobre Batalha Espiritual foram produzidas por mim (Isac). Faço questão de reafirmar que não somos escritores canônicos e que estamos abertos a críticas e sugestões. Mesmo que em algum encontro você fique irado com um de nós, “não deixe que o sol se ponha sobre sua ira”, nos procure.
Nossas fontes estão citadas no próprio texto. Bons estudos para todos e aquele tradicional “estamos aí.”
Abraços, beijos e cafunés.
Isac e Daniel
ORIENTAÇÕES
1. Este material prevê nove encontros e deverá ser ministrado até a última semana de agosto.
2. A entrega do próximo módulo está prevista para a primeira semana de setembro e estamos aceitando sugestões de temas.
3. Se no seu grupo isso for possível, prefira sempre organizar os companheiros em círculo, de forma que um veja e ouça o outro com clareza, e sempre estimule o debate. Não fique preocupado em ler até a última palavra do texto previsto para cada encontro, prefira a participação de todos, a troca, sem fugir ao tema previsto para aquele dia, é claro.
4. Dê oportunidade para que os companheiros relatem experiências com Deus a partir de suas orações e para que concordem ou discordem, a partir de argumentos bíblicos, da forma como o tema Batalha Espiritual foi trabalhado nessas lições.
5. Se você achar importante que cada membro do seu grupo tenha uma cópia desse módulo e caso eles queiram, você pode recolher dois reais de cada um e me repassar, que terei imenso prazer em providenciar as cópias e a encadernação com o nosso prestador de serviços.
Bom, acho que disse tudo que preciso para o momento. Receba nosso carinho, nosso abraço, se você for abraçável e nosso beijo, se você for beijável.
Isac e Daniel
15.06.08
Muitos têm a impressão de que a oração é apenas um outro “algo” que fazemos, sendo tratada da mesma maneira como são tratadas as demais atividades do dia-a-dia. Quando isso ocorre, a oração torna-se uma finalidade em si mesma, e perdemos de vista o relacionamento que queríamos ter com Deus. A oração,antes de tudo, é relacionamento.
A idéia de oração como uma técnica que realizamos desmorona-se quando examinamos certas orações na Bíblia. Em uma das parábolas, Jesus contou a história de dois homens que foram orar no templo. Um deles, fariseu, era bem versado na linguagem religiosa e no ritual, mas seu coração estava afastado de Deus. O outro homem era um cobrador de impostos muito desprezado, sem qualquer sofisticação religiosa, mas dotado de um forte sentimento de sua própria culpa diante de Deus. Este, simplesmente falava: “Deus, tem misericórdia de mim, pecador”. Jesus disse, entretanto: “Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele” (Lc. 18.14). Fica claro, pois, que a oração é mais uma postura e uma atitude diante de Deus do que uma maneira certa de fazer ou de dizer as coisas.
É alarmantemente fácil (portanto, preocupante) que a oração venha se tornar uma espécie de artifício “mágico”, usado para obtermos aquilo que desejamos. No Ocidente, saúde e riquezas são obsessões modernas. É uma tendência, portanto, supor que Deus quer que tenhamos esses bens. Julgamos ter todo o direito de pedir por eles, e assim a oração é introduzida para fazer a “mágica” atuar em nosso favor.
A “mágica” também entra quando as pessoas usam a oração para evitarem suas responsabilidades. Uma pessoa pede a outra uma verdadeira ajuda, mas a resposta que ela obtém é algo como: “Bem, terei de orar a respeito disso”.
A oração não é como simpatia, amuleto, palavra ou fórmula mágica. Ela é fruto do relacionamento com Deus; é o resultado da intimidade de duas pessoas: VOCÊ e DEUS!
Em Mt 4:1-11, Jesus está no deserto jejuando e orando por quarenta dias antes do início do seu ministério se tornar público e famoso. O Espírito o levou ali para ser tentado, e isto nos leva a pensar que só podemos vencer a tentação e qualquer provação através da oração. Vigilância e oração nos manterão ligados ao Deus que tudo pode, produzindo intimidade com Ele, resultando em vitória sobre a tentação e aprovação nas provas (Mt 26:41).
A palavra de Deus nos mostra, em diferentes passagens, o poder da oração. Além da sua importância como instrumento de contato entre nós e Deus, a oração é também uma arma do cristão na guerra espiritual. Em II Cr, vemos um exemplo de resposta de oração. Salomão havia, no capítulo 6, pedido ao Senhor que viesse ao templo que ele construíra, trazendo sua glória. A resposta a essa oração está no capítulo 7. O versículo 1 diz: "Tendo Salomão acabado de orar... a glória do Senhor encheu a casa". O resultado disso foi que todos adoraram a Deus, como vemos no versículo 3. A manifestação da glória de Deus gera adoração e louvor. Salomão sabia que não havia espaço físico que pudesse conter a glória de Deus. Hoje essa glória se manifesta em nossas vidas.
Tiago nos diz que a oração do justo pode muito em seus efeitos. Nossa oração move o coração de Deus. O Senhor fala que se orarmos e nos convertermos de nossos maus caminhos, Ele ouvirá os nossos pedidos. Use essa arma poderosa que Deus colocou em nossas mãos. Faça da sua vida uma vida de oração e adoração a Deus.
TIPOS DE ORAÇÃO
a) Oração de Ações de Graças - (Jo. 11.41; Sl. 35.18, 50.23, 69.30; Jr. 33.11; II Co. 4.15; Ef. 5. 4,20; Fp. 4.6) - atitudes ou atos de gratidão não é o simples fato de agradecer ou dizer obrigado, mas a expressão de um coração agradecido;
b) Oração de Louvor - (Mt. 6.13; Sl. 18 e19; 75; 81 e 84) - Significa elogio. Portanto, aplicando isto a Deus, é justamente elogiá-LO por tudo quanto Ele fez e é. Deus é: Poderoso, Santo, Tremendo, Misericordioso, Rei de toda a Terra, Maravilhoso; deu-me vida, paz, livra-me do mal, sustenta-me, etc.;
c) Oração de Adoração - (I Cr. 29.10-12; Ne. 9.5-6) - O homem foi criado para adorar ao Criador (Ef. 1.5-12), e nunca estará completo se não for nesta posição. E neste tipo de oração estão envolvidas quatro atitudes: quebrantamento, humildade, amor e dádiva.
d) Oração de Petição ou Súplica - É o tipo de oração mais usada, a mais comum; arriscamos dizer até que na maioria das vezes não fazemos outro tipo de oração. Mas o Senhor Jesus a ensinou: Mt. 7.7; Jo. 14.13,14 e 16.23,24; e seus apóstolos também Fp. 4.6; Tg. 4.2,4; I Pe. 5.6,7. Destaquemos duas atitudes necessárias ao orar, pedindo alguma bênção: Fé - (Mt. 21.22; Mc. 11.23,24; Hb. 4.16) e 2) Persistência - (Lc. 18.1-7).
e) Oração de Dedicação - (Gn. 22.1-18; Mt. 26.39). É o tipo de oração que expressa renúncia. Quando estamos em conflito em relação à vontade de Deus voluntariamente nos consagramos e começamos a orar: “se for a Tua vontade”, e mais adiante estamos orando: “seja feita a Tua vontade”, e mais adiante estamos orando: “seja feita a Tua vontade e não a minha”; e mais um pouco estamos orando: “Senhor, eu só quero fazer a Tua vontade” e chegamos a dizer: “Pai, eu consagro a Ti o meu livre-arbítrio”.
f) Oração de Entrega - Quando os ataques do mundo coincidem com os da carne, resultando angústia, frustração e desânimo, gerando um conflito entre o homem interior e o homem exterior, e a preocupação parece não ter fim, é a hora de entregar tudo ao Senhor, tomar os fardos e colocá-los ao pé da cruz e descansar no Senhor - (Sl. 37.5; Lc. 23.46; Fp. 4.6,7; I Pe. 5.6,7).
g) Oração de Intercessão - (Jo. 17.9). É tomar o lugar de alguém numa necessidade ou problema, pleiteando a sua causa como se fosse própria. Esta é uma arma muito eficaz na batalha espiritual. Quando alguém está desanimado e até pensando em desistir de seguir a Cristo Jesus, levanta-se o intercessor (Jr. 1.12). A intercessão muda às circunstâncias (Gn. 18.22,23). Ela faz parte do viver diário dos santos (Ef. 6.18).
