CLASSE DE NOVOS CONVERTIDOS – O Desafio do Discipulado
Referências bíblicas: Mt 28:18-20; At 14:21,22; Cl 1:28,29;
Jesus aproximando-se, falou-lhes, dizendo: toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século.
E tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, e Icônio, e Antioquia, fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus.
O qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo; para isso é que eu também me afadigo, esforçando-me o mais possível, segundo a sua eficácia que opera eficientemente em mim.
O QUE É DISCIPULADO
Discipulado é o trabalho através do qual o novo crente se firma na fé.
O novo convertido precisa aprender certas verdades espirituais básicas, bem como aplicá-las à sua vida, para que crie raízes e, realmente, comece a crescer em Cristo.
OBJETIVOS DO DISCIPULADO
Ajudar o novo crente a obter certeza da salvação e de sua aceitação perante Deus;
Ajudá-lo a integrar-se na vida de uma igreja;
Ajudá-lo a manter uma relação harmoniosa com a família e com os amigos, evitando os conflitos advindos de sua conversão;
Ajudá-lo a entender os princípios básicos da vida abundante em Cristo;
Ajudá-lo a observar um momento devocional diário;
Ajudá-lo a saber falar a outros de sua fé.
A vitória sobre as mentiras só é alcançada pelas verdades da Palavra de Deus. Cristo ensinou isso quando empregou textos bíblicos para vencer o tentador no deserto. O fato de um crente novo conhecer pouco da Bíblia torna-o quase indefeso. Essa vulnerabilidade é um forte argumento a favor do aconselhamento pessoal e da classe de novos convertidos.
Um problema muito comum nessa fase é o surgimento de padrões errados de comportamento no crente que não recebe orientação em seu crescimento espiritual. Isso não apenas impede seu desenvolvimento, mas acarreta pecados desnecessários, que precisarão ser corrigidos no futuro, para que ele possa iniciar o processo de crescimento verdadeiro e constante. A Bíblia chama esse processo de mudança de “despir-se” do velho homem e “revestir-se” do novo homem. Os textos de Efésios 4 e Colossenses 3 explicam esse conceito de forma mais completa. A verdade dessas passagens devem servir para incentivar a igreja a fazer um trabalho sério de discipulado. Essa é a nossa proposta.
DISCIPULADO E INTEGRAÇÃO
Devemos ter em mente que conversão implica transformação e essa transformação não é um fato isolado, é um processo contínuo para o qual contribui o próprio novo convertido, o Espírito Santo e a igreja, através de um trabalho de integração.
Não basta evangelizar, é preciso integrar o novo convertido à nossa comunidade, ao nosso convívio. Do contrário, ele se sentirá isolado, largado e, provavelmente, abandonará a igreja.
Lição 01
O Novo Crente e suas relações interpessoais
Textos bíblicos
Levíticos 19:18 – “Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo, mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor.”
Provérbios 17:17 – “Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão.”
Mateus 5:44 – “Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.”
João 13:34,35 – “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros.”
João 15:12 – “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.”
Romanos 12:10 – “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.”
1 João 4:21 – “Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão.”
PARA INÍCIO DE CONVERSA
Desconheço qualquer relação humana perfeita, pois não existem duas pessoas iguais. Existem sim as relações humanas possíveis e estas são sempre baseadas no amor e no respeito mútuos, como nos ensinou o Mestre.
Mesmo na igreja, muitas vezes, temos relações humanas conflituosas e isso acontece por uma razão muito simples: a igreja é formada por seres humanos. Esses seres humanos pensam e agem de maneiras diferentes, ou seja, cada um tem sua própria identidade.
O objetivo desta aula é refletirmos um pouco sobre nossas relações com o outro. Segundo Jacques Lacan, psicanalista francês, “o outro é aquilo que nunca chegarei a ser.”
VOCÊ E OS OUTROS
A preocupação de cada um em se conhecer melhor data de um período muito remoto da história da humanidade. Sócrates, o filósofo grego, já se preocupava com esse problema ao recomendar: “Conhece-te a ti mesmo.”
Cada um de nós se conhece de forma satisfatória e ainda assim volta e meia nos surpreendemos conosco , com alguma atitude que tomamos ou com alguma coisa que dizemos. Assim, vivemos em busca de um conhecimento melhor de nós mesmos. E o que dizer do outro?
