domingo, 18 de outubro de 2009

UMA ANÁLISE CONTEMPORÂNEA DE PRIMEIRA AOS CORÍNTIOS PARA ADOLESCENTES

Lição 01 - 25/10/09


CORINTO: A Cidade, A Igreja e As Cartas

Naqueles dias, Corinto era um importante centro comercial e porto marítimo, e contava com quinhentos mil habitantes. Podemos imaginar como seriam suas ruas e feiras barulhentas, apinhadas de gente oriunda de muitos países. Corinto era também importante na vida política, sendo capital da província de Acaia.
A antiga cidade fora destruída pelas romanos em 146 a.C. Um século depois, uns cinquenta anos antes do nascimento de Jesus, os romanos reedificaram a cidade como uma colônia. Até a época das viagens missionárias de Paulo (46-60 d.C.), Corinto já era considerada uma das mais importantes cidades do Império Romano, um centro urbano próspero, porém muito corrupto.

Posteriormente, Corinto sofreu várias desastres, um terremoto e inúmeras guerras, ficando reduzida a uma ruína. Em 1858, uma nova cidade foi edificada, Korinthos, a poucos quilômetros da original, e deve ter hoje uns dez mil habitantes.
Paulo chegou a essa cidade por volta do ano 50 d.C., e organizou uma igreja de maioria gentia, já que os judeus não deram muita confiança a sua pregação. Logo que partiu, a igreja passou a enfrentar alguns problemas. Apelou, então, para o apóstolo, que respondeu em forma de cartas (epístolas) nas quais apresenta diversos conselhos de ordem prática e teológica.

Embora uma cidade grega, Corinto fazia parte do Império Romano, e era uma espécie de encruzilhada do comércio terrestre provindo de Atenas e destinado a Acaia. A cidade vivia cheia de viajantes, muitos deles comerciantes, que vendiam e compravam mercadorias, comiam bem e assistiam aos jogos ístmicos (uma espécie de olimpíadas, realizados a cada três anos).

Os coríntios adoravam os prazeres, as diversões e cultivavam jogos de força e perícia atlética. A palavra corintos tornou-se sinônimo de prostituição, alcoolismo e vida descontrolada. Até a sua religião apoiava tais práticas. No templo de Afrodite, deusa da beleza, do amor e do sexo, que ficava numa colina de seiscentos metros de altura, cerca de mil sacerdotisas (escravas) prestavam serviços religiosos de prostituição.

Estando a igreja inserida na sociedade, é claro que influenciará e receberá influências dessa sociedade. Foi isso que aconteceu em Corinto. Nas cartas paulinas, vamos observar a preocupação do apóstolo com certos costumes egoístas evidenciados até mesmo nos jantares de confraternização, onde alguns eram gulosos, enquanto outros não comiam o suficiente. Havia problemas relacionados com rixas, alcoolismo, imoralidade e práticas pagãs. Estamos falando da igreja. Os membros brigavam, processavam-se nos tribunais e se comportavam de maneira indigna da fé cristã.

10 - Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer;

11 - Porque a respeito de vós, irmãos meus, me foi comunicado pelos da família de Cloé que há contendas entre vós.

Alguns crentes tinham perguntas sobre o casamento, sobre ofertas e sobre dons espirituais.


A INFLUÊNCIA GREGA

A Grécia era famosa por seus filósofos, dos quais o povo se orgulhava bastante. A galera de classe alta passava longas horas no seu passatempo favorito: escutar os filósofos e conversar sobre a natureza, o universo e o significado da vida. Admirivam-se a eloquência de certos oradores, bem como a sua lógica e seu poder de argumentação. Era, portanto, natural que comparassem um filósofo ou orador com outro. Assim, portanto, fica fácil entender porque os crentes coríntios mostravam atitudes semelhantes em relação aos líderes da igreja. Talvez esse partidarismo cristão tenha surgido até de forma inocente, levando-se em conta apenas essa questão de alguns preferirem o estilo retórico de Paulo (2:1 - E EU, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria), enquanto outros sentiram-se atraídos pela eloquência de Apolo.

12 - Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo.


13 - Está Cristo dividido? foi Paulo crucificado por vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo?

Paulo, então, como vemos acima, pagou geral pra todo mundo, inclusive para aqueles que diziam “eu sou de Cristo”, e que sentia-se,  talvez, superiores aos outros, ou seja, àqueles que preferiam Paulo, Apolo ou Pedro.

Na verdade, os coríntios se gloriavam de seus líderes humanos, prática ainda obervada na igreja de hoje. É claro que devemos respeito e consideração aos nossos líderes, mas não a ponto de adorá-los, não a ponto de sairmos da igreja quando eles são substituídos ou quando se vão. Nós somos de Cristo.

O que os caras viveram lá na época é como se hoje vocês dissessem: eu sou de Luciano, eu sou de Éder, eu sou de Isac. Nós três somos fofos (eu mais que os outros dois, é claro), mas nenhum de nós daríamos nossa vida por vocês, pelo menos não numa situação em que pudéssemos escolher. Portanto, de quem são vocês? Não, não, Rogério, Marquinho e Mirian também não dariam a vida por vocês. Então de quem são mesmo? Pois é, então vamos entrar numa máquina do tempo, voltar lá em Corinto e dizer isso àqueles caras cabeças duras.

30 - Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção;

31 -  Para que, como está escrito: Aquele que se gloria glorie-se no Senhor.


SABEDORIA HUMANA X SABEDORIA DIVINA

Os coríntios tinham muita dificuldade de compreender a natureza da sabedoria. Eles supervalorizavam a sabedoria humana em detrimento da sabedoria espiritual.

17 - Porque Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar; não em sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo se não faça vã.

Paulo, embora um cabra super inteligente e popular entre os coríntios, rejeitou a tentação de formar uma igreja baseada na sua inteligência ou popularidade. Ele estava firme na decisão de que Cristo, e não ele mesmo, é que deveria ser o alvo da lealdade e do amor daquela turma(capítulo 2).

2 -  Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado.



3 - E eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em grande tremor.



4 -  A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder;



5 -  Para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.



7 -  Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória;



8 -  A qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.



9 -  Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam.



10 -  As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais.



11 -  Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.



12 -  Porque, quem conheceu a mente do SENHOR, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.


Lição 02 -  01/11/09

A TRINDADE: O PAI, O FILHO E O ESPÍRITO SANTO

I CORÍNTIOS 2

10 - Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus.

11 -  Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus.

12 - Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus.

13 - As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais.

14 - Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.

16 - Porque, quem conheceu a mente do SENHOR, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.

“Quem me dera ao menos uma vez entender como um só Deus ao mesmo tempo é três.” (Renato Russo)

Então, galera, aproveitando uma breve conversa, em sala de aula,  entre Juliana, Kathylen, Lays e mais alguém, achei por bem (até porque prometi no momento) aproveitar o contexto desse capítulo 2 de 1 aos Coríntios para falarmos um pouquinho sobre a trindade divina. É claro que vocês já ouviram essa palavra diversas vezes, mas certamente nunca a leram na Bíblia.

O que temos no Livro Sagrado é a ação dessas pessoas da trindade (Deus, Jesus, o Espírito Santo). Isso gera muita confusão porque dá a impressão de que o Cristianismo, embora monoteísta, adora a três deuses. Mas não é em isso. O Cristianismo, na verdade, adora a uma divindade trina, que se manifesta de três formas diferentes. Tentar entender essa trindade, essa triunidade, é um dos grandes desafios da nossa fé. Pela sabedoria humana, pelo conhecimento secular, isso não é possível. É uma questão de fé.

Quem leu o livro O Código DaVinci (romance), certamente observou que o seu autor, Dan Brown, apresenta uma série de argumentos para confundir a fé cristã com relação a esse tema. Bom, ele tem parcialmente razão quando diz, por exemplo, que essa doutrina da trindade foi estabelecida em concílios da igreja, mas erra imensamente quando sugere que foram esses concílios que estabeleceram a divindade de Cristo, uma vez que essa natureza de Jesus está presente o tempo todo nas páginas do Novo Testamento. O papel dos concílios foi apenas o de formalizar essa doutrina. A propósito, você sabe o que é uma doutrina?

DOUTRINA - é uma convicção religiosa relativamente complexa. Muitas vezes, o termo é usado como sinônimo para convicção religiosa. Uma doutrina desenvolve-se a partir de convicções examinadas, ponderadas e afirmadas como verdadeiras formalmente pela comunidade organizada de crentes.
Ex.:” Creio na doutrina da Trindade.”

DEUS PAI

A Bíblia não apenas revela Deus como criador de todas as coisas (Gn 1:1), mas também como o sustentador de todas essas coisas (Mt 6:26; Lc 12:24; Hb 1:3) e como o dirigente dos destinos de indivíduos e nações (Sl 22:28).

A Bíblia afirma que Deus fez todas as coisas segundo o conselho de sua vontade (Ef 1:11), revelando, assim, a realização gradual de seu grande e eterno propósito de redenção.

A teologia tem a existência de Deus como fato fundamental, plenamente aceitável e independente da fé. Contudo, a Bíblia não se preocupa em provar a existência de Deus através de argumentos lógicos. Deus se revela através da sua doutrina (Jo 7:17). Ele se dá a conhecer àqueles que O buscam (Os 6:3). Deus se manifestou ao mundo na pessoa de Seu filho Jesus Cristo (2 Co 5:19).

Capítulo 2

7 -  Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória;

8  - A qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.


JESUS CRISTO – O FILHO

Toda a discussão cristológica parte da resposta dada a pergunta do próprio Cristo: “Quem diz o povo ser o filho do homem?” e da crença na declaração bíblica: “... o Verbo era Deus.”

A confissão de Westminster dá a seguinte definição da natureza e pessoa de Jesus Cristo:

“O filho de Deus, a Segunda pessoa da Trindade, sendo o verdadeiro e eterno Deus, da mesma substância e igual ao Pai, quando veio a plenitude do tempo tomou sobre si mesmo a natureza humana, com todas as suas propriedades essenciais e fraquezas comuns, porém sem pecado: sendo concebido pelo poder do Espírito Santo, no ventre da virgem Maria, de sua substância. Desse modo, as duas naturezas completas, perfeitas e distintas, a divina e a humana, foram unidas inseparavelmente em uma pessoa, sem conversão, composição ou confusão. Tal pessoa é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, porém um Cristo, o único mediador entre Deus e o homem...”

Registros antigos confirmam a divindade de Cristo

O fato de que os cristãos antigos adoravam a Jesus Cristo como Deus (muito antes dos concílios) é bem documentado por autores não-cristãos do século II.. Celso, filósofo romano anticristão, de meados do século II, ridicularizou os cristãos por cultuarem um ser humano como Deus:
“Ora, se os cristãos adorassem apenas um Deus, eles poderiam ter a razão a seu lado. Mas de fato adoram um homem que só apareceu recentemente. Não consideram o que estão fazendo como ruptura do monoteísmo. Pelo contrário, pensam ser perfeitamente coerente cultuar o grande Deus e cultuar seu servo como Deus. E a adoração desse Jesus é a mais ultrajante, porque se recusam a prestar atenção a qualquer conversa sobre Deus, o pai de tudo, a menos que inclua uma referência a Jesus: diga-lhes que Jesus, o autor da insurreição cristã, não foi filho dele, e eles não darão atenção a você. E quando eles o chamam Filho de Deus, não estão de fato prestando homenagem a Deus, pelo contrário, estão tentando elevar Jesus às alturas.”

É claro que não precisamos do depoimento desse cabra para crermos na divindade de Jesus, todavia é um registro importante e bastante confiável pelo fato de ser ele um opositor. Sendo esse registro anterior aos concílios da igreja, concluímos que não foram os concílios que “transformaram” Jesus em Deus.

Evangelho de João – capítulo 1

1 - NO princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

2 -  Ele estava no princípio com Deus.

3 - Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.

4  - Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.


O ESPÍRITO SANTO

Sobre o Espírito Santo, declara o Credo Niceno:
“Cremos no Espírito Santo, que é o Senhor e doador da vida, que procede do Pai, que é adorado e glorificado com o Pai e o Filho, que falou pelos profetas.”
Uma vez que vivemos na dispensação do Espírito Santo, é muito importante que saibamos sobre Ele tudo o que a Palavra nos revela. Uma doutrina sadia depende de entender com clareza e exatidão a natureza e a obra da bendita terceira pessoa da trindade, que habita na igreja, o corpo de Cristo, e lhe dá poder.


Lição 03 -  08/11/09


IMATURIDADE X ESPIRITUALIDADE


CAPÍTULO 3

1 - E EU, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo.

2  - Com leite vos criei, e não com carne, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis,

3 - Porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens?

4 - Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais?

5 -  Pois, quem é Paulo, e quem é Apolo, senão ministros pelos quais crestes, e conforme o que o SENHOR deu a cada um?

Nestes versículos Paulo demonstra profunda preocupação com a imaturidade dos coríntios. Ele gostaria de estar falando a crentes espirituais, todavia reconhece que eles não amadureceram, que ainda não estão prontos para alimentos sólidos, ou seja, para verdades mais profundas.

Ainda hoje, em nossas igrejas, temos essas figuras imaturas; são criaturas que estão há décadas na igreja, mas que ainda não tiveram de fato uma experiência real com Deus. Outros estão preocupados apenas em fazer Deus funcionar, como se pudessem manipular a divindade, ditando o que Ele deve fazer, e quando deve fazer, determinando coisas para Deus, tendo uns pitis espirituais, uns ataquezinhos bestas de pelanca, batendo o pezinho e gritando aos berros: Deus, eu quero isso agora, eu sou teu servo, eu quero agora. Como diz o pastor Geremias Pereira, os anjos devem se acabar de rir dessa gente. Quem somos nós para determinarmos coisas para Deus? E tem ainda outros surtados que ameaçam a Deus: Se tu não me deres tal coisa, não farei mais tal coisa. Que gente ridícula! E sabe o que é pior, galera: essa gente besta chama isso de espiritualidade. Bando de imaturos espirituais. Era gente assim que tinha em Corinto.

NÓS SOMOS TEMPLOS DO ESPÍRITO SANTO

Deus não habita em templos feitos por homens. Não acho que construímos templos bonitos para Deus, pois Ele não está preocupado com isso. Construímos templos bonitos e confortáveis para nós mesmos, e acho isso legítimo, afinal de contas, queremos conforto. Me preocupa, todavia, quanto os templos ficam tão portentosos em comunidades tão carentes que distoam completamente do contexto. Bom, o que estou querendo dizer é que o Espírito Santo de Deus habita em nós, que nossos corpos, esses sim são templos do Espírito Santo. Logo, devemos cuidar bem deles, mas sem os exageros da ditadura da beleza, da busca insana pela magreza esquelética, das horas diárias de academia para ganhar ou perder uma carninhas. Todo exagero é prejudicial. Então, turma, se nossos corpinhos são templos do Espírito Santo, precisamos ficar bem atentos ao que estamos fazendo com eles, certo? Se liga aí!


16 -  Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?


17 - Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo.


18 - Ninguém se engane a si mesmo. Se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio.

Nos versículos abaixo, Paulo mostra nossa responsabilidade como servos e colaboradores de Deus, o qual dispõe as tarefas e nos retribui conforme as nossas obras e conforme as nossas intenções, ou seja, se fazemos para Deus ou para aparecemos como bonzinhos para a nossa liderança e para a nossa comunidade. Os fundamentos da igreja de Cristo já estão lançados e todos precisamos nos voluntariarmos para aperfeiçoá-la, para edificá-la, mas ao fazermos isso quais são nossas intenções? Quem de nós pode julgar um ao outro em relação ao que está em nossos corações? Somente o Espírito Santo é capaz de sondar nossos corações, e então saberemos se nossas obras são de madeira, feno ou palha (materiais combustíveis) ou se são de ouro, prata e pedras preciosas, que resistem ao fogo.

11 - Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.

12 - E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha,

13 - A obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um.

14 - Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão.


Isso não quer dizer, de jeito nenhum, que devamos fazer a obra de Deus exclusivamente em busca de galardões. Sobre isso escreve o pastor Ed René Kivitz, em seu livro “Outra Espiritualidade”:

“Tampouco faz sentido o relacionamento com Deus motivado pelo interesse em suas bênçãos e galardões, pois isso faz que Deus deixe de ser um fim em si mesmo e se torne um meio de prosperidade, isto é, passa a ser um ídolo a serviço dos fiéis.”

CAPÍTULO 4

7 - Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?

9 - Porque tenho para mim, que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos, e aos homens.

10 - Nós somos loucos por amor de Cristo, e vós sábios em Cristo; nós fracos, e vós fortes; vós ilustres, e nós vis.


