domingo, 29 de maio de 2011

JUVENTUDE, CASADOS, HOMENS E MULHERES - junho a setembro/2011



LIÇÃO 01   -  05/06/2011

APRESENTAÇÃO DA EPÍSTOLA AOS EFÉSIOS
(Prof. Isac M. Moura)


            Companheiros e companheiras, farei a apresentação desta epístola tomando como base um registro da Bíblia Anotada (Editora Mundo Cristão, 1994 – pág. 1.481) e o livro de  Merril C. Tenney, O Novo Testamento, sua origem e análise (edições  vida nova).

AS EPÍSTOLAS DA PRISÃO

            Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemon são denominadas assim por terem sido escritas durante a prisão de Paulo em Roma (Ef 3:1;  Fp 1:17; Cl 4:10; Fm 9):

POR esta causa eu, Paulo, sou o prisioneiro de Jesus Cristo por vós, os gentios;
Como tenho por justo sentir isto de vós todos, porque vos retenho em meu coração, pois todos vós fostes participantes da minha graça, tanto nas minhas prisões como na minha defesa e confirmação do evangelho.
Aristarco, que está preso comigo, vos saúda, e Marcos, o sobrinho de Barnabé, acerca do qual já recebestes mandamentos; se ele for ter convosco, recebei-o;
Todavia peço-te antes por amor, sendo eu tal como sou, Paulo o velho, e também agora prisioneiro de Jesus Cristo.
           
Durante a primeira prisão de Paulo em Roma, ele foi mantido prisioneiro num acampamento da guarda pretoriana (ou próximo a ele), ou ainda numa casa que ele mesmo alugara (At 28:30) por dois anos, durante os quais estas cartas foram escritas.

Ele previa sua libertação (Fm 22), após a qual realizou várias viagens, escreveu 1 Timóteo e Tito, foi novamente aprisionado, escreveu 2 Timóteo e foi martirizado (veja introdução a Tito). Estas, portanto, são as cartas da primeira prisão em Roma, ao passo que 2 Timóteo é a carta da segunda prisão.


UMA ENCÍCLICA (uma epístola circular)

            Várias coisas indicam que Efésios foi uma carta circular, um tratado doutrinário em forma de carta, enviado às várias igrejas da Ásia Menor. Alguns bons manuscritos gregos omitem as palavras “em Éfeso” (1:1). Alguns especialistas falam num espaço em branco onde seria colocado o nome de cada  igreja que receberia a carta, de certa forma, personalizando-a. O fato é que a carta não trata de nenhuma controvérsia relacionada a uma igreja local, ou seja, a uma igreja específica.
            Outro fato interessante é que Paulo trabalhou em Éfeso por quase três anos. Quando ele escrevia a uma igreja em especial, sempre mencionava nomes de amigos, de pessoas que tinham trabalhado com ele. Isso não acontece nesta carta, o que reforça a ideia de uma carta circular. Provavelmente, foi enviada primeiro a Éfeso, por meio de Tíquico (Ef 6:21,22; Cl 4:7,8), sendo talvez a mesma carta chamada “a dos de Laodicéia” (Cl 4:16).


SOBRE A CIDADE DE ÉFESO
 
            O Cristianismo provavelmente chegou a Éfeso com Áquila e Priscila, quando Paulo fez ali uma breve parada em sua segunda viagem missionária (At 18:18,19). Em sua terceira viagem, ele permaneceu na cidade por quase três anos e o evangelho se disseminou por toda a província romana da Ásia (At 19:10). A cidade era um centro comercial, político e religioso, estando ali o templo de Artemis (Diana). Como  grande centro comercial, concorria com Alexandria e Antioquia. Depois de Paulo, Timóteo liderou a igreja por algum tempo (1 Tm 1:3) e, mais tarde, o apóstolo João fez da cidade sua base de operações.

            Aqueles que defendem o apostolado de Maria Madalena, afirmam que sua base de operações teria sido montada também em Éfeso, junto com João.
            Éfeso possuía um grande templo, como já disse, orgulho da cidade, dedicado a  deusa Ártemis, uma divindade local, também conhecida como Diana dos romanos.
            O templo não era apenas um centro de adoração religiosa, mas também, por serem os seus átrios e terrenos considerados sagrados e invioláveis, tornou-se um asilo para os oprimidos e um depósito de fundos, de doações.
            A população de Éfeso revelava uma dedicação quase fanática por Ártemis, como podemos ver na reação da multidão no anfiteatro, narrada em Atos 19:34, diante da chegada de Paulo a cidade:  Mas quando conheceram que era judeu, todos unanimemente levantaram a voz, clamando por espaço de quase duas horas: Grande é a Diana dos efésios.”  O aborrecimento da multidão de adoradores de Diana reside no fato de que a chegada da mensagem do evangelho ameaçava o lucro de muitos com a venda de imagens, de relíquias relacionadas à deusa. 

CONTEÚDO
            Nesta carta, Paulo trata de predestinação (1:3-14), a liderança de Cristo sobre a igreja (1:22-23; 4:15-16), a igreja como edifício e templo de Deus (2:21-22), o mistério de Cristo (3:1-21), dons espirituais (4:7-16), e a igreja como a noiva de Cristo.

VISÃO CONTEMPORÂNEA DA CARTA

            Já que a epístola aos Efésios foi, na verdade, uma carta circular destinada a diversas igrejas, vamos adaptar, então, o versículo primeiro, levando em conta que a mesma chegou até nós: 

PAULO, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, aos santos que estão em Unamar, e fiéis em Cristo Jesus:

NOTAS ADICIONAIS SOBRE O TEMPLO DE ÁRTEMIS
Em Éfeso, na Ásia Menor, ficava o templo da deusa Ártemis, a quarta maravilha do mundo antigo. Sua construção começou na metade do século VI a.C. , por ordem do conquistador Creso, rei da Lídia -- região montanhosa que hoje é o oeste da Turquia.
Com 90 metros de altura - como a estátua da Liberdade, em Nova York - e 45 de largura, o templo era decorado com magníficas obras de arte. Protetora da cidade e deusa dos bosques e animais, Ártemis (Diana, para os romanos) foi esculpida em ébano, ouro, prata e pedra preta.
Tinha as pernas e quadris cobertos por uma saia comprida decorada com relevos de animais. Da cintura para cima, três fileiras de seios se superpunham. Um ornamento em forma de pilar lhe adornava a cabeça.
O templo foi incendiado no século III a.C. por um certo Heróstrato (um maníaco), que assim pretendia tornar-se imortal.
Pelo visto, conseguiu. Reconstruído, destruído e ainda outra vez reconstruído, o templo foi finalmente arrasado em 262 pelos godos, povo germânico que durante o século III invadiu províncias romanas na Ásia Menor e na península balcânica.
Fonte: geocities.yahoo.com.br


ESCLARECIMENTO
Queridos e queridas, em algumas lições vai acontecer de Daniel abordar, por exemplo, um trecho do capítulo 4, e na seguinte eu abordar um trecho do capítulo 3. Quando isso ocorrer, observe que um texto não será pré-requisito para se compreender o outro.


LIÇÃO 02  -  12/06/2011

O PADRÃO DO CRISTÃO E AS BÊNÇÃOS QUE DEUS TEM PARA NÓS
(Pr. Daniel Albuquerque Velozo)
Efésios 1
3  Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo;
4  Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;
5  E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,
6  Para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado,
7  Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça,
8  Que ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência;
9  Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo,
    Este estudo se propõe a auxiliar você a reconhecer quantas bênçãos recebemos através de Jesus, o Salvador. 
                        O v. 3 declara que fomos abençoados com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo, ou seja, as bênçãos que recebemos são completas, suficientes e mais do que simples favores imediatos, são espirituais e liberadas diretamente dos céus.
                        Qual é o pai que tem prazer em ver seu filho passar necessidades?  Um bom pai não é aquele que faz todas as vontades de seu filho, mas aquele que supre suas necessidades.  Inclusive destaco uma promessa acerca da provisão de Deus, em Fp. 4.19: “O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus”.

I - A bênção da REDENÇÃO.

                          Para sermos Povo de Deus e desfrutarmos do acesso à Sua presença, precisamos nos livrar dos nossos pecados.
                          Redenção significa cancelamento de dívida e foi exatamente isto que Jesus Cristo fez por aqueles que a Ele se entregam. No v. 7:  Nele temos a redenção por meio de seu sangue, o perdão dos pecados, de acordo com as riquezas da graça de Deus...”.  Quem não tem redenção é cativo, sequestrado pelo pecado e consequentemente pelo espírito que age nos filhos da desobediência. Ef. 4.17,18 nos dá uma ideia de como vivem as pessoas que ainda não tiveram sua redenção efetivada por conta de se recusarem a receber a graça e o poder do sangue do Cordeiro.

II - A bênção da nossa ADOÇÃO por parte de Deus. 

                          Esta é a maior das bênçãos que poderíamos receber através de Jesus Cristo. Leia o v. 5: “Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos, por meio de Jesus Cristo...”. Tornamo-nos filhos adotados mediante a nossa fé em Jesus Cristo como o Unigênito de Deus que foi morto por nossos pecados (Jó. 1.12). Por isso temos a liberdade de chamar Deus de “Abba”, a forma como Jesus se referia a Deus Pai. É assim que o Espírito Santo nos incentiva a tratarmos com Deus! (Rm. 8.15,16). Em Ef. 1.14, o apóstolo ensina que o Espírito é o penhor, a garantia de que fomos aceitos como filhos. 

III - A bênção de compormos o POVO SANTO, FIEL e ELEITO.  O Povo particular de Deus, aquele que desfruta de Sua presença. 
                           Trata-se de um projeto que Deus desenvolveu antes da fundação do mundo. O projeto de ter um povo particularmente Seu, que fosse como Ele: santo, fiel, irrepreensível...

Observe o v. 4:  Porque Deus nos escolheu nele (em Cristo) antes da fundação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença”.  O Plano já estava traçado antes de o mundo ser criado. Na Eternidade, o Filho fora destinado a cumprir o caminho que percorreu aqui até passar pelo Calvário.  Abraão recebeu esta revelação de Deus, acerca da bênção que se estenderia para famílias de toda a Terra (Gn. 12.3). Isto se cumpriu através de Jesus Cristo. Está incluída nesta bênção o privilégio da comunhão com os demais filhos adotados que compõem a Família de Deus na Terra (Ef. 2.19).  