FORMAS DE ORAÇÃO
1. Privada - (Mt. 14.23; Mc. 6.46; Lc. 6.12). Quando Jesus Cristo se retirava para os montes ou desertos para orar; não era apenas para não ser interrompido, mas também para falar ao Pai em secreto. Assim como um casal vai amadurecendo o seu diálogo, também acontece com o discípulo e o seu Senhor.
2. Concordância - (Lc. 9.28; Mt. 18.18,19; Mc. 10.51,52). Em algumas ocasiões, o Senhor Jesus perguntava aos que iam ser curados qual era o desejo deles, para com isto gerar a concordância (Gn. 11.6). Pedro e João (At. 3.1-3), Paulo e Barnabé (At. 14.6-12), e Paulo e Silas (At. 16.25-31). A oração de concordância é uma arma poderosa e aponta para a unidade e gera sinergia.
3. Coletiva - (At. 4.24-31) - É a de concordância multiplicada. Um grupo ou toda Igreja local unida no mesmo propósito, apresentando juntos a sua petição. Deus opera tremendamente o Seu poder nesta forma de oração.
ORAÇÃO E JEJUM –2º ENCONTRO
ONDE, QUANDO E COMO ORAR.
Muita coisa se tem falado e ouvido a respeito desse assunto e a maioria das pessoas continuam com suas dúvidas ou seguem preceitos humanos. Vamos ver o que a Bíblia nos diz quanto a isso.
QUANTO AO LOCAL
Gn. 24.63 - Isaque ora no campo.
Mt. 14.23 - Jesus subiu ao monte para orar.
Jo. 11.41,42. - Jesus orou no cemitério.
At. 21.05 - Paulo ora na praia.
At. 22.16 - Paulo ora no templo.
Dn. 6.10 - Daniel orava no quarto.
Jn. 2.1 - Jonas ora no ventre do grande peixe.
At. 9.11 - Paulo ora na casa do seu amigo.
At.16.25 - Paulo e Silas oram na cadeia.
QUANTO À MANEIRA
Gn. 24.63 - Abraão ora ajoelhado.
Êx. 17.12 - Moisés ora assentado.
Sl. 5.3 - Ezequias ora deitado.
Sl. 42.8 - Davi ora em pé.
Dn. 6.10 - Daniel ora de joelhos.
At. 16.25 - Paulo ora assentado e acorrentado.
Cremos que o fechar dos olhos é uma boa ferramenta para os momentos de oração, visto que nem todos conseguem se concentrar se permanecer com os olhos abertos, porém existem certas situações em que se deve necessariamente orar de olhos abertos.
a) Quando se está andando, dirigindo ou fazendo alguma outra coisa.
b) Quando se está orando por pessoas potencialmente endemoninhadas.
A posição de joelhos talvez seja a preferida pela maioria dos cristãos, porém a atitude de oração deve estar no coração em primeiro lugar, depois, conforme a situação, necessidade ou local, obedecer o princípio da reverência e humildade diante do Senhor.
RESPOSTAS À ORAÇÃO
Quando nos dedicamos a orar, é claro que desejamos ver as nossas orações atendidas e a Bíblia nos ensina muito a respeito da certeza de que elas serão realmente atendidas.
A CERTEZA DE QUE ORAÇÕES SÃO RESPONDIDAS
Qual a base dessa certeza oferecida pelo Novo Testamento? Em Mt. 7.8, o fato de os pedidos serem ouvidos se declara como princípio básico do Reino de Deus. Todo o que pede recebe. Esse princípio é o fundamento da injunção, com a promessa que a acompanha: Pedi, e dar-se-vos-á. Deus é o pai que ama os seus mais do que um pai terrestre ama seus filhos, e que, portanto, não pode deixar que as petições deles sejam em vão, pelo contrário, dá-lhes tudo o que precisam. Existe também outra certeza que percorre a totalidade da Bíblia e que sustenta tudo o que ela diz: a certeza de que Deus é um Deus vivo que ouve e vê, que tem o coração cheio de compaixão.
São quatro as respostas que Deus dá às nossas orações: sim, não, espera mais um pouco, e o silêncio.
SIM => Essa resposta será sempre obtida se observarmos os preceitos acima descritos.
NÃO => Uma resposta assim deve ser o resultado de nós não termos pedido conforme a vontade do Senhor, e sempre ser para o nosso benefício (Rm. 8.28; Tg. 4.7).
ESPERA MAIS UM POUCO => Esse tipo de resposta sempre nos leva a necessidade da prática da perseverança (Lc. 18.1-8).
SILÊNCIO => Essa atitude de Deus pode indicar que existem impedimentos à nossa oração (I Sm. 28.6).
É muito importante que estejamos atentos às respostas de Deus e sempre prontos a aceitá-las com humildade e submissão, glorificando ao Senhor e sendo grato a Ele por tudo, mesmo que Suas respostas não sejam o que desejamos.
IMPEDIMENTOS À ORAÇÃO
Como vimos no estudo anterior, o silêncio de Deus pode significar que algum impedimento pode estar ocorrendo contra nossas orações; precisamos, então, ver o que a Bíblia nos diz sobre isso.
IMPEDIMENTOS GERADOS PELO PECADO
O principal impedimento às nossas orações são os nossos próprios pecados, conforme nos diz o texto de Is. 59.1,2.
Apresentaremos alguns pecados que servem de empecilhos às respostas da oração:
1. Desobediência: Dt. 1.43-45. Quem obedece e faz a vontade de Deus, Ele o ouve - Jo.9.31.
2. Falta de amor ao próximo: Is. 58.9,10. Pedimos e recebemos porque obedecemos ao Seu mandamento de amar ao nosso próximo - I Jo. 3.22,23.
3. Injustiça: Mq. 3.1-4 e Is. 1.15-17. Deus ouve os justos - Sl. 34.17.
4. Espírito irreconciliável: Mt. 5.23,24 e Mc. 11.25. Deus ouve os que se humilham - II Cr. 7.14.
5. Desentendimento conjugal: I Pe. 3.7. Na concordância do casal há promessa de resposta - Mt. 18.19.
IMPEDIMENTOS GERADOS PELAS FORÇAS OCULTAS DAS TREVAS – BATALHA ESPIRITUAL
O segundo tipo de impedimento às nossas orações são aqueles gerados pela oposição do inferno, tentando impedir que nossa oração tenha êxito. Isso aconteceu com Daniel quando ele orava buscando discernimento dos acontecimentos dos últimos dias (Dn. 9.2,3) e o príncipe do reino da Pérsia (um principado do inferno) se opôs (Dn. 10. 2,12,13).