A igreja em Corinto tinha muitos dons. Os dons espirituais são dádivas de Deus para alguns com o objetivo de edificar, aperfeiçoar a igreja, o coletivo. Esses dons não são conquistados por méritos individuais, logo, ninguém poderia tirar onda porque os tem, mas em Corinto isso estava acontecendo. Daí o versículo 7. Os apóstolos, líderes da igreja naquele momento, também não tinham por que tirar onda com ninguém, muito pelo contrário, Paulo comenta que eles foram postos como últimos, ou seja, ralavam muito mais do que qualquer membro da igreja. E até hoje isso não é muito diferente. Os pastores evangélicos sérios e comprometidos com a igreja ralam muito, têm clareza dos espinhos desse ministério, mas vocação é vocação. Eles ralam e são felizes. Isso é fofo.

12 - E nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos. Somos injuriados, e bendizemos; somos perseguidos, e sofremos;

13 - Somos blasfemados, e rogamos; até ao presente temos chegado a ser como o lixo deste mundo, e como a escória de todos

Esse trecho me lembra a oração de FRANCISCO DE ASSIS, que é linda. Vamos refletir um pouquinho sobre ela?

“Senhor, faz de mim um instrumento da tua paz.


Onde há ódio que eu possa semear amor;


Onde há ofensa, perdão;


Onde há dúvida, fé;


Onde há desespero, esperança;


Onde há trevas, luz;


Onde há tristeza, alegria;


Oh Divino Mestre, que eu não procure tanto


Ser consolado, como consolar;


Ser compreendido, como compreender;


Ser amado, como amar;


Pois é dando, que recebemos;


É perdoando, que somos perdoados;


E é morrendo que nascemos para a vida eterna.”

Bem, após refletirmos sobre essa linda oração, vamos nos sentir um coríntio um pouquinho e imaginar que Paulo tenha escrito essa carta exclusivamente para nós; vamos imaginar que essa pergunta a seguir foi feita individualmente para cada um de nós e vamos respondê-la:

21 - Que quereis? Irei ter convosco com vara ou com amor e espírito de mansidão?


Lição 04 - 15/11/09


LIBERDADE, RESPONSABILIDADE E DISCIPLINA

CAPÍTULO 5

1 - GERALMENTE se ouve que há entre vós fornicação, e fornicação tal, que nem ainda entre os gentios se nomeia, como é haver quem abuse da mulher de seu pai.

2 - Estais ensoberbecidos, e nem ao menos vos entristecestes por não ter sido dentre vós tirado quem cometeu tal ação.

9 - Já por carta vos tenho escrito, que não vos associeis com os que se prostituem;

10 - Isto não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo.

11 - Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais.

12 - Porque, que tenho eu em julgar também os que estão de fora? Não julgais vós os que estão dentro?

13  -  Mas Deus julga os que estão de fora. Tirai, pois, dentre vós a esse iníquo.

Nos dias de Paulo, havia um grupo de irmãos que achavam que uma vez que a salvação vem pela fé, os crentes não estão sujeitos a nenhuma lei moral. Alguns chegavam ao ponto de crer que quanto mais pecassem mais abundante seria a graça e a glória de Deus manifestas no seu divino perdão (Rm 6:1,2). Você vai ver essa ideia, inclusive, em poemas do nosso escritor brasileiro (baiano) Gregório de Matos, estudado em Literatura, no 1º ano do Ensino Médio, no período barroco.

Ainda hoje, você encontra alguns crentes que levam uma vida desregrada e libertina, e apresentam uma série de argumentos para justificar seu comportamento. A igreja tem uma séria responsabilidade em relação a essas pessoas: a disciplina. É claro que até em função de fenômenos estudados pela Sociologia, ao longo do tempo, a sociedade muda. A igreja, estando inserida nessa sociedade, também muda. Dessa forma, a disciplina não é aplicada hoje como nos dias de Paulo (5 - Seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do SENHOR Jesus.). Até bem pouco tempo atrás a igreja entendia a disciplina como a exclusão. Então excluía-se por qualquer razão. Deu mole, o cabra era posto pra fora da comunidade, exposto, segregado. Eu não sei até que ponto isso pode melhorar alguém. É como se estivéssemos dizendo para um cabra que fez sexo antes ou fora do casamento: “sujeito/a, você já fez bobagem, já tá perdido/a mesmo, some daqui, e só volte quanto estiver bem.” Acho que não rola disciplina aí, rola é uma exclusão sumária do grupo. A igreja, hoje, entende que disciplinar é orientar, conscientizar o cabra de que ele fez bobagem sim, mas que nem por isso deixou de ser alvo do amor de Cristo, é resgatar a criatura, trazê-la de volta para a comunidade.

Agora, tem outra coisa: não é por conta dessa visão melhorada de disciplina que o cabra vai aloprar, vai sair fazendo tudo quanto é besteira porque a igreja vai aliviar. Não é isso, galera. Uma pessoa convertida de fato vai entender que ela precisa estar bem com Deus, consigo mesma e com a igreja.

O termo fornicação, mencionado logo no início do capítulo 5, se refere a prática de sexo por pessoas não casadas. No caso de casados que praticam sexo fora do casamento, o termo utilizado é adultério, traição conjugal, entendendo-se que trair não limita-se a fazer sexo. Esse esclarecimento é estritamente necessário senão vai ter “neguim”, “branquim” e “amarelim” achando que beijar na boca fora do casamento ou beijar outras bocas que não a do namorado ou da namorada não seja traição. Se liga aí, gente.

Mas voltemos ao capítulo 5: o caso de fornicação mencionado aqui é mais grave: tinha gente fornicando com a madrasta. Ao saber disso, Paulo fica muito invocado e no auge do estresse diz que esse cabra deve ser banido da comunidade cristã e entregue a Satanás. Essa expressão entregue a Satanás tem o sentido de devolver o cabra para o reino das trevas de onde ele veio, ou seja, é a excomunhão da igreja, a exclusão.

A fornicação mencionada aqui é incestuosa e o incesto também é condenado na Bíblia (Lv 18:7,8; Am 2:7). Observe que nem mesmo a sociedade de Corinto admitia tal prática, mas ainda assim a igreja estava tolerando.

Só uma perguntinha: seria incesto beijar na boca da prima ou do primo? E casar com ele ou ela?

E agora, devo responder ou devo deixar isso por conta do professor da classe... estou me sentindo tentado a não responder. É isso aí, vamos debater o tema e chegar a uma conclusão. Se precisar de mim, estarei por perto.

Não vos associeis com os que se prostituem...

É interessante aqui que ao fazer esta advertência, Paulo acrescenta que nem está falando da sociedade em geral, pois segundo ele, para você isolar-se dessa turma teria que sair do planeta. Ele está falando dos que estão na igreja e praticam tais coisas. Hoje, séculos depois, digo a mesma coisa, ou melhor, chamo a atenção de vocês para esse escrito paulino: se liga, galera. Nem todo mundo que está na igreja é do bem. Cuidado com quem você anda. Aquelas advertências de sempre feitas por nossos pais, líderes, pastores: cuidado com as amizades.

Amigos são dádivas de Deus, são presentes. E olha que barato, li isso em algum lugar: “amigo é um irmão que temos o direito de escolher.” O problema é que nem todos que se dizem amigos são amigos de fato. É disso que estou falando.

A grande ameaça a nossa integridade, diz Paulo, pode não estar no mundo, mas em nossa própria comunidade de fé.

6  - Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa?

7 - Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.

8 - Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade.

Paulo escreve esta carta perto da páscoa, então ele aproveita para usar a metáfora do fermento. O termo ázimos usado nesse texto refere-se aos pães sem fermento com que era celebrada a páscoa. Fermento, aqui, refere-se ao mal de qualquer natureza. E ele deixa claro que, assim como o fermento faz crescer a massa, o mal corrompe toda uma comunidade, logo, não pode ser tolerado, ou seja, a igreja não pode tolerar o mal, pois estaria compartilhando da culpa, do pecado. Uma vez livres desse fermento do mal, nos tornamos pães ázimos aptos para a celebração da páscoa.

A propósito, outra daquelas perguntinhas que não vou responder: a páscoa é uma festa cristã ou judaica?

CAPÍTULO 6

1 - OUSA algum de vós, tendo algum negócio contra outro, ir a juízo perante os injustos, e não perante os santos?

5 - Para vos envergonhar o digo. Não há, pois, entre vós sábios, nem mesmo um, que possa julgar entre seus irmãos?

6  - Mas o irmão vai a juízo com o irmão, e isto perante infiéis.

7 - Na verdade é já realmente uma falta entre vós, terdes demandas uns contra os outros. Por que não sofreis antes a injustiça? Por que não sofreis antes o dano?

8 -  Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano, e isto aos irmãos.

Aqui, Paulo fala de situações que poderiam ser resolvidas internamente, na própria igreja, mas que os irmãos levavam para os tribunais comuns, expondo uns aos outros. Essa, aliás, é uma prática bastante atual. Até a justiça trabalhista tem recebido causas de voluntários que um dia brigam com seus pastores, ficam aborrecidinhos e vão reivindicar indenizações. Chega a ser deprimente.


Lição 05  - 22/11/09


ORIENTAÇÕES GERAIS

AINDA O CAPÍTULO 6

9  - Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas,

10 -  nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.

11  - E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus.

Vocês lembram que em Romanos Paulo também apresenta uma lista sinistra dessas aí? Pois é, aqui ele reforça. Na verdade, Romanos tem um foco preventivo e Coríntios, um foco corretivo. No verso 11, ele acrescenta que a igreja é formada por ex-, tem ex-tudo em nossas comunidades, pessoas lavadas, santificadas e justificadas no nome de Jesus, pessoas arrependidas. Não são pessoas perfeitas, como já vimos, mas são pessoas que desejam e buscam a perfeição.

“Os versículos 9-11 salientam o contraste entre a igreja e o mundo. Aqueles que praticam tais pecados não podem se integrar à igreja nem ao Reino de Deus. Alguns dos crentes coríntios já haviam sido malévolos, homossexuais, imorais, idólatras, ladrões, gulosos, bêbados, trapaceiros e caluniadores. Mas foram transformados por Deus!... Ao se entregarem a Jesus como seu Senhor e Salvador, foram lavados e purificados de todo pecado, santificados (consagrados a Deus) e justificados (isentos de culpa e condenação)... Os crentes de Corinto eram novas criaturas....”
12 - Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.

Essa mesma declaração é repetida em 10:23. Parece tratar-se de um ditado, de um provérbio popular de Corinto, que Paulo emprega ironicamente.

“Os coríntios seguiam a filosofia do hedonismo, que afirmava ser o prazer o supremo bem da vida, portanto a busca do prazer, o alvo principal da conduta humana. Os coríntios até afirmavam: ‘Comamos e bebamos, que amanhã morreremos’” (15:32).

Podemos muita coisa, mas nem todas devemos fazer enquanto cristãos, ou seja, não podemos nos deixar dominar por elas. Essa ideia do “comamos e bebamos, que amanhã morreremos” me lembra algumas expressões contemporâneas defendidas em canções populares, como uma de Marcelo D2: “o que se leva da vida é a vida que se leva.” Enquanto cristãos, temos que ter muito cuidado com a vida que levamos e não embarcarmos nessas filosofias de que devemos fazer tudo que sentirmos vontade hoje, porque amanhã poderemos estar mortos. Isso me faz lembrar também uma frase muito usada nos anos 80: “preciso transar logo porque vai que o mundo acabe e eu ainda  esteja virgem.” Oxente! Galera, temos sim que viver intensamente, curtir pessoas, momentos, mas sempre tendo em mente os valores cristãos. Nada de precipitação ou de “filosofias” abestalhadas.

13  - Os alimentos são para o estômago e o estômago para os alimentos; Deus, porém, aniquilará tanto um como os outros. Mas o corpo não é para a prostituição, senão para o SENHOR, e o SENHOR para o corpo.

Se você já não ouviu, certamente ouvirá alguém dizendo que o sexo é tão necessário quanto comida e água, e que, portanto, você chegará a uma idade em que isso terá que acontecer. Alguns pais de meninos, não evangélicos, entendem que têm que levar seus filhos a prostíbulos para que eles sejam iniciados. Esse versículo 13 nos dá a impressão de que os coríntios já pensavam assim. Sobre isso, permitam-me alguns esclarecimentos:

a) Tudo bem considerar o sexo uma necessidade fisiológica, mas não na mesma proporção de comida e água. Sem essas duas últimas, é impossível ao ser humano viver; sem sexo, é possível. Agora tem uma coisa: uma vez iniciada a vida sexual, o corpo exigirá sexo com uma certa freqüência, portanto, é a maior conversa fiada aquele papo de: “eu fiz sexo com meu namorado ou com a minha namorada uma única vez, depois nunca mais, pois percebemos que erramos diante de Deus.” Huuummm.... eu acredito tanto nisso quanto em papai Noel;

b) Quando nasci, meu pai já era evangélico, mas meu avô, quando fui adolescente, tentou algumas vezes me jogar pra cima de umas menininhas que se prostituíam no Recife. Ele tentou isso quando estive lá, aos 16 anos de idade, portanto há poucos anos atrás. Eu disse que não estava a fim. Ele levou a menininha até a mim. Eu disse que não estava a fim. Ele insinuou que eu era uma bichinha. Eu disse diante dele e da menininha que talvez fosse. O que quero dizer com essa experiência besta é que quando não queremos determinada coisa, não temos que fazer, independente de nossos pais ou avós serem machões desse tipo. Tudo bem, eu sei que o perigo maior não é a menininha que se prostitui, mas nossa namoradinha ou nosso namoradinho. Temos vontade, mas nem por isso vamos fazer, certo? Vamos relembrar o ditado coríntio citado por Paulo: “todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convêm”.
OBS.: Gente, eu disse talvez só pra me livrar do meu avô, tá?

c) Paulo finaliza o versículo em questão lembrando que o nosso corpo não é para a prostituição, mas para o Senhor. Deixa eu dizer uma coisinha sobre isso: ser cristão se isolando da sociedade, vivendo num mosteiro sem nenhum contato com o sexo oposto, é moleza. Eu quero ver ser cristão evangélico, batista, luciânico, morando no litoral, em contato visual direto com pessoas do sexo oposto com pouca roupa, com os apelos da mídia, e manter-se casto/a. Isso é o cabra ser cristão. Guardar-se casto para a pessoa amada é o maior barato. Que chamem de caretice, daí. Lá em Pato Branco já era assim. O importante é o que nós achamos e o que nós vivemos, não o que dizem a nosso respeito.

15 - Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo, e fá-los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo.

16 -  Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz, faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne.

17 - Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito.

18 - Fugi da prostituição. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo.

19 - Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?

20 - Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.

Algumas pessoas acham que Deus se interessa somente pelo nosso espírito, pois este se comunica com Ele. Acreditam, portanto, que o que fazemos com o corpo não é importante. Mas a verdade é que Deus fez o homem uno: corpo, alma e espírito – e para si mesmo. Ele tem de ser Senhor do nosso corpo como é do nosso espírito.
O corpo em si não é bom nem mau em termos morais. Não pode agir por conta própria se o espírito estiver morto; é o espírito que escolhe que bem ou mal o corpo fará.
Podemos e devemos fugir das pessoas e locais que nos tentam; devemos evitar a leitura ou contemplação de textos, fotos ou vídeos que nos encaminhem ao sexo. Ninguém tem o direito de sentir-se ‘suficientemente forte’ para fazer frente contra essas tentações; nós devemos fugir delas.

Lição 06 - 29/11/09


PAULO RESPONDE ÀS DIVERSAS PERGUNTAS DOS CORÍNTIOS
 E DEFENDE O SEU MINISTÉRIO APOSTÓLICO


1. SOBRE O CASAMENTO

CAPÍTULO 7

1 - ORA, quanto às coisas que me escrevestes, bom seria que o homem não tocasse em mulher;

2 - Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido.

6 - Digo, porém, isto como que por permissão e não por mandamento.

7 - Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira e outro de outra.

8 - Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu.

9 - Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se.

32 -E bem quisera eu que estivésseis sem cuidado. O solteiro cuida das coisas do SENHOR, em como há de agradar ao Senhor;

33 - Mas o que é casado cuida das coisas do mundo, em como há de agradar à mulher.

34 - Há diferença entre a mulher casada e a virgem. A solteira cuida das coisas do Senhor para ser santa, tanto no corpo como no espírito; porém, a casada cuida das coisas do mundo, em como há de agradar ao marido.

Gente, não temos aqui uma proibição do casamento, nem um mandamento para que todos se casem. Paulo, no momento em que escreve esta carta, era celibatário (v.7), e fala das vantagens do celibato, todavia sem proibir o casamento. A proibição imposta pela igreja católica aos seus sacerdotes é muito mais uma questão econômica do que bíblica.