IV - A bênção de VIVER na Terra uma vida em Cristo. 

                           Por conta do que recebemos através de Jesus Cristo, temos o privilégio de viver aqui não sendo mais daqui. Você Entende? Agora somos cidadãos celestiais. Nossos nomes estão no Livro da Vida do Cordeiro, e a vida aqui na Terra é transitória.  Nossa provisão vem diretamente das regiões celestiais, o exato lugar onde Cristo está (v. 20).  A comunidade celestial não nos vê como peregrinos ou forasteiros, mas como autênticos concidadãos dos santos.  Assim, a vida aqui deve ser para o louvor da glória de Deus (Ef. 1.12).  Isto quer dizer, uma vida que louve, que realce a glória do nosso Deus.  Esta expressão para o louvor da glória é utilizada por Paulo três vezes no texto base deste estudo (v. 6, 12 e 14). Esta é a nossa vocação.
                          Toda bênção tem um ônus, uma responsabilidade. Você foi perdoado, aceito como filho de Deus Pai, tornou-se parte de um Povo e recebeu uma Vida Nova em Deus. Agora cabe dedicar-se a viver para o louvor da glória do Senhor.  Não queira menos do que isto, meu amado irmão!

JESUS CRISTO, PODEROSO DEMAIS!

Ainda no capítulo 1, versos 20 a 23, Paulo refere-se ao poder que Deus demonstrou através de Jesus Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e exaltando Seu Nome muito acima de qualquer governo, poder, autoridade ou domínio. 
                           Observe  no v. 21 a explicação de por que o nome de Jesus Cristo é tão poderoso.  Quando temos uma aliança com Deus através de Jesus Cristo, recebemos como consequência a autorização para usarmos o Nome que é sobre todos (Fp. 2.9-11 também expõe o poder que há neste Nome Bendito).
                            Jesus Cristo mesmo cuidou de ensinar Seus discípulos de que deveriam fazer tudo em Seu Nome. Em Mc. 16.17, Ele avisa acerca dos sinais que seriam realizados em Seu Nome. Em Jo. 14.13 e 15.16 Ele ensina sobre o poder dos pedidos feitos ao Pai em Nome dEle. 
                              Nosso Senhor e Salvador é suficiente para nos socorrer. Ele é um Pastor perfeito, suficiente. Quem O conhece não necessita de buscar noutros deuses ou espíritos, auxílio, socorro. Jesus é poderoso demais e coloca este poder a disposição de todo que nEle crê. Você tem acesso a este poder. Creia nisso!



LIÇÃO 03  - 19/06/2011

“O CORPO MATERNAL DE CRISTO”
(Prof. Isac Machado de Moura)
Efésios 2
11  Portanto, lembrai-vos de que vós noutro tempo éreis gentios na carne, e chamados incircuncisão pelos que na carne se chamam circuncisão feita pela mão dos homens;
12  Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo.
13  Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.
14  Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio,
15  Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz,
16  E pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades.
17  E, vindo, ele evangelizou a paz, a vós que estáveis longe, e aos que estavam perto;
18  Porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito.
19  Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus;

            Queridas companheiras, queridos companheiros, que coisa mais linda esse texto! Diante dele, não pude pensar em outro título que não “o corpo maternal de Cristo”, pois é como se Jesus criasse em seu próprio ventre, em seu próprio seio uma humanidade diferente, uma humanidade melhorada, ou seja, é a partir do corpo de Cristo, de sua materialização, de seu sacrifício que surge esse grupo de seres humanos “melhorados” que formam a igreja de Deus.  Você já parou para pensar em algum momento porque Deus teria resolvido materializar-se em Cristo? E sacrificar-se nesse corpo? E derramar seu próprio sangue? De acordo com o verso 13, é esse sangue derramado, é esse sacrifício que nos aproxima de Deus. Tudo isso acontece a partir desse corpo maternal de Jesus. É como se ele tivesse dado à luz sua igreja da qual somos parte.
            Não vejo outra forma de se viver a vida cristã que não seja a partir das entranhas de Cristo, pois é “na sua carne que ele desfez a inimizade  e criou um novo homem” (v.15). Esse novo homem precisa, então, exteriorizar essa sua experiência com Cristo, esse novo nascimento a partir de suas entranhas.

NOVO NASCIMENTO E TESTEMUNHO CRISTÃO

            Uma das formas de se externar esse novo nascimento a partir das entranhas de Cristo é viver o seu amor para com os nossos irmãos, para com o próximo. Não existe Cristianismo onde o outro não seja  prioridade. Ele, Cristo, desfez a inimizade e pregou a paz, e nos tornou iguais. Assim, todas as vezes que olhar para um outro ser humano, preciso ver antes de tudo esse ser humano, não posso ver sua religião primeiro, não posso ver sua opção sexual primeiro, preciso ver o ser humano que tem ali, tudo o mais são detalhes. Essa igreja que nasce das entranhas do corpo de Cristo precisa fazer diferença na sociedade. Aliás, diante do crescimento evangélico que presenciamos no Brasil, nessa geração, e diante de tantas coisas negativas que presenciamos nesse país, talvez o desafio de alguns  pesquisadores daqui a uns duzentos anos seja explicar como um processo de crescimento tão grande da igreja como esse do século XXI tenha sido tão irrelevante para a sociedade, contribuindo até mesmo para o escândalo do evangelho. Recentemente, declarou o pastor e  teólogo cearense Ricardo Gondin: “Deus nos livre de um Brasil evangélico”.  No contexto em que o evangelho tem sido vivido hoje, faço coro com ele, pois parte dessa explosão evangélica, parte desse povo não reflete nenhuma transformação a partir de Cristo, parece que não estão nascendo das entranhas do corpo de Cristo, e muitos estão sendo gerados fora desse corpo, tornando-se estranhos à mensagem da cruz, apesar de aparecerem nas estatísticas do IBGE.

“EU E JESUS”

         Tem mais uma coisinha: não existe Cristianismo  no modelo “eu e Jesus”. O Cristianismo bíblico só existe na vivência com o outro, eu vendo Cristo na face do outro, eu sendo transformado por Cristo e transformando o outro. Se não é assim, não rola. Aquela história de “Cristo em Casa” chega ao ponto do ridículo. Cristianismo bíblico é “eu, Cristo e o outro”; sem o outro, chame de qualquer coisa, mas não se atreva a chamar de cristianismo. É pelo outro que Cristo materializa-se e sacrifica-se, e é desse corpo sacrificado que surge a igreja, logo, a igreja é absolutamente necessária para que a mente de Cristo seja formada em mim e no outro. A propósito, é no calor da vivência, no calor do discipulado que a mente de Cristo vai sendo formada no indivíduo, e não no ato de levantar a mão; esse ato é apenas o início do processo.


CONCIDADÃOS DOS SANTOS E DA FAMÍLIA DE DEUS
            Alguns líderes, pastores, teólogos têm mais facilidade de lidar com a burocracia eclesiástica, com os dogmas que com as pessoas. Alguns por força de suas atribuições sentem-se obrigados a dizer alguma coisa num momento em que deveriam ficar em silêncio, apenas demonstrando solidariedade e o amor de Cristo, que também se manifesta no silêncio. Precisamos também educar nossas sensibilidades, precisamos aprender a compaixão de Cristo, o co-sofrimento, a capacidade de sentir a dor do outro e nos calar, se for preciso, diante dela, como deve ser num velório.
            Permitam-me lembrá-los de um fato sobre a vida de Cristo. Ele não apenas morreu por nós, ele também viveu por nós, para que nos tornássemos concidadãos dos santos e membros da família de Deus. Jesus tornou-se um Galileu. A Galiléia era a terra dos gentios. Ele não era de Jerusalém, terra da elite de sua época. Isso não nos diz alguma coisa? Tem mais: como Galileu, ele foi um cara que viveu à margem da sociedade israelense, bem como da sociedade romana. Esse fato, queridos, tem que nos ensinar alguma coisa. Contextualizando para o Brasil, Jesus era um nordestino em São Paulo. Não um nordestino do Recife ou de qualquer outra capital, mas do sertão que seca até as pessoas. Era um cara de pés rachados de andar descalço pelos desertos da palestina. Para os israelenses de sua época, para a elite religiosa judaica, era  um “maluco fedido” (ou você acha que ele e seus discípulos tomavam banho todos os dias?), um carpinteiro num contexto em que não era “bonito” ser um carpinteiro, pois era a profissão de quem não tinha terras, de quem não tinha outra opção de sobrevivência. É esse Cristo, “missionário de Deus” (v.17),  o Cristo do “evangelho maltrapilho” que eu escolhi para seguir, ou terá ele me escolhido antes?; é desse Cristo, que se relacionava com as pessoas não pela lei (verso 15), não pelos dogmas, não pelas religiões, mas corporalmente,  vendo antes de tudo o ser humano que estava ali, é dele que sou seguidor, assim como foi Paulo. Não sigo o Cristo “rico” da teologia da prosperidade, o Cristo distribuidor de bens de consumo, o Cristo a serviço da visão capitalista do ter; sigo o Cristo maltrapilho dos evangelhos, o Galileu marginalizado pelos da sua época; foi das entranhas desse Cristo que nasci de novo. E esse Cristo, como disse o companheiro Daniel na lição anterior, é poderoso demais!


LIÇÃO 04  - 26/06/2011

O CRISTÃO PERTENCE À DEUS! É CIDADÃO CELESTIAL E MORADIA DO ESPÍRITO SANTO!
(Pr. Daniel Albuquerque Velozo)
Efésios 2
19  Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus;
20  Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina;
21  No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor.
22  No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito.
                     
 Este texto bíblico apresenta pelo menos três qualificações exclusivas das pessoas que se beneficiam da salvação oferecida através da fé em Jesus Cristo.

1o - EM CRISTO SOMOS CIDADÃOS CELESTIAIS:  Leia o v. 19, “Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos...”. 
                       O apóstolo Paulo refere-se à cidadania celestial que alcançamos através de Jesus.  Nos tempos do Novo Testamento a cidadania romana era muito valorizada e garantia status a quem a tivesse por direito de nascimento ou por aquisição mediante compra. Em Atos 16.37-39 encontramos os magistrados de Filipos cheios de temor por conta de haverem açoitado Paulo e Silas sem se darem conta de que eles tinham a cidadania romana. Esta mesma cidadania romana garantiu a Paulo o direito de apelar e ser julgado no tribunal de César, em Roma, conforme At. 28.10-12. 

