domingo, 4 de outubro de 2009

RELIGIÕES, SEITAS E HERESIAS

APRESENTAÇÃO

Olá, meninos e meninas. Antes mesmo de entrarmos em conceitos e de falarmos um pouquinho sobre algumas religiões, quero alertá-los de que a proposta deste conjunto de lições é evangelística, de convívio e não de estímulo à segregação das pessoas. Assim, começamos falando de um tema muito preocupante que é a intolerância religiosa, prática absolutamente contraditória em relação à liberdade de culto que há em nosso país e aos exemplos de Jesus Cristo, que sempre priorizou e amou as pessoas, independente de suas práticas.

Se tenho um vizinho praticante de qualquer outra religião diferente do Cristianismo evangélico e procuro manter distância dele por conta da diversidade religiosa existente entre nós, estou dizendo a esse cara, sem palavras, que o sacrifício de Cristo na cruz não o incluiu, estou dizendo que sou um cara tão perfeito, tão do bem, que não posso misturar-me com ele. Esse isolamento, queridos e queridas, em nada contribui para a aproximação dessa pessoa. Então, vamos rever nossos conceitos em relação a isso?

Outra coisa: em várias situações aqui, a abordagem está sendo feita do ponto de vista da própria religião. Sempre que isso acontecer, o texto estará entre aspas para que você não ache que eu estou defendendo aquela visão. Tudo bem? Também recomendo a leitura de textos bíblicos para que você estabeleça comparações entre o que ensina o grupo religioso estudado e o Cristianismo.

Só mais uma coisinha para fechar essa apresentação: sabe aquela galera que diante da pergunta “qual a sua religião?”, reponde: “eu não tenho religião, eu sigo a Cristo”? Pois é, grande bobagem está se dizendo. Oxente, se seguimos a Cristo, abraçamos os seus ensinamentos; se abraçamos esses ensinamentos, estamos seguindo uma religião formatada por Paulo e por outros apóstolos a partir dos ensinos de Jesus, que se chama Cristianismo. Só isso que eu queria dizer.

Bons encontros, bons debates e bom convívio com todos, independente de religião.

Isac Machado de Moura


LIÇÃO 01 - 04/10/09


Tolerância Religiosa Sim – Radicalismo Não


QUESTIONAMENTOS

1. Qual deve ser a postura do cristão evangélico diante das diversas religiões, ou mesmo diante de outras denominações?

2. Pode o cristão contribuir com uma instituição filantrópica ligada a uma outra religião?

3. O que fazer para evangelizar uma pessoa sem agredir seus princípios religiosos?

4. Aspectos positivos e negativos da liberdade de culto prevista na Constituição Federal.


TEXTOS BÍBLICOS

“Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos, porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão da luz com as trevas?”

Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor, não toqueis em cousas impuras, e eu vos receberei.” 2 Co 6:14,17

“Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graça, em favor de todos os homens.

Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.” 1 Tm 2:1,3,4

“Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens.” Rm 12:17

“Estamos orando a Deus para que não façais mal algum, não para que simplesmente pareçamos aprovados, mas para que façais o bem, embora sejamos tidos como reprovados.” 2 Co 13:7

“Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado; como está escrito: Não há justo, nem sequer um...” Rm 3:9,10


REFLETINDO UM BOCADINHO

1. A “intolerância religiosa” não deve ser uma prática cristã.

O primeiro texto bíblico citado nesta lição declara não haver possibilidade de comunhão entre luz e trevas, mas não impede que haja comunicação entre as pessoas. É perfeitamente possível para um cristão conviver com um espírita, com um budista, etc.. sem praticar o culto dessas pessoas, ou seja, não haverá comunhão de culto, mas haverá diálogo, amizade, comunicação e, certamente, evangelização.

Quanto a outras denominações, devemos esquecer um pouco nossos costumes, nossas particularidades e priorizarmos o que temos em comum: a salvação em Jesus Cristo.

2. Fazer o bem é nosso dever; não há regras ou limitações para fazermos o bem. Fazer o bem está acima de qualquer outra coisa, inclusive, da própria religião. “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo” (Tg 1:27). É claro que a prioridade são os “domésticos da fé”, mas isso não deve impedir que um cristão contribua com um centro de recuperação ou com um orfanato, por exemplo, pelo fato desta instituição está ligada à igreja católica ou a um grupo espírita. Especificamente em nosso caso, contribua, por gentileza, com a FUNDAÇÃO VIDA NA VIDA (Projeto Sementinha). Nosso trabalho lá está bombando, mas “vamos precisar de todo mundo, um mais um é sempre mais que dois.”

3. Para evangelizar uma pessoa sem agredir seus princípios religiosos basta apresentarmos Jesus Cristo como Salvador e único mediador entre o homem e Deus. Assim, não precisamos nem devemos agredir os deuses das pessoas, basta apresentarmos o nosso Deus. Também é importante passarmos a idéia de que todo ser humano é falho, que tem tendência ao pecado e que nós não somos diferentes, não somos santos, perfeitos, reconhecemos nossos pecados, mas absorvemos o perdão de Cristo que pode perdoá-las também.

5. Constituição brasileira: artigo 5o

VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;

VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.


CONCLUSÃO

Assim como temos liberdade para professar nossa fé em Cristo, todos têm liberdade para professar sua fé. Dessa forma, a intolerância religiosa não deve ser uma prática cristã. Devemos sim, praticar o amor ao próximo acima de qualquer coisa, inclusive de sua prática religiosa.

No ano passado (2008), no Rio de Janeiro, um grupo de “evangélicos” invadiu e vandalizou uma casa de candomblé. Esse ano, também no Rio de Janeiro, um pai de santo estava arriando um ebó (fazendo um despacho) numa esquina, quando foi surpreendido por um grupo de ”evangélicos”, que pararam o carro, desembarcaram e o agrediram com suas Bíblias. Foi “biblada” de tudo quanto é jeito. Um episódio absolutamente infeliz, anticristão, lamentável, vergonhoso. O cidadão agredido precisou ir a um hospital e registrou queixa numa delegacia. Aliás, por conta dessas agressões, dessa intolerância religiosa desmedida, o governo criou uma agência, uma espécie de delegacia especializada em crimes de motivação religiosa, pois o estado precisa proteger todos os seus cidadãos. Comportamentos como esses não representam a postura do povo evangélico em geral. São ações isoladas de fanáticos religiosos, como aqueles que foram receber o Papa Bento XVI, protestando contra sua presença no Brasil. Lamentável.


LIÇÃO 02 - 11/10/09


QUEM SOMOS?


Antes de qualquer coisa, somos cristãos. O Cristianismo sofreu várias divisões ao longo da sua história. Então, podemos identificar os seguintes grupos cristãos: Catolicismo Romano, Igreja Ortodoxa Grega e Protestantismo. Dentro do Protestantismo (grupo resultante da reforma promovida por Martinho Lutero, em 1517, na Alemanha), que inclui as chamadas igrejas históricas (Luterana, Presbiteriana...), surgiram as igrejas evangélicas (Batista, Assembléia de Deus, Metodista, Congregacional e outras). Dentro desse grupo de igrejas evangélicas, surgiram as igrejas neo-evangélicas ou neo-pentecostais (Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja da Graça e outras), normalmente resultado de divisões ocorridas em igrejas maiores. Na prática, hipoteticamente falando, é assim: brigo com o companheiro Luciano e ao invés de me acertar com ele para que possamos continuar caminhando juntos, crio uma nova igreja, uma nova denominação, torno-me pastor desse novo grupo, imponho minhas ideias, dou o nome que quiser (Igreja Evangélica Isaquinho de Jesus), alegando que tive uma revelação e faço “concorrência” com minha igreja de origem, a PIB-Unamar.

A Igreja Ortodoxa Grega, o Catolicismo Romano e o Protestantismo , as três grandes ramificações da religião cristã, têm muito em comum quando comparadas com outras religiões, filosofias espirituais e visões de mundo, pois constituem uma grande religião, o Cristianismo. A mesma coisa acontece, por exemplo, com o Islamismo, também dividido em vários grupos (sunitas, xiitas, talibães).

Apesar das muitas diferenças observadas nesses grupos cristãos, e das diversas visões de mundo, toda a cristandade tem algo em comum relacionado a Deus, sendo neste sentido “um só espírito”. É claro que existem muitas diferenças nas formas de culto. Os nossos irmãos católicos, por exemplo, incluem na sua liturgia o culto a Maria, prática repudiada pelo grupo protestante / evangélico, que vê em Maria uma pessoa importantíssima para o Cristianismo e para a história da humanidade, todavia não digna de adoração. A mesma coisa podemos dizer das imagens veneradas pelos companheiros católicos, prática da qual discordamos.

É bom que se registre aqui que os “santos” católicos, de um modo geral, são do bem. Entre eles, podemos citar os evangelistas (Matheus, Marcos, Lucas e João), o apóstolo Paulo e tantos outros, como Francisco de Assis, Teresa d’Ávila, enfim, todos do bem. Nenhum deles, em vida, aceitaria alguma forma de culto e todos lutaram pela causa do evangelho, como a Madre Teresa de Calcutá, uma belezura de pessoa. O Vaticano é que resolveu santificá-los, eles não têm nada a ver com isso.


O TERMO “EVANGÉLICOS”

O termo evangélico é muito discutido e contestado quanto a sua essência. Na acepção mais ampla possível é sinônimo de cristão, uma vez que o cristianismo é centrado no Evangelho e não na lei. Assim, qualquer igreja, organização ou pessoa que proclama fielmente o Evangelho é “evangélica”. Num sentido mais restrito, evangélico é quase sinônimo de protestante e designa a forma de cristianismo (igreja ou denominação) não católico-romano ou ortodoxo oriental, firmado a partir da Reforma.

Os evangélicos destacam-se de outros cristãos pela ênfase na importância do “relacionamento pessoal com Jesus Cristo”, pela experiência de conversão (arrependimento, fé e vida diária no discipulado de Cristo), envolvendo oração, leitura da Bíblia e busca da ajuda de Deus para imitar o Salvador.


NEM TUDO É O QUE PARECE

Nem tudo que se rotula cristão é autenticamente cristão. É preciso destacar e articular as diferenças entre o Cristianismo da grande tradição em todas as suas variações e o cristianismo falsificado que promove um “evangelho” diferente que inclui destacados ensinos e doutrinas incompatíveis com o Evangelho de Jesus Cristo e a grande tradição cristã.