Paulo chega a referir-se a essa coisa de casar ou não casar como um dom, ou seja, alguns são capazes de serem celibatários, outros não.

Embora Paulo fale de casamento também como uma medida para evitar a prostituição, ninguém deve casar-se apenas para poder fazer sexo. Agindo assim, você estará vendo o outro apenas como um objeto de satisfação física, e isso não garante o sucesso de nenhum casamento. Casar-se para se livrar do domínio dos pais ou apenas para fazer sexo é a maior furada. O casamento precisa ter como fundamento o amor ao outro. Num casamento, ninguém torna-se propriedade do outro. As identidades individuais precisam ser mantidas, ninguém precisa descaracterizar-se. Em algumas culturas, os homens tratam suas esposas como escravas ou como propriedade material.

O que Paulo está dizendo é bastante óbvio: se sou solteiro, tenho muito mais tempo e disponibilidade para a igreja. Se sou casado, tenho que priorizar a família.

Não há nos ensinos de Paulo ou de Jesus Cristo uma única regra abrangente e inflexível sobre o divórcio. Em alguns casos, as condições de convívio parecem impossíveis. Por exemplo: um marido alcoólatra que surra a esposa e ameaça matar os filhos; um marido ou uma esposa que tem uma amante; os casos de violação de direitos humanos. Enfim, será que um casamento deve ser mantido apenas em função do “bem-estar” das crianças?

Se você quiser se aprofundar nesse tema, leia também os textos a seguir: Mt 5:31,32; 19:3-11. Enfim, o ideal é que o casamento seja para sempre e que esse sempre nunca acabe, mas...


2. SOBRE AS COISAS SACRIFICADAS AOS ÍDOLOS

CAPÍTULO 8

4  - Assim que, quanto ao comer das coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que o ídolo nada é no mundo, e que não há outro Deus, senão um só.

5 - Porque, ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores),

6 - Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele.

7 - Mas nem em todos há conhecimento; porque alguns até agora comem, no seu costume para com o ídolo, coisas sacrificadas ao ídolo; e a sua consciência, sendo fraca, fica contaminada.

8 - Ora a comida não nos faz agradáveis a Deus, porque, se comemos, nada temos de mais e, se não comemos, nada nos falta.

9 - Mas vede que essa liberdade não seja de alguma maneira escândalo para os fracos.

10 - Porque, se alguém te vir a ti, que tens ciência, sentado à mesa no templo dos ídolos, não será a consciência do que é fraco induzida a comer das coisas sacrificadas aos ídolos?

11 -  E pela tua ciência perecerá o irmão fraco, pelo qual Cristo morreu.

12 - Ora, pecando assim contra os irmãos, e ferindo a sua fraca consciência, pecais contra Cristo.

13 -  Por isso, se a comida escandalizar a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que meu irmão não se escandalize.

Isso tudo aí significa dizer o seguinte: o problema de fato não é o treco sacrificado aos ídolos, uma vez que o nosso Deus está acima de qualquer um deles, mas o escândalo que eu posso causar para outros. Esse mesmo assunto é retomado no capítulo 10, nos versos 19 a 32, com mais detalhes. Se eu tenho conhecimento (que Paulo chama aí de ciência) disso, mas sei que meu irmão é “fraco” e pode escandalizar-se com isso, devo evitar.

Vou dar um exemplo simples: os doces de Cosme e Damião. Tendo esses doces sido oferecidos ou não, eu sei que o meu Deus é superior a isso. No entanto, a própria comunidade evangélica da qual faço parte, bem como a sociedade, esperam de mim um comportamento diferente: que eu não saia correndo atrás de tais doces. Assim, então, se eu como, vou estar escandalizando essa galera, portanto, não devo. Agora, vamos imaginar que sem saber a origem, eu tenha comido uns doces de Cosme e Damião. Isso não quer dizer necessariamente que eu esteja possuído ou que tenha cometido um pecado hediondo. Oxente, o meu Deus está muito acima de Cosme e Damião.

RESUMO DA ÓPERA: evite os doces de Cosme e Damião, mas se comeu “acidentalmente”, não se mate.

Vou dar outro exemplo: por influência da visão judaica no Velho Testamento, alguns irmãos entendem que não devemos comer carne de porco ou nenhuma comida feita com o sangue do animal. Pois bem, do ponto de vista cristão, não há o menor problema , todavia, por amor ao meu irmão em Cristo, não devo comer esses alimentos diante dele, pois vou escandalizá-lo sem necessidade. Aplicando aos nossos dias, é disso que Paulo está falando.

3. SOBRE O APOSTOLADO DE PAULO

CAPÍTULO 9

1 - NÃO sou eu apóstolo? Não sou livre? Não vi eu a Jesus Cristo SENHOR nosso? Não sois vós a minha obra no Senhor?

2 - Se eu não sou apóstolo para os outros, ao menos o sou para vós; porque vós sois o selo do meu apostolado no Senhor.

3 - Esta é minha defesa para com os que me condenam.

4 - Não temos nós direito de comer e beber?

6 - Ou só eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar?

7 - Quem jamais milita à sua própria custa? Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta o gado e não se alimenta do leite do gado?

9 - Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi que trilha o grão. Porventura tem Deus cuidado dos bois?

11 - Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais?

12 - Se outros participam deste poder sobre vós, por que não, e mais justamente, nós? Mas nós não usamos deste direito; antes suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo.

14 - Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho.

Aqui, os versos 1, 2 e 3, trazem de volta aquele assunto do partidarismo da igreja de Corinto e das suas contendas por favoritismo para com certos líderes. Evidentemente, alguns dos coríntios pensavam que Paulo não era bem um apóstolo. Ele, todavia, na qualidade de fundador dessa igreja, diz: “vós sois o selo do meu apostolado no Senhor.” Assim, a conversão dos coríntios e o estabelecimento da igreja na sua cidade foram provas da vocação apostólica de Paulo.

Este trecho tão importante nos ensina que a igreja deve cuidar de seu pastor. O soldado tem direito de receber roupa e comida. O fazendeiro tem o direito de receber a colheita da sua plantação. Até o boi tem o direito de comer dos grãos que vai debulhando. Logo, o ministro cristão tem o direito de ser sustentado economicamente pelo rebanho que está pastoreando.


Lição 07  - 06/12/09


APRENDENDO COM O PASSADO
 E O CASO DO VÉU


CAPÍTULO 10

1 - ORA, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, e todos passaram pelo mar.


5 - Mas Deus não se agradou da maior parte deles, por isso foram prostrados no deserto.


6 - E estas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram.


12 - Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia.

Nesse trecho, Paulo cria um link com o passado do povo judeu, a partir da saída do Egito, da travessia do Mar Vermelho e dos vários acontecimentos que foram rolando diariamente pelo deserto. Eles fizeram uma série de bobagens e foram terrivelmente punidos por conta disso. Paulo está alertando aos coríntios para que não repitam tais erros. Sempre podemos aprender com o passado. Errar, como se diz popularmente, é humano. Cometer sempre os mesmos erros, errar sempre nos mesmos itens, como também se diz popularmente, é burrice. Os coríntios já tinham os registros do Velho Testamento e estavam cometendo os mesmos erros. Nós já temos os registros dos coríntios e do Velho Testamento, então já não deveríamos cometer os mesmos erros. Esse tipo de coisa, porém, é bem típico dos seres humanos.
“Assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade...” (Lulu Santos)

Todos nós podemos cair em algum momento, embora nosso compromisso precise ser permanecermos de pé. O que não podemos de jeito nenhum é acharmos o maior barato a queda de alguém. Muito pelo contrário, enquanto cristãos, isso precisa nos incomodar, precisamos ajudar o companheiro a levantar-se. Não estou conseguindo lembrar quem disse isso, mas acho a frase fantástica:

“A única situação em que devemos olhar para alguém de cima para baixo é quando vamos ajudar essa pessoa a levantar-se.”
Lindo demais! É isso. Quem somos nós para tirarmos onda com alguém ou para rirmos de sua queda?


CAPÍTULO 11

4 - Todo o homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça.

5 - Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada.

6 - Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu.

7 - O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem.

8 - Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher do homem.

13 - Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta?

14 -  Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o homem ter cabelo crescido?

15 - Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu.


"Para entender plenamente as inferências desse trecho, devemos aprender algo sobre os costumes mediterrâneos daquela época. As mulheres usavam sempre um véu quando se apresentavam em público. Segundo alguns historiadores, em Corinto, somente as prostitutas andavam sem véu. Era um tipo de véu que cobria os cabelos, mas não o rosto das mulheres casadas, mas como sinal de serem elas protegidas pela autoridade dos maridos. Simbolizava a submissão e a segurança no papel de esposas."

Algumas mulheres crentes, em Corinto , passaram a dispensar o véu por conta da liberdade em Cristo e para salientar sua igualdade com os homens diante do Senhor. Esse fato foi visto como um abuso da liberdade cristã, uma vez que criava um mal entendido diante da sociedade. A falta do véu significava popularmente uma falta de respeito, confiança e honra para com o marido. Daí a necessidade do apóstolo orientar aquela igreja quanto a isso.

“Aquilo que pode ser plenamente aceitável numa cultura, escandaliza em outra.”
O problema é que ao longo se sua história, muitas igrejas vêm interpretando esse lance do véu e do cabelo como sendo para os nossos dias, para a nossa cultura brasileira. Algumas chegam a definir o uso do véu como obrigação. Outras proíbem terminantemente que as mulheres cortem o cabelo. Algumas chegavam a excluir as mulheres que aparavam os cabelos, baseadas numa interpretação acultural do “tosquie-se também.”  Ora, pensemos criticamente: uma mulher de cabelo curtinho e uma completamente rapada é a mesma coisa? Ter vontade de transar com alguém e transar é a mesma coisa? Ter vontade de socar alguém e socar de fato é a mesma coisa? Claro que não, gente. Enquanto estou na vontade, é um problema meu com Deus. Quando faço aquilo que estou com vontade, envolvo pelo menos outra pessoa e haverá uma série de conseqüências. Oxente, não parece tão claro isso!? Na nossa cultura, se vejo uma menina de cabelo curtinho, isso não me causa nenhum impacto visual, mas se a vejo com a cabeça rapada penso de imediato que está rolando uma quimioterapia, nunca vamos pensar em prostituição. Pois é, em Corinto não era assim. Uma mulher sem véu, de cabelo curtinho ou careca era tudo a mesma coisa, ou seja, prostituta. Não sei até que ponto procede, mas já li algum historiador que dizia que as prostitutas de Corinto mantinham seus cabelos curtos por conta de infestação de piolhos entre seus clientes. Faz sentido, né?

Há uma região, na África, em que as mulheres decentes só usam saias coloridas, e nada da cintura para cima. Somente as prostitutas cobrem os seios. Aliás, na cultura africana, os seios são para alimentação dos bebês, não têm a conotação erótica que rola em nossa cultura.

Voltando ao texto de Paulo (v.4), lembramos que no Judaísmo os homens oram com a cabeça coberta por um kipar, um gorrinho que cobre apenas o centro da cabeça, e para eles, isso não é desonra, para os coríntios era.


Lição 08 -  13/12/09


OS ÁGAPES E A CEIA DO SENHOR


20 - De sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a ceia do Senhor.

21 - Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim um tem fome e outro embriaga-se.

22 - Não tendes porventura casas para comer e para beber? Ou desprezais a igreja de Deus, e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto não vos louvo.

"O ágape, na igreja primitiva, não era propriamente um culto de louvor, mas desempenhava um papel importante nos dias de Paulo. Talvez por causa do grande amor uns pelos outros ou em virtude das perseguições sofridas, os membros da igreja primitiva se congregavam com frequência (At 2:46). Eles “partiam o pão” e “tomavam refeições” comunitárias. Isso não se refere à Santa Ceia, mas a pequenas reuniões sociais."

"À medida que o Evangelho se espalhava por todo o Império Romano, com o grande aumento de membros nas igrejas, os crentes continuavam suas reuniões em casas particulares com o objetivo de ensinar, louvar e confraternizar. O ágape primitivo era uma refeição simples e comunitária, onde cada um contribuía com parte da comida. Mas algo mudou em Corinto, e os ágapes, em vez de estimular a confraternização, estavam piorando as divisões existentes entre os membros."
Os coríntios, então, passaram a subdividirem-se em grupos menores, talvez de acordo com as classes sociais ou talvez por conta daquelas divisões doutrinárias vistas em nossa primeira lição. Qualquer que fosse a razão, o fato é que tais panelinhas estavam se fechando e comprometendo o bem estar do grupo, da igreja local como um todo.

Se um dos propósitos dos ágapes era ajudar os pobres, isso estava deixando de ser prioridade. Paulo, então, orienta os irmãos a que comam em casa. Oxente, é simples entender: se os pobres não eram atendidos satisfatoriamente, se a comunhão não estava rolando entre todos, então não havia mais sentido participar dos ágapes. Cada um podia muito bem comer em casa.

"A falta de disciplina dos coríntios teve um péssimo efeito também na comemoração da Santa Ceia. Parece que comemoravam simultaneamente o ágape e a Santa Ceia, ou que essa seguia logo após aquele."

A SANTA CEIA

23 - Porque eu recebi do SENHOR o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão;

24 - E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim.

25 - Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.

26 - Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.

27 - Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor.

28 - Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice.

29 - Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do SENHOR.

30 - Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem.

31 - Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.

32 - Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo.

33 - Portanto, meus irmãos, quando vos ajuntais para comer, esperai uns pelos outros.

34 - Mas, se algum tiver fome, coma em casa, para que não vos ajunteis para condenação. Quanto às demais coisas, ordená-las-ei quando for.


“COMER ESTE PÃO...”

O pão é comida universal, consumido em todas as partes do mundo e mencionado centenas de vezes na Bíblia. A refeição mais típica dos judeus começava com o seguinte rito doméstico: o pai tomava o pão nas suas mãos, dava graças a Deus, partia o pão e distribuía os pedaços aos membros da família.

Jesus seguiu esse mesmo padrão com seus discípulos (Mt 26:26). Mas acrescentou elementos ao dizer: “Tomai, comei; isto é o meu corpo.”

Sabemos que Jesus falava de uma maneira simbólica, porque o pão que segurava na mão não era parte de seu corpo. Ao partir o pão, agiu simbolicamente, pois, no dia seguinte, seu próprio corpo seria ferido na cruz. Mateus, Marcos e Lucas descrevem essa última Páscoa celebrada por Jesus com seus discípulos. Lucas anota as palavras de Jesus: “Fazei isto em memória de mim.”

“BEBER O CÁLICE...”

Na noite em que a Páscoa foi transformada na Santa Ceia, Jesus tomou o cálice, deu graças e ofereceu aos seus discípulos, dizendo: “Porque isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que é derramado por muitos, para remissão de pecados” (Mt 26:28). Essa linguagem (como no caso do pão) é simbólica. E o vinho no cálice era o símbolo do sangue de Jesus.

COMER E BEBER DIGNAMENTE

A forma física e visível da Santa Ceia consiste em comer um pedacinho de pão ou bolacha e beber um gole de vinho ou suco de uva após uma oração dedicatória. A participação dessa comunhão é um ato físico, e, a menos que signifique para nós algo muito importante em termos espirituais, é um ritual inútil.
AUTO-EXAME

28 - Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice.

Nem o pastor celebrante nem a pessoa ao seu lado poderá impedi-lo de tomar a ceia por estar indigno, até porque não temos como julgar o outro, não somos melhores que o outro. Quem tem que definir minha participação ou não na ceia é um auto-exame, ou seja, eu preciso olhar para dentro de mim e ver se está tudo bem. Por outro lado, é interessante também que se observe o seguinte: se não vou participar da ceia porque pequei, em que momento da vida vou poder participar? Não somos todos pecadores? É um fato, porém, que se não estou bem com o outro, devo me acertar com ele, e então, participarmos tranquilamente da ceia. Oxente, não estou bem com um companheiro, por isso não participo da ceia, mas também não me acerto com ele... tá pegando, não tá não? A minha vida cristã não está nada bem.

Outra coisa: os elementos da ceia, a princípio, não têm poder curativo. Não faz sentido você participar da ceia achando que vai ficar curado ao ingerir os alimentos. Não há ali nenhuma transformação dos elementos, como defende a doutrina da transubstanciação, defendida pelos companheiros católicos, segundo a qual o pão se transforma no corpo e o vinho no sangue de Cristo, literalmente.