Os outros são aqueles com os quais nos relacionamos diretamente. É com os outros que nos comunicamos e com quem temos a possibilidade de construir a história. O outro pode ser a possibilidade, como também o limite, ou seja, é através dos outros que desenvolvemos nossas capacidades, assim como também podemos encontrar dificuldades de desenvolvê-las. Enfim, o outro é o desafio. Assim, a convivência social tem um caráter construtivo e ao mesmo tempo pode gerar conflitos.
Esse elemento de contradição está presente de forma constante na nossa existência. Na verdade, é o grande desafio com o qual temos que conviver: adaptarmo-nos às situações concretas do dia-a-dia, sem perdermos nossa identidade.
Você está chegando a um novo grupo e precisa integrar-se a ele, precisa interagir, precisa dar abertura para que as pessoas interajam com você. Essas pessoas que fazem parte desse grupo, que é a igreja, são imperfeitas, têm problemas, mas buscam constantemente a santificação. Isso significa dizer que elas são santas neste sentido, elas vivem buscando acertar, mas nem sempre acertam. Se você usá-las como padrão, poderá decepcionar-se e até desistir de fazer parte desse grupo. Você pode admirar alguns dos nossos companheiros ou das nossas companheiras e muitos deles são realmente admiráveis, mas não são perfeitos, apenas buscam a perfeição, numa constante briga com a natureza humana. Diante disso, nossa orientação é a seguinte: o seu padrão de perfeição deve ser Jesus Cristo. Dessa forma, ainda que algum irmão em Cristo te decepcione, você estará firmado em Cristo e não nesse irmão. Assim, sua fé não será abalada.
Ao entregar-se a Cristo, você certamente entendeu que tornou-se dependente dele, que precisa dele e entendeu também que a igreja é um lugar legal para se estar e você está certo. Agora você precisa testemunhar, compartilhar essa experiência, inicialmente com a família e com os amigos e isso não será possível se você tornar-se forçosamente uma pessoa série de mais, triste, diferente do que era. Agora, mais do que nunca, você tem inúmeras razões para ser feliz, para esbanjar alegria e para isso pode contar com essa igreja.
Lição 02
Integração – o novo desafio
Imagine que você acaba de chegar a um local para participar de uma festa, dá aquela olhadinha inicial e logo percebe se o ambiente está acolhedor ou não, se o relacionamento entre as pessoas está “solto”, espontâneo ou inibidor, se as pessoas estão bem entrosadas ou se existem grupos fechados (as panelinhas), se existem pessoas isoladas, sozinhas no meio da festa. Pois é, todas as vezes que passamos a fazer parte de um novo grupo, damos essa olhadinha inicial, fazemos essa análise rápida. É assim em qualquer grupo humano: no novo emprego, na nova escola, na igreja.
ADAPTAÇÃO AO GRUPO
O grupo não vai mudar porque eu cheguei. Eu é que preciso me adaptar a ele. A adaptação é um requisito importante para a sobrevivência humana. É o processo através do qual o indivíduo se integra ao meio ambiente.
A necessidade de adaptação social resulta em diferentes formas de relacionamento entre as pessoas, dando origem à formação de grupos formais e informais. Os grupos formais são formados por determinadas exigências sociais, administrativas e funcionais e isso acontece numa empresa, numa escola, numa igreja; são as diversas divisões (grupos, ministérios, departamentos, grupos de vida). Já os grupos informais se formam espontaneamente por pessoas que se reúnem para bater-papo, para praticar esportes, para passeios, para caminhadas e trilhas na serra macaense, para rir e brincar em torno de uma fogueira.
Em nossa igreja, como em todas as outras, temos as duas situações. Nesse momento, você já está em pelo menos dois grupos formais (um grupo de vida, esta classe) e, certamente, já está participando de algum grupo informal. Esse processo é natural. Sempre existirão os grupinhos, as “panelinhas do bem”. As tais panelinhas só serão negativas quando se fecham completamente e têm objetivos estranhos. Fora isso, são legais. Tomara que você já tenha encontrado sua panelinha e que seja uma das bem grandes, das que se integram com todas as outras.
DIFERENÇAS E DESIGUALDADES
Os companheiros católicos da teologia da libertação dizem uma coisa muito legal, muito bonita, com a qual concordamos plenamente: “as desigualdades devem ser combatidas e as diferenças devem ser respeitadas.” Assim, procuramos amenizar as desigualdades, atendendo de forma particular às necessidades de nossos irmãos necessitados e respeitar as diferenças de todos os nossos companheiros.