Para muitos , o que faz “sentir bem” e “proporciona conforto” passa a ser o critério principal pelo qual os cristãos decidem em que acreditar e como praticar sua espiritualidade. A igreja, nesse caso, torna-se um grupo de apoio em vez de ser portadora comunitária da tradição que valoriza a verdade.


Pesquisadores norte-americanos de opinião constataram que cerca de 22% dos americanos adultos acreditam em reencarnação, o que, necessariamente, inclui muitas pessoas que se consideram cristãs. Questionadas como conciliam a reencarnação com a doutrina cristã tradicional da ressurreição do corpo claramente ensinada no Novo Testamento e defendida pelos principais pais da igreja e reformadores, muitas dessas pessoas ficam confusas com a pergunta, ou seja, noções completamente incompatíveis são combinadas numa “sopa de espiritualidade experimental”. Isso não é diferente do que acontece no Brasil.

Por outro lado, muitos cristãos, graças a Deus, possuem mentes questionadoras e esperam aprender as doutrinas cristãs históricas em toda a sua unidade e diversidade, bem como ter liberdade para decidir por si próprios, sob a orientação de Deus, e em conjunto com uma comunidade de fé, em que devem crer.
Acabou aquele tempo (ainda bem) em que a maioria das pessoas aceitavam uma doutrina só porque era tradicional. Estamos em um novo tempo, no qual muitos cristãos desejam saber o que a fé cristã histórica diz a respeito de convicções sobre Deus e eles próprios, uma vez que há muitas interpretações no Cristianismo, e assim precisam saber como lidar com tudo isso.

De acordo com alguns sociólogos da religião, o Cristianismo, atualmente, corre o perigo de tornar-se uma “religião popular”.

As principais características de uma religião popular são:

• Ausência de reflexão sobre as implicações intelectuais de experiências de revelação e a incapacidade de integrar essas experiências com outras esferas da vida. Isso significa dizer o seguinte: o cabra não quer refletir, pensar, entender até que ponto uma revelação faz sentido. Ele limita-se a reproduzir como um papagaio religioso aquilo que ouviu dizer. Esse cara, muitas vezes, não tem uma experiência pessoal com Deus para compartilhar, então acaba citando experiências de outros. O sujeito é capaz de ler aquele texto lindo sobre o amor, na epístola aos Coríntios, dizer que entendeu, mas recusar-se a ajudar uma pessoa necessitada, ou seja, ele “entende”, mas não consegue praticar.

• Pessoas que tiveram experiências semelhantes e se reúnem em pequenas células. Essas criaturas tiveram sonhos, revelações ou experiências “sobrenaturais” comuns e resolvem que vão formar um novo grupo independente. A igreja de origem já não é legal, pois não alimentou o “devaneio”.

• Valorizam-se mais os sentimentos, a emoção do que o intelecto, e clichês e slogans de letras de músicas tomam o lugar de afirmações doutrinais coerentes e elaboradas. Posso dizer com segurança que o conhecimento da maioria de nosso povo vem de ouvir sermões e de letras de música. A desgraçada da teologia da prosperidade ocupa muitos louvores, que o nosso povo canta e acha o maior barato, muitos enfatizando o termo inimigo como sinônimo de pessoas praticantes de outras religiões ou simplesmente de não-evangélicos. Não é à toa que temos presenciado agressões a outros grupos religiosos.

• Preferem as experiências subjetivas. Isso tem acontecido em muitas igrejas, onde tudo se resolve a partir de supostas revelações e não com base na Bíblia.

CONCLUSÃO


Precisamos travar uma luta para que o Cristianismo não se torne uma religião popular, para que seus praticantes se disponham a pensar, que apliquem seu aprendizado bíblico no dia-a-dia, que façam parte de uma igreja local e não de um grupinho onde todos foram ao monte e viram um gravetinho pegando fogo, por exemplo; que baseiem o seu conhecimento principalmente na leitura da Bíblia, e não exclusivamente em sermões ou letras de música, que tenham experiências pessoais com Deus, mas que valorizem acima de tudo o culto racional recomendado no Novo Testamento. Agindo assim, viveremos o Cristianismo como uma filosofia de vida (também) e não como uma experiência egoísta, onde recebemos tudo do bom e do melhor em detrimento do sofrimento dos não-evangélicos, onde não podemos adoecer porque somos cristãos (que adoeçam os outros), onde a fé é provada através da riqueza e não da singeleza de coração. Dane-se a teologia da prosperidade. Ninguém merece esse breguete!

Galera, nós estamos misturando um monte de coisas com outro monte de coisas, estamos batendo essa mistura de coisas num liquidificador gigante, e o suco que está saindo dessa mistura, eu, particularmente, não estou reconhecendo como Cristianismo, estou com dificuldades de reconhecer o sabor, e isso me preocupa.

Que Deus nos proteja dessa mistureba sinistra. Que Deus nos livre e nos mantenha bem distante dessas unções malucas de lagartixas, de leões, de tantos outros bichos, de vômito e outras coisas nojentas, de cair no poder e de outras coisas esquisitas a serviço de um pseudo-cristianismo-consumista-imediatista-pós-moderno, cujo objetivo é alienar as pessoas. Na verdade, esse pseudo-cristianismo a que me refiro cumpre a mesma função social do funk: alienar pessoas, dizer para elas que pensar é bobagem.


LI LIÇÃO 03 - 18/10/09


RELIGIÕES, SEITAS E HERESIAS


RELIGIÃO – Crença na existência de forças ou entidades sobre-humanas responsáveis pela criação e ordenação do universo. Forma particular que essa crença assume a partir de cada uma das diversas doutrinas formuladas. Sistema organizado de crenças e práticas.


SEITA - doutrina ou sistema que diverge da opinião geral e é seguido por muitos; facção, partido.


HERESIA - é uma convicção errada que solapa gravemente uma dimensão crucial do próprio Evangelho e precisa ser negada e rejeitada. Uma heresia pode até provocar um racha, a criação de uma seita, mas também pode conviver disfarçadamente dentro do grupo religioso por muito tempo, como é o caso da teologia da prosperidade. Nos escritos de Paulo e de Pedro, por exemplo, é comum a preocupação desses companheiros com o surgimento de heresias dentro da própria igreja, como a turma que defendia que Cristo não veio em carne ou que não ressuscitou. A pior heresia não é aquela que vem de fora, mas aquela que surge dentro da própria comunidade.
DOUTRINA - é uma convicção religiosa relativamente complexa. Uma doutrina desenvolve-se a partir de convicções examinadas, ponderadas e afirmadas como verdadeiras formalmente pela comunidade organizada de crentes. Jamais pode ser baseada num único texto.

Ex.:” Creio na doutrina da Trindade.”

O credo apostólico começa assim: “Creio em Deus Pai Todo-poderoso, Criador do céu e da terra.” Assim, podemos dizer que a doutrina da Trindade foi desenvolvida pela igreja antiga, com base na Bíblia, para explicar e proteger as convicções professadas no credo apostólico.

DOGMA – é uma doutrina obrigatória que não pode ser questionada sem consequências graves. Por exemplo, é inviável que alguém se considere cristão e não aceite o dogma da ressurreição de Cristo.

ENTENDENDO MELHOR

Vamos tentar entender, na prática, todos esses conceitos extraídos de dicionários. É assim:
O Cristianismo é uma religião. Todos nós, cristãos (católicos, ortodoxos ou protestantes /evangélicos) acreditamos em um mesmo Deus, respeitadas as particularidades de cada grupo. O Cristianismo veio do Judaísmo, uma outra religião. Jesus era judeu e não cristão. Pois bem, Jesus ensinou coisas diferentes do judaísmo fundamentalista. Assim, os ensinamentos de Jesus, que era um judeu, acabou formando um novo grupo. Embora esse grupo se reunisse na sinagoga (local de culto e estudos dos judeus), seus ensinamentos eram diferentes dos ensinamentos do judaísmo. Pois bem, com o passar do tempo, os dois grupos não conseguiram mais conviver. Esse novo grupo, então, teve que sair da sinagoga e procurar outros locais para suas reuniões. Houve, então, um racha, uma divisão do Judaísmo. O novo grupo foi chamado de cristão (seguidor de Jesus Cristo). Então, naquele momento, o Cristianismo foi uma seita. “E pediu-lhes cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que se encontrasse alguns daquela seita, quer homens, quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém” (At 9:2). Muito bem: o Cristianismo alicerçou sua fé, estabeleceu suas crenças, construiu todo um conjunto de doutrinas a partir da Bíblia e dos ensinos dos pais da igreja (os fundadores). O tempo passou. Dentro do Cristianismo foram aparecendo diversas heresias disseminadas por diversas pessoas ou por diversos grupos. Em 1517, um padre chamado Martinho Lutero estava absolutamente insatisfeito com o rumo que a igreja cristã estava tomando. Ele propôs uma reforma. Essa reforma deu origem a Igreja Luterana. Estava criado então um novo grupo dentro da igreja.
Naquele momento, o Protestantismo era uma seita cristã, uma divisão de um grupo maior.

E aí? Está claro então a diferença entre uma religião e uma seita?

Não? Então vamos ver outro exemplo:

O Islamismo é uma religião criada em 610 d.C. , por Maomé. Essa religião solidificou-se no mundo árabe. Hoje, dentro dessa religião, existem vários grupos defendendo coisas diferentes, todavia mantendo a crença em Alá como algo comum. Esses grupos constituem as seitas islâmicas, como os xiitas, os sunitas e os talibães.

Outro exemplo: O Judaísmo é uma religião. Nos dias de Cristo, havia vários grupos dentro dessa religião, ou seja, várias seitas, sendo as principais, naquele momento, os fariseus e os saduceus.


AS DENOMINAÇÕES EVANGÉLICAS


Pois bem, já vimos que somos todos cristãos (católicos, ortodoxos e protestantes / evangélicos). As igrejas católicas habitualmente recebem o nome do seu santo padroeiro, como por exemplo, a igreja de São Judas Tadeu. As igrejas evangélicas tradicionais recebem um nome específico de acordo com as crenças e as práticas daquele grupo, como Igreja Batista, Assembléia de Deus e por aí vai. As igrejas neo-evangélicas independentes são aquelas que não fazem parte de uma rede, são únicas, como por exemplo: Igreja Pentecostal Deus de Maravilhas, e milhares de outras.


MIGRAÇÃO ENTRE RELIGIÕES

Boa parte do nosso povo evangélico teve alguma experiência em uma outra religião e um dia, alcançados pelo evangelho, converteram-se a Cristo, tornando-se membro de uma igreja evangélica. Entendemos isso como um processo normal, mas nos escandalizamos quando alguém deixa uma igreja evangélica e torna-se católico ou praticante de algum culto afro-brasileiro, por exemplo. Por que será que isso acontece?