Tendo então conhecimento desses fatos, de como ocorrem pelejas espirituais no intuito de contrariar a vida do cristão, na sua família, no seu trabalho, na sua igreja, na sua cidade, precisamos nos posicionar quando em oração nos colocamos, pois uma oração feita por um justo muito pode em seus efeitos (Tg. 5.16-18).
ORAÇÃO E JEJUM – 3º ENCONTRO
ORANDO DE ACORDO COM A PALAVRA
A Bíblia, que é a Palavra de Deus, é o nosso manual e fonte de oração. Coloque em sua vida este princípio: A Palavra de Deus produz exatamente o que ela diz. Logo, quando oramos, já começamos com a resposta.
Notemos uma coisa: se você vai orar de acordo com a Palavra de Deus, e Ela é digna de confiança, você está pisando em terreno firme. Enquanto você andar nesse terreno, terá sucesso. Mas na hora em que sair da Palavra, já terá entrado em terreno escorregadio, e estará fadado a fracassar. Confie, portanto, na integridade da Palavra de Deus e deixe que ela seja sua plataforma de oração.
CONHEÇA A VONTADE DE DEUS PELA PALAVRA
Já vimos que devemos orar sempre em conformidade com a vontade de Deus, mas como conhecer o que está na mente de Deus e saber Sua vontade? Observando a Sua própria Palavra. A maioria das coisas que Ele quer fazer em nossa vida, já está revelada nela. Mesmo as que não estão claras ajustam-se aos seus princípios. Logo, conhecendo-a, saberemos discernir Sua vontade, e orando, estaremos em linha com Seu propósito revelado, pelo que podemos ter confiança de que Ele já nos respondeu, antes mesmo de vermos sua materialização.
ORANDO COM FÉ
Se oramos não tendo fé, e com qualquer indício de dúvida, não receberemos nada (Tg. 1.6,7 ). Agora se orarmos com fé, a resposta é certa (Hb. 11.1). Fé é Certeza - “FIRME FUNDAMENTO“ - (das coisas que se esperam). Prova - CONVICÇÃO” - (das coisas que não se vêem). FÉ é DEUS FALAR E EU ACREDITAR.
A fé crescerá na proporção do seu conhecimento, pois como exercer fé naquilo que não se conhece? Não podemos crer numa promessa desconhecida. O que nos leva à ousadia da fé é o conhecimento da promessa. Se Deus disse que alguma coisa é nossa, então ela é. O que temos que fazer é crer e tomar posse do que já é nosso.
ENTENDENDO O “PAI NOSSO”
Jesus ensinou seus discípulos a orar e deixou um modelo de oração que deve ser bem entendida. Mais do que uma “reza” para ser repetida por “papagaios religiosos”, a oração do “Pai nosso” tem lições que vamos ver agora. São 10 itens:
1º - Pai nosso... - REDENÇÃO
Podemos dizer Pai nosso, porque os que confessaram Jesus como Senhor e Salvador, agora são feitos filhos de Deus (Jo. 1.12).
2º - ...que estás nos céus... - AUTORIDADE
Ele é o Senhor Soberano, Criador, Todo-Poderoso, tem autoridade e nos dá autoridade (Mc. 16.17 e Lc. 10.19).
3º - ...santificado seja o Teu nome... - ADORAÇÃO
O Senhor procura verdadeiros adoradores que O adorem em espírito e em verdade (Jo. 4:23,24). A expressão “Teu nome” se refere a Deus na Sua totalidade, significa Deus em todos os Seus atributos, é a preocupação genuína em dar toda a glória a Deus Pai (Jo. 8.50).
4º - ...venha a nós o Teu reino... - GOVERNO
Deus governa todo o Universo e governa também minha vida, o governo de Deus implica em impactar o mundo através do Evangelho, quando vidas são libertas, famílias restauradas, enfermos são curados, pecadores transformados em santos, o Reino de Deus está sendo implantado. Quando oramos: “venha o Teu reino”, estamos orando pelo sucesso do Evangelho em sua amplitude e poder, é uma oração missionária, e também indica que estamos esperando e apressando a vinda do Senhor (II Pe. 3.12 e Mt. 24.14).
5º - ...seja feita a Tua vontade assim na Terra como no céu... - SUBMISSÃO
Quando eu começo a desejar a vontade de Deus e não a minha, os itens anteriores são verdades, sou filho, reconheço Sua autoridade, O adoro, estabeleço o Seu governo e não do homem, enfim, seja na Terra ou no céu, Sua vontade é: perfeita, boa e agradável (Rm. 12.2). Esse deve ser o desejo de todo cristão sincero ansiando para que o mundo inteiro venha a conhecê-lo também.
6º - ...o pão nosso de cada dia nos dá hoje... - PROVISÃO
Deus garante a provisão necessária para os seus filhos, isso é a expressão do Seu cuidado conosco. A nós cabe viver na Sua dependência, confiando nas Suas promessas.
7º - ...perdoa as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores... - PERDÃO
Perdoar não é uma condição para sermos perdoados por Ele; as palavras demonstram o Seu interesse em nos lembrar da necessidade e importância do perdão. A parábola do credor incompassivo ensina que a prova que você e eu fomos perdoados é que perdoamos aos outros. O homem que sabe que foi perdoado em virtude do sangue vertido por Cristo, e nada mais, é o indivíduo que sente a compulsão de perdoar os outros.
8º - ...não nos deixes cair em tentação... - PROTEÇÃO
Assim como Jesus estendeu a Sua mão e segurou a Pedro quando estava no mar, assim devemos estar pedindo que Deus nos segure com Sua mão, porque Ele conhece nossa fraqueza. Jesus é o nosso Pastor e nos guiará em proteção. Nesse sentido Jesus nos ensina a orar e vigiar para não entrarmos em tentação (Mt. 26.41).
9º - ...mas livra-nos do mal... - LIBERTAÇÃO
Por qual motivo deveríamos pedir a Deus para sermos resguardados do mal? Pelo grande e admirável motivo que a nossa comunhão com Deus jamais venha a sofrer interrupção. O mal aqui inclui não somente o Diabo, mas também todas as formas e variedades do mal. Só está livre quem é redimido por Cristo (Jo. 8.32).
10º - ...pois Teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. - SEGURANÇA
Quando consideramos as nossas necessidades e também o quanto dependemos Dele e as nossas relações com Ele, não podemos parar, dizendo: “livra-nos do mal”. Precisamos terminar nossa oração conforme havíamos começado, isto é, louvando ao Senhor. Podemos chegar com confiança diante do Trono da graça (Hb. 4.16).
ORAÇÃO E JEJUM – 4º ENCONTRO
O JEJUM
O jejum é uma das mais eficazes ferramentas espirituais quando relacionado com a oração (Is. 58.3-10). Ultimamente tem surgido muita confusão em torno do jejum. Há quem advogue a abstinência de alimentos como uma forma de regime. Outros apresentam o jejum como um modo de obterem benefícios para o corpo. E algumas pessoas chegam ao fanatismo nessa questão. Precisamos ser cautelosos e evitar sensacionalismos. Nenhuma dessas maneiras de encarar o jejum se encaixa dentro do ensino bíblico acerca dele.