É muito provável que na sua família existam pessoas com características diferentes: um é introvertido, outro é extrovertido, um fala com todo mundo, outro é mais calado, mais reservado e mesmo assim, todos se gostam. Pois é, em nossa igreja isso não é diferente. Então, você vai se deparar com aqueles que te abraçam, te cumprimentam como se te conhecessem há anos, mas vai encontrar também aquele que não vai falar ou que vai limitar-se a um aperto de mão, o que não quer dizer que não goste de você, é o jeito dele. Gente é esquisita mesmo, não há um padrão, e a igreja é formada por gente (nunca se esqueça disso). Cristo é perfeito; nós estamos em busca da perfeição.
LIDERANÇA
Você já observou que algumas pessoas têm mais iniciativa que outras? Pois é, diariamente somos desafiados por novas situações, às vezes imprevisíveis. Essas situações novas podem quebrar a rotina das atividades normais e podem também gerar intranqüilidade, angústia e insegurança no momento de agir. Nesses momentos difíceis de decisão ou de opção é que as pessoas precisam ter iniciativa. Quando for uma situação individual, isso dependerá exclusivamente da pessoa envolvida, porém se for uma situação de grupo, é o momento em que poderá ocorrer manifestação de liderança, revelando-se um líder entre os presentes. Assim, podemos dizer que líder é aquela pessoa que sugere uma proposta sensata diante de uma situação de impasse, é alguém que representa, coordena ou orienta um determinado grupo.
Num momento problemático, a presença de um líder é fundamental para que os problemas sejam superados e solucionados pelo grupo.
CONCLUSÃO
O convívio humano é complicado mesmo, mas não impossível. É claro que para que o convívio seja possível, é preciso compreensão, tolerância, paciência... Acima de tudo, precisamos aceitar os defeitos do outro, já que com as qualidades não precisamos nos preocupar, sempre vamos aceitá-las.
Lição 03
A IGREJA
Textos bíblicos:
1 Coríntios 12:12: “Porque assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo.
1 Coríntios 12:14: “Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos.”
1 Coríntios 12:26-27: “De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e se um deles é honrado, com ele todos se regozijam. Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo.”
1 Coríntios 12:29: “Porventura são todos apóstolos? Ou todos profetas? São todos mestres? Ou operadores de milagres?
COMENTÁRIOS INICIAIS
Essa análise do apóstolo Paulo sobre igreja é uma belezura. Ele foi muito feliz ao compará-la com o nosso corpo. Imagine que você esteja caminhando numa boa e de repente dê uma daquelas topadas maravilhosas numa pedrinha e machuque seu dedinho, o mínimo, aquele que parece sem função. Pois é, a dor não se concentrará apenas nele, se espalhará pelo corpo e todo o corpo sofrerá por conta disso. Pois é, a igreja precisa funcionar dessa forma. Se um membro sofre, todos sofremos juntos, já que formamos uma unidade. E mais: cada um de nós tem um dom diferente e precisa ser assim até para garantir o bem estar dessa unidade que é a igreja. Dessa forma, uns cantam, uns ensinam, uns pregam, enfim, há uma diversidade de ministérios, mas o objetivo é um só: a edificação do corpo de Cristo, que é a igreja. Num corpo, todos os membros trabalham, todos são úteis, todos tem uma função específica, assim é a igreja. Cada membro precisa do outro para que tudo funcione direitinho.
CRISTO – A CABEÇA DA IGREJA
O corpo executa aquilo que a cabeça determina. Assim mesmo acontece com a igreja em relação a Cristo, ou seja, a igreja faz aquilo que Cristo determina. É preciso que seja assim (Efésios 1:22,23; Colossenses 1:18).
MAS AFINAL DE CONTAS, O QUE É A IGREJA?
No momento em que recebe Cristo em seu coração, o novo crente torna-se parte do corpo, que é a igreja.
Na Bíblia, a palavra igreja tem dois sentidos. Algumas vezes, refere-se a todos os salvos do planeta, ou seja, a igreja universal. Outras vezes, refere-se a um grupo específico de crente de determinado lugar, é a igreja local.