Aprendemos com o apóstolo que diante da cidadania celestial, qualquer status humano é ínfimo.  Louve a Deus porque você pode declarar como Paulo em Fp. 3.20, “A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo”.

2o - EM CRISTO SOMOS DA FAMÍLIA DE DEUS:  É o que Paulo afirma no v. 19.  A família de Deus é composta pelos filhos que ele adotou através de Jesus Cristo.  “Jesus é o primogênito dentre muitos irmãos” (Rm. 8.29).
                        PIB de Unamar, pense um pouco nesta frase: Deus não tem filhos preferidos, mas tem filhos que preferem a Deus.  Como um Pai perfeito, nosso Deus ama a todos os Seus filhos na mesma medida. Por outro lado, há filhos que preferem a Deus (convém que você decida ser um destes filhos!).  De que maneiras um filho demonstra sua preferência pelo Pai? Claro, optando por não entristecer Seu coração, mas por fazer tudo aquilo que O agrada. Outra observação relevante sobre a família de Deus: nela não há divisão nem acepção de pessoas! 
                        Em Ef. 2.16, Paulo observa que Jesus, ao morrer na cruz, “destruiu toda inimizade”, referindo-se à separação que o Judaísmo fazia questão de fomentar, entre judeus e gentios.  Note em Ef. 3.6, que a mesma temática é abordada, ou seja, os gentios desfrutam do mesmo status que os judeus na família de Deus, já que a cruz de Cristo é o meio de adentrar a esta aliança para ambos os povos.  Veja em Gl. 3.26-29 e observe que na família de Deus todos são iguais, não importando origem, condição econômica, sexo ou idade. Louvado seja o Senhor por isso!

                        Para pensar: Observe a relação dos familiares de Jesus, conforme Mateus 1. Em meio a tantos nomes na genealogia de Jesus, note que há poucas referências às mulheres: Tamar (v. 3), que gerou de Judá, num relacionamento ilícito;  Raabe (v. 5), que antes de ser admitida junto a Israel era prostituta em Jericó;  Bete-Seba (v. 6), ex-mulher de Urias, com quem Davi teve um relacionamento ilícito.  Isto é suficiente para deixar claro que Deus não rejeita ninguém em Sua família por conta de seu passado. Glorifiquemos o Senhor por isso!

3o - EM CRISTO SOMOS MORADA DO ESPÍRITO SANTO:  Temos aqui o ensino de que juntos formamos um edifício com características todas peculiares. A pedra angular deste prédio é o próprio Jesus Cristo (v. 20). 
                       Esta expressão significa que Jesus é a base, o sustentáculo da Igreja.  Além da pedra angular, este edifício conta com um fundamento fornecido pelos apóstolos e profetas; trata-se do ensino doutrinário que sustenta a Igreja.  Esta base permite que o edifício seja ajustado, bem construído, crescente, dentro de uma harmonia que o torna santuário santo no Senhor (v. 22).  Este texto nos ajuda a esclarecer que a Igreja não é um prédio feito de tijolos, telhas, vidro e madeira. É muito mais do que isto, um edifício composto por vidas.  Cada vida é uma pedra que se ajusta sobre a Pedra Angular, tornando-se a morada do Espírito Santo de Deus (v. 22).
                        Por conta disto, note como é importante nos reunirmos para adorar a Deus. Quando todos os que têm o privilégio de fazerem parte do Edifício se reúnem, o Espírito Santo se manifesta de forma toda especial.  Cabe, por outro lado, cuidar para que jamais você se torne uma pedra de tropeço.  O que vem a ser isso? Trata-se do cristão que não vive ajustado ao projeto de Deus e que, como um tijolo largado no meio da sala, provoca a queda (escândalo) de outros (principalmente os pequeninos). Sobre isto você deve observar o alerta de Jesus em Mt. 18.5-7.


LIÇÃO 05   -  03/07/2011

A UNIVERSALIDADE DA FÉ CRISTÃ
(Prof. Isac Machado de Moura)


CAPÍTULO 3
6  A saber, que os gentios são co-herdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho;
7  Do qual fui feito ministro, pelo dom da graça de Deus, que me foi dado segundo a operação do seu poder.
8  A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo,
9  E demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo;

10  Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus,

11  Segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor,
12  No qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele.
            
 Pessoas queridas, vamos atentar bastante para o primeiro versículo acima. Veja que Paulo não faz diferença entre judeus e não judeus; os não judeus são herdeiros junto (é este o sentido do prefixo –co). Reforçando os ensinamentos do próprio Cristo,  Paulo combate a segregação, aquela ideia de que alguns cristãos ainda têm de que somos mais especiais, de que Deus só pode agir através de nós; aquela ideia equivocada de que temos de nos separar do mundo no sentido de nos separar das pessoas.

A separação do mundo diz respeito a nos mantermos distantes das corrupções da sociedade e não que devamos nos afastar das pessoas. Antes de ver a religião das pessoas, precisamos ver as pessoas, como já foi dito em lição anterior, e amá-las com o amor de Cristo.
            Jesus, nosso modelo, não se relacionava com as pessoas com base na lei, nos dogmas, nas religiões, mas sim corporalmente, ou seja, ele se relacionava com as pessoas pelo fato de serem pessoas. Que  critérios nós usamos para nos relacionar com o outro, com o próximo?  Jesus  relaciona-se com o outro a partir dos sentidos, ou seja, todos os seus sentidos estavam abertos, disponíveis, pois todas as pessoas eram (são) participantes de suas promessas, de seu ministério exercido entre elas, e isso nada tinha a ver com judeus ou gentios (João 1):

11     Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
12     Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome;


VISÃO : Lucas 24:13-35
30  E aconteceu que, estando com eles à mesa, tomando o pão, o abençoou e partiu-o, e lho deu.
31  Abriram-se-lhes então os olhos, e o conheceram, e ele desapareceu-lhes.
           
A situação aqui é de dois discípulos a caminho de Emaús. Estão frustrados com a morte de Jesus, voltando para sua cidade. Jesus os acompanha em parte do caminho. Eles o convidam para entrar em casa, e no momento em que Jesus parte o pão, eles o reconhecem. Ou seja, o jeito de Jesus partir o pão, possivelmente olhando nos olhos das pessoas, é que faz com que o reconheçam. E eles retornam à Jerusalém para contar o que viram. Imagine o olhar de Jesus! Devia ser algo impossível de não se reconhecer, bem como o seu jeito de partir o pão. As ovelhas reconhecem seu pastor.

AUDIÇÃO: João 10:14-16
16  Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor.
            
 Aqui, a relação de significado “pastor/ovelha” não está atrelada à submissão ou à docilidade, mas à audição. A ovelha conhece a voz do seu pastor, e o pastor conhece cada uma de suas ovelhas e consegue identificar o balido de cada uma. A audição de Jesus estava aberta para o povo. Diferente disso, alguns líderes cristãos atuais estão perdendo esta sensibilidade, estão tendo dificuldades de ouvir o balido de suas ovelhas, de fazer uma leitura de suas carências. Alguns desses líderes vivem num mundo paralelo, num mundo de Alice, num país de maravilhas oferecido pela própria igreja. Eu sei que a igreja deve cuidar bem de seu pastor, mas ele precisa habitar o mesmo mundo de sua comunidade. Alguns já nem se lembram quanto custa uma passagem de ônibus e acham que todas as suas ovelhas, mesmo aquelas que moram distante do templo, precisam ir à todas as atividades da igreja, e que se não vão é por falta de compromisso. Em que mundo vivem esses caras?

Marcos 10 – o cego Bartimeu
46  Depois, foram para Jericó. E, saindo ele de Jericó com seus discípulos e uma grande multidão, Bartimeu, o cego, filho de Timeu, estava assentado junto do caminho, mendigando.
47  E, ouvindo que era Jesus de Nazaré, começou a clamar, e a dizer: Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim.
48  E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava cada vez mais: Filho de Davi! tem misericórdia de mim.
           
Jesus ouve Bartimeu, apesar da multidão, apesar do barulho, apesar de tentarem calar a sua voz. Jesus o ouve, ordena que o chamem e cura-o de sua cegueira.

Não há registro de Jesus perguntando ao cego se era judeu ou não-judeu, qual era sua religião, para que time torcia. Jesus simplesmente ouve sua voz. Os gritos de Bartimeu não chegaram aos ouvidos de Jesus como um barulho, como um ruído indefinido, mas como um clamor.

TATO: Marcos 5:25-43 (a mulher do fluxo de sangue e a filha do chefe da sinagoga).  

Jesus está disponível ao toque, mesmo sendo o toque de uma mulher “imunda”. É isso mesmo, de acordo com as leis do Levítico, uma mulher menstruada era considerada imunda, não deveria tocar em ninguém, e esta mulher sofria de um fluxo de sangue havia 12 anos. Então era “muito imunda”. Ela toca em Jesus e é curada. Jesus pede que ela se identifique. Ela se apresenta com muito medo, teria que ser punida, tocou publicamente num homem, tornara-o imundo. Mas Jesus não quer que ela se apresente para expô-la a multidão de forma  a envergonhá-la. Ela já estava curada, tinha certeza, ele já tinha notado que virtude saíra, ele estava sensível ao toque das pessoas. Então por que ela precisava ser revelada? Para testificar o milagre e para que todos a vissem. Aquelas pessoas certamente mantinham distância dela, que era conhecida naquela comunidade, então precisavam saber que agora estava curada. O chefe da sinagoga também está ali naquele cenário, ele precisava vê-la. E ele, na verdade está ali por outra razão. Ele busca a cura para sua filha, mas recebe a notícia de que a menina já morrera. Jesus o acompanha até sua casa e toca na menina, que está morta. De acordo com os preceitos levíticos, ele torna-se imundo ao tocar o cadáver da menina. Ele lhe retorna a vida. Ele está muito pouco preocupado se ia tornar-se imundo ou não. Ele só tem um foco: pessoas. Cuidar de pessoas. Ele foi tocado pela mulher do fluxo de sangue, tocou na menina morta e agora, na sequência da narrativa parte para a Galiléia e cura em pleno sábado. Alguém ainda acha que Jesus era dogmático? Que se preocupava com a imagem que as pessoas tinham dele quando estava fazendo o bem? Ah, é esse Cristo que quero seguir. Os religiosos de Israel não eram fãs de Jesus, mas não o vejo fazendo qualquer pergunta sobre isso ao chefe da sinagoga. A filha do cara estava morta. Essa era a emergência. (em alguma outra lição, falarei dos outros sentidos).