LIÇÃO 04 - 25/10/09


ISLAMISMO


“Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre. Todavia, o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas o que era da livre, por promessa... Mas, como então, aquele que era gerado segundo a carne perseguia o que era segundo o Espírito, assim é também agora”. (Gl 4:22, 23, 29)


O Islamismo é um sistema que envolve todos os aspectos da vida (religioso, político, social, jurídico e cultural). Seus adeptos são conhecidos como muçulmanos. Não existe a idéia que nós temos da separação entre a Igreja e o Estado. É a segunda religião do mundo em número de adeptos, estando à sua frente apenas o Cristianismo.

Nem todos os árabes são muçulmanos e nem todos os muçulmanos são árabes. Os árabes são descendentes de Ismael, filho de Abraão com a concubina egípcia Agar (Gn 6:15; 16:4-11; 21:8-13,18; 17:20.

Segundo os muçulmanos, o filho da promessa não foi Isaque, e sim Ismael, e Abraão ofereceu Ismael e não Isaque, no monte Moriá. Diferente disso, registra o apóstolo Paulo (Gl 4:28): “Mas nós, irmãos, somos filhos da promessa, como Isaque”.

Islamismo vem da palavra árabe islão, que significa submissão, uma referência a obediência a sua divindade Alá.

Transcrevo a seguir, para nossa análise, o resumo de um sermão proferido pelo cheikh Abdel Áti Hussein Abdel Rázik, traduzido pelo professor Samir El Hayek: 30.12.2004 – extraído do site http://www.alcorão.com.br/:


Entre o Cristianismo e o Islam


“Louvado seja Allah. Nós Lhe agradecemos e buscamos a sua ajuda e diretriz. Buscamos refúgio junto a Ele quanto aos malefícios das nossas almas e as maldades das nossas ações. Àquele a quem Allah encaminhar, ninguém o pode desviar, e quanto àquele a quem desviar, ninguém pode pô-lo no caminho certo. Presto testemunho de que não há outra divindade além de Allah, único, sem parceiros. Presto testemunho de que Mohammad é o seu servo e mensageiro.”

Caros muçulmanos:


“Allah descreveu a Jesus como servo de Allah e Seu mensageiro, dizendo: ‘O Messias, Jesus, filho de Maria, foi tão somente um mensageiro de Allah e o Seu Verbo, que Ele enviou a Maria, e um Espírito d’Ele’ (4:171. Vemos também que a divinização de Jesus é uma blasfêmia manifesta. Allah diz: ‘São blasfemos aqueles que dizem: Allah é o Messias, filho de Maria’ (5:17). No Evangelho de São Mateus, 12:29-30, temos: ‘Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus, é o Único Senhor! Amarás, pois o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força.’ O Alcorão Sagrado confirma a crença de Jesus em Allah e o seu apelo a seu povo ao dizer: Ó israelitas, adorai a Allah, Que é o meu Senhor e vosso’ (5:72). Em Mateus 4:10, lemos: ‘Ao senhor, teu Deus, adorarás, e só a Ele darás culto.”

De acordo com o que lemos acima, concluímos que Jesus é um profeta puro e casto, a exemplo de todos os outros profetas. Porém, apesar de tudo, ele é humano. O Alcorão nos diz: ‘O exemplo de Jesus, ante Allah, é idêntico ao de Adão, que Ele criou do pó; então lhe disse: Seja! E foi” (3:59)
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Apesar disso, alguns ensinamentos cristãos parecem, às vezes, muito rigorosos. Dizem que Jesus disse: ‘Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; e ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas.’ (Mateus 5:39-41). Entende-se disso que Jesus disse isso para mudar o espírito de rigor com que o seu povo ficou conhecido. Porém, isso não pode ser considerado uma lei moral em todas as circunstâncias. O Islã proclama a aplicação da lei contra o mal, onde ele se manifestar.

O Islã e o Cristianismo acreditam que Jesus anunciou a vinda de Mohammad, no Alcorão: ‘... e o anúncio de um Mensageiro que virá depois de mim, cujo nome será Ahmad!’ (61:6), e no Evangelho, disse: ‘Quer credes em mim quer não, virá o paráclito’, ou seja, Mohammad.

Assim, concluímos que os muçulmanos crêem em Jesus como um dos profetas de Allah, respeitam-no da mesma forma que respeitam o profeta Mohammad, porque não fazem distinção entre nenhum dos mensageiros de Allah. Por isso, os cristãos devem também crer na mensagem do Islã e no Profeta Mohammad. Quem não fizer isso, sua crença estará defeituosa.”


FONTE DE AUTORIDADE / REGRA DE FÉ


Os muçulmanos creem que a Bíblia não é o texto original da Lei, dos Salmos e dos Evangelhos. Sustentam que judeus e cristãos corromperam e mudaram o original, acrescentando os ensinos sobre a divindade de Jesus e sua filiação divina, o conceito de Trindade, a crucificação e a doutrina da expiação.

O livro sagrado para os muçulmanos é o Alcorão (quran = recitação + o artigo Al). Segundo a tradição islâmica, Alá, através do anjo Gabriel, recitou para Maomé, ao longo de 23 anos, o conteúdo de uma tábua conservada no céu.

O Alcorão é constituído de 114 capítulos (suras), organizado de forma que os capítulos vão diminuindo de tamanho à medida que vai avançando.

Maomé tinha pouca familiaridade com a Bíblia, por isso há problemas históricos e teológicos no Alcorão. Ele se utilizou de várias fontes: Velho Testamento, apócrifos, o Talmude e muitas lendas orientais. Numerosos relatos bíblicos são recontados no Alcorão. A sura 5 relata o assassinato de Abel, misturando com lendas talmúdicas, quando afirma que um corvo desenterrou o seu cadáver.


TEOLOGIA MUÇULMANA

Segundo Maomé, existiu um profeta para cada época, começando por Adão e terminando nele. A tradição islâmica diz que existiram 120 mil profetas e que para cada um deles foi dado um livro sagrado. Todos se perderam, exceto três: o da Lei, dado a Moisés; o dos Salmos, dado a Davi e os Evangelhos, dado a Jesus. Dessa forma, Jesus seria apenas mais um profeta.

Maomé é considerado o “Selo dos Profetas”, o último e o maior deles.

Os muçulmanos creem que Deus criou todos os anjos e que a maioria deles são maus e são chamados “ginn”, de onde vem a palavra “gênio”. Miguel é considerado o anjo-patrono dos judeus e Gabriel seria o anjo que trouxe o Alcorão. Cada ser humano tem dois anjos-ombros: um escrevendo suas boas obras, e outro, as más. Satanás (Iblis ou Shitan) foi desobediente.

A salvação é pelas obras. As obras de todas as pessoas serão pesadas numa balança. Se as boas superarem as más, tal pessoa irá para o paraíso. Os mártires irão todos para o paraíso. O conceito de paraíso é bem sensual. O inferno é para os não-muçulmanos. Muitos muçulmanos aceitam a existência do purgatório numa boa.

ALÁ ou JEOVÁ

Um argumento que reforça a ideia de que se trata de divindades diferentes é o fato de o Deus da Bíblia ser uma trindade, o que não acontece com Alá. Declaram que Alá é uno, e não tem companheiros nem ninguém que lhe seja igual. Reconhecem Jesus como um profeta abaixo de Maomé, não como filho de Deus: “Por que Deus teria tomado a si um filho? Exaltado seja! Quando decreta algo, basta-lhe dizer: ‘sê!’ para que seja.” (Alcorão 19:35). Também não aceitam a morte de Cristo como meio de salvar a humanidade, aliás, nem mesmo aceitam que tenha morrido crucificado. Alguns muçulmanos chegam a ensinar que Jesus foi pregado na cruz sim, mas não morreu lá. Então realmente não foi crucificado. Ele desmaiou, foi retirado naquele estado e recuperou-se no túmulo com a ajuda das mulheres. “...e por terem dito: matamos o messias, Jesus, o filho de Maria, o mensageiro de Deus, quando, na realidade, não o mataram nem o crucificaram; imaginaram apenas tê-lo feito. E aqueles que disputam sobre ele estão na dúvida acerca de sua morte, pois não possuem conhecimento certo, mas apenas conjecturas. Certamente, não o mataram.” (Alcorão 4:157)



LIÇÃO 05  - 1º/11/09


JUDAÍSMO

Judaísmo é o nome dado à religião do povo judeu, a mais antiga das três principais religiões monoteístas (as outras duas são o Cristianismo e o Islamismo).

Surgido da religião mosaica, o judaísmo, apesar de suas ramificações, defende um conjunto de doutrinas que o distingue de outras religiões: a crença monoteísta em Jeová. Dentro da visão judaica do mundo, Deus é um criador ativo no universo e que influencia a sociedade humana, na qual o judeu é aquele que pertence a uma linhagem que tem um pacto eterno com este Deus.

Ao contrário do que possa parecer, um judeu (israelense) não precisa seguir necessariamente o judaísmo, ainda que o judaísmo só possa ser necessariamente praticado por judeus. Hoje o judaísmo é praticado por cerca de quinze milhões de pessoas em todo o mundo e não é uma religião de conversão. Alguns ramos do judaísmo defendem que no período messiânico todos os povos reconhecerão YHWH como único Deus e submeter-se-ão à Torá.

A hierarquia e os rituais de culto mosaico foram firmemente estabelecidos com a monarquia, quando foram elaboradas as regras do sacerdócio e estabelecidos os padrões do culto com a construção do Templo de Jerusalém. Este novo local de culto, substituto do antigo Tabernáculo portátil de Moisés, serviu como centro da religião judaica ,ainda que em meio a outros cultos estrangeiros.

O Cristianismo surgiu como uma ramificação messiânica do judaísmo, no século I d.C. Após o cisma que levou à separação entre judaísmo e cristianismo, o cristianismo desenvolveu-se separadamente, e também foi perseguido pelo Império romano. Com a adoção do cristianismo como religião do império, no século IV, a tendência a querer erradicar o paganismo e a visão do judaísmo como uma religião que teria desprezado Jesus Cristo, levou a um constante choque entre as duas religiões, onde a política de converter judeus à força levava à expulsão, espoliação e morte, caso não fosse aceita a conversão. Esta visão antijudaica era compartilhada tanto pelo catolicismo, quanto pelo Protestantismo.