É assim: independente de denominação, temos uma única igreja, o corpo espiritual de Cristo, formada por todos os salvos de toda a terra. Essa igreja universal, invisível, é constituída de todos os salvos independente da denominação pela qual optou. Dessa forma, no céu não vai rolar nenhuma divisão denominacional. Além disso, somos todos irmãos em Cristo.
POR QUE PRECISO DE UMA IGREJA?
A igreja é necessária por diversas razões:
1. Para que haja uma organização dos crentes. Ela fornece orientação, aconselhamento e promove a interação entre pessoas diferentes, mas que precisam se aceitar e viver o desafio do convívio. Ela promove comunhão (dê uma lidinha em Atos 10:25) e num ambiente de comunhão, aprendemos, trocamos, crescemos. Esse papo de igreja em casa não existe. Igreja é lugar de comunhão, de troca, um ajuda o outro. Precisa ser assim. Do contrário, perderá parte da razão de existir.
2. Para promover o ensino doutrinário e o conseqüente amadurecimento espiritual. Precisamos conhecer as bases da nossa fé e precisamos ter argumentos para defendê-las e isso é função da igreja. Aliás, é isso que estamos fazendo através desta apostila e das aulas presenciais aos domingos pela manhã.
3. Promover a adoração a Deus, pois Ele deseja e exige de nós um louvor constante. Essa adoração pode ser individual ou coletiva. O fato é que o culto coletivo, com cânticos de louvor, adoração e pregação da palavra contribui para o nosso crescimento, além de promover comunhão entre os adoradores. Aqui é interessante deixar registrado que adoração a Deus é um ato permanente, o que significa dizer que não pode se limitar ao momento de culto na igreja. Isso significa dizer que o nosso culto é permanente, chegamos à igreja adorando e vamos embora adorando e deve ser assim toda a nossa semana. Adoramos ao nosso Deus também através do nosso testemunho.
4. Dar oportunidade das pessoas trabalharem para o Senhor, exercitando os dons concedidos por Deus. Na igreja, podemos trabalhar juntos com outras pessoas diferentes, porém em busca de um objetivo comum: a edificação do corpo de Cristo.
Nossa associação a um grupo cristão ajuda-nos a amadurecer. Na igreja, o novo crente tem contato com crentes mais amadurecidos, que podem ajudá-lo, orientá-lo e juntos buscarem as melhores soluções .
A IGREJA COMO SAL E LUZ
O brilho da igreja reflete a luz de Jesus (João 8:12). Como luz, a igreja precisa brilhar sempre para dissipar as trevas do pecado. Como sal, precisa ter uma mensagem que conserve e dê sabor à vida do homem. A igreja precisa também promover a justiça, lutar contra as desigualdades. Para isso, ela não deve, nem pode envolver-se com política partidária, pois não é seu papel.
Lição 04
As Ordenanças da Igreja: Batismo e Santa Ceia
Textos bíblicos:
Mateus 3:5,6,11: Então saíam a ter com ele Jerusalém, toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão; e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados. Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.
Mateus 28:19: Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Atos 22:16: E agora, por que te demoras? Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o nome dele.
Atos 3:19: Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados.
1 Coríntios 12:13: Pois em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito.
PALAVRAS INICIAIS
Ordenanças são as regras, as leis, os decretos, as determinações de um superior, que devem ser obedecidas rigorosamente. Também são reconhecidas como “sacramentos” (coisas sagradas). Essas ordenanças foram determinadas pelo próprio Jesus e ministradas pelos apóstolos através de todos os tempos,e até os nossos dias são preservadas pelas denominações evangélicas de um modo geral.
O BATISMO
O batismo nas águas também é chamado de “batismo de arrependimento” ou “batismo de João”. A descida ou imersão nas águas é um testemunho público de que a pessoa morreu para o mundo e ressuscitou para Cristo. Seus pecados foram todos enterrados e uma nova criatura surgiu.
É assim: você não vai deixar de ser você, não vai descaracterizar-se, não vai perder sua identidade. Nada disso. O batismo não opera nenhum milagre dessa natureza. Ele apenas confirma a obra que Cristo já fez em sua vida e habilita você a tornar-se membro da igreja e participar da Ceia do Senhor.
Dentro de você, escondidinho, lá no cantinho do seu ser, haverá sempre o velho homem (a velha natureza), pronto para entrar em cena. O desafio, segundo ensinamento do apóstolo Paulo, é você controlá-lo, não permitir que ele retome o controle da sua vida, pois você agora é uma nova criatura em Cristo, capaz de exercer o auto-controle nos mais diversos setores da sua vida.