LIÇÃO 06 - 17/07/2011

NOSSAS DUAS MAIORES NECESSIDADES
(Pr. Daniel Albuquerque Velozo)

Efésios 3
14  Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
15  Do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome,
16  Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior;
17  Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor,
18  Poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade,
19  E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.
                          Leiamos o texto base deste estudo. Observemos o v. 14, onde o apóstolo Paulo revela sua atitude de ajoelhar-se diante de Deus-Pai a fim de orar em favor das duas maiores necessidades dos cristãos de Éfeso.
                          O verbo “ajoelhar” na língua grega é proskyneo, uma palavra que também pode ser traduzida pelo verbo “adorar”.  Assim, ajoelhar-se diante de Deus é uma forma de expressar adoração, humilhando-se diante dEle.  O Salmo 95.6 confirma esta verdade, “Venham! Adoremos prostrados e ajoelhemos diante do Senhor, o nosso Criador”.
                         Exatamente por isso é que a primeira parte dos dez mandamentos, que trata da proibição da idolatria, inclui o ato de ajoelhar-se diante de ídolos, “Não terás outros deuses além de Mim. Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra ou nas águas debaixo da terra. Não te ajoelharás diante deles nem lhes prestarás culto...”  (Ex. 20.2-5).
        
        Na oração do apóstolo, vamos identificar quais são as nossas maiores necessidades:

1 - NECESSITAMOS DO FORTALECIMENTO QUE VEM DO PODER DO ESPÍRITO SANTO
                         “A carne é fraca!”. Esta é uma verdade que vem sendo usada como desculpa para muitos cristãos soterrados em pecados. Acontece que a alma do cristão, se fortalecido, o levará a vencer as fraquezas da carne. Por isso o apóstolo intercede para que os cristãos de Éfeso fossem fortalecidos no espírito (ou no íntimo, no homem interior). Quando deixamos, o Espírito Santo de Deus transmite a nossa alma um tipo de força que nos ajuda a conter a carne.
                          Quando alguém fica entregue à sua própria carne, acaba por produzir o que o próprio apóstolo chama de “obras da carne”, conforme Gl. 5.19-21.
                          Eis a lista de pecados que encontramos neste texto: “imoralidade sexual, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçaria, ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções, inveja, embriaguez, orgias e coisas semelhantes a estas”.
                           Precisamos deste fortalecimento para nos parecer com Cristo. Observe novamente em Ef. 3.17 e atente para o ensino de Paulo, de que mediante este fortalecimento no poder do Espírito Santo, “Cristo habitará em nosso coração”, ou seja, teremos a mente de Cristo, isto é, seremos cristãos de fato. Fortalecidos pelo poder do Espírito Santo, ao invés de produzirmos “obras da carne”, apresentaremos o “fruto do Espírito”, cujas nove características estão alistadas em Gl. 5.22-23, “Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio”. Estas nove características explicam bem o que é ter a mente de Cristo.

2 - NECESSITAMOS RECONHECER E NOS ENVOLVER NO AMOR DE CRISTO.

                          Nossa segunda grande necessidade tem a ver com o amor de Jesus.  Paulo ora fervorosamente para que os cristãos de Éfeso sejam “arraigados e alicerçados em amor” (v. 17). Arraigado é o mesmo que “plantado”, “estabelecido”). 
                          Você acredita que alguém possa buscar a Deus por medo? Medo da morte, medo do juízo, medo do próprio Deus?  Pois o apóstolo espera que a base do nosso relacionamento com o Senhor seja o amor.  Há um texto na Bíblia que afirma que “o amor lança fora todo o medo” (I Jo. 4.18).
                           O apóstolo nos leva a tentar imaginar medidas para o amor de Cristo, e conclui que este amor “excede todo o entendimento”, ou seja, por mais que nos esforcemos, não conseguiremos quantificar o tanto de amor que moveu o coração de Jesus para suportar o sacrifício por nós. Em Romanos 5.8 diz que o Senhor nos amou sendo nós ainda pecadores e se prontificou a morrer no nosso lugar. Em João 13:1, também, nos lembra que o Senhor amou seus discípulos o tempo todo e até o fim. O amor de Jesus não foi só da boca para  fora, fingido ou leviano.
                            Conhecer a grandeza do amor de Cristo e ser envolvido por ele é nossa necessidade mais prioritária, ela é tão premente quanto o fortalecimento no poder do Espírito Santo. 
                            Na prática, em que resulta compreender e viver este amor?  Em duas coisas. 
                            Primeiro, na gratidão para com Deus, expressa em  consagração, serviço e adoração.
                            Segundo, no amor para com as outras pessoas, tanto para como nossos irmãos em Cristo como para com os que ainda não são.

Efésios 3
20  Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera,
21  A esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém.
                            
 Estes dois versos são a parte final da oração que o apóstolo registrou na Epístola, e compõem uma doxologia (palavra que deriva do grego doxa, “glória”), uma declaração que reconhece atributos pessoais do nosso Deus.

3 - O NOSSO DEUS É TODO-PODEROSO E ATUA EM NÓS, SUA IGREJA. É isso que diz o v. 20.  Tal constatação nos reporta às manifestações poderosas do Senhor junto ao Seu povo, Israel, no Antigo Testamento. Histórias como as relatadas no livro de Josué, como a conquista de Jericó (Js. 6) e Juízes, como a vitória de Gideão contra os midianitas (Jz. 7), dentre tantas outras, demonstram o que significa ter o poder de Deus operando em nós. 
                         Em Romanos 8, a partir do verso 31, o apóstolo Paulo nos legou um cântico, chamado Cântico de Vitória, que inicia com a seguinte indagação: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” A resposta é óbvia: ninguém!!!
                         Somos mais do que vencedores! Somos mais do que vencedores! Mais do que vencedores em Cristo Jesus, nosso Senhor! Aleluia!!! (este é mais um trecho do Cântico de Vitória, Rm. 8.37).

4 - O NOSSO DEUS PODE FAZER INFINITAMENTE MAIS!  O apóstolo Paulo utilizou uma expressão pouquíssimo usada no Novo Testamento, huperekperissou, que pode ser traduzido do grego para o português como “muitíssimo mais” ou “infinitamente mais”.  Tal afirmação do apóstolo corrobora uma verdade expressa nas Escrituras: Deus não depende de circunstâncias favoráveis para realizar seus milagres. Ele pode todas as coisas e a Bíblia contém exemplos maravilhosos deste poder: 


LIÇÃO 07  -  24/07/2011

A PALAVRA ENVENENADA...A PALAVRA QUE MATA.  
(Prof. Isac Machado de Moura)

4:29  Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem.

CILADA VERBAL
(Afonso Romano de Sant’anna)

Há vários modos
de matar um homem:
com o tiro,
a fome,
a espada
ou com a palavra
- envenenada.
Não é preciso força.
Basta que a boca solte
A frase engatilhada
E o outro morre
- na sintaxe da emboscada.

Tiago 3
6  A língua também é um fogo; como mundo de iniquidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno.
7  Porque toda a natureza, tanto de bestas feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana;
8  Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal.
9  Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus.
10  De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim.

         Companheiros e companheiras, vamos começar esta aula fazendo uma listinha de exemplos de palavras “envenenadas”? Então vamos lá. Cinco pessoas de cada vez, como diz nosso Marcelo, para evitar tumulto.
Sabe aquela palavra dita na hora errada, para a pessoa errada, ou de uma forma errada. Aquela palavra que se diz a um filho num momento de irritação, aquelas palavras que não avaliamos antes de dizê-la? Pois é. Talvez você não tenha noção do efeito que ela pode causar numa pessoa, e por tempo indeterminado. Coisas do tipo: “você é incompetente igual o seu pai”, “seu irmão é inteligente, mas você é uma vergonha, nunca será igual a ele”. “Puxa, olha a cara desse garoto! É pena que não saiu nem um pouco à beleza do irmão!” , “Por sua causa, briguei com o seu pai!”  ou “...com a sua mãe!”  Temos aí diversas palavras envenenadas, capazes de matar, de causarem mágoas, terríveis neuroses que acompanharão essas pessoas ao longo da vida. Essa é a preocupação de Paulo ao orientar seus leitores para que evitem as palavras torpes, e que use apenas aquelas que forem úteis para a edificação.

OUTROS EXEMPLOS DE PALAVRAS ENVENENADAS: 

- "Você é um burro, nunca vai passar de ano"!
- "Você não presta pra nada"!
- "Você nunca deveria ter nascido, só me causa problemas..."
- "Você é uma prostituta! Olha o jeito que se veste!"
- "Seu drogado, você vai morrer assim!"
- "Seu casamento vai ser uma porcaria, igual ao meu"!
- "Os homens nunca prestam, não confie neles"!
- "Se você não arrumar namorada, vai virar homossexual"!


E OS PALAVRÕES?

            Queridos, nossa língua portuguesa dispõe de aproximadamente três mil palavras de baixo calão. Parece muito? No italiano, são mais de 7 mil, e no francês em torno de 6 mil. Pois é, 3 mil palavras para as pessoas se ofenderem. Não precisamos conhecê-las, já que não devemos usá-las. Sobre essas palavras torpes, tem outra questão muito importante a ser trabalhada: alguns irmãos nossos, cristãos, evangélicos, batistas utilizam palavrões no dia a dia. Penso que uma pessoa transformada pelo evangelho de Cristo precisa ter um vocabulário também transformado. Alguns de nossos companheiros entendem que porque trabalham e/ou estudam num meio  em que as pessoas utilizam palavrões o tempo todo, eles também devem usar para se adequarem ao ambiente. Faz sentido isso? E então, criam o vício linguístico, e mesmo quando estão conversando com outro irmão, até mesmo no contexto da igreja, rolam uns palavrões disfarçados de vocativos ou de interjeições. É assim mesmo? Nossa transformação pelo evangelho de Cristo não precisa incluir nosso vocabulário? Tenho uma amiga que para cada dez palavras faladas, umas cinco são palavrões. Quando conversamos, percebo que o tempo todo se policia para evitá-los. Eu não preciso me adequar ao vocabulário dela; ela esforça-se para adequar-se ao meu. Em alguns lugares em que trabalho, na minha presença (e eu não exijo isso), alguns colegas evitam os palavrões, chegando a dizer que não vai falar determinada coisa porque o Isac está ali. Não é isso que se espera de um cristão ao invés dele “adequar-se” linguisticamente ao ambiente? Sinto-me cristão em todos os lugares que frequento e com todas as pessoas com quem convivo.