Judaísmo e Cristianismo

Apesar do Cristianismo defender uma origem judaica, o judaísmo considera o cristianismo uma religião pagã. Apesar da existência de judeus convertidos ao Cristianismo e outras religiões, não existe nenhuma forma de judaísmo que aceite as doutrinas do Cristianismo, como a divindade de Jesus ou a crença em seu caráter messiânico. Algumas ramificações tentaram ver Jesus como um profeta ou um rabino famoso, mas hoje esta visão também é descartada pela maioria dos judeus.

Desde o Holocausto, deram-se muitos passos no sentido da reconciliação entre alguns grupos cristãos e o povo judeu.

Dentro do judaísmo, a doutrina do Messias é um assunto que pode variar de um grupo para outro. Historicamente, diversos personagens foram chamados de Messias, do hebraico ungido, que não assume o mesmo sentido habitual do cristianismo como um "ser salvador e digno de adoração" . Nem mesmo o conceito de Messias aparece na Torá, e por isso mesmo recebe interpretações diferentes de acordo com cada ramificação.

A maior parte dos judeus crê no Messias como um homem judeu, filho de um homem e de uma mulher (em algumas ramificações é considerado que viria da tribo de Yehudá e da descendência do rei David, uma herança do sentimento nacionalista que regulou a vida judaica pós-exílio), que reinará sobre Israel, reconstruirá a nação, fazendo com que todos os judeus retornem à Terra Santa, e unirá os povos em uma era de paz e prosperidade sob o domínio de YHWH.

Algumas ramificações judaicas (reformistas) creem no entanto que a era messiânica não envolva necessariamente uma pessoa, mas sim que se trate de um período de paz, prosperidade e justiça na humanidade. Dão, por isso, particular importância ao conceito de "tikkun olam", "reparar o mundo", ou seja, a prática de uma série de atos que conduzam a um mundo socialmente mais justo.

Monoteísmo

O príncipio básico do judaísmo é a unicidade absoluta de YHWH como Deus e criador, onipotente, onisciente, onipresente, que influencia todo o universo, e que não pode ser limitado de forma alguma. A afirmação da crença monoteísta manifesta-se na profissão de fé judaica conhecida como Shemá. Assim, qualquer tentativa de politeísmo é fortemente rechaçada pelo judaísmo, sendo proibido seguir ou oferecer prece à outro que não seja YHWH.

A Revelação

O judaísmo defende uma relação especial entre Deus e o povo judeu manifesta através de uma revelação contínua de geração a geração. O judaísmo crê que a Torá é a revelação eterna dada por Deus aos judeus. Os judeus rabinitas e caraítas também aceitam que homens através da história judaica foram inspirados pela profecia.

Conceitos de vida e morte

O entendimento dos conceitos de corpo, alma e espírito no judaísmo varia conforme as épocas e as diversas seitas judaicas. O Tanach (conjunto das sagradas escrituras judaicas) não faz uma distinção teológica destes, usando o termo que geralmente é traduzido como alma (néfesh) para se referir à vida e o termo geralmente traduzido como espírito (ruakh) para se referir à fôlego. Deste modo, as interpretações dos diversos grupos são muitas vezes conflitantes, e muitos estudiosos preferem não discorrer sobre o tema.

Ressurreição e a vida além-morte

O Tanach, excetuando alguns pontos poéticos e controversos, jamais faz referência a uma vida além da morte, nem a um céu ou inferno, pelo que os saduceus posteriormente rejeitavam estas doutrinas. Porém após o exílio em Babilônia, os judeus assimilaram as doutrinas da imortalidade da alma, da ressurreição e do juízo final, e constituíam em importante ensino por parte dos fariseus.
Nas atuais correntes do judaísmo, as afirmações sobre o que acontece após a morte são postulados e não afirmações, e varia-se a interpretação dada ao que ocorre na morte e se existe ou não ressurreição. A maioria das correntes crê em uma ressurreição no mundo vindouro, incluindo os caraítas, enquanto outra parcela do judaísmo crê na reencarnação, e o sentido do que seja ressurreição ou reencarnação varia de acordo com a ramificação.

Quem é considerado judeu

A lei judaica considera judeu todo aquele que nasceu de mãe judia ou se converteu. Algumas ramificações como o Reformismo e o Reconstrucionismo aceitam também a linhagem patrilinear, desde que o filho tenha sido criado e educado em meio judaico.

Um judeu que deixe de praticar o judaísmo e se transforme num judeu não-praticante continua a ser considerado judeu. Um judeu que não aceite os princípios de fé judaicos e se torne agnóstico ou ateu também continua a ser considerado judeu.

No entanto, se um judeu se converte a outra religião, como o budismo ou o cristianismo, ou ainda, que se afirme judeu messiânico (ramificação protestante que defende Jesus como o messias para os judeus) perde o lugar como membro da comunidade judaica tradicional e transforma-se num apóstata. Segundo a tradição, a sua família e amigos tomam luto por ele, pois para um judeu abandonar a religião é como se morresse (nem sempre isto ocorre, mas a pessoa é tida como alguém não pertencente à comunidade) Esta pessoa, caso pretenda retornar ao judaísmo, não precisa se converter, de acordo com a maior parte das autoridades em lei judaica.

As pessoas que desejam se converter ao judaísmo devem aderir aos príncipios e tradições judaicas. Os homens têm de passar pelo ritual do brit milá (circuncisão). Qualquer converso tem de passar ainda pelo ritual da mikvá ou banho ritual. Os judeus ortodoxos reconhecem apenas conversões feitas por seus tribunais rabínicos, seja em Israel ou em outros locais. As comunidades reformistas e liberais também exigem a adesão aos princípios e tradições judaicos, o brit milá e a mikvá, de acordo com os critérios estipulados em cada movimento.


LIÇÃO 06 -  08/11/09


BUDISMO

O Budismo é uma filosofia de vida baseada integralmente nos profundos ensinamentos do Buda para todos os seres, que revela a verdadeira face da vida e do universo.

Quando pregava, o Buda não pretendia converter as pessoas, mas iluminá-las. É uma religião de sabedoria, onde conhecimento e inteligência predominam. O Budismo trouxe paz interior, felicidade e harmonia a milhões de pessoas durante sua longa história de mais de 2.500 anos.

O Buda

O Budismo foi fundado na Índia, no séc. VI a.C., pelo Buda Shakyamuni. O Buda Shakyamuni nasceu ao norte da Índia (atualmente Nepal) como um rico príncipe chamado Sidarta. Aos 29 anos de idade, ele teve quatro visões que transformaram sua vida. Compreendendo a insignificância dos prazeres sensuais, ele deixou sua família e toda sua fortuna em busca de verdade e paz eterna. Sua busca pela paz era mais por compaixão pelo sofrimento alheio do que pelo seu próprio, já que não havia tido tal experiência. Ele não abandonou sua vida mundana na velhice, mas no alvorecer de sua maturidade; não na pobreza, mas em plena fartura.

A fundação do budismo

O Buda não era um deus. Ele foi um ser humano que alcançou a iluminação por meio de sua própria prática. De maneira a compartilhar os benefícios de seu despertar, o Buda viajou por toda a Índia com seus discípulos, ensinando e divulgando seus princípios às pessoas, por mais de 45 anos, até sua morte, aos 80 anos de idade. De fato, ele era a própria encarnação de todas as virtudes que pregava, traduzindo em ações, suas palavras.


Nirvana

Através da prática diligente, do proporcionar compaixão e bondade amorosa a todos os seres vivos, do condicionamento da mente para evitar apegos e eliminar karma negativo, os budistas acreditam que finalmente alcançarão a iluminação. Quando isso ocorre, eles são capazes de sair do ciclo de morte e renascimento e ascender ao estado de nirvana. O nirvana não é um local físico, mas um estado de consciência suprema de perfeita felicidade e liberação. É o fim de todo retorno à reencarnação e seu compromisso com o sofrimento.

O conceito de sofrimento

O Buda Shakyamuni ensinou que uma grande parcela do sofrimento em nossas vidas é auto-infligido, oriundo de nossos pensamentos e comportamento, os quais são influenciados pelas habilidades de nossos seis sentidos. Nossos desejos – por dinheiro, poder, fama e bens materiais – e nossas emoções – tais como, raiva, rancor e ciúme – são fontes de sofrimento causado por apego a essas sensações. Nossa sociedade tem enfatizado consideravelmente beleza física, riqueza material e status. Nossa obsessão com as aparências e com o que as outras pessoas pensam a nosso respeito são também fontes de sofrimento.

As Quatro Nobres Verdades são:

1. A Verdade do Sofrimento.

A vida está sujeita a todos os tipos de sofrimento, sendo os mais básicos: nascimento, envelhecimento, doença e morte. Ninguém está isento deles.

2. A Verdade da Causa do Sofrimento.

A ignorância leva ao desejo e à ganância, que, inevitavelmente, resultam em sofrimento. A ganância produz renascimento, acompanhado de apego passional durante a vida, e é a ganância por prazer, fama ou posses materiais que causam grande insatisfação com a vida.


3. A Verdade da Cessação do Sofrimento.

A cessação do sofrimento advém da eliminação total da ignorância, e do desapego à ganância e aos desejos, alcançando um estado de suprema bem-aventurança ou nirvana, onde todos os sofrimentos são extintos.

4. O Caminho que leva à Cessação do Sofrimento.

O caminho que leva à cessação do sofrimento é o Nobre Caminho Óctuplo.

O Nobre Caminho Óctuplo consiste de:

Compreensão Correta. Conhecer as Quatro Nobres Verdades de maneira a entender as coisas como elas realmente são.

Pensamento Correto. Desenvolver as nobres qualidades da bondade amorosa e da aversão a prejudicar os outros.

Palavra Correta. Abster-se de mentir, falar em vão, usar palavras ásperas ou caluniosas.

Ação Correta. Abster-se de matar, roubar e ter conduta sexual indevida.

Meio de Vida Correto. Evitar qualquer ocupação que prejudique os demais, tais como tráfico de drogas ou matança de animais.

Esforço Correto. Praticar auto-disciplina para obter o controle da mente, de maneira a evitar estados de mente maléficos e desenvolver estados de mente sãos.

Plena Atenção Correta. Desenvolver completa consciência de todas as ações do corpo, fala e mente para evitar atos insanos.
Concentração Correta. Obter serenidade mental e sabedoria para compreender o significado integral das Quatro Nobres Verdades.

Qual é a visão budista sobre: Aborto, perdão, casamento,doença, Jesus Cristo?