Outra coisa: perdoar pecado e apagar passado não é a mesma coisa para a sociedade. Independente de como tenha sido seu passado, Deus vai efetivamente apagá-lo, mas a sociedade não. Muitas vezes nem mesmo você. Numa discussão, por exemplo, argumentos como “se eu não fosse crente, partiria pra cima de você agora” mostra que essa pessoa, mesmo que já esteja batizada, ainda não se converteu. Ela está demonstrando saudade de antes, ou seja, é como se agora ela fosse obrigada, por força de uma religião, a segurar a onda. “Ah, se fosse há uns tempos atrás!” Na verdade, ela está dizendo isso. O fato é o seguinte: o ser humano não pode apagar (deletar) o seu passado, mas Deus, em sua infinita misericórdia, pode perdoá-lo, esquecê-lo. Então faça sua parte: esqueça também, não fique relembrando o que aconteceu. Se o seu passado foi negativo para a sociedade, para a sua família ou para os seus amigos, o seu melhor testemunho vai ser essas pessoas verem em você uma pessoa transformada, uma nova criatura; você não precisa ficar falando sobre isso, afinal de contas, aquele velho homem foi sepultado, simbolicamente, junto com Cristo, no momento do batismo.
Alguns outros grupos cristãos, inclusive nossos irmãos católicos, entendem o batismo de outra forma, com outra simbologia, e o fazem por aspersão, inclusive em crianças. Para esses companheiros, a simbologia não está em imergir (morrer para o mundo) e emergir (nascer para Deus), está no compromisso da família em educar aquela criança nos princípios bíblicos (é o caso dos companheiros presbiterianos) ou purificar o pequeno do pecado original adquirido através dos seus pais, como é o caso dos companheiros católicos. Nós, os batistas, assim como a maioria dos grupos evangélicos, cremos e praticamos o batismo por imersão, o que não faz de nós os únicos corretos de toda a cristandade. É uma discussão teológica, que vamos deixar para mais tarde. O importante, agora, é que você relacione batismo a conversão, a novo nascimento e que só tome essa decisão quando sentir-se absolutamente seguro, ou seja, não aceite nenhum tipo de pressão nesse sentido, é uma decisão sua com Deus.
REQUISITOS PARA O BATISMO
· Arrependimento dos pecados (Atos 2:38);
· Desejo de ser batizado (Atos 2:41; 8:12);
· Crer em Jesus (Mc 16:16);
· Testemunho de uma vida moral e exemplar, de alguém que está em processo de transformação;
IMPEDIMENTOS PARA O BATISMO
Se você vive com alguém como marido e mulher, precisa ser casado. Se esse é o seu caso, você está temporariamente impedido de batizar-se. Recomendamos, então, que você procure o seu professor da classe ou o pastor da igreja, exponha sua situação e peça ajuda. A igreja, com toda certeza, empenhará todos os seus esforços a fim de ajudá-lo/a a resolver essa situação. Nem por isso desanime, continue freqüentando a classe da ebd enquanto buscamos juntos uma solução, caso você deseje isso. Entenda que a igreja é uma instituição divina, mas também humana, e como tal tem suas regras.
Lição 05
A CEIA DO SENHOR
Textos bíblicos
Mateus 26:26-28: Enquanto comiam, tomou Jesus um pão e, abençoando-o, o partiu e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo. A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados.
1 Coríntios 11:23-29: Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão, e tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim, porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha. Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice, pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si.
PALAVRAS INICIAIS
Foi nessa reunião descrita por Mateus (comemoração da páscoa judaica) que Jesus instituiu a Ceia como um memorial. Logo na seqüência, partiu para o Jardim do Getsêmani, onde foi preso e passou por todo o sofrimento narrado nos evangelhos, até a morte na cruz.
Esta é a celebração mais solene da Igreja, pois lembra a morte de Jesus em nosso lugar.
Na Ceia, são usados dois elementos: o pão, que simboliza o corpo de Cristo, e o vinho, que simboliza seu sangue. É bom lembrar que esses elementos são reais e não sofrem nenhum processo milagroso de transformação. Na teologia católica fala-se em transubstanciação, que seria a transformação das substâncias. Segundo esse entendimento, o pão passa a ser, literalmente, a carne de Cristo e o vinho transforma-se no seu sangue. Isso não faz muito sentido, levando-se em conta que na primeira celebração Cristo estava fisicamente presente e não houve nenhum ato de antropofagia. Os elementos têm por objetivo lembrar o sacrifício de Cristo.