“CHEIA DE PEÇONHA MORTAL”

            É assim que Tiago refere-se à língua, como um órgão desenfreado. Zeca Baleiro, compositor da MPB, diz em um de seus lindos poemas: “Quando o homem inventou a roda, Deus inventou o freio...” Precisamos, segundo orientação de Tiago, desenvolver uma forma de frear nossa língua. Então, queridos e queridas, antes de passar uma informação adiante, pergunte a si mesmo: essa informação vai contribuir? Vai ajudar alguém? Preciso mesmo falar isso para alguém? Outra coisa: se constatar que é mesmo necessário passar aquela informação adiante, passe com o máximo possível de exatidão, evite os acréscimos, corte os detalhes desnecessários, evite qualquer peçonha, segure a sua onda. Vamos iniciar uma campanha de combate à palavra envenenada? 

BENDIZER A DEUS E AMALDIÇOAR OS HOMENS CRIADOS POR DEUS...

            “... não convém que isto se faça assim”, conclui Tiago seu raciocínio sobre a língua. Ou seja, podemos fazer diferente, não temos que falar mal de nosso irmão, não temos  que amaldiçoar os homens criados à imagem e semelhança de Deus, como nós, com a mesma boca com que bendizemos ao Senhor. 

O PODER DA PALAVRA DE JESUS

            Quero aproveitar para retomar aqui aquele lance dos sentidos de Jesus disponíveis para o povo. Vou tratar aqui do OLFATO, em João 11. Lázaro está morto, sepultado, fedendo. Jesus não tá nem aí para a podridão, para o cheiro de morte. Então ele ignora todos os avisos (“senhor, já cheira mal, é de quatro dias”...), ele controla o seu olfato em nome do bem-estar daquela família, em nome da necessidade daquele milagre; vai até o túmulo e usando o poder da palavra vivificadora, ordena que Lázaro venha para fora, e o cara sai vivinho, mas certamente ainda cheirando a morte. Assim, queridos e queridas, percebemos que a palavra tanto pode matar quanto pode dar vida. Optemos sempre pelo segundo caso, usando nossa língua para abençoar, para celebrar a vida e nunca para amaldiçoar nosso irmão.

LIÇÃO 08  - 31/07/2011

QUALIDADES QUE PRECISAMOS DESENVOLVER
(Pr. Daniel Albuquerque Velozo)

Efésios 4
1  ROGO-VOS, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados,
2  Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,
3  Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.
4  Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação;
5  Um só SENHOR, uma só fé, um só batismo;
6  Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós.
                
 Neste trecho da Epístola aos Efésios, o apóstolo mais uma vez demonstrou sua autoridade ao recomendar com muita ênfase que os seus destinatários buscassem desenvolver características muito importantes para nossas vidas em Cristo. Observe como o apóstolo se refere a ele, “prisioneiro no Senhor” (v. 1).  É bem provável que ele tenha escrito esta carta quando estava preso em Roma, na mesma época em que escreveu outras Epístolas, como Filemom e Colossenses (cerca de 62 DC).
            É bom lembrar que os cristãos da Igreja Primitiva enfrentaram muitos dissabores e perseguições por conta da fidelidade a Cristo.  O próprio Paulo terminou seus dias sendo martirizado.
Um texto que resume bem as dificuldades que os missionários da Igreja Primitiva enfrentavam por amor a Cristo está em II Co. 11.23-28.
            Será que sua fé suportaria um pouquinho destas provações que o apóstolo sofreu?  Na Parábola do Semeador, o Senhor Jesus avisou que há pessoas que se assemelham à porção da semente que caiu em solo pedregoso. São aqueles que abandonam a fé tão logo chegam as primeiras perseguições (Mt. 13.20-22).
            Pois hoje é dia de pedirmos ao Senhor que nos ajude a desenvolver qualidades que nos permitam cumprir nossa Missão com fidelidade, sem desistir.  O apelo que Paulo fez no verso 1, pressupõe fidelidade e perseverança: “Rogo-lhes que vivam de maneira digna da vocação que receberam”.

             Eis uma lista de virtudes que precisamos desenvolver como cristãos, conforme o v. 2: 

a) Humildade: É o contrário de soberba, orgulho.  Consiste na visão correta de nossas limitações, de nossas virtudes e do valor das outras pessoas.  Ser humilde não significa depreciar-se, mas considerar que as outras pessoas também têm valor e virtudes. A Bíblia ensina que  fazer planos sem considerar a vontade de Deus é prova de soberba (Tg. 4.13-17). Também nos ensina que Deus não abençoa os orgulhosos, mas concede graça aos verdadeiramente humildes (Tg. 4.6).

b) Mansidão (dóceis):  A palavra mansidão na língua grega transmite a ideia do animal domado, contido. A mansidão consiste na qualidade de conseguir conter seus impulsos, conservando-se controlado, contido. É o contrário do impulsivo, do violento, do iracundo.

c) Paciência:  Um sinônimo para paciência é longanimidade, a capacidade de esperar, de não precipitar-se. A precipitação, muitas vezes, nos leva a perder bênçãos. Para alcançarmos êxito na vocação em Cristo precisamos desenvolver a capacidade de esperar no Senhor. Bem que Ec. 3.1-8 nos ensina que há um tempo certo para todas as coisas. Às vezes queremos apressar as coisas de Deus, o que somente resulta em prejuízos. 

d) Interesse pelo próximo: Eis a recomendação do apóstolo: “suportando uns aos outros com amor”.  A ideia aqui é de colocar-se como auxílio, apoio, para o irmão caminhar. Sabe quando a pessoa se machuca e não consegue caminhar sozinha e vem alguém que lhe oferece auxílio? O amor nos leva a nos colocarmos como suporte.  Haverá pessoas que precisarão ser suportadas e você precisará desenvolver esta qualidade.
 
Há um cuidado que o apóstolo destaca neste texto que precisamos enfocar. Todos nós devemos zelar pela unidade espiritual da Igreja.  Todas as qualidades acima visam trazer benefícios para toda a família espiritual que é a Igreja da qual participamos. Esta unidade é crucial e por isso o apóstolo dá ênfase a este ensino nos versos 3 a 6. 
 
          Eis os argumentos para sermos uma Igreja dirigida pelo Espírito e, portanto, pacífica:

1. Somos um corpo (v. 4) e quando partes do corpo ficam em desarmonia é sinal de enfermidade e sofrimento para todo o corpo;

2. Há somente um Espírito Santo (v. 4) e logicamente o Espírito age para unir Seu povo;

3. Temos a mesma esperança (v. 4), haja vista que fomos chamados pelo mesmo Senhor e para a mesma Obra;

4. Temos o mesmo Senhor, a mesma fé; passamos pelo mesmo batismo (v. 5);

5. Somos filhos do mesmo Pai. Ele é superior a todos nós, tem poder para usar nossas vidas e habita em nós (v. 6).

            Que possamos desenvolver tais qualidades e não venhamos sucumbir diante de provações e dificuldades. 

DEIXANDO DE SER CRIANÇA

Efésios 4
13  Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,
14  Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.
15  Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo,
            
 O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogadas para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro (v. 14).Todos já fomos crianças e, por mais que possamos haver tentado evitar, crescemos.  Ainda que pessoas adultas possam apresentar comportamento infantil em certos aspectos, não conseguem impedir o relógio biológico de continuar contando o tempo. Em Jesus Cristo tivemos a oportunidade de nascer de novo, como crianças espirituais, e agora somos desafiados a crescer.
            Diferentemente do crescimento físico, o deixar de ser criança espiritual exige nosso esforço e vontade. Jesus Cristo é o Senhor da sua vida e da Igreja, e quer que você cresça!  O texto bíblico em Efésios prova isto e descreve também como o Senhor nos provê de condições para crescermos. 
            Leiamos o v. 13 e observe que Jesus é o nosso padrão de maturidade e este é o nível que todos os cristãos devem almejar: o nível de fé e de conhecimento de Jesus Cristo que Deus nos disponibilizou.
             Você precisa crescer. Nosso corpo físico dá provas de que atingiu a maturidade quando se torna capaz de gerar outras vidas, de procriar.  Assim, também você deve almejar alcançar a maturidade que lhe permitirá exercer o ministério de gerar e cuidar de outras “crianças espirituais”.
             Que o Senhor nos ajude a comer da Verdade e crescer na estatura, no padrão de Jesus Cristo.


LIÇÃO 09   -   07/08/2011

SOMBRAS, TREVAS, LUZ E O MITO DA CAVERNA 
(Prof. Isac Machado de Moura)
CAPÍTULO 5

1  SEDE, pois, imitadores de Deus, como filhos amados;
2  E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave.
3  Mas a prostituição, e toda a impureza ou avareza, nem ainda se nomeie entre vós, como convém a santos;
4  Nem torpezas, nem parvoíces, nem chocarrices, que não convêm; mas antes, ações de graças.
5  Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus.
6  Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.
7  Portanto, não sejais seus companheiros.
8  Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no SENHOR; andai como filhos da luz
9  (Porque o fruto do Espírito está em toda a bondade, e justiça e verdade);
10  Aprovando o que é agradável ao Senhor.
11  E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as.
12  Porque o que eles fazem em oculto até dizê-lo é torpe.
13  Mas todas estas coisas se manifestam, sendo condenadas pela luz, porque a luz tudo manifesta.

a.va.re.za -  s. f. 1. Apego demasiado e sórdido ao dinheiro. 2. Mesquinhez, sovinice. 3. Ciúme.
tor.pe.za - s. f. 1. Qualidade de torpe. 2. Procedimento indigno ou ignóbil; abjeção. 3. Desvergonha.
par.vo.í.ce - s. f. 1. Ato ou dito de parvo. 2. Qualidade ou estado de parvo. 3. Demência.
cho.car.ri.ce - s. f. Gracejo atrevido e grosseiro; chalaça.
de.vas.so - adj. Libertino, licencioso.  (Dicionário Michaellis)

João 17
11  E eu já não estou mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós.
16  Não são do mundo, como eu do mundo não sou.
           