TIPOS DE JEJUM
O JEJUM TÍPICO - A Bíblia ensina que o jejum normal consiste em abster-se totalmente de alimento sólido. O jejum típico, mencionado na Bíblia, não implicava em abstinência de líquidos. Na ocasião em que Jesus Cristo jejuou quarenta dias e quarenta noites no deserto, lemos em Mt. 4.2 “E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome”. A Bíblia não menciona que Ele teve sede. Seria fisicamente impossível jejuar quarenta dias e quarenta noites sem ingerir líquidos, ainda mais no deserto. A maior parte dos teólogos acredita que Jesus bebeu água no deserto, mas não ingeriu alimento sólido.
O JEJUM COMPLETO - O jejum completo, também chamado de jejum absoluto, consiste na abstinência de alimento e de água, conforme observamos em At. 9.9 “Esteve três dias sem ver, e nem comeu nem bebeu”. Trata-se de um jejum rigoroso e pode até trazer perigo.
O JEJUM PARCIAL - O jejum parcial tem várias aplicações, e é caracterizado pelo que se come e pela freqüência com que se come. Em primeiro lugar, o jejum parcial significa abster-se de certos alimentos. Alguns teólogos interpretam a atitude de Daniel, no capítulo 1, como um jejum parcial. Ele e os outros jovens de Israel receberam orientação para comerem da mesa do rei da Babilônia, mas se recusaram. Não queriam contaminar-se, e pediram que fosse feito com eles um teste de dez dias. Durante esse período, Daniel e os outros amigos só tomaram água e comeram uma espécie de legume. Abstiveram-se da carne e dos vinhos da mesa do rei, conforme lemos em Dn 1.12 “Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias, fazendo que se nos dêem legumes a comer e água a beber”.
O jejum comum, praticado no Antigo Testamento, começava ao pôr-do-sol e estendia-se até o pôr-do-sol do dia seguinte. O jejum parcial consistia em abster-se de alimento apenas durante as horas do dia. O jejum parcial incluía também a abstinência das relações sexuais entre marido e mulher. Paulo disse em I Co. 7.5 “Não vos priveis um ao outro, salvo por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração...”. Assim como algumas pessoas se abstêm do prazer da alimentação, assim também, num jejum parcial, o casal se abstém do prazer do sexo. Todavia, o apóstolo exortou também ao casal que, terminado o jejum, deviam novamente ajuntar-se, I Co. 7.5 “...para que Satanás não vos tente por causa de incontinência”.
A DURAÇÃO DO JEJUM
Na maioria das vezes, o jejum bíblico durava apenas um dia. Ia de pôr-do-sol a pôr-do-sol. A pessoa não comeria nada à noite, e nem se alimentaria durante o dia seguinte. Ao entardecer do segundo dia, então, ela poderia alimentar-se novamente. Consultar Jz 20.26; I Sm. 14.24; 2 Sm. 1.12 e 3.35. Esse tipo de jejum levava em conta o costume judaico de considerar o início do dia ao entardecer.
Ester também convocou um jejum de três dias e três noites. Tratava-se de um momento de crise, em que a nação de Israel enfrentava a ameaça de extinção - Et. 4.6. Existem apenas três ocasiões em que há menção de um jejum de quarenta dias. Moisés, Elias e Jesus Cristo jejuaram quarenta dias. E em cada uma dessas ocasiões, Deus enviou uma mensagem especial a seu povo. Hoje Ele nos fala diretamente por meio de Sua Palavra, e usa o jejum para preparar nosso coração para seu serviço.
OS PERIGOS DO JEJUM
O jejum apresenta perigos de natureza física. Às vezes ouvimos falar de pessoas que fizeram um jejum prolongado, para o qual não estavam preparadas. Assim, essas pessoas causaram danos a si mesmas, privando seu organismo de alimento e água. A maioria dos cristãos deveria jejuar apenas um dia, principalmente os que não tem muito costume. Somente aqueles que já alcançaram maturidade espiritual e jejuam já há vários anos, devem entregar-se a um jejum de água e alimentos por um período mais prolongado.
Se a pessoa não está disposta a entregar-se à oração por longos períodos durante o jejum, não deve jejuar. A mera privação de alimento não tem nenhum valor, se não for acompanhada por um exercício espiritual nas mesmas proporções.
Outro perigo do jejum é o problema da hipocrisia que, às vezes, cerca essa questão. No Sermão do Monte, Jesus nos adverte (Mt. 6.16): “Quando jejuardes não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram o rosto com o fim de parecer aos homens que jejuam. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa”. Outra passagem é a do orgulho do fariseu que se pôs a orar de pé no Templo (Lc. 18.12): Quando uma pessoa chama atenção para o fato de que jejua, está agindo completamente errado. Nosso jejum não pode ter por objetivo chegar aos olhos e ouvidos do mundo, mas aos ouvidos e olhos de Deus. É uma questão particular entre Deus e aquele que jejua.
Outro perigo é o do legalismo. A abstinência de alimento às vezes é associada com a idéia de se fazer boas obras, para agradar a Deus. Quando uma pessoa se priva de alimentos, está fazendo um ato que demonstra a sinceridade de sua fé (Rm. 14.17): “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida; mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”. Se uma pessoa jejuar confiando em que isso lhe trará a salvação, esse jejum é obra da carne. A Bíblia ensina que não é por obras de justiça praticadas por nós. Não podemos ser salvos por meio de obras; vejamos o que diz Tt.3.5 e Rm. 4.5.
Outro perigo do jejum é identificar jejum com espiritualidade. Alguns querem que os outros jejuem exatamente como eles o fazem. Na verdade, a Bíblia não nos diz quanto tempo devemos jejuar, nem quantas vezes. Ninguém pode impor sua espiritualidade a outrem; a genuína espiritualidade vem do coração, e não pode ser imposta. Cada um, individualmente, tem que tomar sua própria decisão de servir a Deus. O que é bênção para um, pode prejudicar a espiritualidade de outro, caso se torne uma imposição. Quem jejuar, deve fazê-lo com a motivação correta, de modo bíblico, mas não deve forçar ninguém a fazer o mesmo.
ORAÇÃO E JEJUM – 5º ENCONTRO
INICIANDO O JEJUM
Como começar e conduzir o seu jejum irá determinar grandemente o seu sucesso. Seguiremos alguns passos básicos para o jejum e assim nós iremos tornar o nosso tempo com o Senhor muito mais significativo e espiritualmente recompensador.
@ Defina o seu Objetivo - Por que você está jejuando? É para a sua renovação espiritual, por direção, cura, solução dos problemas, graça especial para enfrentar uma situação difícil? Definir a razão do seu jejum irá capacitá-lo a orar mais específica e estrategicamente. Através do jejum e da oração, nós nos humilhamos perante Deus de tal forma que o Espírito Santo desperta as nossas igrejas e sara a nossa terra de acordo com II Cr. 7.14. Faça disso prioridade no seu jejum.
@ Faça o seu Compromisso - Ore sobre o tipo de jejum que você deve adotar. Jesus deu a entender que todos os Seus seguidores deveriam jejuar (Mateus 6.16-18; 9.14,15). Para Ele a questão era quando os crentes iriam jejuar e não se eles jejuariam. Antes de jejuar, decida sobre os tópicos abaixo:
- Qual será a duração do seu jejum: uma refeição, um dia, uma semana, várias semanas?
- Que atividades físicas ou sociais você irá restringir?
- Quanto tempo por dia você dedicará a oração e a Palavra de Deus?
Fazer esses compromissos com antecedência irá ajudá-lo a sustentar o seu jejum quando as tentações físicas e as pressões da vida tentar fazê-lo desistir.