Aborto: Somos contra. Também somos contra condenar de modo religioso quem cometeu. O budismo prega à consciência. Devemos rezar para que as pessoas tenham consciência da importância da vida e que sejam responsáveis pelos seus atos. Oramos por todos falecidos abortados e suas respectivas mães, que não encontram orientação adequada para superarem a dificuldade de conviver com este peso.

Perdão: Cada um deve fazer por merecer. Eliminar o carma negativo corresponderá ao perdão que concederá a si mesmo. Podemos até perdoar, mas isso não eliminaria a causa negativa que foi gerada. Assim, como foi gerada, também pode e deve ser eliminada.

Casamento: Importante para se fortalecer pelos laços familiares. Ao ser humano é impossível viver de modo isolado.

Doença: Conseqüência de disfunção física que naturalmente ocorre quando vivemos fisicamente. Um dos quatro inevitáveis sofrimentos da vida. Porém, com muitos cuidados e força de fé, podemos superá-la e até mesmo aprender com ela.

Jesus Cristo: Após receber a mensagem divina no momento do batismo e ter assumido o compromisso de expansão, tornou-se o precursor do Cristianismo. Já no segundo ano de peregrinação foi crucificado por judeus politicamente fortes que eram contra as suas pregações. A afirmação que fez sobre a sua morte ter eliminado os pecados de todos os seres é contraditória a doutrina budista primordial, que prega a extinção do carma negativo por parte da ação de fé de cada um. É também contraditória a realidade que vemos, ou seja, a partir da Lei da causa e do efeito, ninguém pode pagar pelo mal que outrem cometeu, ou receber pelo bem que outrem realizou. Cada um deve desenvolver em si e em outrem a consciência do esforço incondicional em praticar o bem e eliminar o mal.


LIÇÃO 07 - 15/11/09

TESTEMUNHAS DE JEOVÁ

As Testemunhas de Jeová iniciaram suas atividades nos tempos modernos por meio de Charles Taze Russell (1852-1916), a partir da década de 70 do Século XIX. Russell e alguns amigos formaram um pequeno grupo de estudo não sectário da Bíblia, na Pensilvânia, nos Estados Unidos. Com o fim de publicar as suas idéias sobre o que considerava ser a verdade bíblica em contraste com erros doutrinais que atribuía a outras denominações religiosas, Russell começou a publicar A Sentinela, que se assume como a mais distribuída revista religiosa do mundo , bem como a mais traduzida revista de qualquer gênero. As pessoas que recebiam a revista começaram a reunir-se em grupos para estudo da Bíblia. Assim, acabaram por tornar-se conhecidos por Estudantes da Bíblia ou, quando A Sentinela começou a ser traduzida em outras línguas, Estudantes Internacionais da Bíblia.

Hoje, as Testemunhas de Jeová constituem um grupo mundial de milhões de membros, agrupados em células locais designadas por Congregações, unidas sob uma estrutura mundial que coordena todas as suas atividades. Apesar de possuírem o que chamam de organização e nela existirem homens que assumem responsabilidades locais ou mais abrangentes, as Testemunhas não formam distinção entre clero e leigos, tal como acontece com muitas denominações religiosas. Os seus responsáveis não possuem títulos honoríficos, não usam vestimenta ou símbolos distintivos, não se lhes impõe o celibato, não são assalariados e espera-se que sejam os primeiros a dar o exemplo de boa conduta e moral aos restantes membros da congregação.

Preocupam-se também em divulgar os seus ensinos, por publicarem milhares de milhões de páginas de informação em várias centenas de línguas, sem esquecer os que têm necessidades especiais, tal como os surdos ou cegos. Aos interessados oferecem estudos domiciliares e gratuitos da Bíblia tentando depois trazê-los até os seus centros de reunião, conhecidos por Salões do Reino. As suas reuniões e congressos, bem como a realização de cerimônias como casamentos e funerais, são sempre realizadas gratuitamente e nunca fazem coletas, nem se cobram dízimos. Aceitam contribuições voluntárias e anônimas para o financiamento da sua obra e dos seus locais de reunião. Mantêm ainda extensos programas de educação e de serviço voluntário em várias frentes.

Para legitimar a escolha do nome usaram o texto bíblico de Isaías 43:10 que, conforme a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas , publicada pelas Testemunhas de Jeová cerca de vinte anos mais tarde, diz: "Vós sois as minhas testemunhas, sim, meu servo a quem escolhi, para que saibais e tenhais fé em mim, e para que entendais que eu sou o Mesmo. Antes de mim não foi formado nenhum Deus e depois de mim continuou a não haver nenhum." Afirmam que, desde o início, terá existido apenas uma religião verdadeira, constituída por aqueles que a Bíblia menciona como fazendo a vontade de Jeová, e que todas as outras formas de adoração podem ser englobadas num império mundial de religiões falsas.

Fundamentação das suas doutrinas

A única autoridade reconhecida pelas Testemunhas de Jeová em termos teológicos é a Bíblia. Usam frequentemente a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, publicada pela Sociedade Torre de Vigia, embora usem diversas outras traduções da Bíblia.

A interpretação do texto bíblico é feita segundo o entendimento aprovado pelo Corpo Governante das Testemunhas de Jeová e publicado pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados. Confiam no seu Corpo Governante como "porta-voz" de Jeová Deus, para fornecer ensino e entendimento bíblico no tempo apropriado. Este Corpo Governante é composto de anciãos, procedentes de vários países, e usa como base a sede mundial das Testemunhas de Jeová. Afirmam que este órgão central de homens mais experientes está sob a liderança de Jesus Cristo, promovendo e coordenando a obra das Testemunhas de Jeová em mais de cem mil congregações nos 236 países onde se encontram.


DIVULGAÇÃO

Hoje possuem um dos maiores parques gráficos do mundo, com capacidade para imprimir centenas de milhões de exemplares de publicações a cada ano, sendo que algumas das suas edições estão entre as mais distribuídas mundialmente. Apenas nos últimos 30 anos do Século XX, imprimiram-se mais de vinte bilhões de livros, folhetos, brochuras e revistas. Os títulos publicados são traduzidos individualmente em dezenas ou mesmo centenas de idiomas e apresentados em versões diferentes, tal como edições com caracteres de grandes dimensões ou em braille para os que possuem deficiências visuais, DVD's com língua de sinais, gravações áudio cassete e mp3, entre outros.

Modo de vida

As Testemunhas de Jeová encaram a sua religião como um modo de vida, sendo que todos os outros interesses, incluindo o emprego e a família, giram em torno da adoração exclusiva que prestam a Jeová, o seu Deus. Assim, não importam o que façam, incluindo a seleção de diversão ou de vestuário, de carreira na escola ou na profissão ou mesmo a escolha de cônjuge, o comportamento e interação com a comunidade, nos negócios ou em lazer, tudo isso é influenciado pela decisão que tomaram de dedicar a sua vida incondicionalmente a Jeová. A Bíblia é encarada como um manual de aplicação prática e obrigatória em todos os campos da vida.

1 Coríntios 10:31 - "Portanto, quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei todas as coisas para a glória de Deus." (NM)

Afirmado-se cristãs, observam o exemplo de Jesus procurando imitá-lo, conforme a seguinte instrução:

1 Pedro 2:21 - "Fostes chamados para este proceder, porque até mesmo Cristo sofreu por vós, deixando-vos um modelo para seguirdes de perto os seus passos."


Conceito sobre outras religiões

As Testemunhas de Jeová creem praticar a religião verdadeira (ou seja, o primitivo Cristianismo), e por fazer isso, serão salvas como grupo, o que não significa que toda Testemunha individual seja salva. Ensinam que, para alguém poder ser salvo, a pessoa tem de obter conhecimento sobre a vontade de Deus (João 17:3), conforme expressa na Bíblia, e pôr em prática aquilo que aprende, mantendo a sua integridade até o fim (Mateus 24:13).

Já por muitos anos, as suas publicações têm expresso a opinião que todas as outras religiões são falsas, particularmente as religiões da cristandade, ou seja, aquelas que professam ser cristãs. A todas as religiões acusam de permissividade moral, envolvimento na política e nos conflitos mundiais, divulgação de ensinos que consideram pagãos e antibíblicos, ostentação material, conduta imprópria ou destaque pessoal dos seus líderes e que, por essas razões, todas elas serão destruídas. Creem que isso acontecerá às mãos dos governos políticos do mundo que abolirão a religião e que, sem se aperceberem, apenas estarão a executar o julgamento de Deus: "Sentimos interesse bondoso e amoroso pelas pessoas de todas as religiões, mas quando as crenças e práticas religiosas delas são falsas e merecem a desaprovação de Deus, trazer isto à atenção delas, por expor a falsidade, significa mostrar amor a elas. Jesus mostrou claramente o erro das práticas religiosas dos escribas e fariseus de seus dias, dizendo que a religião deles era vã."

Ao longo da sua história, as suas crenças, doutrinas e práticas religiosas têm sido, amiúde, alvo de algumas controvérsias. Especialmente visadas têm sido as suas doutrinas sobre a vinda iminente de um Armagedom mundial, o seu trabalho intenso de proselitismo, a sua neutralidade e distanciamento quanto a tradições seculares ou assuntos políticos, a prática da excomunhão ou desassociação de membros, a rejeição do uso de sangue na alimentação e na medicina, entre outras temáticas.



LIÇÃO 08 -  22/11/09

SEICHO-NO-IÊ


Histórico

O movimento Seicho-no-iê foi iniciado por Taniguchi Masaharu, nascido a 22 de novembro de 1893, no Japão. Devido à pobreza de seu lar, foi educado por seu tio, de maneira severa. Seu temperamento era retraído e entregava-se à leitura com avidez. Começou a sentir desgosto pela vida e a maldizer a sociedade. Já adulto, teve vários casos de amor, a tal ponto que sua consciência dolorida não o deixava dormir. Contraíra doenças venéreas e pensava tê-las transmitido a uma menina, sobrinha de um chefe seu. Somente sua auto-sugestão de que não existia doença o tranquilizou, curando-o da insânia e aliviando sua consciência por um período de tempo. Depois de terminar a escola secundária, apesar da oposição de seus pais adotivos, inscreveu-se na Faculdade de Literatura Inglesa da Universidade Waseda, em Tóquio. Alimentava, então, idéias pessimistas sobre a vida, e procurava uma explicação lógica do mundo e do homem. Taniguchi entregou-se ao estudo teórico e prático das ciências psíquicas que exerciam atração sobre ele e nas quais depositava a confiança de que poderiam salvar espiritualmente o homem e a sociedade.