 O fato de sermos luz para este mundo (sociedade) não significa dizer que devemos  nos isolar das pessoas, nos afastar delas, nos proteger numa redoma blindada. Jesus não agiu assim. A igreja, muitas vezes, protege-se na citação “nós não somos desse mundo” para ignorar a realidade que existe em seu entorno, para justificar uma segregação em relação às pessoas. Como já vimos, Jesus tinha seus sentidos abertos para todos. Ficou faltando um, sobre o qual falarei agora.

PALADAR
Mateus 9:10,12 

10  E aconteceu que, estando ele em casa sentado à mesa, chegaram muitos publicanos e pecadores, e sentaram-se juntamente com Jesus e seus discípulos.
11  E os fariseus, vendo isto, disseram aos seus discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?
12  Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes.

            Gente,  nos evangelhos, Jesus aparece com mais frequência numa mesa e no meio do povo do que diante de um “púlpito”.  Eu diria até que o foco da manutenção da espiritualidade, do pastoreio não é o púlpito. “Jesus é muito mais de mesa que de púlpito”. Aliás, algumas vezes que usou o “púlpito”, foi expulso da cidade, apedrejado, coisas assim.
            Outro detalhe: coisas importantes foram ditas por ele em torno de uma mesa. Para os judeus, o ato de comer era uma celebração. Um judeu só sentava à mesa para comer com alguém que considerasse um igual. Ops... Com quem Jesus estava comendo em Mateus 9? Tem mais uma coisinha. De acordo com os preceitos teológicos judaicos, um mestre não podia, em hipótese alguma, sentar-se à mesa para comer com alguém que não conhecesse a lei. Daí o escândalo dos fariseus no verso 11.
            Estaria Paulo, então, fazendo uma recomendação contrária àquilo que Jesus viveu e ensinou? Não necessariamente.  No verso 7 (Efésios 5), a recomendação é para que não sejamos companheiros de prática, não para que nos isolemos das pessoas. Uma coisa é combater a prostituição e condená-la enquanto pecado; outra coisa é não se dispor a dialogar com uma prostituta.
            Essa “mania” de Jesus sentar-se à mesa com “qualquer um” rendeu-lhe alguns títulos de seus opositores, como “comelão e beberrão”, conforme registro nos evangelhos. E ele foi, ou seja, ele realmente comia e dialogava com as pessoas, mesmo que estas fossem “publicanos” (cobradores de impostos para o governo romano) e/ou pecadores, inclusive os da lista de Paulo.
            Quando comemos juntos, nos tornamos mais parecidos. E tem outra coisinha: a natureza humana nos torna iguais. Não somos tão melhores assim uns dos outros. Cristãos ou não, convertidos ou não, a natureza humana está presente, nos fazendo lembrar o tempo todo de que somos iguais.
            Recentemente, participei de uma Conferência Teológica com o teólogo e pastor (o sistema denominacional está quase me convencendo de que um teólogo precisa ser pastor)  Alessandro Rocha, em que ele citou uma frase muito bonitinha, não lembro de quem: “É preciso ler o texto bíblico contra nós e não para enquadrar as pessoas.”  Assim, se lemos Efésios 5 querendo enquadrar as pessoas, vamos achar boas razões para classificar, para rotular um bocado delas; mas se lermos contra nós mesmos, seremos levados a fazermos uma reflexão quanto a realmente estarmos ou não sendo filhos da luz.


AINDA SOBRE JESUS, PASTOREIO E COMIDA

            Em João 6:10-11, encontramos Jesus preocupado com a alimentação da multidão que o seguia. Já tratamos disso na revista passada, eu sei, mas agora quero enfatizar a participação do garoto, ou seja, do dono dos pães e dos peixes. Ele poderia ter ficado na dele, garantido sua alimentação e nem por isso estaria errado, mas ele, sem saber, entrou para a história por ter tornado aquele milagre possível. Jesus não criou pães e peixes para a multidão; ele multiplicou o que foi disponibilizado. Aquele milagre, então, começa no coração de Jesus (em sua preocupação com o povo) e na mochila do garoto, que disponibiliza o que tem, mesmo sendo tão pouco. Então, queridos e queridas, vamos parar de nos proteger em declarações do tipo “o que tenho é muito pouco para doar”;  “já que não posso ajudar a todos, não vou ajudar ninguém”, e outras parecidas. Os cinco pães e dois peixes do garoto, acrescido de sua disponibilidade e do poder de Jesus alimentaram milhares de pessoas.


“... PORQUE A LUZ TUDO MANIFESTA.”

            Na história do mito da caverna, de Platão, alguns seres humanos viviam numa caverna, tendo acesso apenas a sombras. O mundo dessas pessoas limitava-se àquelas projeções. Tinham medo de deixar a caverna. Um dia alguém sai e conhece a realidade além das sombras, conhece a luz e a realidade do mundo. Esse cara volta à caverna e conta o que viu, como era o mundo lá fora, mas ninguém acredita, e para não correr riscos preferem continuar habitando um mundo de sombras, perpetuando um conhecimento limitado da vida. Em Cristo, podemos deixar o mundo das sombras e andarmos na luz, e sermos luz. Podemos, inclusive, dando outra conotação ao caso, conhecer um “mundo paralelo” que está tão perto de nós, mas que nem sempre enxergamos porque insistimos em achar que o nosso mundo é o único existente: o mundo das pessoas que comem todos os dias, que almoçam fora algumas vezes, que têm carro, um bom emprego, uma boa casa e que todos os dias tem um  dinheirinho para comprar pão, para pagar o lanche do filho na escola. Talvez estejamos em nossas cavernas vendo sombras de nosso próprio mundo, mas precisamos deixar a caverna um pouquinho e jogar um facho de luz sobre essa realidade que nos circunda e tentar modificá-la um pouco, amenizá-la.


LIÇÃO 10  -  28/08/2011

A MENTE RENOVADA      
(Pr. Daniel A. Velozo)

Efésios 4
17  E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente.
18  Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração;
19  Os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza.
20  Mas vós não aprendestes assim a Cristo,
21  Se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus;
22  Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano;
23  E vos renoveis no espírito da vossa mente;
24  E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.

            Quando eu era mais jovem, havia um programa de humorismo na TV em que um nordestino caricato, metido a intelectual, utilizava um bordão mais ou menos assim: “a ignorância atravanca o progresso”.  Pois não é que o engraçadinho tinha razão? A Bíblia confirma que a educação é o bem mais precioso que uma sociedade pode conquistar.  Foi através do profeta Oséias que o Senhor declarou: “O meu povo está sendo destruído por falta de conhecimento” (Os. 4.6).

            Pois neste trecho da Epístola aos Efésios, o apóstolo Paulo demonstra a grande diferença que o conhecimento da verdade revelada através de Jesus Cristo faz na vida de uma pessoa.  Alguém que não conhece ou reconhece o Senhor: Sua Pessoa, Seu Poder, Sua Palavra e Seus Propósitos, é chamado por Paulo de gentio (v. 17), ou velho homem (v. 22). Vale ressaltar que todos fomos gentios e velhos homens, e deixamos de sê-lo a partir do momento que conhecemos Jesus e aprendemos Seus ensinos.


I - O estilo gentio/velho homem de vida: Estilo é um modelo, um padrão. Fala-se muito sobre estilo nos dias de hoje com relação à moda e aos costumes. Na verdade, o estilo é determinado pela maneira de pensar. A forma como as pessoas veem a vida e como valorizam as coisas. Observe no texto as características predominantes do nosso antigo estilo de vida:

1) Inutilidade dos pensamentos (v. 17). Isto se deve aos valores invertidos. Coisas totalmente inúteis são super valorizadas. Quando se valoriza coisas tidas por Deus como “inúteis”, a vida se torna fútil, desperdiçada. Por exemplo, a super-valorização da aparência física. Nos jornais e TV, observamos matérias sobre jovens que continuam ingerindo anabolizantes veterinários, chegando até a óbito.

2) Obscurecidos no entendimento (v. 18). O que o apóstolo quer dizer com isto?  Que o entendimento destes está escuro para as verdades de Deus. Que coisa triste saber que há muitas pessoas totalmente ignorantes para as verdades de Deus, mas sábios para o mal, astutos na malícia, sabem fazer o mal com “excelência infernal” (Jr. 4.22). No capítulo 3 de I Coríntios, Paulo explica que o gentio, ali chamado de homem natural, não consegue discernir as coisas de Deus, para as quais precisamos ter uma mente renovada.

3) Separados da vida de Deus (v. 18). A vida de Deus é a vida em Deus.  Jesus disse: Eu Sou a Vida (Jo. 14.6) e Eu dou a Vida e Vida em abundância (Jo. 10.10).  Um gentio não vê graça na vida de Deus vivida por um cristão autêntico. Resistir ao pecado, manter-se fiel, buscar santidade, adorar, servir, perdoar, abençoar, ofertar... verbos tão normais na vida em Deus são inconjugáveis para quem está preso ainda ao estilo gentio de vida.

4) Depravação e Impureza (v. 19). Estas duas palavras têm a ver com sexualidade pecaminosa, pornografia, prostituição e adultério. Pedofilia e prostituição infantil são exemplos de como a sociedade que ignora a vida em Deus caminha pelas vias da depravação. As indústrias da prostituição e da pornografia movimentam bilhões de dólares. Qualquer locadora de vídeos ou banca de jornal vende estas coisas a preços acessíveis à maioria das pessoas. Como pode uma sociedade conviver com coisas tão degradantes e abomináveis aos olhos do Criador? Este texto nos ajuda a entender. Vale lembrar que Deus não aceita adeptos deste tipo de abominação no meio do Seu povo. Ef. 5.5, AP. 21.8 e Rm. 1.28-32.

5) Enganados pelos desejos (v. 22). Os desejos são por vezes chamados na Bíblia de paixões da carne.  Alguém que se deixa conduzir pelos desejos é carnal e inconsequente. Você sabe o que acontece com a criança cujos pais atendem todos os seus desejos. A própria Psicanálise explica que os desejos não podem ser desenfreados, precisam ser censurados, contidos. O apóstolo Paulo observa que tais pessoas se corrompem, ou seja, “se consomem, se acabam...” na satisfação destes desejos desenfreados. Um exemplo disto: os vícios.