Prepare-se espiritualmente - O fundamento básico do jejum e da oração é o arrependimento. Pecados não confessados irão bloquear as suas orações.
Prepare-se fisicamente - Jejum requer precauções conscientes. Se você toma alguma medicação ou tem uma enfermidade crônica, precisa ter um cuidado especial. Algumas pessoas nunca devem jejuar sem a supervisão de um profissional. Preparação física faz com que uma mudança drástica na sua rotina alimentar seja mais fácil, de tal modo que você possa concentrar toda a sua atenção para o Senhor em oração.
Antes e durante o jejum.
1 - Não comece o seu jejum abruptamente.
2 - Prepare o seu corpo. Coma pequenas refeições antes de começar o jejum. Evite alimentos de alto teor de gordura e açúcar.
3 - Coma frutas e verduras cruas por 2 dias antes de começar o jejum.
4 - Evite medicações, mesmo aquelas a base de ervas naturais e homeopáticas. As medicações devem ser retiradas apenas com a supervisão do seu médico.
5 - Limite as suas atividades.
6 - Descanse o máximo que o seu horário permitir.
7 - Prepare-se para um período de desconforto mental temporário como impaciência, irritabilidade e ansiedade.
8 - Espere algum desconforto físico, especialmente no segundo dia. Você poderá ter breves dores causadas pela fome, tonturas ou algo "esquisito". A retirada de café e açúcar pode causar cefaléia. O mal estar físico pode incluir fraqueza, cansaço ou sonolência.
Mantenha-se no programa - para um aproveitamento espiritual máximo, separe bastante tempo para estar sozinho com o Senhor. Ouça a Sua direção. Quanto mais tempo você passa com Ele, mais significativo será o seu jejum.
De manhã: comece o seu dia com louvor e adoração; leia e medite na Palavra de Deus; convide o Espírito Santo a trabalhar em você para querer e realizar a Sua vontade; convide Deus a usá-lo e peça a Ele para mostrar a você como influenciar o mundo, sua família, sua igreja, sua comunidade, seu país e assim por diante; ore para ter a visão de como Ele deseja usar a sua vida e por poder para realizar a Sua vontade.
De tarde: volte para a oração e a Palavra de Deus; faça um breve período de oração intercessora pelos líderes de sua comunidade e nação, pelas pessoas não alcançadas, por suas necessidades especiais.
De noite: fique um tempo sozinho, sem pressa para "buscar a face do Senhor"; se outras pessoas estiverem jejuando com você, encontrem-se para orar; evite a televisão e outras formas de distração que possam desviar o seu foco espiritual.
Quando possível, comece e termine cada dia ajoelhado com o seu cônjuge (se tiver, e também for cristão) para um breve momento de louvor e agradecimento a Deus. Períodos maiores com o nosso Senhor em oração e estudo da Sua Palavra são sempre melhores quando estamos sozinhos.
Termine o jejum gradualmente - Comece a comer gradualmente. Não coma comidas sólidas imediatamente após o seu jejum. A introdução súbita de alimentos sólidos no seu estômago irá causar conseqüências negativas ou até mesmo perigosas. Se você terminar o seu jejum gradualmente, os efeitos benéficos, físicos e espirituais irão resultar em uma boa saúde.
Espere os resultados - Se você se humilhar sinceramente perante o Senhor, arrepender-se, orar e procurar a face de Deus; se você meditar consistentemente na Sua Palavra, você irá experimentar uma percepção maior da Sua presença - Jo 14.21. O Senhor irá dar um vigoroso e novo discernimento espiritual. Sua confiança e fé em Deus irão se fortalecer. Você se sentirá mentalmente, espiritualmente e fisicamente renovado. Você verá respostas para as suas orações. Um único jejum, entretanto, não é um remédio "cura-tudo" espiritual. Assim como precisamos de um novo enchimento do Santo Espírito diariamente, nós também precisamos de novos períodos de jejum perante Deus.
BATALHA ESPIRITUAL 6º encontro
Introdução
Me preocupo bastante diante da abordagem desse tema. Vou explicar por que. É que mesmo no meio do nosso povo evangélico (isso já acontecia nos dias de Paulo), há algumas pessoas muito místicas, algumas que me dão a impressão de que habitam um mundo paralelo, algumas que espiritualizam tudo. Assim, me vejo na obrigação de abordar o tema batalha espiritual como quem pisa em ovos, pois não quero alimentar heresias, criancices espirituais, devaneios, mas também, por outro lado, não podemos ignorar esse assunto. Enfim, espero ser o mais técnico possível, todavia sem materializar o que é espiritual ou espiritualizar o que é físico.
O Perigo dos Excessos
No nordeste brasileiro, de onde venho, os mais velhos costumam dizer que “tudo de mais é veneno”. Concordo com isso. Sejamos espirituais, mas tenhamos a sensibilidade, a percepção de que habitamos um mundo físico. Só estudar (sem o devido discernimento cristão) pode levar o cabra ao materialismo. Só orar, por outro lado, pode levá-lo ao fanatismo. Os dois são ruins. Precisamos do equilíbrio.
Coisas estranhas
Na fase de pesquisa para preparação desse material, visitei várias páginas da internet e li alguns livros. Em vários sites encontrei alguns relatos interessantes, mas também algumas coisas bem estranhas ao nosso contexto, como as mães espirituais ou pais espirituais. Eu entendo que no contexto de um novo convertido considerar assim a pessoa que o trouxe para Cristo ou que o discipulou seja normal. Todavia, considero absolutamente estranho ao nosso meio a institucionalização do nome (pai ou mãe espiritual) como sendo um ministério, uma chamada específica, quase uma função eclesiástica. Mas isso ainda não é o pior. Em alguns relatos que li ou que ouvi de algumas pessoas, essas supostas mães ou pais espirituais criam nos seus supostos filhos uma relação de dependência. Alguém aí tá achando que estou falando de culto afro-brasileiro, com suas mães, seus pais e seus filhos de santo? Não, estou falando de Cristianismo, do meio evangélico, acredita? Estranho, né? Pois é. Às vezes, a relação de dependência é tão grande que o suposto “filho” não dá um passo sem consultar essa mãe ou esse pai. Epa, isso não é a mesma coisa que discipulador. O discipulador, assim como o educador, orienta o vôo do seu pupilo, jamais cria uma dependência doentia.
Decisões devem ser tomadas a partir do nosso conhecimento da Palavra de Deus, da nossa comunhão com Deus e não a partir, exclusivamente, da orientação de um pai ou de uma mãe dessas aí, de um guru. Seu pai espiritual, companheiro, companheira, é o seu pastor, tudo bem? Seu Deus é Jesus Cristo (o filho), o Pai e o Espírito Santo, ou seja, a Trindade bíblica.
Há outras coisas estranhas e infantis que demonstram falta de conhecimento bíblico que eu gostaria de listar aqui para aproveitar a oportunidade: aquela história de alguém soprar e outro cair (qual a utilidade disso para a edificação do corpo de Cristo - a igreja), e a bobagem sem tamanho de um tal trenzinho que circula por aí em alguns trabalhos de oração. Companheiros, sejamos espirituais, mas fujamos dessa bobajada. Lembram da história do dente de ouro?
Bom, eu não poderia deixar de falar disso antes, para agora sim, mais leve, mais tranqüilo abordar o tema a que me proponho. Não podemos embarcar, de jeito nenhum, nessas doideiras.