Quando a Primeira Guerra Mundial estava no auge, imperava no Japão uma literatura moralizante, espiritualista e nacionalista. Taniguchi dedicou-se novamente à leitura e descobriu uma sutra budista (daizokio), tirando dela o ensinamento fundamental: "Não existe matéria, como não existem doenças: quem criou tudo isso foi o coração... Segue-se disso que a doença pode ser curada com o coração..." Este conceito tornou.se fundamental no Seicho-no-iê.

Tendo início em 1930, como simples movimento filosófico psicológico e cultural para propagar certas verdades, o Seicho-no-iê foi adquirindo aos poucos a conotação de religião. Na década de 1940, o movimento foi registrado como religião junto ao governo japonês. É a mais eclética de todas as novas religiões.

É uma miscelânea das grandes religiões tradicionais, como o Cristianismo, o xintoísmo e o budismo, com psicologia, filosofia, medicina e literatura modernas. Os adeptos são até aconselhados a praticá-lo continuando em suas religiões de origem. O "Kanro no hou" é utilizado como oração e como amuleto.

O emblema central do grupo Seicho-no-iê é formado pelo sol, dentro do qual se vê a lua, a cruz suástica, demonstrando a síntese que realizou das grandes religiões. Seicho-no-iê significa abrigo, casa, lar do crescimento, da plenitude da vida, amor, sabedoria, abundância e todos os demais bens em grau infinito. Em 1949, o professor Hardmann foi aos Estados Unidos e pediu que Taniguchi Masaharu pudesse desenvolver livremente a sua atividade. A petição estava assinada por americanos de origem japonesa. Taniguchi continua sendo a alma do movimento. Em 1963 empreendeu sua primeira viagem de conferências pelo mundo, visitando o Canadá, Estados Unidos, México, Peru, Brasil, Inglaterra, Alemanha, Suécia, Suíça, França e Itália. Nos Estados Unidos recebeu o título de Doutor em Filosofia do Religious Science Institute.

Seicho-no-iê no Brasil

Chegou ao Brasil em 1930, com os imigrantes japoneses. Somente depois de 1951 começou a tomar maior impulso, porque suas obras começaram a ser publicadas em português. A sede está na capital paulista desde 1955; há uma Academia em Ibiúna, onde os fiéis se reúnem para o exercício de desenvolvimento espiritual.

No dia l0 de agosto de 1952, autorizada pela Sede Internacional da Seicho-no-iê, no Japão, foi instituída a Sociedade Religiosa Seicho-no-iê no Brasil, hoje Igreja Seicho-no-iê. Está espalhada principalmente pelos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Goiás, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco.


DOUTRINAS E REFUTAÇÃO


1. O Mal - A Seicho-no-iê é uma das cento e trinta novas religiões do Japão, e sua doutrina resume-se em três principais proposições: 1) A matéria não tem existência real; só existe a realidade espiritual; 2) O mal não existe; é pura ilusão da mente humana; 3) O pecado também não existe; é mera ilusão. "Os males não têm existência real; nada mais são que simples sombra de imaginação." "O mal, a infelicidade, a doença, a depressão econômica, apagam-se quando são firmemente negados, porque eles nada mais são do que ilusões falsamente criadas pela mente." "Os sofrimentos nada mais são do que projeções da nossa mente em ilusão" (Convite à Prosperidade, p. 16, 27 e 71). A saída para evitar o mal é meditar sobre a verdadeira realidade, que é perfeita; o espírito pode dominar o material e mudá-lo. Não só Taniguchi, mas qualquer pessoa é potencialmente Buda e Jesus.

Se o mal é realmente uma ilusão, como explicar os terríveis acontecimentos à nossa volta? Deus é bom. Será ele responsável pelo mal que acontece no mundo? Além da realidade demonstrar que existe o mal, a doutrina da Seicho-no-iê é antibíblica. Desde o princípio da criação, o bem e o mal estão presentes (Gen. 2:9). Jesus ensinou esse princípio quando contou a parábola dos lavradores maus; ela nos mostra que o mal está dentro do coração do homem. O mal é uma oposição deliberada contra Deus: é seguir nosso próprio caminho sem tomar conhecimento de que somos filhos de Deus. Paulo nos ensina que a nossa luta neste mundo é contra o mal, que quer dominar nossa vida (Rom. 7:15-25; II Cor. 5:1-l0; Ef. 6:12; 1Cor. 15:50). Malaquias profetizou que há um julgamento para os que praticam o mal (Mal. 3). Os outros profetas também falaram contra o mal. João Batista pregou que o machado está posto sobre os que praticam o mal (Mat. 3 : l0). "Dizer que o mal é uma ilusão é contradizer não somente a Bíblia, que é a Palavra de Deus, mas também ignorar a experiência diária da vivência dos homens em sociedade.''


2. O Pecado - Na revista Acendedor, nº 75, p. 36, há o artigo "O Pecado Não Existe", de autoria de Taniguchi.

3. Doenças - As doenças não existem; a dor não é real, porque a matéria não tem existência real. As formas físicas, materiais, não passam de sombras da luz celeste a refletir-se sobre a terra. Tudo o que acontece no mundo material é reflexo da mente. "O como carnal não sente dores porque não é matéria" (Acendedor, n.° l10, p. 7). "Como Deus não criou a doença, a doença não existe." "De agora em diante não existirá mais nenhum sofrimento, nenhuma tristeza, nenhuma decepção e nenhum desapontamento" (Convite à Prosperidade, p. l6).

A Seicho-no-iê ensina que os seguidores precisam controlar suas mentes. O homem deve procurar sua própria felicidade, mentalizando-a.


A própria ciência já fez descobertas extraordinárias: Não somente o homem e os animais sentem dor, mas também as plantas. A Seicho-no-iê prega que "se por acaso a vida apresenta um estado de imperfeição, está doente, significa que você não está contemplando mentalmente a vida de Deus que habita em seu íntimo" (Convite à Prosperidade, p. 53).

Nos capítulos11 e 12 de II Coríntios, Paulo descreve o seu sofrimento por amor a Cristo: açoitado pelos judeus; apedrejado; naufragou; em perigo; sentiu dores. Pediu ao Senhor que o livrasse do espinho na carne (sofrimento), mas Deus lhe respondeu: "A minha graça te basta" (II Cor. 12:9). A experiência de Paulo, de Jó e de outros servos de Deus mostra claramente que as doenças não são uma ilusão da mente da pessoa e sim uma realidade. O próprio Jesus Cristo sentiu a dor e o sofrimento em sua carne e pediu que Deus passasse dele esse cálice.


4. O Homem - Para a Seicho-no-iê, todos os homens são filhos de Deus: os ladrões, os assassinos, os terroristas. O homem é bom. Sem o homem Deus não pode manifestar-se. O homem é puro e perfeito. Como filho de Deus o homem também é Deus. O homem se eleva à condição de Deus pela libertação da consciência do pecado. Não existe matéria, nem carne, nem corpo.

Cristo chamou os fariseus de sua época de filhos do Diabo (João 8:44). Paulo falou em filhos de Deus e filhos do Diabo (At. 13:10). Somente é filho de Deus aquele que recebe a Cristo pela fé (João 1:11, 12). O homem está se destruindo; está destruindo o mundo que o rodeia; está destruindo os animais... então não somos tão bons assim.


5. Deus - A Seicho-no-iê criticam o Pai Nosso. Diz que os cristãos têm por anos e mais anos repetido o Pai Nosso: "...seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu", mas tal não se realiza porque o céu não está acima das nuvens nem no mundo das três dimensões; o céu está no íntimo transcendental, aqui e agora (Convite à Prosperidade, p 17)_ o que se deve é mentalizar o céu para que seja encontrado pelas pessoas.

Na literatura da Seicho-no-iê não se tem uma noção clara sobre Deus. Ele é panteísta, uma vez que se encontra em cada pessoa, em cada coisa deste mundo.


LIÇÃO 09 - 29/11/09

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias - Os Mórmons


BREVE HISTÓRICO

Os Mórmons dividem-se em dois grupos principais: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos do Último Dia e a Igreja Reorganizada de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

Joseph Smith, profeta dos mórmons, nasceu em 23 de dezembro de 105, nos Estados Unidos. Sua chamada ocorreu em 1820, quando recebeu uma visão maravilhosa, na qual Deus Pai e Deus Filho se materializaram e conversaram com ele, experiência narrada detalhadamente em seu livro A Pérola de Grande Valor. Os dois personagens (Pai e Filho) expressaram uma opinião bastante negativa sobre a igreja cristã e anunciaram-lhe que era preciso proceder, com urgência, a restauração do verdadeiro Cristianismo, e que ele, Joseph Smith Jr. fora escolhido para dar início a uma nova dispensação: "Vi uma coluna de luz acima de minha cabeça, mais brilhante do que o sol, que desceu gradualmente até cair sobre mim... Quando a luz pousou sobre mim, vi dois personagens, cujo esplendor e glória desafiam qualquer descrição, parados no ar, acima de mim. Um deles falou-me, chamando- -me pelo nome, e disse apontando para o outro: "Este é meu Filho Amado. Ouve-o!"

Somente em 1823, ocasião em que o anjo Moroni apareceu ao lado de sua cama, provocando nele um forte tremor, Smith começou a falar das fabulosas placas de ouro, recebidas por ele somente em 1827, graças a revelação do anjo, e que se tornariam, posteriormente, O Livro de Mórmon.

O anjo Moroni, segundo Smith, teria sido o filho glorificado de um homem chamado Mórmom.

Os Mórmons são um grupo aparentemente simpático; lançaram mão do termo cristãos, andam bem trajados, possuem um grande número de missionários pelo mundo inteiro, mas confundem a doutrina e jogam dúvidas sobre a integridade das igrejas evangélicas. Usam a Bíblia como ponto de partida, mas o "Livro de Mórmon" para eles tem a mesma autoridade e igual valor.


Data da Fundação : Em 6 de Abril de 1830, com o nome "A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias". A partir de 1843, quando passou a ensinar e a pregar a poligamia, surgiram muitas faccões.

A Morte de Joseph Smith : Aconteceu em 27 de Junho de 1844, após ele e seu irmão terem sidos seqüestrados e baleados por uma multidão. Antes de sua morte, uniu - se a 27 mulheres e teve 44 filhos. Teve muitas passagens pela polícia.
Base doutrinária
Base Principal : "O Livro de Mórmon". Contém 15 livros divididos em 39 capítulos e 6.553 versículos.