II - O Estilo Novo Homem de vida!  Jesus Cristo veio para nos dar vida. Para tanto, é preciso reconhecê-lo como o autor da vida e da nossa salvação.  Ao reconhecê-lo, você se abre para receber uma renovação em sua mente. O que antes era ignorância e escuridão agora será transformado. Na medida em que você aprenderá a Palavra, sua mente será purificada e reorientada. Isto se chama discipulado.  Os valores mudarão. A mudança será tamanha que até seus costumes mudarão.  Não é à toa que o apóstolo escreveu acerca de trocar de roupas, despir-se do velho homem e revestir-se do novo homem. As roupas e os modos denunciam a mente. Reflita nisto. Abrindo sua vida a Jesus, sua mente será preenchida com Seus ensinos e sua vida transformada.

4: 27  Não deis lugar ao diabo.

a) O adversário é intrometido e aproveitador.  O apóstolo Pedro avisou que o inimigo age como um leão devorador (I Pe. 5.8).  Lembremos que o Leão da Tribo de Judá, Jesus Cristo, é infinitamente superior a este “leão” que espreita o rebanho. É só você vigiar e não dar oportunidade a ele. 

b) O inimigo se aproveita de nossas fraquezas.  Observe que o trecho que compreende os versículos 25 a 32 contém uma série de recomendações sobre pecados que precisamos evitar:

1. Mentira (v. 25) Cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo. Jesus ensinou que o diabo é o próprio “pai da mentira” (Jo. 8.44). Já o Espírito Santo é o Espírito da Verdade (Jo. 16.13) e o Senhor Jesus se autodenominou: “Eu Sou a verdade” (Jo. 14.6). 

2. Ira (v. 26) Quando vocês ficarem irados, não pequem. Ficar irado não é pecado, porém a ira pode se tornar pecaminosa e oferecer oportunidades ao inimigo. Observe a recomendação do apóstolo, “Apaziguem a sua ira antes que o sol se ponha”. Isto significa não consentir que a ira se torne em ressentimento, mágoa, ódio; pois estes sentimentos aprisionam a pessoa e oferecem brechas para o diabo.

3. Boca (v. 29) Nenhuma palavra torpe saia de vossa boca.  Vigiar a boca é uma necessidade! O salmista orou a Deus para que Ele colocasse uma guarda à sua boca para não pecar (Sl. 141.3).  Jesus avisou que daremos contas a Deus por toda palavra torpe (ou inútil) que emitirmos (Mt. 12.36,37). O critério que Paulo estabelece é o de falar somente o que edifica e transmite graça (v. 29b).
            O Senhor Jesus já operou tudo o que era necessário para que tenhamos uma vida livre do Diabo.  Precisamos vigiar e não dar mais nenhuma facilidade para que o inimigo roube nossas vidas.  Que venhamos renunciar cada um dos pecados alistados acima e declarar ao Senhor que desejamos as virtudes relacionadas. Continuemos nesta força. Você é um (uma) conquistador (a) de territórios!


LIÇÃO 11  - 04/09/2011

O QUE DEUS UNIU NÃO O SEPARE  O HOMEM
(Prof. Isac Machado de Moura)
Ef 5:28-31; Dt 24:5.
·         Assim também os maridos devem amar as suas esposas como a seus próprios corpos. Quem ama a sua esposa, a si mesmo se ama.
·         Porque ninguém jamais odiou a sua própria carne, antes a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja,
·         Porque somos membros do seu corpo.
·         Eis porque deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e se unirá à sua mulher e se tornarão os dois uma só carne.
·         Homem recém-casado não sairá à guerra, nem se lhe imporá qualquer encargo; por um ano ficará livre em sua casa e promoverá felicidade à mulher que tomou.
Que maravilha! Que coisa mais fofa! Os recém-casados tinham um ano para se ajustarem à vida de casados, sem outras responsabilidades ou obrigações durante aquele período.
            A antiga lei de Moisés deixou bem claro que o bem-estar emocional da mulher é de responsabilidade  específica do seu marido. É sua obrigação promover a felicidade da esposa. Ainda é assim nos dia de hoje!
            É sempre bom lembrar que trabalhar é muito importante, assim como também é  fundamental realizar a obra de Deus, mas a família está acima de tudo isso. Nossa escala de prioridades deve ser: Deus, família, igreja.

I – O CASAMENTO PÕE FIM AO INDIVIDUALISMO... AGORA, TUDO É COLETIVO.

            Alguns maridos reservam suas poucas horas de folga para os seus prazeres individuais, com seus próprios amigos. É verdade que todos precisam de recreação e estas atividades têm papel importante na recuperação de nossas forças, todavia, se casamos, ainda que tenhamos nossos momentos individuais, isso não pode ser uma regra, precisamos priorizar a família, incluindo-a em nossa programação de folga ou de férias.
            Quando o nosso lazer sufoca aqueles que precisam de nós – justamente aqueles cuja felicidade depende da nossa maneira de ser – é porque já fomos longe de mais e nossos momentos de folga precisam ser repensados.

II – CUIDANDO DO BEM-ESTAR DA FAMÍLIA.
            Muitos homens têm ignorado a responsabilidade que nos foi confiada por Deus, isto é, cuidar do bem-estar da nossa família, disciplinando nossos filhos, exercendo a liderança espiritual, amando e protegendo nossa esposa, o que acaba gerando, na mulher, uma baixa  auto-estima, pois ela se sente solitária, isolada e entediada, entrando em profunda tristeza, pensando  que já não é amada e que seu marido, consequentemente, não se importa com ela. A mulher, por sua vez, precisa também amar o marido. Ambos precisam fazer todo esforço possível para que o cônjuge não caia na sua “rotina visual”,  quando deixamos de perceber detalhes, quando deixamos de elogiar o outro diante de suas conquistas, de seus esforços. Todos os seres humanos precisam de elogios. Um casamento dificilmente sobrevive sem eles por muito tempo. Nossos filhos também precisam de elogios e não apenas de repreensões.

III – AMANTE SIM... OPRESSOR NÃO. No casamento, de acordo com o texto introdutório desta lição, não há lugar para a opressão masculina. O marido tem a responsabilidade da liderança amorosa dentro da família, mas ele precisa reconhecer os sentimentos e as necessidades de sua esposa como se fossem dele próprio. Quando ela sofre, ele também sofre e toma medidas para que o sofrimento cesse. O que ela deseja, ele também deseja e satisfaz as suas necessidades, dentro, é claro, das suas condições.

            Se todos esses preceitos fossem realmente aplicados dentro das famílias, não precisaríamos de tribunais de divórcio, pensão alimentar, direitos de visitação, crianças magoadas, corações despedaçados, vidas destroçadas, lei Maria da Penha. Aliás, esta lei existe (que bom que existe!) porque os princípios cristãos não são observados em muitos casamentos, inclusive no contexto evangélico. Aliás, é bom lembrar que muitas mulheres evangélicas e muitas mulheres de evangélicos têm recorrido a esta legislação. Não cabe mais (se é que coube algum dia) em nossa geração aquele marido valentão, “brabo”, agressivo diante da mulher e dos filhos. Não aguentamos mais aqueles casos bizarros de fim de relacionamentos, seja namoro, seja casamento, em que o cara dá um pitizinho e bate o pezinho dizendo que não vai admitir a separação e então agride a mulher, manda buquê de flores com explosivos, joga produto químico no rosto, dá tiro. Isso é a barbárie. O que me choca, queridos e queridas, é saber que muitas mulheres, inclusive em famílias evangélicas, ainda apanham de seus maridos brutos, estúpidos e inconvertidos e se calam diante disso. Lamentável! Vergonhoso!
            Até algum tempo atrás (acho que ainda se faz isso), naquelas situações em que uma mulher evangélica era agredida pelo marido não evangélico, muitos companheiros aconselhavam assim (com outras palavras, é claro): “apanhem  e orem, até que as coisas mudem.” Cômodo demais dar esse conselho, e era sempre um homem o conselheiro. Gente, na visão de importância e respeito ao ser humano, na visão bíblica, alguma coisa está errada nesse tipo de aconselhamento, não tá não? Por favor!

IV – CASADOS E AMIGOS

                Além de casados, marido e mulher precisam ser amigos, amantes, eternos namorados e confidentes. Isso não quer dizer que o casal jamais possa ter opiniões diferentes ou que viva o tempo todo numa nuvem cor-de-rosa de romantismo adolescente sem experimentar nenhuma irritação ou qualquer outra fraqueza humana. O que quero dizer é que se ambos forem realmente amigos, juntos buscarão soluções para todas as dificuldades e que mesmo sendo pessoas diferentes, saberão respeitar as opiniões um do outro.

O sucesso do relacionamento de um casal que se ama não é o resultado da “perfeição humana”, mas sim o produto do interesse de um pelo outro, pelos seus sentimentos, pelas suas necessidades e pelas suas preocupações; é dar e não tomar, é querer o bem um do outro, como ambos se comprometeram no dia do casamento.
                Sendo o casamento a união de duas pessoas, é preciso que ambas, juntas, busquem soluções para as suas dificuldades e que lutem pelo sucesso do casamento, não permitindo que o mesmo mergulhe na rotina cruel do dia-a-dia.

CONCLUSÃO

            Amemos nossas esposas como sendo elas parte de nós mesmos, razão do nosso viver, o amor da nossa vida, enfim, tudo aquilo que dizíamos aos seus ouvidos quando namorávamos, conscientes de que é nosso dever prover-lhe felicidades. E vocês, meninas, apesar de nossas clássicas imperfeições de meninos, de nossas cabeças duras, de nem sempre observarmos a bolotinha mínima de cor diferente na pintura das unhas, apesar de nem sempre ouvirmos seus alertas com a devida atenção, precisam nos amar e nos dizer (nós também gostamos) coisas bonitinhas como nos velhos tempos em que namorávamos.


LIÇÃO 12  - 11/09/2011
VIDA FAMILIAR
(Pr. Daniel Albuquerque Velozo)

Efésios 5
22  Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao SENHOR;
23  Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo.
24  De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos.
25  Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,
26  Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,
27  Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.
28  Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.
29  Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja;
30  Porque somos membros do seu corpo, da sua carne, e dos seus ossos.
31  Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne.
32  Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.
33  Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.

Efésios 6
1  VÓS, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.
2  Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa;
3  Para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.