Precisamos nos guardar contra dois perigos extremos. Não podemos tratar o tema BATALHA ESPIRITUAL com leviandade, para não subestimar seus perigos. Por outro lado, também não podemos nos interessar demais por ele.
MAS AFINAL DE CONTAS, O QUE É BATALHA ESPIRITUAL?
A Bíblia está repleta de relatos de batalhas, guerras, confrontos e todo tipo de coisas que denotam conflitos. São referências que descrevem a luta entre nações, pessoas individuais, Deus e o homem, o homem cristão e a sua velha natureza, a Igreja e o mundo, a Igreja e o diabo, enfim, as mais diversas situações conflituosas. Esta última a ser referida, revela-nos uma espécie de guerra que é bastante diferente da que estamos acostumados a ver nos noticiários de TV, mas, não menos horrenda e, até mais terrível: a BatalhaEspiritual. Em Ap. 12:4, encontramos a referência à primeira batalha espiritual que foi travada: “arrasta a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra”. Esta é uma referência de João a Satanás que rebelou-se contra Deus e arrastou consigo a terça parte dos anjos. Desde então, nós vemos, através da Bíblia, Satanás fazendo guerra contra Deus e o Seu povo: “Então ele me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do Senhor, e Satanás estava à sua mão direita, para se lhe opor”. (Zc. 3:1). Encontramos, também, citações da batalha que o crente deve fazer contra Satanás: “..não deis lugar ao diabo”. (Ef. 4:7); “Revesti-vos de toda armadura de Deus para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (Ef. 6:11). Em Tg 4:7, está escrito: “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”. Esta palavra “resisti”, a que Tiago refere-se, tem o sentido de “colocar-se contra, opor-se, permanecer firme”. Esta palavra é aplicada da mesma forma (o combate que o crente deve fazer ao diabo) em, pelo menos, mais duas formas no Novo Testamento: Ef 6:13 e 1 Pe 5:8,9. Isso denota, de forma direta, uma luta espiritual que está se travando. Sobre isso, o escritor Paulo Romeiro comenta de forma bem objetiva aquilo que já sabemos: “A Bíblia fala muitas vezes sobre tal conflito. Sim, existe uma contínua e intensa batalha entre a luz e as trevas, entre Cristo e Satanás, entre a Igreja e o inferno”.
BATALHA ESPIRITUAL 7º encontro
Ceticismo
É interessante registrar aqui que existem várias posições a respeito do assunto demônios. Existem aqueles que se mantêm céticos a respeito da crença em demônios e, categoricamente, afirmam que isto é coisa da idade média ou superstição, como o teólogo católico, especialista em demonologia e parapsicologia, Oscar Quevedo: “ter uma força descomunal e outras atitudes que indicam que alguém está possuído pelo demônio, tudo isso pode ser explicado pela psicologia ou pela parapsicologia.”
Supervalorização
Existem outros que crêem na existência dos demônios, mas mantêm indiferença a respeito do assunto. Aqui no Brasil, principalmente, está havendo uma supervalorização deste tema. O espiritualismo é uma realidade brasileira. No entanto, também nos círculos evangélicos, atravessa-se uma onda de supervalorização de anjos e demônios. Estão sendo promovidas reuniões de guerra, libertação, “poder”. Seminários sobre batalha espiritual são comuns. As livrarias foram invadidas por uma série de livros que tratam deste tema, como por exemplo, o de Frank Peretti, “Este Mundo Tenebroso” ( Ed. Vida). Aliás, que se faça justiça, esse livro do Peretti é uma belezura, mas sua leitura deve ser feita com muito discernimento. É uma obra de ficção e não um tratado de teologia. A história é muito gostosa de ler. Não é caro e pode ser encontrado aqui mesmo no segundo distrito, na Papelaria Principal ou em Rio das Ostras, na livraria evangélica perto da Igreja Presbiteriana.
Buscando o Equilíbrio
Nem tão pouco, como no primeiro caso acima, nem tanto, como no segundo. O Cristianismo deve buscar o equilíbrio das coisas. Os senhores hão de convir que atualmente em alguns “cultos” cristãos, há mais espaço para o diabo do que para Deus, ou seja, nessas situações, posso dizer, com toda segurança, que é satanás que está sendo cultuado, sendo entrevistado, sendo o centro das atenções. Isso não é batalha espiritual. Também não é batalha espiritual algumas situações que vou citar a seguir:
a) O cara é desorganizado, chega em casa e vai largando as roupas pelos diversos cômodos, e lá ficam “guardadas”. Pouco antes de começar o culto, por exemplo, ele vai se arrumar para sair e não acha algumas peças do vestuário e então não tem dúvida: “satanás escondeu minha roupa para eu chegar atrasado no culto ou para me aborrecer e me tirar da graça.” Companheiros, o nome disso é desorganização, nada a ver com batalha espiritual.
b) O cara tem um carro. Por razões adversas, a documentação está atrasada ou, simplesmente, ele não tem habilitação. Ele está indo para a igreja, passa por uma blitz policial e é parado. Ele não tem dúvida: “o demônio quer atrapalhar minha comunhão com Deus...” Gente, os policiais estão apenas fazendo o trabalho deles (ou não), o cara, de qualquer forma, está todo errado do ponto de vista legal; então onde está a batalha espiritual?
c) O cara é estudante ou vai fazer um concurso, não estudou para a prova. Chega a hora fatídica, dá um branco no branco que já existia (ele não estudou nada); ele sai do local da prova falando em uma batalha espiritual. Gente, não houve batalha nenhuma, o cara não fez a prova porque não estudou, só isso. Pior ainda, é quando o cabra consegue, de forma arbitrária (toda cola ou tentativa de cola é arbitrária e contraria o princípio cristão da integridade), dar uma coladinha, tirar uma casquinha do vizinho, conseguindo, assim, realizar “com sucesso” a tal prova e tem a cara de pau, o descaramento de sair dali atribuindo a Deus “essa vitória”.
Ah, companheiros e companheiras, não há batalha espiritual nesses exemplos e em tantos outros que dizem ter. Precisamos ser espirituais e ao mesmo tempo racionais. Ah, acabo de lembrar de um fato que merece registro aqui. Há uns anos atrás, rolou em várias igrejas uma suposta “carta do diabo endereçada aos pastores”. Nessa tal carta, ele elogiava os pastores que deixavam suas igrejas muito livres, que não eram muito conservadores, que permitiam que as mulheres cortassem cabelo ou usassem calças compridas e maquiagens. Ao mesmo tempo, “falava mal” daqueles que estariam supostamente andando na linha. Pois é, vocês acreditam que muitas pessoas sérias, com vários anos de vida cristã, acreditavam mesmo que aquela tal carta tivesse partido do diabo? Companheiros, que diabo ingênuo e bonzinho seria esse de colaborar com o suposto bem estar da igreja, advertindo seus líderes para corrigirem determinadas coisas? Alguém ousou chamar isso de batalha espiritual.
Ainda uma outra situação: quando aquele bispo evangélico, num programa de televisão, num momento de insanidade, chutou a imagem de uma santa católica, criando assim um mal estar terrível entre todo o povo evangélico e nossos irmãos católicos, muita gente referiu-se a uma guerra espiritual. O nome daquele acontecimento, senhores, é intolerância religiosa, a mesma intolerância religiosa que dias atrás levou um grupo de “evangélicos” a destruírem um templo do culto afro-brasileiro, no Rio de Janeiro. Vamos chamar isso de batalha espiritual?