Sobre a Bíblia : Afirmam ser incompleta e que só tem valor associada a três de seus livros: "O Livro de Mórmon", "A Doutrina e Pactos", "Pérola e Grande Preço".

Sobre Deus Pai : Afirmam que tem corpo, como Jesus teve em sua encarnação.

Sobre Jesus Cristo : Afirmam que foi gerado pelo Espírito Santo e que era polígamo: Marta e Maria, irmãs de Lázaro, eram Suas esposas, e Maria Madalena era outra esposa. Em Caná da Galiléia, onde transformou água em vinho, realizou Seus casamentos.

Sobre a Igreja : Afirmam que todas as igrejas são desviadas. Eles são os únicos certos e Joseph Smith foi uma providência de Deus para restaurar a igreja.

Sobre o Casamento : Afirmam que o casamento durará pela eternidade desde que haja afinidade. Aceitam a poligamia e pregam o casamento espiritual. Para eles não há adultério quando há casamento, fidelidade e consentimento.

Mormonismo e Cristianismo

Os mórmons dirão que eles incluem a Bíblia na lista dos quatro livros que reconhecem como Escrituras, que sua crença em Jesus Cristo é parte central de sua fé, e que isto é indicado pelo seu nome oficial, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

Além disso, muitos cristãos têm escutado o Coral do Tabernáculo Mórmon cantar hinos cristãos, e ficam impressionados com a dedicação de muitos adeptos quanto às suas regras morais e sua forte estrutura familiar. Não seria, então, por isso, o mormonismo uma religião cristã?

Os mórmons e os cristãos evangélicos têm em comum importantes termos bíblicos e preceitos éticos. Contudo, os pontos já mencionados são alguns exemplos das múltiplas diferenças fundamentais e inconciliáveis entre o Cristianismo bíblico e o mormonismo. Embora tais diferenças não nos impeçam de termos amizade com mórmons, não podemos considerá-los irmãos em Cristo. A Bíblia nos adverte especificamente sobre falsos profetas que ensinariam "um outro evangelho", centrado em "um outro Jesus" e testemunhado por "um outro espírito" (2 Coríntios 11:4, 13-15; Gálatas 1:6-9). A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias afirma que seu Livro de Mórmon é "um outro testamento de Jesus Cristo".

A Apostasia e a reorganização da igreja

Os Apóstolos de Jesus Cristo foram rejeitados. Jesus enviou os apóstolos a todo o mundo para ensinar o evangelho e estabelecer sua Igreja. Por causa da iniqüidade do povo, os apóstolos e muitos dos membros fiéis foram mortos e o Senhor retirou da terra a autoridade do sacerdócio e sua Igreja. Já não existia na terra uma igreja guiada por revelação. Como os homens confiavam mais na sabedoria humana para compreender as escrituras, muitas verdades simples e puras se perderam. Como resultado, tem havido então grande desacordo e confusão no mundo com respeito as verdades do plano de Deus. Muitas idéias falsas dos homens tem sido ensinadas como verdades. Esse afastamento geral da verdade chama-se apostasia. (Leia2 Tessalonicenses 2:1-3).

A Morte espiritual é ficar separado de Deus

Esta separação da presença de Deus, por causa do pecado, é o que chamamos de morte espiritual. Por causa do pecado, não podemos voltar a habitar com Ele, a menos que antes sejamos perdoados e purificados. Como no caso da morte física, não podemos vencer esse obstáculo por nos próprios. Necessitamos da ajuda de Jesus Cristo. Somos perdoados quando aceitamos Cristo, arrependemo-nos e seguimos seus mandamentos. Desse modo somos purificados do pecado. Podemos nos tornar dignos de voltar a presença de Deus.

O Batismo é um Símbolo

O batismo por imersão é um símbolo da morte, do sepultamento e da ressurreição do Salvador Jesus Cristo. Também representa o fim do modo de vida anterior e o inicio de uma vida nova como discípulo de Cristo.

As Criancinhas não precisam de batismo

Como já dissemos, uma das razões de sermos batizados é para que Deus perdoe nossos pecados. As criancinhas não necessitam de ser batizadas porque não pecam. Elas são salvas pela expiação, ao de Jesus Cristo. (Leia Morôni 8:10-12).

Pecar é agir contra a Vontade de Deus

Nesse processo de escolha, fazemos certas coisas que estão contra a vontade de Deus. Ao agirmos conscientemente contra a vontade de Deus, estamos pecando. Durante nossa vida na terra todos nós pecamos. O pecado produz infelicidade nesta vida, porém existe algo pior do que isto: o pecado nos toma espiritualmente impuros, e nada impuro poderá habitar na presença de Deus.


LIÇÃO 10 - 06/12/09

O ESPIRITISMO KARDECISTA

Breve Histórico


O Espiritismo remonta aos tempos mais antigos da Humanidade. Dele tomamos conhecimento através dos escritos da Bíblia, como advertência dos profetas de Deus para que não nos envolvamos com esta prática, pois ela está em confronto com a Palavra de Deus. Os povos que adoravam a deuses estranhos e que não seguiam os ensinos dados por Deus eram usuários deste costume. Foi para que os adoradores do Verdadeiro Deus não se envolvessem com eles que Moisés falou (Dt 18:9 a 12):

"Quando entrares na terra que o SENHOR teu Deus te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações."

"Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro;"

"Nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos;"

"Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora de diante de ti."


O espiritismo é uma das crenças que mais cresce no mundo de hoje e está enraizada em quase todas as religiões. Em sua versão moderna, começou no século XIX, ou pouco antes. Houve um avivamento, um recrudescimento ou um ressurgimento, com um fato que aconteceu com certa família, nos Estados Unidos, em Nova Iorque, em 1848.

Esta família se chamava Fox. O casal tinha duas filhas: Margaret, de 14 anos, e Kate, de onze, que foram protagonistas de uns fatos que deram origem ao atual espiritismo.

Em meados de março de 1848, começaram a ouvir golpes nas portas e objetos que se moviam de um lugar para outro, sem auxílio de mãos, assustando as crianças. Às vezes, a vibração era tamanha que sacudia as camas. Finalmente, na noite de 21 de março de 1848, a jovem Kate desafiou o poder invisível e repetiu o barulho como um estalar de dedos. O desafio foi aceito e cada estalar de dedos era repetido, o que surpreendeu toda a família. Dessa forma se estabeleceu contato com o mundo invisível, e a notícia alastrou-se por outras cidades, admitindo-se que tais espíritos eram dos mortos.

Na França, a figura máxima que deu força ao espiritismo é conhecida pelo nome de Allan Kardec. Chamava-se Hippolyte Léon Denizard Rivail, nascido em Lyon, em 3 de outubro de 1804. Era formado em letras e ciências, doutorando-se em medicina. Estudou com Pestalozzi, de quem se tornou fiel discípulo e cujo sistema educacional ajudou a propagar.


O Conceito de Deus no Espiritismo

Sobre as qualidades de Deus, Allan Kardec define: "Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom". (O Livro dos Médiuns, cáp. I, 13)


A fim de explicar a existência de Deus, Allan Kardec se vale de argumentos clássicos do deísmo, de que "não há efeito sem causa". De acordo com o conceito deísta, Deus teria criado o universo e depois se retirado dele, deixando-o entregue à ação das leis físicas que, desde então, governam, como se o universo fosse um grande relógio.
No Capitulo II, item 19, de "A Gênese" (Allan Kardec), lemos que são atributos de Deus: "Deus é, pois a suprema e soberana inteligência; é único, eterno, imutável, imaterial, todo poderoso, soberanamente justo e bom, infinito em todas as suas perfeições, e não pode ser outra coisa". Esta conceituação concorda com o que o Cristianismo reconhece como alguns atributos divinos. Porém, o fato de uma determinada religião ou seita ter pontos em comum com o Cristianismo bíblico não é suficiente para lhe qualificar como cristã.


Cristo no Espiritismo

"Com o quarto Evangelho e Justino Mártir, a crença cristã efetua a evolução que consiste em substituir a idéia de um homem honrado, tornado divino, a de um ser divino que se tornou homem. Depois da proclamação da divindade de Cristo, no século IV, depois da introdução, no sistema eclesiástico, do dogma da Trindade, no século VII, muitas passagens do Novo Testamento foram modificadas, a fim de que exprimissem as novas doutrinas."


Assim se expressa Roustaing quanto à natureza do corpo de Jesus: "A presença de Jesus entre vós, durante todo aquele lapso de tempo, foi, com relação a vós outros, uma aparição espírita, visto que, pelas suas condições fluídicas, completamente fora dos moldes da vossa organização, seu corpo era harmônico com a vossa esfera, a fim de lhe ser possível manter-se longo tempo sobre a Terra no desempenho da missão com que a ela baixara."

"...Jesus, o Cristo de Deus, não é Deus nem jamais afirmou que fosse Deus". (Jesus - A Saga de Alziro Zarur II, pág.112).


Plano de Salvação no Espiritismo


O espiritismo ensina que o homem, através de sucessivas reencarnações, pelos seus próprios esforços e pela prática das boas obras vai aprimorando-se a si mesmo, sem necessidade do sacrifício vicário de Jesus Cristo. A Bíblia nos diz que a nossa salvação é obra divina; o espiritismo diz que é esforço humano.


A Bíblia no Espiritismo


"... não poderia a Bíblia ser considerada ‘a palavra de Deus’ nem uma revelação sobrenatural. O que se deve nela ver é uma compilação de narrativas históricas ou legendárias, de ensinamentos sublimes, de par com pormenores às vezes triviais". (Léon Denis, Cristianismo e Espiritismo, FEB, São Paulo, s.d., 7a. ed., pág. 267).


O Espiritismo não é um ramo do Cristianismo


Portanto, o espiritismo não é uma religião cristã, pois nega a inspiração do Livro que é a base do Cristianismo, assim como os seus ensinos, com o que concorda o escritor espírita Carlos Imbassy, quando escreveu: "O espiritismo não é um ramo do Cristianismo como as demais seitas cristãs. Não assenta seus princípios nas Escrituras... a nossa base é o ensino dos espíritos, daí o nome - Espiritismo." (Carlos Imbassy, À Margem do Espiritismo, p. 126)


Pode-se admitir a existência de Espiritismo Cristão?