            As instruções de Paulo nesta carta são atemporais, isto é, são para qualquer tempo, qualquer ano, século, pois é a base do relacionamento dentro do desejo de Deus, que é o que instituiu a família desde o princípio (Gn. 2.24).
            É bem verdade que falar de submissão feminina em pleno século XXI, soa para muitas mulheres como machismo, preconceito, retrocesso, um ultraje. Vivemos na era da liberdade feminina, da conquista do espaço de trabalho, independência financeira, etc.
             Porém, contudo, todavia, não podemos simplesmente rasgar as páginas da Bíblia Sagrada que não nos interessam e viver como bem quisermos. Somos filhos de Deus, e os filhos recebem orientações de seus pais para o viver diário. Pelo menos é assim que deveria ser e se não estamos vendo isso nas famílias é porque há muito tempo deixamos de valorizar a instituição família e estamos colhendo os frutos numa sociedade cheia de adolescentes e crianças violentas e vítimas da violência.
            Os planos de Deus são perfeitos, suas orientações corretas, por isso o ideal é aquietarmos o nosso coração, ouvir e seguir as instruções que Deus deixou na Sua Palavra.
            Alguns homens e muitas mulheres demoraram a enxergar, com clareza, esses ensinamentos, era incabível essa ideia de submissão. Vamos tentar enxergar com os olhos de Deus.

I - Amor do marido: Efésios 5.22 a 6.4, orienta-nos nesse plano perfeito. Cada membro tem o seu papel e a sua obrigação. Cada um cumprindo com a sua parte fica fácil para todos.
            Vamos começar pelo marido: “Maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela” (v. 25).
            Qual mulher tendo ao seu lado um homem que a ame a ponto de morrer por ela não iria se submeter a ele? Tendo um marido provedor, consolador, orientador, ensinando-a a tomar as melhores decisões, cuidando quando estiver enferma, dando-lhe palavras de ânimo, estimulando-a a não desistir, enfrentando os problemas ao seu lado, protegendo-a, honrando-a em público e a sós. Seria impossível não submeter-se a esse homem. Pois é isso que Jesus Cristo, o Salvador faz pela sua igreja.
             Ao lermos as Escrituras com o devido cuidado e atenção, encontramos um amor incondicional de Jesus Cristo pela Igreja, que é sua noiva. Por isso a comparação do amor do marido ao amor de Cristo pela igreja, pois ele é irresistível.

II - Amor da mulher: Vamos agora aos (v. 22 e 23), agora fica muito fácil compreender e aceitar a submissão; passa a ser até desejável submetermo-nos a um marido assim. Quando enfrentamos nossos maridos, enfrentamos também ao Senhor, pois essa é a comparação de submissão: “As mulheres sejam submissas a seus próprios maridos, como ao Senhor”.
            Notemos que são nove versículos de instrução aos maridos (v. 25 ao 33), e três para as mulheres.
            Podemos deduzir que os homens são mais cabeças duras, mas quando um homem consegue entender seu real papel de marido e pratica-o, ele será o mais feliz dos homens, pois terá uma família abençoada.

III - Amor aos filhos: Agora passemos para Ef. 6.1-4: o marido também é pai, e deve ter o mesmo cuidado de orientar seus filhos, de criá-los no entendimento da Palavra de Deus. Uma das funções do marido é ser sacerdote da família, isto é, está intercedendo por ela, ensinando. Então, também ficará fácil para o filho obedecer aos seus pais, pois não saberá fazer diferente disso diante de tudo que recebe. Ele verá no pai a autoridade devida. Muitos pais agem com autoritarismo e não com autoridade. Autoritarismo promove o medo e a revolta. Autoridade promove confiança e obediência com prazer.
                              Alguns homens podem achar que estou dando responsabilidades demais para eles, mas não sou eu, é o Senhor que deixa claro para nós. É Ele que diz ser o homem o cabeça da mulher,; cabe a ele essas responsabilidades.
Para pensar: Para muitos homens é até conveniente a forma como a sociedade moderna projeta a família, pois tem tirado dele muitas dessas responsabilidades, mas também tem tirado o prazer de ver sua família abençoada. Pare e pense se não é melhor obedecer do que sacrificar!


LIÇÃO 13  - 18/09/2011

O CRISTÃO É CONVOCADO PARA A BATALHA
(Pr. Daniel Albuquerque Velozo)

Efésios 6
10  No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.
11  Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.
12  Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.
13  Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.
14  Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça;
15  E calçados os pés na preparação do evangelho da paz;
16  Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.
17  Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;
                  
 Bom dia, meus irmãos, estou de volta. Precisamos tomar consciência de que vivemos numa guerra espiritual, mas ter o devido cuidado para não espiritualizar tudo.
O Diabo existe e está em guerra conosco, atacando cada um onde ele encontra brechas. Brechas essas que cada um de nós tenta esconder ao invés de entregá-las ao Senhor da vida, para que as  feche e assim nos tornemos resistentes. Somos falhos, temos fraquezas, isso faz parte da nossa natureza de pecado. Contudo, ao nos darmos para o Senhor Jesus, devemos dar também essas fraquezas e falhas, para que Ele vá moldando nosso caráter ao Dele.

             O apóstolo Paulo, nos instrui a nos prepararmos para esse campo de batalha espiritual (Ef. 6.12). Satanás usa as coisas visíveis, cria circunstâncias para nos tirar a visão exata e passarmos a brigar com a carne e o sangue, pois ele usa pessoas, muitas vezes, nessa guerra, mas não são as pessoas o nosso real inimigo. Reafirmo: o apóstolo Paulo define os que não são nossos inimigos nesta batalha. Nenhum homem ou mulher são os nossos adversários nesta batalha. Isto significa que aqueles que professam falsas religiões; os ladrões; os milionários gananciosos; os políticos corruptos; os idólatras; os assassinos. Não são eles os nossos inimigos nesta batalha, não é contra estas pessoas que devemos lutar. Afinal, foi no estado de pecadores cegos, afastados de Deus, separados e alheios ao caminho do Senhor que Ele nos buscou, chamou e salvou. Não estou dizendo que não devemos lutar contra as ações pecaminosas, estou dizendo que aqueles que praticam os atos não devem ser nossos alvos nesta batalha. Portanto, nossa luta é contra Satanás e suas hostes que tentam destruir e subjugar continuamente a humanidade desde o Éden.

                As pessoas só são usadas, muitas vezes sem nem se darem conta disso. A grande batalha espiritual é travada em nossa mente, pois Satanás se utiliza da capacidade de influenciar nossos pensamentos com coisa terríveis e nos faz achar que tudo é real. Ele, na verdade, só sabe se seu plano maligno deu certo quando professamos palavras e praticamos ações que confirmem os pensamentos malignos que enviou para nossa mente. Se não tivermos atentos, seremos conduzidos por ele. Muitas pessoas que tentam o suicídio e não morrem, contam terem ouvido uma voz de dentro de sua mente dizer: “Vou me matar. Para que viver? Ninguém vai sentir minha falta mesmo”. Deus não te daria esse tipo de ensinamento e nem você pensaria isso, mas é a semente de Satanás dentro dos ouvidos agindo como se fosse você. Toda vez que tiver pensamentos ruins a seu respeito ou de outros, repreenda em voz alta, expulsando-os, pois os demônios só saem ao ouvirem nossa voz, pois como já disse, não podem ler nossas mentes.
            Para lutarmos, precisamos estar armados devidamente. Paulo se utiliza da roupa dos soldados romanos nessa instrução, até mesmo pelo fato de estar sendo vigiado por um o tempo todo, já que era prisioneiro de Roma ao escrever essa carta. Por ser uma guerra espiritual, precisamos de armas espirituais, (Ef. 6.14-10). Armadura esta que não foi criada, forjada, construída por nossas habilidades, conhecimentos, força, poder, disciplina ou "livre-arbítrio", mas foi fornecida aos santos por Deus, sendo portanto a armadura de Deus.

A ARMADURA DE DEUS
1) O Cinto (Ef. 6.14): A verdade (a Palavra de Deus, Jo. 17.17). Verdade igual a integridade, sinceridade. Sem o cinto da verdade, a armadura se desmancha.

2) A Couraça da Justiça (Ef. 6.14): Justiça é dar a cada um o que cada um merece. A couraça protegia o coração. Nosso coração dever ser protegido pela justiça de Deus, que é revelada no evangelho (Rm. 1.17). Nosso coração é protegido do mal quando vivemos o evangelho.

3) Os calçados (Ef. 6.15): Na sola dos calçados dos soldados romanos havia pregos para dar firmeza ao passo. A ideia aqui é a de estar pronto para atacar com o evangelho sempre que a oportunidade surgir; com isso, vidas serão salvas do maligno, o reino dele diminui e o de Deus aumenta.

4) O Escudo (Ef. 6.16): O escudo cobria todo o corpo do soldado romano, protegendo-o das flechas inflamadas. A fé é escudo do cristão contra todos os dardos inflamados do maligno. Tudo pode ser vencido em Jesus Cristo (Fp. 4.13), através da fé verdadeira que foi uma vez por todas entregue por ele.

5) O Capacete (Ef. 6.17): O capacete protege a cabeça e os ouvidos. Uma forma do Diabo nos atacar é lançando em nossos ouvidos suas mensagens. Precisamos proteger nossa mente. A salvação que temos em Cristo é a nossa grande proteção.

6) A Espada (Ef. 6.17): A única arma ofensiva que o cristão precisa é a palavra de Deus. Para ganhar uma batalha espiritual, temos que falar a Palavra de Deus.
            Quando nos vemos numa batalha acirrada, em que o inimigo parece estar vencendo. Lembre-se que o ponto final que Satanás põe na sua história, Deus o transforma em vírgula e continua. Deus é quem escreve a sua história. Você crê nisso?
            Não podemos entrar numa batalha sem conhecer o inimigo e suas armas, suas estratégias. Isso significa derrota na certa. Quando vamos à luta conduzidos pelo Senhor Jesus, vestidos com as armaduras que Ele mesmo nos deu, e revestidos com o Espírito Santo, somos mais que vencedores. Ao lado do Senhor, antes mesmo de começar a batalha, você já é um vencedor. Deus não entra em batalha para perder. Vá em frente meu irmão, não desista, lute, o Senhor é contigo.

DOMINGOS SEM AULA

10 DE JULHO: festa da roça
14 DE AGOSTO: dia dos pais
21 DE AGOSTO: Seminário de Formação Continuada para os Professores da EBD

OBSERVAÇÕES
·        As lições 11 e 12 se complementam, por isso, mesmo abordando um mesmo assunto, optamos por mantê-las.

·        Críticas e sugestões devem ser encaminhadas aos autores das respectivas lições (Isac e Daniel), pessoalmente ou por e-mail: isacmoura@gmail.com /  elorim@ig.com.br