Mapeamento espiritual e dualismo
Vocês acreditam que há um grupo razoável de evangélicos, principalmente nos Estados Unidos, falando em mapeamento espiritual para criar estratégias de evangelismo nessas regiões? Vejamos o que escreve Horton sobre o assunto: “O Mapeamento espiritual, promulgado por crescente número de missiólogos, tenta identificar ‘pontos quentes’ de atividade demoníaca com o alvo de ‘amarrar’ os opressores malignos da região. Naturalmente, soa como algo saído de um livro medieval de superstições, mas é levado muito a sério por bom número de líderes evangélicos... Naturalmente, as Escrituras não relatam nenhum exemplo de pessoas se salvando antes de ouvir a pregação da Palavra.”
A Bíblia não respalda nada parecido com mapeamento espiritual. Ela nos ensina com bastante precisão que cabe a nós pregarmos o evangelho do Cristo ressurreto a toda criatura, crendo que ele é poderoso para a salvação de todo aquele que nele crê e também para expulsar principados e potestades, sem precisar mapear coisa alguma. Era só o que faltava. Seria uma nova versão do ide de Cristo: “Ide por todo o mundo, mapeai e depois pregai o evangelho...”
No cristianismo não existe lugar para o dualismo (duas forças independentes que se opõem o tempo todo, numa batalha interminável). Ou o cristão crê que Deus é soberano sobre todas as coisas- e isso inclui a natureza, o coração humano, os governos e o diabo- ou vive em angústia temendo o demônio. Lutero chega a usar uma expressão muito interessante: “o diabo de Deus”, querendo dizer que até mesmo o diabo está sob a autoridade de Deus, ou seja, ele faz apenas o que Deus permite que faça (veja o caso de Jó). O que estou querendo dizer é que nessa batalha, nós já somos vencedores em Cristo.
A BATALHA ESPIRITUAL SEGUNDO A BÍBLIA 8º encontro
No cristianismo não existe lugar para o dualismo (duas forças independentes que se opõem o tempo todo, numa batalha interminável). Ou o cristão crê que Deus é soberano sobre todas as coisas- e isso inclui a natureza, o coração humano, os governos e o diabo- ou vive em angústia temendo o demônio. Lutero chega a usar uma expressão muito interessante: “o diabo de Deus”, querendo dizer que até mesmo o diabo está sob a autoridade de Deus, ou seja, ele faz apenas o que Deus permite que faça (veja o caso de Jó). O que estou querendo dizer é que nessa batalha, nós já somos vencedores em Cristo.
A BATALHA ESPIRITUAL SEGUNDO A BÍBLIA 8º encontro
Os espíritos territoriais
O texto mais usado para defender a idéia de territorialidade de espíritos é Dn 10:13 e 20: “Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias: porém Miguel, um dos príncipes, veio para ajudar-me, e eu obtive vitória sobre os reis da Pérsia. E ele disse: Sabes por que eu vim a ti? Eu tornarei a pelejar contra o príncipe dos persas; e, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia.”O que este texto quer dizer ao referir-se ao príncipe da Pérsia e príncipe da Grécia? Não poderíamos chegar a outra conclusão além da que estes eram espíritos angelicais que atuavam nos reinos da Pérsia e Grécia.
Halley diz em seu livro “Manual Bíblico”: “Deus levantou o véu e mostrou a Daniel algumas realidades do mundo invisível- a prossecução de conflitos entre inteligências super-humanas, boas e más, num esforço por controlar os movimentos das nações, algumas das quais procurando proteger o povo de Deus. Miguel era o anjo guardião de Israel, vv. 13,21. Outro anjo, anônimo, falou com Daniel. A Grécia tinha seu anjo, v. 20; e igualmente a Pérsia, vv. 13, 20. Parece que Deus mostrava a Daniel alguns de Seus agentes secretos em operação para levar a efeito a volta de Israel.”. Um outro texto que se usa para apoiar a idéia de territorialidade espiritual é Mt 4:8,9: “Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares”. Parece, aqui, que Satanás estava reclamando um domínio sobre o mundo, o qual Jesus não questionou. Neste texto, podemos ver que Satanás exerce de influência sobre os reinos do mundo (planeta Terra), através da ordem má das coisas. No entanto, não encontramos explícita no texto a idéia de que cada nação tem o seu espírito maligno. Um outro texto bem conhecido é Ef 6:12: “porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.” Analisando estes termos, podemos ver que o diabo é ordenado, possuindo hierarquia entre os seus subordinados, e atua, nas regiões espirituais, influenciando as nações. Porém, a partir deste texto, não podemos ter a crença na territorialidade dos demônios. Analisando, sinceramente, estes textos e observando a crítica que fazem alguns autores sobre o assunto, podemos concluir que apenas o texto de Daniel 10:13,20, expressa o pensamento na existência de um espírito maligno influenciando cada nação; portanto, torna-se perigoso basearmos toda uma doutrina em apenas um texto. Por outro lado, não podemos rejeitar a idéia do Movimento de Batalha Espiritual de que cada nação é influenciada por um espírito maligno. Realmente os demônios são ordenados ( e todos os textos acima estudados expressam isso) ao ponto de organizarem-se em distritos, influenciando a cada nação. Todavia, o nosso conhecimento sobre a organização distrital dos demônios para por aqui, pois a Bíblia não nos fala mais sobre o assunto; por isso, qualquer informação a mais sobre isso seria mera especulação.
O MOVIMENTO DE BATALHA ESPIRITUAL NO BRASIL
De acordo com o ensino do Movimento de Batalha Espiritual, que tem como principais representantes, no Brasil, Jorge Linhares, Robson Rodovalho, Neuza Itioka, Missão Evangélica Shekinah, o diabo designou um demônio, ou vários deles, para controlarem cidades, regiões e países. O objetivo destes “governantes espirituais” seria impedir a glorificação de Deus em seus respectivos territórios. C. Peter Wagner (expositor norte-americano do movimento) diz em seu livro Oração de guerra: “As estruturas sociais não são, por si mesmas, demoníacas, embora possam ser e com freqüência sejam endemoninhadas por alguma personalidade demoníaca extremamente perniciosa e dominante, às quais tenho chamado de espíritos territoriais, e grande parte do antigo Testamento alicerça-se sobre a suposição que os seres espirituais sobrenaturais exercem domínio sobre esferas geopolíticas.” A dra. Neuza Itioka em seu livro A Igreja e a Batalha espiritual, diz: “Estes poderes (principados e potestades) exercem controle não apenas sobre vidas, mas também estruturas sociais, eclesiásticas e políticas de comarcas, cidades e regiões geográficas... Quando analisamos determinadas estruturas sociais ou econômicas, o que podemos concluir? O sistema social e econômico injusto que o Brasil vive não estaria ligado com o principado e a potestade do escravagismo, que ainda se perpetua, estendendo os seus tentáculos para aprisionar a nossa sociedade?...Atrás da incapacidade dos governantes arrumarem a casa, contornarem a economia e estabelecerem justiça, o que podemos discernir? Apenas o espírito corrupto dos governantes? Apenas o espírito sem escrúpulo dos que estão no poder? Não estariam eles ligados a algo mais?”. Em um curso sobre Batalha Espiritual, declara a mesma autora:“A nossa luta deve se dirigir mais e mais contra os grandes príncipes demoníacos das regiões, nações e cidades. São eles que presidem a corrupção e fraude, por exemplo, perpetuam um estilo de vida e comportamento por trás da repartição pública, do marajá que preside a corrupção da orfandade; do aborto; perpetua a violência; a miséria; a pobreza; a sensualidade e a perversidade, que originam a morte e o suicídio.” Honestamente, penso que essas declarações deixam tudo muito fácil para os nossos governantes, para os nossos políticos em geral. Então os caras, tadinhos, são vítimas de poderes sobrenaturais, ou ainda pior: a causa das terríveis desigualdades sociais existentes em nosso país não é culpa histórica dos nossos governantes, mas de espíritos territoriais. Os senhores vão me desculpar, mas isso não desce nem com muito suco de abacaxi. Acho extremista e ao mesmo tempo simplista demais atribuir todo o mal ao diabo e todo o bem a Deus, pois estamos dizendo, nas entrelinhas, que o homem é uma marionete ora manipulado por um, ora por outro. O homem foi criado um ser racional e pode produzir o bem e o mal, e aí temos uma outra esfera dessa guerra espiritual: o homem contra sua natureza má. Isso sim é bíblico.