Aliás, deixem-me contar uma historinha rápida sobre a hóstia utilizada pelos companheiros católicos na celebração da eucaristia (santa ceia). A palavra HÓSTIA vem do latim, e no Império Romano, significava vítima humana oferecida aos deuses para aplacar-lhes a ira. Essa vítima normalmente era um estrangeiro que era sacrificado com requintes de crueldade. Pois é, por associação semântica, a palavra passou a designar o sacrifício de Cristo, uma vez que ele tornou-se vítima por nós para que tivéssemos acesso direto a Deus. Assim, quando ingerimos a hóstia (no nosso caso um pedacinho de pão), estamos lembrando do Cristo vitimado por nós na cruz.


OBRA UTILIZADA E RECOMENDADA

Comentário Bíblico – 1 e 2 Coríntios
Thomas Reginald Hoover
CPAD (1999)

domingo, 4 de outubro de 2009

RELIGIÕES, SEITAS E HERESIAS

APRESENTAÇÃO

Olá, meninos e meninas. Antes mesmo de entrarmos em conceitos e de falarmos um pouquinho sobre algumas religiões, quero alertá-los de que a proposta deste conjunto de lições é evangelística, de convívio e não de estímulo à segregação das pessoas. Assim, começamos falando de um tema muito preocupante que é a intolerância religiosa, prática absolutamente contraditória em relação à liberdade de culto que há em nosso país e aos exemplos de Jesus Cristo, que sempre priorizou e amou as pessoas, independente de suas práticas.

Se tenho um vizinho praticante de qualquer outra religião diferente do Cristianismo evangélico e procuro manter distância dele por conta da diversidade religiosa existente entre nós, estou dizendo a esse cara, sem palavras, que o sacrifício de Cristo na cruz não o incluiu, estou dizendo que sou um cara tão perfeito, tão do bem, que não posso misturar-me com ele. Esse isolamento, queridos e queridas, em nada contribui para a aproximação dessa pessoa. Então, vamos rever nossos conceitos em relação a isso?

Outra coisa: em várias situações aqui, a abordagem está sendo feita do ponto de vista da própria religião. Sempre que isso acontecer, o texto estará entre aspas para que você não ache que eu estou defendendo aquela visão. Tudo bem? Também recomendo a leitura de textos bíblicos para que você estabeleça comparações entre o que ensina o grupo religioso estudado e o Cristianismo.

Só mais uma coisinha para fechar essa apresentação: sabe aquela galera que diante da pergunta “qual a sua religião?”, reponde: “eu não tenho religião, eu sigo a Cristo”? Pois é, grande bobagem está se dizendo. Oxente, se seguimos a Cristo, abraçamos os seus ensinamentos; se abraçamos esses ensinamentos, estamos seguindo uma religião formatada por Paulo e por outros apóstolos a partir dos ensinos de Jesus, que se chama Cristianismo. Só isso que eu queria dizer.

Bons encontros, bons debates e bom convívio com todos, independente de religião.

Isac Machado de Moura


LIÇÃO 01 - 04/10/09


Tolerância Religiosa Sim – Radicalismo Não


QUESTIONAMENTOS

1. Qual deve ser a postura do cristão evangélico diante das diversas religiões, ou mesmo diante de outras denominações?

2. Pode o cristão contribuir com uma instituição filantrópica ligada a uma outra religião?

3. O que fazer para evangelizar uma pessoa sem agredir seus princípios religiosos?

4. Aspectos positivos e negativos da liberdade de culto prevista na Constituição Federal.


TEXTOS BÍBLICOS

“Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos, porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão da luz com as trevas?”

Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor, não toqueis em cousas impuras, e eu vos receberei.” 2 Co 6:14,17

“Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graça, em favor de todos os homens.

Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.” 1 Tm 2:1,3,4

“Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens.” Rm 12:17

“Estamos orando a Deus para que não façais mal algum, não para que simplesmente pareçamos aprovados, mas para que façais o bem, embora sejamos tidos como reprovados.” 2 Co 13:7

“Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado; como está escrito: Não há justo, nem sequer um...” Rm 3:9,10


REFLETINDO UM BOCADINHO

1. A “intolerância religiosa” não deve ser uma prática cristã.

O primeiro texto bíblico citado nesta lição declara não haver possibilidade de comunhão entre luz e trevas, mas não impede que haja comunicação entre as pessoas. É perfeitamente possível para um cristão conviver com um espírita, com um budista, etc.. sem praticar o culto dessas pessoas, ou seja, não haverá comunhão de culto, mas haverá diálogo, amizade, comunicação e, certamente, evangelização.

Quanto a outras denominações, devemos esquecer um pouco nossos costumes, nossas particularidades e priorizarmos o que temos em comum: a salvação em Jesus Cristo.

2. Fazer o bem é nosso dever; não há regras ou limitações para fazermos o bem. Fazer o bem está acima de qualquer outra coisa, inclusive, da própria religião. “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo” (Tg 1:27). É claro que a prioridade são os “domésticos da fé”, mas isso não deve impedir que um cristão contribua com um centro de recuperação ou com um orfanato, por exemplo, pelo fato desta instituição está ligada à igreja católica ou a um grupo espírita. Especificamente em nosso caso, contribua, por gentileza, com a FUNDAÇÃO VIDA NA VIDA (Projeto Sementinha). Nosso trabalho lá está bombando, mas “vamos precisar de todo mundo, um mais um é sempre mais que dois.”

3. Para evangelizar uma pessoa sem agredir seus princípios religiosos basta apresentarmos Jesus Cristo como Salvador e único mediador entre o homem e Deus. Assim, não precisamos nem devemos agredir os deuses das pessoas, basta apresentarmos o nosso Deus. Também é importante passarmos a idéia de que todo ser humano é falho, que tem tendência ao pecado e que nós não somos diferentes, não somos santos, perfeitos, reconhecemos nossos pecados, mas absorvemos o perdão de Cristo que pode perdoá-las também.

5. Constituição brasileira: artigo 5o

VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;

VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.


CONCLUSÃO

Assim como temos liberdade para professar nossa fé em Cristo, todos têm liberdade para professar sua fé. Dessa forma, a intolerância religiosa não deve ser uma prática cristã. Devemos sim, praticar o amor ao próximo acima de qualquer coisa, inclusive de sua prática religiosa.

No ano passado (2008), no Rio de Janeiro, um grupo de “evangélicos” invadiu e vandalizou uma casa de candomblé. Esse ano, também no Rio de Janeiro, um pai de santo estava arriando um ebó (fazendo um despacho) numa esquina, quando foi surpreendido por um grupo de ”evangélicos”, que pararam o carro, desembarcaram e o agrediram com suas Bíblias. Foi “biblada” de tudo quanto é jeito. Um episódio absolutamente infeliz, anticristão, lamentável, vergonhoso. O cidadão agredido precisou ir a um hospital e registrou queixa numa delegacia. Aliás, por conta dessas agressões, dessa intolerância religiosa desmedida, o governo criou uma agência, uma espécie de delegacia especializada em crimes de motivação religiosa, pois o estado precisa proteger todos os seus cidadãos. Comportamentos como esses não representam a postura do povo evangélico em geral. São ações isoladas de fanáticos religiosos, como aqueles que foram receber o Papa Bento XVI, protestando contra sua presença no Brasil. Lamentável.


LIÇÃO 02 - 11/10/09


QUEM SOMOS?


Antes de qualquer coisa, somos cristãos. O Cristianismo sofreu várias divisões ao longo da sua história. Então, podemos identificar os seguintes grupos cristãos: Catolicismo Romano, Igreja Ortodoxa Grega e Protestantismo. Dentro do Protestantismo (grupo resultante da reforma promovida por Martinho Lutero, em 1517, na Alemanha), que inclui as chamadas igrejas históricas (Luterana, Presbiteriana...), surgiram as igrejas evangélicas (Batista, Assembléia de Deus, Metodista, Congregacional e outras). Dentro desse grupo de igrejas evangélicas, surgiram as igrejas neo-evangélicas ou neo-pentecostais (Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja da Graça e outras), normalmente resultado de divisões ocorridas em igrejas maiores. Na prática, hipoteticamente falando, é assim: brigo com o companheiro Luciano e ao invés de me acertar com ele para que possamos continuar caminhando juntos, crio uma nova igreja, uma nova denominação, torno-me pastor desse novo grupo, imponho minhas ideias, dou o nome que quiser (Igreja Evangélica Isaquinho de Jesus), alegando que tive uma revelação e faço “concorrência” com minha igreja de origem, a PIB-Unamar.

A Igreja Ortodoxa Grega, o Catolicismo Romano e o Protestantismo , as três grandes ramificações da religião cristã, têm muito em comum quando comparadas com outras religiões, filosofias espirituais e visões de mundo, pois constituem uma grande religião, o Cristianismo. A mesma coisa acontece, por exemplo, com o Islamismo, também dividido em vários grupos (sunitas, xiitas, talibães).

Apesar das muitas diferenças observadas nesses grupos cristãos, e das diversas visões de mundo, toda a cristandade tem algo em comum relacionado a Deus, sendo neste sentido “um só espírito”. É claro que existem muitas diferenças nas formas de culto. Os nossos irmãos católicos, por exemplo, incluem na sua liturgia o culto a Maria, prática repudiada pelo grupo protestante / evangélico, que vê em Maria uma pessoa importantíssima para o Cristianismo e para a história da humanidade, todavia não digna de adoração. A mesma coisa podemos dizer das imagens veneradas pelos companheiros católicos, prática da qual discordamos.

É bom que se registre aqui que os “santos” católicos, de um modo geral, são do bem. Entre eles, podemos citar os evangelistas (Matheus, Marcos, Lucas e João), o apóstolo Paulo e tantos outros, como Francisco de Assis, Teresa d’Ávila, enfim, todos do bem. Nenhum deles, em vida, aceitaria alguma forma de culto e todos lutaram pela causa do evangelho, como a Madre Teresa de Calcutá, uma belezura de pessoa. O Vaticano é que resolveu santificá-los, eles não têm nada a ver com isso.


O TERMO “EVANGÉLICOS”

O termo evangélico é muito discutido e contestado quanto a sua essência. Na acepção mais ampla possível é sinônimo de cristão, uma vez que o cristianismo é centrado no Evangelho e não na lei. Assim, qualquer igreja, organização ou pessoa que proclama fielmente o Evangelho é “evangélica”. Num sentido mais restrito, evangélico é quase sinônimo de protestante e designa a forma de cristianismo (igreja ou denominação) não católico-romano ou ortodoxo oriental, firmado a partir da Reforma.

Os evangélicos destacam-se de outros cristãos pela ênfase na importância do “relacionamento pessoal com Jesus Cristo”, pela experiência de conversão (arrependimento, fé e vida diária no discipulado de Cristo), envolvendo oração, leitura da Bíblia e busca da ajuda de Deus para imitar o Salvador.


NEM TUDO É O QUE PARECE

Nem tudo que se rotula cristão é autenticamente cristão. É preciso destacar e articular as diferenças entre o Cristianismo da grande tradição em todas as suas variações e o cristianismo falsificado que promove um “evangelho” diferente que inclui destacados ensinos e doutrinas incompatíveis com o Evangelho de Jesus Cristo e a grande tradição cristã.

Para muitos , o que faz “sentir bem” e “proporciona conforto” passa a ser o critério principal pelo qual os cristãos decidem em que acreditar e como praticar sua espiritualidade. A igreja, nesse caso, torna-se um grupo de apoio em vez de ser portadora comunitária da tradição que valoriza a verdade.


Pesquisadores norte-americanos de opinião constataram que cerca de 22% dos americanos adultos acreditam em reencarnação, o que, necessariamente, inclui muitas pessoas que se consideram cristãs. Questionadas como conciliam a reencarnação com a doutrina cristã tradicional da ressurreição do corpo claramente ensinada no Novo Testamento e defendida pelos principais pais da igreja e reformadores, muitas dessas pessoas ficam confusas com a pergunta, ou seja, noções completamente incompatíveis são combinadas numa “sopa de espiritualidade experimental”. Isso não é diferente do que acontece no Brasil.

Por outro lado, muitos cristãos, graças a Deus, possuem mentes questionadoras e esperam aprender as doutrinas cristãs históricas em toda a sua unidade e diversidade, bem como ter liberdade para decidir por si próprios, sob a orientação de Deus, e em conjunto com uma comunidade de fé, em que devem crer.
Acabou aquele tempo (ainda bem) em que a maioria das pessoas aceitavam uma doutrina só porque era tradicional. Estamos em um novo tempo, no qual muitos cristãos desejam saber o que a fé cristã histórica diz a respeito de convicções sobre Deus e eles próprios, uma vez que há muitas interpretações no Cristianismo, e assim precisam saber como lidar com tudo isso.

De acordo com alguns sociólogos da religião, o Cristianismo, atualmente, corre o perigo de tornar-se uma “religião popular”.

As principais características de uma religião popular são:

• Ausência de reflexão sobre as implicações intelectuais de experiências de revelação e a incapacidade de integrar essas experiências com outras esferas da vida. Isso significa dizer o seguinte: o cabra não quer refletir, pensar, entender até que ponto uma revelação faz sentido. Ele limita-se a reproduzir como um papagaio religioso aquilo que ouviu dizer. Esse cara, muitas vezes, não tem uma experiência pessoal com Deus para compartilhar, então acaba citando experiências de outros. O sujeito é capaz de ler aquele texto lindo sobre o amor, na epístola aos Coríntios, dizer que entendeu, mas recusar-se a ajudar uma pessoa necessitada, ou seja, ele “entende”, mas não consegue praticar.

• Pessoas que tiveram experiências semelhantes e se reúnem em pequenas células. Essas criaturas tiveram sonhos, revelações ou experiências “sobrenaturais” comuns e resolvem que vão formar um novo grupo independente. A igreja de origem já não é legal, pois não alimentou o “devaneio”.

• Valorizam-se mais os sentimentos, a emoção do que o intelecto, e clichês e slogans de letras de músicas tomam o lugar de afirmações doutrinais coerentes e elaboradas. Posso dizer com segurança que o conhecimento da maioria de nosso povo vem de ouvir sermões e de letras de música. A desgraçada da teologia da prosperidade ocupa muitos louvores, que o nosso povo canta e acha o maior barato, muitos enfatizando o termo inimigo como sinônimo de pessoas praticantes de outras religiões ou simplesmente de não-evangélicos. Não é à toa que temos presenciado agressões a outros grupos religiosos.

• Preferem as experiências subjetivas. Isso tem acontecido em muitas igrejas, onde tudo se resolve a partir de supostas revelações e não com base na Bíblia.

CONCLUSÃO


Precisamos travar uma luta para que o Cristianismo não se torne uma religião popular, para que seus praticantes se disponham a pensar, que apliquem seu aprendizado bíblico no dia-a-dia, que façam parte de uma igreja local e não de um grupinho onde todos foram ao monte e viram um gravetinho pegando fogo, por exemplo; que baseiem o seu conhecimento principalmente na leitura da Bíblia, e não exclusivamente em sermões ou letras de música, que tenham experiências pessoais com Deus, mas que valorizem acima de tudo o culto racional recomendado no Novo Testamento. Agindo assim, viveremos o Cristianismo como uma filosofia de vida (também) e não como uma experiência egoísta, onde recebemos tudo do bom e do melhor em detrimento do sofrimento dos não-evangélicos, onde não podemos adoecer porque somos cristãos (que adoeçam os outros), onde a fé é provada através da riqueza e não da singeleza de coração. Dane-se a teologia da prosperidade. Ninguém merece esse breguete!

Galera, nós estamos misturando um monte de coisas com outro monte de coisas, estamos batendo essa mistura de coisas num liquidificador gigante, e o suco que está saindo dessa mistura, eu, particularmente, não estou reconhecendo como Cristianismo, estou com dificuldades de reconhecer o sabor, e isso me preocupa.

Que Deus nos proteja dessa mistureba sinistra. Que Deus nos livre e nos mantenha bem distante dessas unções malucas de lagartixas, de leões, de tantos outros bichos, de vômito e outras coisas nojentas, de cair no poder e de outras coisas esquisitas a serviço de um pseudo-cristianismo-consumista-imediatista-pós-moderno, cujo objetivo é alienar as pessoas. Na verdade, esse pseudo-cristianismo a que me refiro cumpre a mesma função social do funk: alienar pessoas, dizer para elas que pensar é bobagem.


LI LIÇÃO 03 - 18/10/09


RELIGIÕES, SEITAS E HERESIAS


RELIGIÃO – Crença na existência de forças ou entidades sobre-humanas responsáveis pela criação e ordenação do universo. Forma particular que essa crença assume a partir de cada uma das diversas doutrinas formuladas. Sistema organizado de crenças e práticas.


SEITA - doutrina ou sistema que diverge da opinião geral e é seguido por muitos; facção, partido.