Participar da ceia é um testemunho de que estamos em comunhão com o Senhor. A união dos crentes ao participarem significa que a igreja vive num só corpo, num só espírito, numa só fé, num só pensamento (Ef 4:5).
Outra coisa: os elementos da ceia não têm nenhum poder curador de enfermidades físicas, nem é essa sua função. A Ceia, repito, é para lembrar o sacrifício de Cristo por nós. Nem por isso é uma celebração triste, pois não podemos esquecer que o sacrifício de Cristo gerou vitória para ele, ao vencer a morte, e, consequentemente, para toda a igreja.
QUEM PODE PARTICIPAR DA CEIA, E COMO
· A Ceia é para os que fazem parte do corpo de Cristo, para aqueles que já passaram pelo batismo nas águas;
· Os participantes devem estar preparados, devem ter dignidade, pureza de coração e discernimento, ou seja, não se deve ingerir os elementos como se estivesse fazendo um lanchinho;
· Deve haver reverência e temor (não medo);
· É preciso que o participante faça um auto-exame. O celebrante não pode determinar quem poderá participar ou não. Somente o próprio crente poderá fazer esse exame: “examine-se, pois, o homem a si mesmo..”
· Não se deve deixar de participar da ceia por qualquer razão de relacionamento. O que se deve fazer é procurar a pessoa envolvida na situação e acertar-se com ela. Não tem nada a ver situações como: não vou participar porque briguei com o meu filho, porque discuti com meu cônjuge, porque me aborreci com meu funcionário ou com meu chefe. Acerte-se com essa pessoa, faça um auto-exame e celebre com a comunidade a vitória de Cristo.
DESMITIFICANDO A CEIA
A ceia por si só não salva, nem o batismo;
A ceia não tem como objetivo proporcionar cura física;
Em momento nenhum o pão deixa de ser pão, nem o vinho deixa de ser vinho, logo não há necessidade de se fazer nenhum ritual como enterrar o que sobra;
A ceia por si só não promove santificação. A santificação é um processo que se desenvolve na vida do crente.
PARTICIPANDO DIGNAMENTE DA CEIA DO SENHOR
Quando o apóstolo Paulo fala que “não devemos participar indignamente...”, ele não está querendo dizer que tenhamos que ser pessoas perfeitas, sem nenhuma falha, até porque isso é incompatível com a nossa natureza. Ele está falando da indignidade de atitude e conduta. Todos somos pecadores; no entanto, aqueles que têm se renovado na atitude mental e se revestido “do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4:23-25), estão em condição de participar da mesa do Senhor. Por outro lado, aqueles que abrigam pecados (grosseiros, carnais, pessoais, sutis) precisam, primeiramente de purificação (1 Jo 1:7,9). Diante disso, devemos reconhecer ou discernir “o corpo do Senhor”, ou seja, o corpo espiritual de Cristo, ou seja, a igreja de Cristo.
CONCLUSÃO
“A Ceia do Senhor é uma ocasião solene em que lembramos o ponto máximo da obra de Cristo em nosso favor. Assim, ela pode tornar-se um momento de grande bênção espiritual, contanto que os participantes cheguem com a atitude mental apropriada. Dessa forma, devemos permitir que a Ceia do Senhor se transforme numa oportunidade de adoração e de comunhão com o Cristo ressurreto e com os irmãos.”
Lição 06
A FAMÍLIA NO PLANO DE DEUS
Textos bíblicos:
Gn 2:24 - Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.
Ef 5:28,31 - Assim também os maridos devem amar as suas esposas como a seus próprios corpos. Quem ama a sua esposa, a si mesmo se ama. Eis porque deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e se unirá à sua mulher e se tornarão os dois uma só carne.
Sl 127:3,4 - Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão. Como flechas na mão do guerreiro, assim os filhos da mocidade.
Ef 6:1-4 - Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo.Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa),Para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra.E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor.