Podemos concordar com a afirmação de Kardec de que Cristianismo e Espiritismo ensinam a mesma coisa? O kardecismo deve seguir seu rumo independente do Cristianismo. Condenável sob todos os aspectos essa tentativa de enroscar-se na fé cristã, como desejando a legitimidade de suas crenças. A mediunidade e a reencarnação não pertencem ao Cristianismo.


Quem são os espíritos que aparecem nas sessões?


Então, se os espíritos não são os mortos que voltam, podem ser os anjos bons? A resposta é definitivamente NÃO, pela simples razão de que os espíritos que aparecem nas sessões são impostores. Afirmam ser os espíritos de seres humanos mortos, e em dizendo isto proferem uma falsidade. Consequentemente, não podem ser anjos de Deus. Os anjos, como Deus, não mentem.
O próprio Espiritismo admite que alguns dos espíritos são mentirosos. Allan Kardec assevera que "os espíritos enganadores não tem escrúpulos em se abrigarem sob nomes que tomam emprestado, para fazerem aceitar suas utopias". (O Evangelho Segundo o Espiritismo, IDE, Introdução II, p. 12) Mais adiante ele nos diz: "O espiritismo vem revelar uma outra categoria bem mais perigosa de falsos Cristos e de falsos profetas, que se encontram, não entre os homens, mas entre os desencarnados: a dos espíritos enganadores, hipócritas, orgulhosos e pseudo-sábios que da Terra, passaram para a erradicidade, e se adornam com nomes veneráveis para procurar, graças à máscara com a qual se cobrem, recomendar idéias, freqüentemente, as mais bizarras e as mais absurdas." (Idem, cáp. XXI, pág. 261).

Segundo as Escrituras, não somente alguns dos espíritos são mentirosos, como afirma Kardec, mas todos o são, porque mantém a falsidade e procuram passar por quem não são.

OBS.: A LBV (Legião da Boa Vontade) é mais que um braço social do Espiritismo, é uma religião espírita, organizada por Alziro Zarur.


LIÇÃO 11  - 13/12/09

UMBANDA e CANDOMBLÉ


As correntes da Umbanda

“A Umbanda é uma religião cósmica e, como tal, não está afeita apenas ao planeta Terra. Ela representa o conhecimento integral, que entendemos como sendo a religião, filosofia, ciência e as artes. Juntos, estes quatro pilares da sabedoria universal representam o conhecimento uno. Este conhecimento ensina que diversas raças já passaram pelo planeta Terra, e tantas outras ainda passarão. A primeira raça a habitar o nosso planeta foi a raça vermelha, que surgiu na Lemúria (África e América do Sul unidas num só continente). Esta pura raça foi denominada por civilização lemuriana. Ocorreu uma grande cisão no tronco Tupi, formando então duas correntes dentro desse povo. A Tupinambá, que permaneceu em solo chamado de "terra brasilis" e a Tupi-Guarani, que emigrou para diversos cantos do planeta. Assim nasceram e se espalharam pelo planeta tantos segmentos quantos eram os interesses próprios de cada líder. Com a deturpação, foram separados os quatro pilares da sabedoria universal. Os grupos de raças e tradições religiosas que, a partir do final do século XIX começaram a emigrar para o Brasil, são descendentes da grande corrente Tupi-Guarani, que retornam ao ponto de partida(antigo território lemuriano). A situação no século XIX, entre 1888 e 1889, em que fervilhavam as mudanças sociais, políticas e culturais, foi o momento propício para o plano astral superior imprimir uma mudança aos ditos cultos miscigenados, pois era inevitável e extremamente oportuno. E assim, começaram as manifestações mediúnicas dos espíritos, trazendo de volta a Grande Lei.”

O Templo Umbandista

“Os templos umbandistas são semelhantes em sua concepção ideológica fundamental, que é a prática da caridade. No templo está a segurança do médium. Por isso cada médium deve fazer de seu templo a sua própria casa. Umbanda não é Candomblé. Esta confusão faz com que certos irmãos umbandistas acabem por procurar terreiros de Candomblé para "rasparem a cabeça", entregando-se a ritos africanos, desconhecendo os fundamentos próprios da Umbanda e sua iniciação, que dispensa a matança de animais, a "catulagem", "cura" ou "camarinha", entre outras coisas. O Candomblé é, por sua vez, religião digna de respeito perante os umbandistas, só sendo esclarecido tal trecho acima, com a intenção de deixar clara a diferença entre uma e outra.”
Rituais na Umbanda

Um dos principais rituais é a chamada "gira", tendo esse nome por imitar o "giro cósmico" do universo. As giras compõem-se basicamente de três fases, a saber: preparação, abertura e encerramento. Por dentro da gira encontraremos fundamentos básicos que são comuns a todos os terreiros, tais como "pontos cantados", a "defumação", a chamada incorporação de entidades e por dentro das consultas há o receituário de ervas e a indicação de determinados trabalhos de descarrego ou de elevação (nunca com a matança de animais). Existem também outros rituais, como a harmonização, a iniciação, o casamento e o batismo dentro da Umbanda. É curioso, mas poucas pessoas se casam dentro da Umbanda, pois ficam com receio das consequências no caso de separação, visto que é feita uma harmonização entre os espíritos dessas pessoas. Já o batismo é mais tranquilo. A Umbanda aceita batismos feitos em religiões cristãs (pois para ela, todas são unas). No caso de um novo batismo feito na Umbanda, o Sacerdote umbandista promove um ritual de consagração e reativação do batismo, porém considerando como válido o primeiro batismo.


A Religião e o Sincretismo - História

A palavra sincretismo originada do grego, significa sistema que consiste em conciliar os princípios de várias doutrinas ou filosofias.

No início do século XV, período da colonização brasileira, mais de quatro milhões de negros africanos cruzaram o Atlântico para tornarem-se escravos na colônia portuguesa. Oriundos de diferentes regiões da África, entravam no país, através de navios negreiros, principalmente pelos portos do Rio de Janeiro, de Salvador, do Recife e de São Luís do Maranhão, trazendo na bagagem a cultura africana.

A correspondência de Santos Católicos com os Orixás africanos veio pela única maneira que os negros escravos tinham de escapar dos castigos e perseguições dos seus senhores e de religiosos que tentavam difundir o catolicismo, impondo a crença com as suas representações católicas.

Para evitar que houvesse rebeliões, os senhores brancos agrupavam os escravos em senzalas, sempre evitando juntar os originários de mesma nação. Por esse motivo, houve uma mistura de povos e costumes, que foram concentrados de forma diferente nos diversos estados do país. Os escravos possuíam suas próprias danças, cantos, santos e festas religiosas. Aos poucos, eles foram misturando os ritos católicos presentes com os elementos dos cultos africanos, na tentativa de resgatar a atmosfera mística da pátria distante.

O contato direto com a natureza fazia com que atribuíssem todos os tipos de poder a ela e que ligassem seus deuses aos elementos nela presentes. Diversas divindades africanas foram tomando força na terra dos brasileiros. O fetiche, marca registrada de muitos cultos praticados na época, associado à luta dos negros pela libertação e sobrevivência, à formação dos quilombos e à toda a realidade da época acabaram impulsionando a formação de religiões muito praticadas atualmente - a Umbanda e o Candomblé.


O professor Antônio Flávio Pierucci, do departamento de sociologia da USP, afirma que a Umbanda é a mais sincrética das religiões afro-brasileiras, tendo acentuado seu lado ocidentalizado com o kardecismo e continuando cada vez mais híbrida. “Sua tendência mais recente é a incorporação dos elementos mágicos da chamada Nova Era”, completa. Em alguns terreiros, portanto, o frequentador pode receber uma indicação de Floral de Bach junto com o passe. São os reflexos de uma mescla que tem legitimidade social. Não é à toa que no maior país católico do mundo, a passagem do ano é uma festa profana, com brasileiros de todas as origens sociais vestidos de branco, fazendo suas oferendas para Iemanjá. (Fonte: revista "Isto É”)

O Candomblé não deve ser confundido com Umbanda, Macumba e/ou Omoloko, outras religiões afro-brasileiras, nem com religiões afro-americanas similares, como o Vodu haitiano, a Santeria cubana, o Obeah, em Trinidade e Tobago, e os Shangos (similar ao Tchamba africano, Xambá e ao Xangô do Nordeste do Brasil), todas desenvolvidas independentemente.

Crenças

Candomblé é uma religião monoteísta, embora alguns defendam que cultuem vários deuses. O deus único para a Nação Ketu é Olorum, para a Nação Bantu é Zambi e para a Nação Jeje é Mawu, são nações independentes na prática diária, e em virtude do sincretismo existente no Brasil, a maioria dos participantes consideram como sendo o mesmo Deus da Igreja Católica.

Os Orixás/Inquices/Voduns recebem homenagens regulares, com oferendas, cânticos, danças e roupas especiais. Mesmo quando há na mitologia referência a uma divindade criadora, essa divindade tem muita importância no dia-a-dia dos membros do terreiro, como é o caso do Deus Cristão que na maioria das vezes são confundidos.

Orixás têm personalidades individuais, habilidades e preferências rituais, e são conectados ao fenômeno natural específico (um conceito não muito diferente do Kami do japonês Xintoísmo). Toda pessoa é escolhida no nascimento por um ou vários "patronos" Orixás, que um babalorixá identificará.

Alguns Orixás são "incorporados" por pessoas iniciadas durante o ritual do candomblé, outros Orixás não, apenas são cultuados em árvores pela coletividade. Alguns Orixás chamados Funfun (branco), que fizeram parte da criação do mundo, também não são incorporados.

SINCRETISMO

Depois da libertação dos escravos, começaram a surgir as primeiras casas de candomblé, e é fato que o candomblé com o passar do tempo incorporou muitos elementos do Cristianismo. Crucifixos e imagens eram exibidos nos templos e Orixás eram frequentemente identificados com Santos Católicos. Allgumas casas de candomblé também incorporam entidades caboclos.

Mesmo usando imagens e crucifixos, inspiravam perseguições por autoridades e pela Igreja, que viam o candomblé como paganismo e bruxaria, muitos mesmo não sabendo nem o que era isso.

Nos últimos anos, tem aumentado um movimento "fundamentalista" em algumas casas de candomblé que rejeitam o sincretismo dos elementos cristãos e procuram recriar um candomblé "mais puro" baseado exclusivamente nos elementos africanos.

Um comentário:

Unknown disse...

1º os ' MÓRMONS' NÃO ADMITEM POILIGAMMIA
2º NOS ACREDITAMOS NA BÍBLIA E A USAMOS
3º O LIVRO DE MÓRMON É UM COMPLEMENTO PARA A BÍBLIA