Quebra de Maldição e Hereditariedade - 9º encontro
De acordo com os mestres da doutrina de maldição hereditária, “maldição” são sofrimentos ( mortes prematuras na família, contínuo dividendo financeiro, abortos constantes, separações conjugais, etc.) que afligem as pessoas, ou lugares, ocasionados por “pragas” lançadas por meio de palavras, ou pecados cometidos pelas pessoas ou lugares. Estas aflições repetem-se ao longo da descendência do indivíduo, ou lugar, pela gerência de espíritos maus. Assim, no futuro, será praticado o mesmo pecado que foi praticado no passado e haverá os mesmos sofrimentos que houveram no passado. Rebecca Brown define maldição da maneira como se segue: “Muitos cristãos freqüentam a igreja com regularidade e esforçam-se de todo o coração para terem uma vida piedosa. Entretanto, a despeito de todos os seus melhores esforços, tudo parece não dar certo. Não importa quanto se esforcem, ou quanto aconselhamento recebam, parece que nada funciona. Por exemplo, com que freqüência a gente ouve alguém fazer um comentário como este: ‘A minha vida ia indo muito bem até o dia em que aceitei Jesus Cristo. Então tudo passou a não dar certo!’” Pode até ser que você mesmo já tenha declarado algo assim! “Alguns cristãos não conseguem entender por que, apesar de tudo o que fazem, seus filhos viram-se contra eles e contra Deus e caminham pela vereda da destruição. Outros crentes, que aceitaram o Senhor com alegria, cresceram espiritualmente por algum tempo, e então descobriram não terem condições de manter um relacionamento chegado com o Senhor. Sentem-se sem condições de ler e estudar a Bíblia ou de orar, e acabam perdendo o interesse, e vão de mal a pior. Outros ainda lutam durante toda a vida, num andar ora de novo com o Senhor, ora longe do Senhor, não conseguindo estabelecer e manter um permanente andar com Ele. Tais problemas afetam igrejas inteiras, assim como a vida de pessoas em particular. Muitas igrejas caracterizam-se por nelas ocorrerem muitos divórcios e outros problemas dessa ordem em sua membresia. Muitas lutam por anos, mas nunca prosperam nem crescem espiritualmente. Com freqüência se dividem e mudam sempre de pastor. Mesmo quando parece que passam por um período de avivamento e de crescimento, logo tudo se perde: muitos membros saem, e a igreja acaba voltando à condição em que estava antes. Por que esse ciclo destrutivo ocorre? Tais situações desencorajadoras podem resultar de vários fatores diferentes, mas uma razão, que normalmente é desapercebida, é haver uma maldição na vida de alguém, ou em sua família, que nunca foi quebrada. Muitas igrejas estão também debaixo de maldições. Esta é uma área que tem sido muito negligenciada no ensino cristão hoje em dia.”
Neuza Itioka, por sua vez, cita alguns casos que são tidos como maldição: “Sinais possíveis de maldições na Família: repetidas depressões emocionais, repetidas doenças crônicas, repetidos abortos, repetidos divórcios e separações, repetidos alcoolismos, incapacidade de engravidar, contínua falta financeira, repetidas mortes prematuras, repetidas infidelidades, imoralidades e perversidades sexuais, predisposição para desastre, maldição de guerra.”A hereditariedade
“Essa maldição pode ser hereditária; os sofrimentos acometidos pela maldição podem passar de pai para filho. Elas podem ser herdadas [...] Passadas de geração a geração. Assim, más ações dos antepassados podem ter um efeito mortal em nossas vidas. Existe uma transmissão de heranças espirituais das gerações passadas, para nós. Não somente os sofrimentos, mas também os pecados podem ser transmitidos. Desta maneira, se uma mulher é prostituta, sua filha também e, sua neta têm tendências imorais, com certeza, há uma maldição nesta família que está sendo passada de pai para filho”. Vários exemplos são citados para ilustrar esta idéia. As constantes guerras entre tribos no continente africano é um desses exemplos. Segundo a doutrina de maldição hereditária, as guerras na África são conseqüências de pecados de adoração a demônios, ódio e massacres entre as tribos, cometidos por seus antepassados. Assim, “cada tribo é governada por um determinado demônio que se encarrega de fazer com que as tribos cometam os mesmos pecados e sofram as mesmas aflições de seus antepassados. Até mesmo na América ocorre violência entre gangues. Esta violência entre as gangues é ocasionada porque elas são compostas de negros que são alvo da maldição de seus antepassados africanos”. Desta forma, faz-se necessário reconhecer o pecado cometido pelos antepassados e confessá-los a Deus. Para apoiar esta idéia, usa-se uma série de textos bíblicos do Velho Testamento, onde mostram que “toda vez que houve um avivamento em Israel, a primeira coisa que aconteceu na nação dos hebreus foi a confissão da iniquidade de seus antepassados”. Dentre estes textos pode-se citar Neemias, que incitou o povo a confessar os pecados de seus pais ( Ne 9:1-3); Daniel, que confessou os pecados de seus antepassados ( Dn 9:16-17) e Esdras, que de semelhante forma, confessou os pecados de gerações passadas ( Ed 9:7). Ilustrando este pensamento, Rebecca Brown, em seu livro “Maldições não Quebradas”, cita o caso de sua amiga Sandy, que era uma cristã dedicada, no entanto, foi constatado que estava com câncer no pâncreas. Sandy sabia que esta doença era uma maldição da família, pois todos os membros de sua família haviam morrido de câncer no fígado ou no pâncreas, ainda jovens. Porém, esta jovem senhora, por mais que tentasse não conseguia quebrar esta maldição. Sob o conselho de Rebecca, Sandy fez uma pesquisa da causa desta maldição em sua família e constatou que sua família possuía uma história de imoralidade sexual e divórcios. Somente ela possuía um casamento duradouro, além disso, poucos haviam se convertido a Cristo. Depois de confessar estes pecados, Sandy foi fazer a cirurgia, e, neste momento, foi constatado que não estava mais com câncer.
Vou concluir citando a Bíblia, nossa regra de fé: “A alma que pecar, essa morrerá: o filho não levará a iniqüidade do pai, nem o pai a iniqüidade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a perversidade do perverso cairá sobre este...” (Ez 18:20-22). “Portanto, agora, nenhuma condenação (maldição, punição, juízo) há para os que estão em Cristo Jesus.” (Rm 8:1).
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