HERESIA - é uma convicção errada que solapa gravemente uma dimensão crucial do próprio Evangelho e precisa ser negada e rejeitada. Uma heresia pode até provocar um racha, a criação de uma seita, mas também pode conviver disfarçadamente dentro do grupo religioso por muito tempo, como é o caso da teologia da prosperidade. Nos escritos de Paulo e de Pedro, por exemplo, é comum a preocupação desses companheiros com o surgimento de heresias dentro da própria igreja, como a turma que defendia que Cristo não veio em carne ou que não ressuscitou. A pior heresia não é aquela que vem de fora, mas aquela que surge dentro da própria comunidade.
DOUTRINA - é uma convicção religiosa relativamente complexa. Uma doutrina desenvolve-se a partir de convicções examinadas, ponderadas e afirmadas como verdadeiras formalmente pela comunidade organizada de crentes. Jamais pode ser baseada num único texto.

Ex.:” Creio na doutrina da Trindade.”

O credo apostólico começa assim: “Creio em Deus Pai Todo-poderoso, Criador do céu e da terra.” Assim, podemos dizer que a doutrina da Trindade foi desenvolvida pela igreja antiga, com base na Bíblia, para explicar e proteger as convicções professadas no credo apostólico.

DOGMA – é uma doutrina obrigatória que não pode ser questionada sem consequências graves. Por exemplo, é inviável que alguém se considere cristão e não aceite o dogma da ressurreição de Cristo.

ENTENDENDO MELHOR

Vamos tentar entender, na prática, todos esses conceitos extraídos de dicionários. É assim:
O Cristianismo é uma religião. Todos nós, cristãos (católicos, ortodoxos ou protestantes /evangélicos) acreditamos em um mesmo Deus, respeitadas as particularidades de cada grupo. O Cristianismo veio do Judaísmo, uma outra religião. Jesus era judeu e não cristão. Pois bem, Jesus ensinou coisas diferentes do judaísmo fundamentalista. Assim, os ensinamentos de Jesus, que era um judeu, acabou formando um novo grupo. Embora esse grupo se reunisse na sinagoga (local de culto e estudos dos judeus), seus ensinamentos eram diferentes dos ensinamentos do judaísmo. Pois bem, com o passar do tempo, os dois grupos não conseguiram mais conviver. Esse novo grupo, então, teve que sair da sinagoga e procurar outros locais para suas reuniões. Houve, então, um racha, uma divisão do Judaísmo. O novo grupo foi chamado de cristão (seguidor de Jesus Cristo). Então, naquele momento, o Cristianismo foi uma seita. “E pediu-lhes cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que se encontrasse alguns daquela seita, quer homens, quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém” (At 9:2). Muito bem: o Cristianismo alicerçou sua fé, estabeleceu suas crenças, construiu todo um conjunto de doutrinas a partir da Bíblia e dos ensinos dos pais da igreja (os fundadores). O tempo passou. Dentro do Cristianismo foram aparecendo diversas heresias disseminadas por diversas pessoas ou por diversos grupos. Em 1517, um padre chamado Martinho Lutero estava absolutamente insatisfeito com o rumo que a igreja cristã estava tomando. Ele propôs uma reforma. Essa reforma deu origem a Igreja Luterana. Estava criado então um novo grupo dentro da igreja.
Naquele momento, o Protestantismo era uma seita cristã, uma divisão de um grupo maior.

E aí? Está claro então a diferença entre uma religião e uma seita?

Não? Então vamos ver outro exemplo:

O Islamismo é uma religião criada em 610 d.C. , por Maomé. Essa religião solidificou-se no mundo árabe. Hoje, dentro dessa religião, existem vários grupos defendendo coisas diferentes, todavia mantendo a crença em Alá como algo comum. Esses grupos constituem as seitas islâmicas, como os xiitas, os sunitas e os talibães.

Outro exemplo: O Judaísmo é uma religião. Nos dias de Cristo, havia vários grupos dentro dessa religião, ou seja, várias seitas, sendo as principais, naquele momento, os fariseus e os saduceus.


AS DENOMINAÇÕES EVANGÉLICAS


Pois bem, já vimos que somos todos cristãos (católicos, ortodoxos e protestantes / evangélicos). As igrejas católicas habitualmente recebem o nome do seu santo padroeiro, como por exemplo, a igreja de São Judas Tadeu. As igrejas evangélicas tradicionais recebem um nome específico de acordo com as crenças e as práticas daquele grupo, como Igreja Batista, Assembléia de Deus e por aí vai. As igrejas neo-evangélicas independentes são aquelas que não fazem parte de uma rede, são únicas, como por exemplo: Igreja Pentecostal Deus de Maravilhas, e milhares de outras.


MIGRAÇÃO ENTRE RELIGIÕES

Boa parte do nosso povo evangélico teve alguma experiência em uma outra religião e um dia, alcançados pelo evangelho, converteram-se a Cristo, tornando-se membro de uma igreja evangélica. Entendemos isso como um processo normal, mas nos escandalizamos quando alguém deixa uma igreja evangélica e torna-se católico ou praticante de algum culto afro-brasileiro, por exemplo. Por que será que isso acontece?


LIÇÃO 04 - 25/10/09


ISLAMISMO


“Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre. Todavia, o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas o que era da livre, por promessa... Mas, como então, aquele que era gerado segundo a carne perseguia o que era segundo o Espírito, assim é também agora”. (Gl 4:22, 23, 29)


O Islamismo é um sistema que envolve todos os aspectos da vida (religioso, político, social, jurídico e cultural). Seus adeptos são conhecidos como muçulmanos. Não existe a idéia que nós temos da separação entre a Igreja e o Estado. É a segunda religião do mundo em número de adeptos, estando à sua frente apenas o Cristianismo.

Nem todos os árabes são muçulmanos e nem todos os muçulmanos são árabes. Os árabes são descendentes de Ismael, filho de Abraão com a concubina egípcia Agar (Gn 6:15; 16:4-11; 21:8-13,18; 17:20.

Segundo os muçulmanos, o filho da promessa não foi Isaque, e sim Ismael, e Abraão ofereceu Ismael e não Isaque, no monte Moriá. Diferente disso, registra o apóstolo Paulo (Gl 4:28): “Mas nós, irmãos, somos filhos da promessa, como Isaque”.

Islamismo vem da palavra árabe islão, que significa submissão, uma referência a obediência a sua divindade Alá.

Transcrevo a seguir, para nossa análise, o resumo de um sermão proferido pelo cheikh Abdel Áti Hussein Abdel Rázik, traduzido pelo professor Samir El Hayek: 30.12.2004 – extraído do site http://www.alcorão.com.br/:


Entre o Cristianismo e o Islam


“Louvado seja Allah. Nós Lhe agradecemos e buscamos a sua ajuda e diretriz. Buscamos refúgio junto a Ele quanto aos malefícios das nossas almas e as maldades das nossas ações. Àquele a quem Allah encaminhar, ninguém o pode desviar, e quanto àquele a quem desviar, ninguém pode pô-lo no caminho certo. Presto testemunho de que não há outra divindade além de Allah, único, sem parceiros. Presto testemunho de que Mohammad é o seu servo e mensageiro.”

Caros muçulmanos:


“Allah descreveu a Jesus como servo de Allah e Seu mensageiro, dizendo: ‘O Messias, Jesus, filho de Maria, foi tão somente um mensageiro de Allah e o Seu Verbo, que Ele enviou a Maria, e um Espírito d’Ele’ (4:171. Vemos também que a divinização de Jesus é uma blasfêmia manifesta. Allah diz: ‘São blasfemos aqueles que dizem: Allah é o Messias, filho de Maria’ (5:17). No Evangelho de São Mateus, 12:29-30, temos: ‘Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus, é o Único Senhor! Amarás, pois o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força.’ O Alcorão Sagrado confirma a crença de Jesus em Allah e o seu apelo a seu povo ao dizer: Ó israelitas, adorai a Allah, Que é o meu Senhor e vosso’ (5:72). Em Mateus 4:10, lemos: ‘Ao senhor, teu Deus, adorarás, e só a Ele darás culto.”

De acordo com o que lemos acima, concluímos que Jesus é um profeta puro e casto, a exemplo de todos os outros profetas. Porém, apesar de tudo, ele é humano. O Alcorão nos diz: ‘O exemplo de Jesus, ante Allah, é idêntico ao de Adão, que Ele criou do pó; então lhe disse: Seja! E foi” (3:59)
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Apesar disso, alguns ensinamentos cristãos parecem, às vezes, muito rigorosos. Dizem que Jesus disse: ‘Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; e ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas.’ (Mateus 5:39-41). Entende-se disso que Jesus disse isso para mudar o espírito de rigor com que o seu povo ficou conhecido. Porém, isso não pode ser considerado uma lei moral em todas as circunstâncias. O Islã proclama a aplicação da lei contra o mal, onde ele se manifestar.

O Islã e o Cristianismo acreditam que Jesus anunciou a vinda de Mohammad, no Alcorão: ‘... e o anúncio de um Mensageiro que virá depois de mim, cujo nome será Ahmad!’ (61:6), e no Evangelho, disse: ‘Quer credes em mim quer não, virá o paráclito’, ou seja, Mohammad.

Assim, concluímos que os muçulmanos crêem em Jesus como um dos profetas de Allah, respeitam-no da mesma forma que respeitam o profeta Mohammad, porque não fazem distinção entre nenhum dos mensageiros de Allah. Por isso, os cristãos devem também crer na mensagem do Islã e no Profeta Mohammad. Quem não fizer isso, sua crença estará defeituosa.”


FONTE DE AUTORIDADE / REGRA DE FÉ


Os muçulmanos creem que a Bíblia não é o texto original da Lei, dos Salmos e dos Evangelhos. Sustentam que judeus e cristãos corromperam e mudaram o original, acrescentando os ensinos sobre a divindade de Jesus e sua filiação divina, o conceito de Trindade, a crucificação e a doutrina da expiação.

O livro sagrado para os muçulmanos é o Alcorão (quran = recitação + o artigo Al). Segundo a tradição islâmica, Alá, através do anjo Gabriel, recitou para Maomé, ao longo de 23 anos, o conteúdo de uma tábua conservada no céu.

O Alcorão é constituído de 114 capítulos (suras), organizado de forma que os capítulos vão diminuindo de tamanho à medida que vai avançando.

Maomé tinha pouca familiaridade com a Bíblia, por isso há problemas históricos e teológicos no Alcorão. Ele se utilizou de várias fontes: Velho Testamento, apócrifos, o Talmude e muitas lendas orientais. Numerosos relatos bíblicos são recontados no Alcorão. A sura 5 relata o assassinato de Abel, misturando com lendas talmúdicas, quando afirma que um corvo desenterrou o seu cadáver.


TEOLOGIA MUÇULMANA

Segundo Maomé, existiu um profeta para cada época, começando por Adão e terminando nele. A tradição islâmica diz que existiram 120 mil profetas e que para cada um deles foi dado um livro sagrado. Todos se perderam, exceto três: o da Lei, dado a Moisés; o dos Salmos, dado a Davi e os Evangelhos, dado a Jesus. Dessa forma, Jesus seria apenas mais um profeta.

Maomé é considerado o “Selo dos Profetas”, o último e o maior deles.

Os muçulmanos creem que Deus criou todos os anjos e que a maioria deles são maus e são chamados “ginn”, de onde vem a palavra “gênio”. Miguel é considerado o anjo-patrono dos judeus e Gabriel seria o anjo que trouxe o Alcorão. Cada ser humano tem dois anjos-ombros: um escrevendo suas boas obras, e outro, as más. Satanás (Iblis ou Shitan) foi desobediente.

A salvação é pelas obras. As obras de todas as pessoas serão pesadas numa balança. Se as boas superarem as más, tal pessoa irá para o paraíso. Os mártires irão todos para o paraíso. O conceito de paraíso é bem sensual. O inferno é para os não-muçulmanos. Muitos muçulmanos aceitam a existência do purgatório numa boa.

ALÁ ou JEOVÁ

Um argumento que reforça a ideia de que se trata de divindades diferentes é o fato de o Deus da Bíblia ser uma trindade, o que não acontece com Alá. Declaram que Alá é uno, e não tem companheiros nem ninguém que lhe seja igual. Reconhecem Jesus como um profeta abaixo de Maomé, não como filho de Deus: “Por que Deus teria tomado a si um filho? Exaltado seja! Quando decreta algo, basta-lhe dizer: ‘sê!’ para que seja.” (Alcorão 19:35). Também não aceitam a morte de Cristo como meio de salvar a humanidade, aliás, nem mesmo aceitam que tenha morrido crucificado. Alguns muçulmanos chegam a ensinar que Jesus foi pregado na cruz sim, mas não morreu lá. Então realmente não foi crucificado. Ele desmaiou, foi retirado naquele estado e recuperou-se no túmulo com a ajuda das mulheres. “...e por terem dito: matamos o messias, Jesus, o filho de Maria, o mensageiro de Deus, quando, na realidade, não o mataram nem o crucificaram; imaginaram apenas tê-lo feito. E aqueles que disputam sobre ele estão na dúvida acerca de sua morte, pois não possuem conhecimento certo, mas apenas conjecturas. Certamente, não o mataram.” (Alcorão 4:157)



LIÇÃO 05  - 1º/11/09


JUDAÍSMO

Judaísmo é o nome dado à religião do povo judeu, a mais antiga das três principais religiões monoteístas (as outras duas são o Cristianismo e o Islamismo).

Surgido da religião mosaica, o judaísmo, apesar de suas ramificações, defende um conjunto de doutrinas que o distingue de outras religiões: a crença monoteísta em Jeová. Dentro da visão judaica do mundo, Deus é um criador ativo no universo e que influencia a sociedade humana, na qual o judeu é aquele que pertence a uma linhagem que tem um pacto eterno com este Deus.

Ao contrário do que possa parecer, um judeu (israelense) não precisa seguir necessariamente o judaísmo, ainda que o judaísmo só possa ser necessariamente praticado por judeus. Hoje o judaísmo é praticado por cerca de quinze milhões de pessoas em todo o mundo e não é uma religião de conversão. Alguns ramos do judaísmo defendem que no período messiânico todos os povos reconhecerão YHWH como único Deus e submeter-se-ão à Torá.

A hierarquia e os rituais de culto mosaico foram firmemente estabelecidos com a monarquia, quando foram elaboradas as regras do sacerdócio e estabelecidos os padrões do culto com a construção do Templo de Jerusalém. Este novo local de culto, substituto do antigo Tabernáculo portátil de Moisés, serviu como centro da religião judaica ,ainda que em meio a outros cultos estrangeiros.

O Cristianismo surgiu como uma ramificação messiânica do judaísmo, no século I d.C. Após o cisma que levou à separação entre judaísmo e cristianismo, o cristianismo desenvolveu-se separadamente, e também foi perseguido pelo Império romano. Com a adoção do cristianismo como religião do império, no século IV, a tendência a querer erradicar o paganismo e a visão do judaísmo como uma religião que teria desprezado Jesus Cristo, levou a um constante choque entre as duas religiões, onde a política de converter judeus à força levava à expulsão, espoliação e morte, caso não fosse aceita a conversão. Esta visão antijudaica era compartilhada tanto pelo catolicismo, quanto pelo Protestantismo.

Judaísmo e Cristianismo

Apesar do Cristianismo defender uma origem judaica, o judaísmo considera o cristianismo uma religião pagã. Apesar da existência de judeus convertidos ao Cristianismo e outras religiões, não existe nenhuma forma de judaísmo que aceite as doutrinas do Cristianismo, como a divindade de Jesus ou a crença em seu caráter messiânico. Algumas ramificações tentaram ver Jesus como um profeta ou um rabino famoso, mas hoje esta visão também é descartada pela maioria dos judeus.

Desde o Holocausto, deram-se muitos passos no sentido da reconciliação entre alguns grupos cristãos e o povo judeu.

Dentro do judaísmo, a doutrina do Messias é um assunto que pode variar de um grupo para outro. Historicamente, diversos personagens foram chamados de Messias, do hebraico ungido, que não assume o mesmo sentido habitual do cristianismo como um "ser salvador e digno de adoração" . Nem mesmo o conceito de Messias aparece na Torá, e por isso mesmo recebe interpretações diferentes de acordo com cada ramificação.

A maior parte dos judeus crê no Messias como um homem judeu, filho de um homem e de uma mulher (em algumas ramificações é considerado que viria da tribo de Yehudá e da descendência do rei David, uma herança do sentimento nacionalista que regulou a vida judaica pós-exílio), que reinará sobre Israel, reconstruirá a nação, fazendo com que todos os judeus retornem à Terra Santa, e unirá os povos em uma era de paz e prosperidade sob o domínio de YHWH.

Algumas ramificações judaicas (reformistas) creem no entanto que a era messiânica não envolva necessariamente uma pessoa, mas sim que se trate de um período de paz, prosperidade e justiça na humanidade. Dão, por isso, particular importância ao conceito de "tikkun olam", "reparar o mundo", ou seja, a prática de uma série de atos que conduzam a um mundo socialmente mais justo.

Monoteísmo

O príncipio básico do judaísmo é a unicidade absoluta de YHWH como Deus e criador, onipotente, onisciente, onipresente, que influencia todo o universo, e que não pode ser limitado de forma alguma. A afirmação da crença monoteísta manifesta-se na profissão de fé judaica conhecida como Shemá. Assim, qualquer tentativa de politeísmo é fortemente rechaçada pelo judaísmo, sendo proibido seguir ou oferecer prece à outro que não seja YHWH.

A Revelação

O judaísmo defende uma relação especial entre Deus e o povo judeu manifesta através de uma revelação contínua de geração a geração. O judaísmo crê que a Torá é a revelação eterna dada por Deus aos judeus. Os judeus rabinitas e caraítas também aceitam que homens através da história judaica foram inspirados pela profecia.

Conceitos de vida e morte

O entendimento dos conceitos de corpo, alma e espírito no judaísmo varia conforme as épocas e as diversas seitas judaicas. O Tanach (conjunto das sagradas escrituras judaicas) não faz uma distinção teológica destes, usando o termo que geralmente é traduzido como alma (néfesh) para se referir à vida e o termo geralmente traduzido como espírito (ruakh) para se referir à fôlego. Deste modo, as interpretações dos diversos grupos são muitas vezes conflitantes, e muitos estudiosos preferem não discorrer sobre o tema.

Ressurreição e a vida além-morte

O Tanach, excetuando alguns pontos poéticos e controversos, jamais faz referência a uma vida além da morte, nem a um céu ou inferno, pelo que os saduceus posteriormente rejeitavam estas doutrinas. Porém após o exílio em Babilônia, os judeus assimilaram as doutrinas da imortalidade da alma, da ressurreição e do juízo final, e constituíam em importante ensino por parte dos fariseus.
Nas atuais correntes do judaísmo, as afirmações sobre o que acontece após a morte são postulados e não afirmações, e varia-se a interpretação dada ao que ocorre na morte e se existe ou não ressurreição. A maioria das correntes crê em uma ressurreição no mundo vindouro, incluindo os caraítas, enquanto outra parcela do judaísmo crê na reencarnação, e o sentido do que seja ressurreição ou reencarnação varia de acordo com a ramificação.

Quem é considerado judeu

A lei judaica considera judeu todo aquele que nasceu de mãe judia ou se converteu. Algumas ramificações como o Reformismo e o Reconstrucionismo aceitam também a linhagem patrilinear, desde que o filho tenha sido criado e educado em meio judaico.

Um judeu que deixe de praticar o judaísmo e se transforme num judeu não-praticante continua a ser considerado judeu. Um judeu que não aceite os princípios de fé judaicos e se torne agnóstico ou ateu também continua a ser considerado judeu.

No entanto, se um judeu se converte a outra religião, como o budismo ou o cristianismo, ou ainda, que se afirme judeu messiânico (ramificação protestante que defende Jesus como o messias para os judeus) perde o lugar como membro da comunidade judaica tradicional e transforma-se num apóstata. Segundo a tradição, a sua família e amigos tomam luto por ele, pois para um judeu abandonar a religião é como se morresse (nem sempre isto ocorre, mas a pessoa é tida como alguém não pertencente à comunidade) Esta pessoa, caso pretenda retornar ao judaísmo, não precisa se converter, de acordo com a maior parte das autoridades em lei judaica.

As pessoas que desejam se converter ao judaísmo devem aderir aos príncipios e tradições judaicas. Os homens têm de passar pelo ritual do brit milá (circuncisão). Qualquer converso tem de passar ainda pelo ritual da mikvá ou banho ritual. Os judeus ortodoxos reconhecem apenas conversões feitas por seus tribunais rabínicos, seja em Israel ou em outros locais. As comunidades reformistas e liberais também exigem a adesão aos princípios e tradições judaicos, o brit milá e a mikvá, de acordo com os critérios estipulados em cada movimento.


LIÇÃO 06 -  08/11/09


BUDISMO

O Budismo é uma filosofia de vida baseada integralmente nos profundos ensinamentos do Buda para todos os seres, que revela a verdadeira face da vida e do universo.

Quando pregava, o Buda não pretendia converter as pessoas, mas iluminá-las. É uma religião de sabedoria, onde conhecimento e inteligência predominam. O Budismo trouxe paz interior, felicidade e harmonia a milhões de pessoas durante sua longa história de mais de 2.500 anos.

O Buda

O Budismo foi fundado na Índia, no séc. VI a.C., pelo Buda Shakyamuni. O Buda Shakyamuni nasceu ao norte da Índia (atualmente Nepal) como um rico príncipe chamado Sidarta. Aos 29 anos de idade, ele teve quatro visões que transformaram sua vida. Compreendendo a insignificância dos prazeres sensuais, ele deixou sua família e toda sua fortuna em busca de verdade e paz eterna. Sua busca pela paz era mais por compaixão pelo sofrimento alheio do que pelo seu próprio, já que não havia tido tal experiência. Ele não abandonou sua vida mundana na velhice, mas no alvorecer de sua maturidade; não na pobreza, mas em plena fartura.

A fundação do budismo

O Buda não era um deus. Ele foi um ser humano que alcançou a iluminação por meio de sua própria prática. De maneira a compartilhar os benefícios de seu despertar, o Buda viajou por toda a Índia com seus discípulos, ensinando e divulgando seus princípios às pessoas, por mais de 45 anos, até sua morte, aos 80 anos de idade. De fato, ele era a própria encarnação de todas as virtudes que pregava, traduzindo em ações, suas palavras.


Nirvana

Através da prática diligente, do proporcionar compaixão e bondade amorosa a todos os seres vivos, do condicionamento da mente para evitar apegos e eliminar karma negativo, os budistas acreditam que finalmente alcançarão a iluminação. Quando isso ocorre, eles são capazes de sair do ciclo de morte e renascimento e ascender ao estado de nirvana. O nirvana não é um local físico, mas um estado de consciência suprema de perfeita felicidade e liberação. É o fim de todo retorno à reencarnação e seu compromisso com o sofrimento.

O conceito de sofrimento

O Buda Shakyamuni ensinou que uma grande parcela do sofrimento em nossas vidas é auto-infligido, oriundo de nossos pensamentos e comportamento, os quais são influenciados pelas habilidades de nossos seis sentidos. Nossos desejos – por dinheiro, poder, fama e bens materiais – e nossas emoções – tais como, raiva, rancor e ciúme – são fontes de sofrimento causado por apego a essas sensações. Nossa sociedade tem enfatizado consideravelmente beleza física, riqueza material e status. Nossa obsessão com as aparências e com o que as outras pessoas pensam a nosso respeito são também fontes de sofrimento.

As Quatro Nobres Verdades são:

1. A Verdade do Sofrimento.

A vida está sujeita a todos os tipos de sofrimento, sendo os mais básicos: nascimento, envelhecimento, doença e morte. Ninguém está isento deles.

2. A Verdade da Causa do Sofrimento.

A ignorância leva ao desejo e à ganância, que, inevitavelmente, resultam em sofrimento. A ganância produz renascimento, acompanhado de apego passional durante a vida, e é a ganância por prazer, fama ou posses materiais que causam grande insatisfação com a vida.


3. A Verdade da Cessação do Sofrimento.

A cessação do sofrimento advém da eliminação total da ignorância, e do desapego à ganância e aos desejos, alcançando um estado de suprema bem-aventurança ou nirvana, onde todos os sofrimentos são extintos.

4. O Caminho que leva à Cessação do Sofrimento.

O caminho que leva à cessação do sofrimento é o Nobre Caminho Óctuplo.

O Nobre Caminho Óctuplo consiste de:

Compreensão Correta. Conhecer as Quatro Nobres Verdades de maneira a entender as coisas como elas realmente são.

Pensamento Correto. Desenvolver as nobres qualidades da bondade amorosa e da aversão a prejudicar os outros.

Palavra Correta. Abster-se de mentir, falar em vão, usar palavras ásperas ou caluniosas.

Ação Correta. Abster-se de matar, roubar e ter conduta sexual indevida.

Meio de Vida Correto. Evitar qualquer ocupação que prejudique os demais, tais como tráfico de drogas ou matança de animais.

Esforço Correto. Praticar auto-disciplina para obter o controle da mente, de maneira a evitar estados de mente maléficos e desenvolver estados de mente sãos.

Plena Atenção Correta. Desenvolver completa consciência de todas as ações do corpo, fala e mente para evitar atos insanos.
Concentração Correta. Obter serenidade mental e sabedoria para compreender o significado integral das Quatro Nobres Verdades.

Qual é a visão budista sobre: Aborto, perdão, casamento,doença, Jesus Cristo?

Aborto: Somos contra. Também somos contra condenar de modo religioso quem cometeu. O budismo prega à consciência. Devemos rezar para que as pessoas tenham consciência da importância da vida e que sejam responsáveis pelos seus atos. Oramos por todos falecidos abortados e suas respectivas mães, que não encontram orientação adequada para superarem a dificuldade de conviver com este peso.

Perdão: Cada um deve fazer por merecer. Eliminar o carma negativo corresponderá ao perdão que concederá a si mesmo. Podemos até perdoar, mas isso não eliminaria a causa negativa que foi gerada. Assim, como foi gerada, também pode e deve ser eliminada.

Casamento: Importante para se fortalecer pelos laços familiares. Ao ser humano é impossível viver de modo isolado.

Doença: Conseqüência de disfunção física que naturalmente ocorre quando vivemos fisicamente. Um dos quatro inevitáveis sofrimentos da vida. Porém, com muitos cuidados e força de fé, podemos superá-la e até mesmo aprender com ela.

Jesus Cristo: Após receber a mensagem divina no momento do batismo e ter assumido o compromisso de expansão, tornou-se o precursor do Cristianismo. Já no segundo ano de peregrinação foi crucificado por judeus politicamente fortes que eram contra as suas pregações. A afirmação que fez sobre a sua morte ter eliminado os pecados de todos os seres é contraditória a doutrina budista primordial, que prega a extinção do carma negativo por parte da ação de fé de cada um. É também contraditória a realidade que vemos, ou seja, a partir da Lei da causa e do efeito, ninguém pode pagar pelo mal que outrem cometeu, ou receber pelo bem que outrem realizou. Cada um deve desenvolver em si e em outrem a consciência do esforço incondicional em praticar o bem e eliminar o mal.


LIÇÃO 07 - 15/11/09

TESTEMUNHAS DE JEOVÁ

As Testemunhas de Jeová iniciaram suas atividades nos tempos modernos por meio de Charles Taze Russell (1852-1916), a partir da década de 70 do Século XIX. Russell e alguns amigos formaram um pequeno grupo de estudo não sectário da Bíblia, na Pensilvânia, nos Estados Unidos. Com o fim de publicar as suas idéias sobre o que considerava ser a verdade bíblica em contraste com erros doutrinais que atribuía a outras denominações religiosas, Russell começou a publicar A Sentinela, que se assume como a mais distribuída revista religiosa do mundo , bem como a mais traduzida revista de qualquer gênero. As pessoas que recebiam a revista começaram a reunir-se em grupos para estudo da Bíblia. Assim, acabaram por tornar-se conhecidos por Estudantes da Bíblia ou, quando A Sentinela começou a ser traduzida em outras línguas, Estudantes Internacionais da Bíblia.

Hoje, as Testemunhas de Jeová constituem um grupo mundial de milhões de membros, agrupados em células locais designadas por Congregações, unidas sob uma estrutura mundial que coordena todas as suas atividades. Apesar de possuírem o que chamam de organização e nela existirem homens que assumem responsabilidades locais ou mais abrangentes, as Testemunhas não formam distinção entre clero e leigos, tal como acontece com muitas denominações religiosas. Os seus responsáveis não possuem títulos honoríficos, não usam vestimenta ou símbolos distintivos, não se lhes impõe o celibato, não são assalariados e espera-se que sejam os primeiros a dar o exemplo de boa conduta e moral aos restantes membros da congregação.

Preocupam-se também em divulgar os seus ensinos, por publicarem milhares de milhões de páginas de informação em várias centenas de línguas, sem esquecer os que têm necessidades especiais, tal como os surdos ou cegos. Aos interessados oferecem estudos domiciliares e gratuitos da Bíblia tentando depois trazê-los até os seus centros de reunião, conhecidos por Salões do Reino. As suas reuniões e congressos, bem como a realização de cerimônias como casamentos e funerais, são sempre realizadas gratuitamente e nunca fazem coletas, nem se cobram dízimos. Aceitam contribuições voluntárias e anônimas para o financiamento da sua obra e dos seus locais de reunião. Mantêm ainda extensos programas de educação e de serviço voluntário em várias frentes.

Para legitimar a escolha do nome usaram o texto bíblico de Isaías 43:10 que, conforme a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas , publicada pelas Testemunhas de Jeová cerca de vinte anos mais tarde, diz: "Vós sois as minhas testemunhas, sim, meu servo a quem escolhi, para que saibais e tenhais fé em mim, e para que entendais que eu sou o Mesmo. Antes de mim não foi formado nenhum Deus e depois de mim continuou a não haver nenhum." Afirmam que, desde o início, terá existido apenas uma religião verdadeira, constituída por aqueles que a Bíblia menciona como fazendo a vontade de Jeová, e que todas as outras formas de adoração podem ser englobadas num império mundial de religiões falsas.

Fundamentação das suas doutrinas

A única autoridade reconhecida pelas Testemunhas de Jeová em termos teológicos é a Bíblia. Usam frequentemente a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, publicada pela Sociedade Torre de Vigia, embora usem diversas outras traduções da Bíblia.

A interpretação do texto bíblico é feita segundo o entendimento aprovado pelo Corpo Governante das Testemunhas de Jeová e publicado pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados. Confiam no seu Corpo Governante como "porta-voz" de Jeová Deus, para fornecer ensino e entendimento bíblico no tempo apropriado. Este Corpo Governante é composto de anciãos, procedentes de vários países, e usa como base a sede mundial das Testemunhas de Jeová. Afirmam que este órgão central de homens mais experientes está sob a liderança de Jesus Cristo, promovendo e coordenando a obra das Testemunhas de Jeová em mais de cem mil congregações nos 236 países onde se encontram.


DIVULGAÇÃO

Hoje possuem um dos maiores parques gráficos do mundo, com capacidade para imprimir centenas de milhões de exemplares de publicações a cada ano, sendo que algumas das suas edições estão entre as mais distribuídas mundialmente. Apenas nos últimos 30 anos do Século XX, imprimiram-se mais de vinte bilhões de livros, folhetos, brochuras e revistas. Os títulos publicados são traduzidos individualmente em dezenas ou mesmo centenas de idiomas e apresentados em versões diferentes, tal como edições com caracteres de grandes dimensões ou em braille para os que possuem deficiências visuais, DVD's com língua de sinais, gravações áudio cassete e mp3, entre outros.

Modo de vida

As Testemunhas de Jeová encaram a sua religião como um modo de vida, sendo que todos os outros interesses, incluindo o emprego e a família, giram em torno da adoração exclusiva que prestam a Jeová, o seu Deus. Assim, não importam o que façam, incluindo a seleção de diversão ou de vestuário, de carreira na escola ou na profissão ou mesmo a escolha de cônjuge, o comportamento e interação com a comunidade, nos negócios ou em lazer, tudo isso é influenciado pela decisão que tomaram de dedicar a sua vida incondicionalmente a Jeová. A Bíblia é encarada como um manual de aplicação prática e obrigatória em todos os campos da vida.

1 Coríntios 10:31 - "Portanto, quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei todas as coisas para a glória de Deus." (NM)

Afirmado-se cristãs, observam o exemplo de Jesus procurando imitá-lo, conforme a seguinte instrução:

1 Pedro 2:21 - "Fostes chamados para este proceder, porque até mesmo Cristo sofreu por vós, deixando-vos um modelo para seguirdes de perto os seus passos."


Conceito sobre outras religiões

As Testemunhas de Jeová creem praticar a religião verdadeira (ou seja, o primitivo Cristianismo), e por fazer isso, serão salvas como grupo, o que não significa que toda Testemunha individual seja salva. Ensinam que, para alguém poder ser salvo, a pessoa tem de obter conhecimento sobre a vontade de Deus (João 17:3), conforme expressa na Bíblia, e pôr em prática aquilo que aprende, mantendo a sua integridade até o fim (Mateus 24:13).

Já por muitos anos, as suas publicações têm expresso a opinião que todas as outras religiões são falsas, particularmente as religiões da cristandade, ou seja, aquelas que professam ser cristãs. A todas as religiões acusam de permissividade moral, envolvimento na política e nos conflitos mundiais, divulgação de ensinos que consideram pagãos e antibíblicos, ostentação material, conduta imprópria ou destaque pessoal dos seus líderes e que, por essas razões, todas elas serão destruídas. Creem que isso acontecerá às mãos dos governos políticos do mundo que abolirão a religião e que, sem se aperceberem, apenas estarão a executar o julgamento de Deus: "Sentimos interesse bondoso e amoroso pelas pessoas de todas as religiões, mas quando as crenças e práticas religiosas delas são falsas e merecem a desaprovação de Deus, trazer isto à atenção delas, por expor a falsidade, significa mostrar amor a elas. Jesus mostrou claramente o erro das práticas religiosas dos escribas e fariseus de seus dias, dizendo que a religião deles era vã."

Ao longo da sua história, as suas crenças, doutrinas e práticas religiosas têm sido, amiúde, alvo de algumas controvérsias. Especialmente visadas têm sido as suas doutrinas sobre a vinda iminente de um Armagedom mundial, o seu trabalho intenso de proselitismo, a sua neutralidade e distanciamento quanto a tradições seculares ou assuntos políticos, a prática da excomunhão ou desassociação de membros, a rejeição do uso de sangue na alimentação e na medicina, entre outras temáticas.



LIÇÃO 08 -  22/11/09

SEICHO-NO-IÊ


Histórico

O movimento Seicho-no-iê foi iniciado por Taniguchi Masaharu, nascido a 22 de novembro de 1893, no Japão. Devido à pobreza de seu lar, foi educado por seu tio, de maneira severa. Seu temperamento era retraído e entregava-se à leitura com avidez. Começou a sentir desgosto pela vida e a maldizer a sociedade. Já adulto, teve vários casos de amor, a tal ponto que sua consciência dolorida não o deixava dormir. Contraíra doenças venéreas e pensava tê-las transmitido a uma menina, sobrinha de um chefe seu. Somente sua auto-sugestão de que não existia doença o tranquilizou, curando-o da insânia e aliviando sua consciência por um período de tempo. Depois de terminar a escola secundária, apesar da oposição de seus pais adotivos, inscreveu-se na Faculdade de Literatura Inglesa da Universidade Waseda, em Tóquio. Alimentava, então, idéias pessimistas sobre a vida, e procurava uma explicação lógica do mundo e do homem. Taniguchi entregou-se ao estudo teórico e prático das ciências psíquicas que exerciam atração sobre ele e nas quais depositava a confiança de que poderiam salvar espiritualmente o homem e a sociedade.

Quando a Primeira Guerra Mundial estava no auge, imperava no Japão uma literatura moralizante, espiritualista e nacionalista. Taniguchi dedicou-se novamente à leitura e descobriu uma sutra budista (daizokio), tirando dela o ensinamento fundamental: "Não existe matéria, como não existem doenças: quem criou tudo isso foi o coração... Segue-se disso que a doença pode ser curada com o coração..." Este conceito tornou.se fundamental no Seicho-no-iê.

Tendo início em 1930, como simples movimento filosófico psicológico e cultural para propagar certas verdades, o Seicho-no-iê foi adquirindo aos poucos a conotação de religião. Na década de 1940, o movimento foi registrado como religião junto ao governo japonês. É a mais eclética de todas as novas religiões.

É uma miscelânea das grandes religiões tradicionais, como o Cristianismo, o xintoísmo e o budismo, com psicologia, filosofia, medicina e literatura modernas. Os adeptos são até aconselhados a praticá-lo continuando em suas religiões de origem. O "Kanro no hou" é utilizado como oração e como amuleto.

O emblema central do grupo Seicho-no-iê é formado pelo sol, dentro do qual se vê a lua, a cruz suástica, demonstrando a síntese que realizou das grandes religiões. Seicho-no-iê significa abrigo, casa, lar do crescimento, da plenitude da vida, amor, sabedoria, abundância e todos os demais bens em grau infinito. Em 1949, o professor Hardmann foi aos Estados Unidos e pediu que Taniguchi Masaharu pudesse desenvolver livremente a sua atividade. A petição estava assinada por americanos de origem japonesa. Taniguchi continua sendo a alma do movimento. Em 1963 empreendeu sua primeira viagem de conferências pelo mundo, visitando o Canadá, Estados Unidos, México, Peru, Brasil, Inglaterra, Alemanha, Suécia, Suíça, França e Itália. Nos Estados Unidos recebeu o título de Doutor em Filosofia do Religious Science Institute.

Seicho-no-iê no Brasil

Chegou ao Brasil em 1930, com os imigrantes japoneses. Somente depois de 1951 começou a tomar maior impulso, porque suas obras começaram a ser publicadas em português. A sede está na capital paulista desde 1955; há uma Academia em Ibiúna, onde os fiéis se reúnem para o exercício de desenvolvimento espiritual.

No dia l0 de agosto de 1952, autorizada pela Sede Internacional da Seicho-no-iê, no Japão, foi instituída a Sociedade Religiosa Seicho-no-iê no Brasil, hoje Igreja Seicho-no-iê. Está espalhada principalmente pelos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Goiás, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco.


DOUTRINAS E REFUTAÇÃO


1. O Mal - A Seicho-no-iê é uma das cento e trinta novas religiões do Japão, e sua doutrina resume-se em três principais proposições: 1) A matéria não tem existência real; só existe a realidade espiritual; 2) O mal não existe; é pura ilusão da mente humana; 3) O pecado também não existe; é mera ilusão. "Os males não têm existência real; nada mais são que simples sombra de imaginação." "O mal, a infelicidade, a doença, a depressão econômica, apagam-se quando são firmemente negados, porque eles nada mais são do que ilusões falsamente criadas pela mente." "Os sofrimentos nada mais são do que projeções da nossa mente em ilusão" (Convite à Prosperidade, p. 16, 27 e 71). A saída para evitar o mal é meditar sobre a verdadeira realidade, que é perfeita; o espírito pode dominar o material e mudá-lo. Não só Taniguchi, mas qualquer pessoa é potencialmente Buda e Jesus.

Se o mal é realmente uma ilusão, como explicar os terríveis acontecimentos à nossa volta? Deus é bom. Será ele responsável pelo mal que acontece no mundo? Além da realidade demonstrar que existe o mal, a doutrina da Seicho-no-iê é antibíblica. Desde o princípio da criação, o bem e o mal estão presentes (Gen. 2:9). Jesus ensinou esse princípio quando contou a parábola dos lavradores maus; ela nos mostra que o mal está dentro do coração do homem. O mal é uma oposição deliberada contra Deus: é seguir nosso próprio caminho sem tomar conhecimento de que somos filhos de Deus. Paulo nos ensina que a nossa luta neste mundo é contra o mal, que quer dominar nossa vida (Rom. 7:15-25; II Cor. 5:1-l0; Ef. 6:12; 1Cor. 15:50). Malaquias profetizou que há um julgamento para os que praticam o mal (Mal. 3). Os outros profetas também falaram contra o mal. João Batista pregou que o machado está posto sobre os que praticam o mal (Mat. 3 : l0). "Dizer que o mal é uma ilusão é contradizer não somente a Bíblia, que é a Palavra de Deus, mas também ignorar a experiência diária da vivência dos homens em sociedade.''


2. O Pecado - Na revista Acendedor, nº 75, p. 36, há o artigo "O Pecado Não Existe", de autoria de Taniguchi.

3. Doenças - As doenças não existem; a dor não é real, porque a matéria não tem existência real. As formas físicas, materiais, não passam de sombras da luz celeste a refletir-se sobre a terra. Tudo o que acontece no mundo material é reflexo da mente. "O como carnal não sente dores porque não é matéria" (Acendedor, n.° l10, p. 7). "Como Deus não criou a doença, a doença não existe." "De agora em diante não existirá mais nenhum sofrimento, nenhuma tristeza, nenhuma decepção e nenhum desapontamento" (Convite à Prosperidade, p. l6).

A Seicho-no-iê ensina que os seguidores precisam controlar suas mentes. O homem deve procurar sua própria felicidade, mentalizando-a.


A própria ciência já fez descobertas extraordinárias: Não somente o homem e os animais sentem dor, mas também as plantas. A Seicho-no-iê prega que "se por acaso a vida apresenta um estado de imperfeição, está doente, significa que você não está contemplando mentalmente a vida de Deus que habita em seu íntimo" (Convite à Prosperidade, p. 53).

Nos capítulos11 e 12 de II Coríntios, Paulo descreve o seu sofrimento por amor a Cristo: açoitado pelos judeus; apedrejado; naufragou; em perigo; sentiu dores. Pediu ao Senhor que o livrasse do espinho na carne (sofrimento), mas Deus lhe respondeu: "A minha graça te basta" (II Cor. 12:9). A experiência de Paulo, de Jó e de outros servos de Deus mostra claramente que as doenças não são uma ilusão da mente da pessoa e sim uma realidade. O próprio Jesus Cristo sentiu a dor e o sofrimento em sua carne e pediu que Deus passasse dele esse cálice.


4. O Homem - Para a Seicho-no-iê, todos os homens são filhos de Deus: os ladrões, os assassinos, os terroristas. O homem é bom. Sem o homem Deus não pode manifestar-se. O homem é puro e perfeito. Como filho de Deus o homem também é Deus. O homem se eleva à condição de Deus pela libertação da consciência do pecado. Não existe matéria, nem carne, nem corpo.

Cristo chamou os fariseus de sua época de filhos do Diabo (João 8:44). Paulo falou em filhos de Deus e filhos do Diabo (At. 13:10). Somente é filho de Deus aquele que recebe a Cristo pela fé (João 1:11, 12). O homem está se destruindo; está destruindo o mundo que o rodeia; está destruindo os animais... então não somos tão bons assim.


5. Deus - A Seicho-no-iê criticam o Pai Nosso. Diz que os cristãos têm por anos e mais anos repetido o Pai Nosso: "...seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu", mas tal não se realiza porque o céu não está acima das nuvens nem no mundo das três dimensões; o céu está no íntimo transcendental, aqui e agora (Convite à Prosperidade, p 17)_ o que se deve é mentalizar o céu para que seja encontrado pelas pessoas.

Na literatura da Seicho-no-iê não se tem uma noção clara sobre Deus. Ele é panteísta, uma vez que se encontra em cada pessoa, em cada coisa deste mundo.


LIÇÃO 09 - 29/11/09

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias - Os Mórmons


BREVE HISTÓRICO

Os Mórmons dividem-se em dois grupos principais: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos do Último Dia e a Igreja Reorganizada de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

Joseph Smith, profeta dos mórmons, nasceu em 23 de dezembro de 105, nos Estados Unidos. Sua chamada ocorreu em 1820, quando recebeu uma visão maravilhosa, na qual Deus Pai e Deus Filho se materializaram e conversaram com ele, experiência narrada detalhadamente em seu livro A Pérola de Grande Valor. Os dois personagens (Pai e Filho) expressaram uma opinião bastante negativa sobre a igreja cristã e anunciaram-lhe que era preciso proceder, com urgência, a restauração do verdadeiro Cristianismo, e que ele, Joseph Smith Jr. fora escolhido para dar início a uma nova dispensação: "Vi uma coluna de luz acima de minha cabeça, mais brilhante do que o sol, que desceu gradualmente até cair sobre mim... Quando a luz pousou sobre mim, vi dois personagens, cujo esplendor e glória desafiam qualquer descrição, parados no ar, acima de mim. Um deles falou-me, chamando- -me pelo nome, e disse apontando para o outro: "Este é meu Filho Amado. Ouve-o!"

Somente em 1823, ocasião em que o anjo Moroni apareceu ao lado de sua cama, provocando nele um forte tremor, Smith começou a falar das fabulosas placas de ouro, recebidas por ele somente em 1827, graças a revelação do anjo, e que se tornariam, posteriormente, O Livro de Mórmon.

O anjo Moroni, segundo Smith, teria sido o filho glorificado de um homem chamado Mórmom.

Os Mórmons são um grupo aparentemente simpático; lançaram mão do termo cristãos, andam bem trajados, possuem um grande número de missionários pelo mundo inteiro, mas confundem a doutrina e jogam dúvidas sobre a integridade das igrejas evangélicas. Usam a Bíblia como ponto de partida, mas o "Livro de Mórmon" para eles tem a mesma autoridade e igual valor.


Data da Fundação : Em 6 de Abril de 1830, com o nome "A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias". A partir de 1843, quando passou a ensinar e a pregar a poligamia, surgiram muitas faccões.

A Morte de Joseph Smith : Aconteceu em 27 de Junho de 1844, após ele e seu irmão terem sidos seqüestrados e baleados por uma multidão. Antes de sua morte, uniu - se a 27 mulheres e teve 44 filhos. Teve muitas passagens pela polícia.
Base doutrinária
Base Principal : "O Livro de Mórmon". Contém 15 livros divididos em 39 capítulos e 6.553 versículos.

Sobre a Bíblia : Afirmam ser incompleta e que só tem valor associada a três de seus livros: "O Livro de Mórmon", "A Doutrina e Pactos", "Pérola e Grande Preço".

Sobre Deus Pai : Afirmam que tem corpo, como Jesus teve em sua encarnação.

Sobre Jesus Cristo : Afirmam que foi gerado pelo Espírito Santo e que era polígamo: Marta e Maria, irmãs de Lázaro, eram Suas esposas, e Maria Madalena era outra esposa. Em Caná da Galiléia, onde transformou água em vinho, realizou Seus casamentos.

Sobre a Igreja : Afirmam que todas as igrejas são desviadas. Eles são os únicos certos e Joseph Smith foi uma providência de Deus para restaurar a igreja.

Sobre o Casamento : Afirmam que o casamento durará pela eternidade desde que haja afinidade. Aceitam a poligamia e pregam o casamento espiritual. Para eles não há adultério quando há casamento, fidelidade e consentimento.

Mormonismo e Cristianismo

Os mórmons dirão que eles incluem a Bíblia na lista dos quatro livros que reconhecem como Escrituras, que sua crença em Jesus Cristo é parte central de sua fé, e que isto é indicado pelo seu nome oficial, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

Além disso, muitos cristãos têm escutado o Coral do Tabernáculo Mórmon cantar hinos cristãos, e ficam impressionados com a dedicação de muitos adeptos quanto às suas regras morais e sua forte estrutura familiar. Não seria, então, por isso, o mormonismo uma religião cristã?

Os mórmons e os cristãos evangélicos têm em comum importantes termos bíblicos e preceitos éticos. Contudo, os pontos já mencionados são alguns exemplos das múltiplas diferenças fundamentais e inconciliáveis entre o Cristianismo bíblico e o mormonismo. Embora tais diferenças não nos impeçam de termos amizade com mórmons, não podemos considerá-los irmãos em Cristo. A Bíblia nos adverte especificamente sobre falsos profetas que ensinariam "um outro evangelho", centrado em "um outro Jesus" e testemunhado por "um outro espírito" (2 Coríntios 11:4, 13-15; Gálatas 1:6-9). A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias afirma que seu Livro de Mórmon é "um outro testamento de Jesus Cristo".

A Apostasia e a reorganização da igreja

Os Apóstolos de Jesus Cristo foram rejeitados. Jesus enviou os apóstolos a todo o mundo para ensinar o evangelho e estabelecer sua Igreja. Por causa da iniqüidade do povo, os apóstolos e muitos dos membros fiéis foram mortos e o Senhor retirou da terra a autoridade do sacerdócio e sua Igreja. Já não existia na terra uma igreja guiada por revelação. Como os homens confiavam mais na sabedoria humana para compreender as escrituras, muitas verdades simples e puras se perderam. Como resultado, tem havido então grande desacordo e confusão no mundo com respeito as verdades do plano de Deus. Muitas idéias falsas dos homens tem sido ensinadas como verdades. Esse afastamento geral da verdade chama-se apostasia. (Leia2 Tessalonicenses 2:1-3).

A Morte espiritual é ficar separado de Deus

Esta separação da presença de Deus, por causa do pecado, é o que chamamos de morte espiritual. Por causa do pecado, não podemos voltar a habitar com Ele, a menos que antes sejamos perdoados e purificados. Como no caso da morte física, não podemos vencer esse obstáculo por nos próprios. Necessitamos da ajuda de Jesus Cristo. Somos perdoados quando aceitamos Cristo, arrependemo-nos e seguimos seus mandamentos. Desse modo somos purificados do pecado. Podemos nos tornar dignos de voltar a presença de Deus.

O Batismo é um Símbolo

O batismo por imersão é um símbolo da morte, do sepultamento e da ressurreição do Salvador Jesus Cristo. Também representa o fim do modo de vida anterior e o inicio de uma vida nova como discípulo de Cristo.

As Criancinhas não precisam de batismo

Como já dissemos, uma das razões de sermos batizados é para que Deus perdoe nossos pecados. As criancinhas não necessitam de ser batizadas porque não pecam. Elas são salvas pela expiação, ao de Jesus Cristo. (Leia Morôni 8:10-12).

Pecar é agir contra a Vontade de Deus

Nesse processo de escolha, fazemos certas coisas que estão contra a vontade de Deus. Ao agirmos conscientemente contra a vontade de Deus, estamos pecando. Durante nossa vida na terra todos nós pecamos. O pecado produz infelicidade nesta vida, porém existe algo pior do que isto: o pecado nos toma espiritualmente impuros, e nada impuro poderá habitar na presença de Deus.


LIÇÃO 10 - 06/12/09

O ESPIRITISMO KARDECISTA

Breve Histórico


O Espiritismo remonta aos tempos mais antigos da Humanidade. Dele tomamos conhecimento através dos escritos da Bíblia, como advertência dos profetas de Deus para que não nos envolvamos com esta prática, pois ela está em confronto com a Palavra de Deus. Os povos que adoravam a deuses estranhos e que não seguiam os ensinos dados por Deus eram usuários deste costume. Foi para que os adoradores do Verdadeiro Deus não se envolvessem com eles que Moisés falou (Dt 18:9 a 12):

"Quando entrares na terra que o SENHOR teu Deus te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações."

"Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro;"

"Nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos;"

"Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora de diante de ti."


O espiritismo é uma das crenças que mais cresce no mundo de hoje e está enraizada em quase todas as religiões. Em sua versão moderna, começou no século XIX, ou pouco antes. Houve um avivamento, um recrudescimento ou um ressurgimento, com um fato que aconteceu com certa família, nos Estados Unidos, em Nova Iorque, em 1848.

Esta família se chamava Fox. O casal tinha duas filhas: Margaret, de 14 anos, e Kate, de onze, que foram protagonistas de uns fatos que deram origem ao atual espiritismo.

Em meados de março de 1848, começaram a ouvir golpes nas portas e objetos que se moviam de um lugar para outro, sem auxílio de mãos, assustando as crianças. Às vezes, a vibração era tamanha que sacudia as camas. Finalmente, na noite de 21 de março de 1848, a jovem Kate desafiou o poder invisível e repetiu o barulho como um estalar de dedos. O desafio foi aceito e cada estalar de dedos era repetido, o que surpreendeu toda a família. Dessa forma se estabeleceu contato com o mundo invisível, e a notícia alastrou-se por outras cidades, admitindo-se que tais espíritos eram dos mortos.

Na França, a figura máxima que deu força ao espiritismo é conhecida pelo nome de Allan Kardec. Chamava-se Hippolyte Léon Denizard Rivail, nascido em Lyon, em 3 de outubro de 1804. Era formado em letras e ciências, doutorando-se em medicina. Estudou com Pestalozzi, de quem se tornou fiel discípulo e cujo sistema educacional ajudou a propagar.


O Conceito de Deus no Espiritismo

Sobre as qualidades de Deus, Allan Kardec define: "Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom". (O Livro dos Médiuns, cáp. I, 13)


A fim de explicar a existência de Deus, Allan Kardec se vale de argumentos clássicos do deísmo, de que "não há efeito sem causa". De acordo com o conceito deísta, Deus teria criado o universo e depois se retirado dele, deixando-o entregue à ação das leis físicas que, desde então, governam, como se o universo fosse um grande relógio.
No Capitulo II, item 19, de "A Gênese" (Allan Kardec), lemos que são atributos de Deus: "Deus é, pois a suprema e soberana inteligência; é único, eterno, imutável, imaterial, todo poderoso, soberanamente justo e bom, infinito em todas as suas perfeições, e não pode ser outra coisa". Esta conceituação concorda com o que o Cristianismo reconhece como alguns atributos divinos. Porém, o fato de uma determinada religião ou seita ter pontos em comum com o Cristianismo bíblico não é suficiente para lhe qualificar como cristã.


Cristo no Espiritismo

"Com o quarto Evangelho e Justino Mártir, a crença cristã efetua a evolução que consiste em substituir a idéia de um homem honrado, tornado divino, a de um ser divino que se tornou homem. Depois da proclamação da divindade de Cristo, no século IV, depois da introdução, no sistema eclesiástico, do dogma da Trindade, no século VII, muitas passagens do Novo Testamento foram modificadas, a fim de que exprimissem as novas doutrinas."


Assim se expressa Roustaing quanto à natureza do corpo de Jesus: "A presença de Jesus entre vós, durante todo aquele lapso de tempo, foi, com relação a vós outros, uma aparição espírita, visto que, pelas suas condições fluídicas, completamente fora dos moldes da vossa organização, seu corpo era harmônico com a vossa esfera, a fim de lhe ser possível manter-se longo tempo sobre a Terra no desempenho da missão com que a ela baixara."

"...Jesus, o Cristo de Deus, não é Deus nem jamais afirmou que fosse Deus". (Jesus - A Saga de Alziro Zarur II, pág.112).


Plano de Salvação no Espiritismo


O espiritismo ensina que o homem, através de sucessivas reencarnações, pelos seus próprios esforços e pela prática das boas obras vai aprimorando-se a si mesmo, sem necessidade do sacrifício vicário de Jesus Cristo. A Bíblia nos diz que a nossa salvação é obra divina; o espiritismo diz que é esforço humano.


A Bíblia no Espiritismo


"... não poderia a Bíblia ser considerada ‘a palavra de Deus’ nem uma revelação sobrenatural. O que se deve nela ver é uma compilação de narrativas históricas ou legendárias, de ensinamentos sublimes, de par com pormenores às vezes triviais". (Léon Denis, Cristianismo e Espiritismo, FEB, São Paulo, s.d., 7a. ed., pág. 267).


O Espiritismo não é um ramo do Cristianismo


Portanto, o espiritismo não é uma religião cristã, pois nega a inspiração do Livro que é a base do Cristianismo, assim como os seus ensinos, com o que concorda o escritor espírita Carlos Imbassy, quando escreveu: "O espiritismo não é um ramo do Cristianismo como as demais seitas cristãs. Não assenta seus princípios nas Escrituras... a nossa base é o ensino dos espíritos, daí o nome - Espiritismo." (Carlos Imbassy, À Margem do Espiritismo, p. 126)


Pode-se admitir a existência de Espiritismo Cristão?


Podemos concordar com a afirmação de Kardec de que Cristianismo e Espiritismo ensinam a mesma coisa? O kardecismo deve seguir seu rumo independente do Cristianismo. Condenável sob todos os aspectos essa tentativa de enroscar-se na fé cristã, como desejando a legitimidade de suas crenças. A mediunidade e a reencarnação não pertencem ao Cristianismo.


Quem são os espíritos que aparecem nas sessões?


Então, se os espíritos não são os mortos que voltam, podem ser os anjos bons? A resposta é definitivamente NÃO, pela simples razão de que os espíritos que aparecem nas sessões são impostores. Afirmam ser os espíritos de seres humanos mortos, e em dizendo isto proferem uma falsidade. Consequentemente, não podem ser anjos de Deus. Os anjos, como Deus, não mentem.
O próprio Espiritismo admite que alguns dos espíritos são mentirosos. Allan Kardec assevera que "os espíritos enganadores não tem escrúpulos em se abrigarem sob nomes que tomam emprestado, para fazerem aceitar suas utopias". (O Evangelho Segundo o Espiritismo, IDE, Introdução II, p. 12) Mais adiante ele nos diz: "O espiritismo vem revelar uma outra categoria bem mais perigosa de falsos Cristos e de falsos profetas, que se encontram, não entre os homens, mas entre os desencarnados: a dos espíritos enganadores, hipócritas, orgulhosos e pseudo-sábios que da Terra, passaram para a erradicidade, e se adornam com nomes veneráveis para procurar, graças à máscara com a qual se cobrem, recomendar idéias, freqüentemente, as mais bizarras e as mais absurdas." (Idem, cáp. XXI, pág. 261).

Segundo as Escrituras, não somente alguns dos espíritos são mentirosos, como afirma Kardec, mas todos o são, porque mantém a falsidade e procuram passar por quem não são.

OBS.: A LBV (Legião da Boa Vontade) é mais que um braço social do Espiritismo, é uma religião espírita, organizada por Alziro Zarur.


LIÇÃO 11  - 13/12/09

UMBANDA e CANDOMBLÉ


As correntes da Umbanda

“A Umbanda é uma religião cósmica e, como tal, não está afeita apenas ao planeta Terra. Ela representa o conhecimento integral, que entendemos como sendo a religião, filosofia, ciência e as artes. Juntos, estes quatro pilares da sabedoria universal representam o conhecimento uno. Este conhecimento ensina que diversas raças já passaram pelo planeta Terra, e tantas outras ainda passarão. A primeira raça a habitar o nosso planeta foi a raça vermelha, que surgiu na Lemúria (África e América do Sul unidas num só continente). Esta pura raça foi denominada por civilização lemuriana. Ocorreu uma grande cisão no tronco Tupi, formando então duas correntes dentro desse povo. A Tupinambá, que permaneceu em solo chamado de "terra brasilis" e a Tupi-Guarani, que emigrou para diversos cantos do planeta. Assim nasceram e se espalharam pelo planeta tantos segmentos quantos eram os interesses próprios de cada líder. Com a deturpação, foram separados os quatro pilares da sabedoria universal. Os grupos de raças e tradições religiosas que, a partir do final do século XIX começaram a emigrar para o Brasil, são descendentes da grande corrente Tupi-Guarani, que retornam ao ponto de partida(antigo território lemuriano). A situação no século XIX, entre 1888 e 1889, em que fervilhavam as mudanças sociais, políticas e culturais, foi o momento propício para o plano astral superior imprimir uma mudança aos ditos cultos miscigenados, pois era inevitável e extremamente oportuno. E assim, começaram as manifestações mediúnicas dos espíritos, trazendo de volta a Grande Lei.”

O Templo Umbandista

“Os templos umbandistas são semelhantes em sua concepção ideológica fundamental, que é a prática da caridade. No templo está a segurança do médium. Por isso cada médium deve fazer de seu templo a sua própria casa. Umbanda não é Candomblé. Esta confusão faz com que certos irmãos umbandistas acabem por procurar terreiros de Candomblé para "rasparem a cabeça", entregando-se a ritos africanos, desconhecendo os fundamentos próprios da Umbanda e sua iniciação, que dispensa a matança de animais, a "catulagem", "cura" ou "camarinha", entre outras coisas. O Candomblé é, por sua vez, religião digna de respeito perante os umbandistas, só sendo esclarecido tal trecho acima, com a intenção de deixar clara a diferença entre uma e outra.”
Rituais na Umbanda

Um dos principais rituais é a chamada "gira", tendo esse nome por imitar o "giro cósmico" do universo. As giras compõem-se basicamente de três fases, a saber: preparação, abertura e encerramento. Por dentro da gira encontraremos fundamentos básicos que são comuns a todos os terreiros, tais como "pontos cantados", a "defumação", a chamada incorporação de entidades e por dentro das consultas há o receituário de ervas e a indicação de determinados trabalhos de descarrego ou de elevação (nunca com a matança de animais). Existem também outros rituais, como a harmonização, a iniciação, o casamento e o batismo dentro da Umbanda. É curioso, mas poucas pessoas se casam dentro da Umbanda, pois ficam com receio das consequências no caso de separação, visto que é feita uma harmonização entre os espíritos dessas pessoas. Já o batismo é mais tranquilo. A Umbanda aceita batismos feitos em religiões cristãs (pois para ela, todas são unas). No caso de um novo batismo feito na Umbanda, o Sacerdote umbandista promove um ritual de consagração e reativação do batismo, porém considerando como válido o primeiro batismo.


A Religião e o Sincretismo - História

A palavra sincretismo originada do grego, significa sistema que consiste em conciliar os princípios de várias doutrinas ou filosofias.

No início do século XV, período da colonização brasileira, mais de quatro milhões de negros africanos cruzaram o Atlântico para tornarem-se escravos na colônia portuguesa. Oriundos de diferentes regiões da África, entravam no país, através de navios negreiros, principalmente pelos portos do Rio de Janeiro, de Salvador, do Recife e de São Luís do Maranhão, trazendo na bagagem a cultura africana.

A correspondência de Santos Católicos com os Orixás africanos veio pela única maneira que os negros escravos tinham de escapar dos castigos e perseguições dos seus senhores e de religiosos que tentavam difundir o catolicismo, impondo a crença com as suas representações católicas.

Para evitar que houvesse rebeliões, os senhores brancos agrupavam os escravos em senzalas, sempre evitando juntar os originários de mesma nação. Por esse motivo, houve uma mistura de povos e costumes, que foram concentrados de forma diferente nos diversos estados do país. Os escravos possuíam suas próprias danças, cantos, santos e festas religiosas. Aos poucos, eles foram misturando os ritos católicos presentes com os elementos dos cultos africanos, na tentativa de resgatar a atmosfera mística da pátria distante.

O contato direto com a natureza fazia com que atribuíssem todos os tipos de poder a ela e que ligassem seus deuses aos elementos nela presentes. Diversas divindades africanas foram tomando força na terra dos brasileiros. O fetiche, marca registrada de muitos cultos praticados na época, associado à luta dos negros pela libertação e sobrevivência, à formação dos quilombos e à toda a realidade da época acabaram impulsionando a formação de religiões muito praticadas atualmente - a Umbanda e o Candomblé.


O professor Antônio Flávio Pierucci, do departamento de sociologia da USP, afirma que a Umbanda é a mais sincrética das religiões afro-brasileiras, tendo acentuado seu lado ocidentalizado com o kardecismo e continuando cada vez mais híbrida. “Sua tendência mais recente é a incorporação dos elementos mágicos da chamada Nova Era”, completa. Em alguns terreiros, portanto, o frequentador pode receber uma indicação de Floral de Bach junto com o passe. São os reflexos de uma mescla que tem legitimidade social. Não é à toa que no maior país católico do mundo, a passagem do ano é uma festa profana, com brasileiros de todas as origens sociais vestidos de branco, fazendo suas oferendas para Iemanjá. (Fonte: revista "Isto É”)

O Candomblé não deve ser confundido com Umbanda, Macumba e/ou Omoloko, outras religiões afro-brasileiras, nem com religiões afro-americanas similares, como o Vodu haitiano, a Santeria cubana, o Obeah, em Trinidade e Tobago, e os Shangos (similar ao Tchamba africano, Xambá e ao Xangô do Nordeste do Brasil), todas desenvolvidas independentemente.

Crenças

Candomblé é uma religião monoteísta, embora alguns defendam que cultuem vários deuses. O deus único para a Nação Ketu é Olorum, para a Nação Bantu é Zambi e para a Nação Jeje é Mawu, são nações independentes na prática diária, e em virtude do sincretismo existente no Brasil, a maioria dos participantes consideram como sendo o mesmo Deus da Igreja Católica.

Os Orixás/Inquices/Voduns recebem homenagens regulares, com oferendas, cânticos, danças e roupas especiais. Mesmo quando há na mitologia referência a uma divindade criadora, essa divindade tem muita importância no dia-a-dia dos membros do terreiro, como é o caso do Deus Cristão que na maioria das vezes são confundidos.

Orixás têm personalidades individuais, habilidades e preferências rituais, e são conectados ao fenômeno natural específico (um conceito não muito diferente do Kami do japonês Xintoísmo). Toda pessoa é escolhida no nascimento por um ou vários "patronos" Orixás, que um babalorixá identificará.

Alguns Orixás são "incorporados" por pessoas iniciadas durante o ritual do candomblé, outros Orixás não, apenas são cultuados em árvores pela coletividade. Alguns Orixás chamados Funfun (branco), que fizeram parte da criação do mundo, também não são incorporados.

SINCRETISMO

Depois da libertação dos escravos, começaram a surgir as primeiras casas de candomblé, e é fato que o candomblé com o passar do tempo incorporou muitos elementos do Cristianismo. Crucifixos e imagens eram exibidos nos templos e Orixás eram frequentemente identificados com Santos Católicos. Allgumas casas de candomblé também incorporam entidades caboclos.

Mesmo usando imagens e crucifixos, inspiravam perseguições por autoridades e pela Igreja, que viam o candomblé como paganismo e bruxaria, muitos mesmo não sabendo nem o que era isso.

Nos últimos anos, tem aumentado um movimento "fundamentalista" em algumas casas de candomblé que rejeitam o sincretismo dos elementos cristãos e procuram recriar um candomblé "mais puro" baseado exclusivamente nos elementos africanos.