PALAVRAS INICIAIS
Uma família que observa os princípios bíblicos, sem dúvida alguma, é uma família segundo o coração de Deus. Cada indivíduo compreende e executa sua parte, ninguém agride ou oprime o outro. Cada um mantém sua própria identidade, embora, em determinadas situações, renuncie a alguns desejos em favor da instituição familiar. Cada um tem seus gostos, suas preferências, seus pontos de vista, mas quando necessário, para o bem da unidade, se dispõe a abrir mão de sua individualidade em favor do coletivo.
As relações familiares nem sempre são as melhores, perfeitas e agradáveis. Sabemos que na sociedade da qual fazemos parte, muitas famílias têm desmoronado, perdido a estrutura e o equilíbrio, contribuindo para a má formação dos filhos.
FAMÍLIA E TELEVISÃO
No que depender da televisão, a falência total da estrutura familiar é uma coisa pra já, para os próximos dias. Assim, a família cristã precisa precaver-se contra essas investidas através da programação televisiva.
As famílias apresentadas pelas telenovelas são, via de regra, completamente desajustadas: a mãe disputa um mesmo homem com a filha, a figura do pai não existe ou se trata de um adúltero irresponsável e in conseqüente, os filhos não demonstram o menor respeito pelos pais, os irmãos são desajustados. É um contexto lamentável. Os valores são invertidos: o que é certo é visto como errado, cafona, careta, ultrapassado; já o que é errado torna-se absolutamente correto. Contrariando toda essa confusão, a Bíblia, com toda clareza, ensina que os pais não devem provocar a ira dos filhos; que estes, por sua vez, devem respeitar os pais, aceitando sua disciplina e toda a sua orientação, pois isto é sensato e agradável ao Senhor.
O povo evangélico não pode, em hipótese alguma, aceitar como normal ou querer imitar esse comportamento absolutamente contrário ao Cristianismo, apresentado pela tv, afinal de contas, nossa regra de fé e prática não é a televisão, mas a Bíblia sagrada.
O QUE FAZER QUANDO A CONVERSÃO A CRISTO PROVOCA UM CONFLITO FAMILIAR?
O ideal é a opção de uma pessoa por Cristo não gere um conflito familiar, mas caso isso aconteça, você não deve desistir, mas sim resistir com gratidão ao Senhor, procurando conduzir os seus familiares a uma experiência com Deus, como você teve. É claro que esse processo pode ser lento e deve ser trabalhado com bastante calma e compreensão, sempre evitando o conflito e a antipatia pela igreja.
Se antes da conversão, a pessoa era alegre e brincalhona e depois de aceitar a Cristo tornou-se um chato em potencial e se afasta da família, colocando-se numa redoma de vidro, é claro que isso vai gerar um problema familiar. Assim, essa pessoa não vai ganhar outros para Cristo, muito pelo contrário, vai distanciá-los cada vez mais. Em outras palavras, eu estou dizendo que você não deve afastar-se dos seus amigos de verdade e dos seus familiares, deve apenas, se for o caso, evitar determinados ambientes antes freqüentados ou determinadas brincadeiras incompatíveis com sua nova opção de fé. Agora, você tornou-se um vínculo entre eles e Cristo, logo, não pode isolar-se. Outra coisa, todos vão observar seu testemunho, sua mudança. Logo, você não deve tornar-se antipático, aliás, agora, mais do que nunca, você tem todas as razões do mundo para ser uma pessoa alegre, feliz.
Em todo tempo, ame sua família, viva esse amor de fato. Entenda que a ordem de prioridade das coisas deve ser: Deus, família, igreja. Sua família é bênção de Deus na sua vida, cuide dela.
A VIDA NO LAR
Os primeiros frutos do novo convertido devem ser notados no lar. O lar tem propósitos sérios porque traduz uma instituição divina, que é o casamento. É o lugar onde pessoas, com os mesmos propósitos, os mesmos sonhos e ideais baseados no amor, vivem um relacionamento saudável. Assim sendo, deve haver unidade, companheirismo e solidariedade entre os membros da família, para que assim o lar represente, de fato, uma instituição divina.
Lição 06
VENCENDO AS TENTAÇÕES
Textos bíblicos
1 Coríntios 10:12,13 – Aquele, pois, que pensa estar em pé, veja que não caia. Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel, e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação , vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar.
1 Pedro 5:8,9 – Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge, procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo.
PALAVRAS INICIAIS
A tentação é um impulso inicial para se cometer certo pecado (veja Gênesis 3:1-5). A tentação em si não é pecado. O problema é que se não for encarada de maneira certa, aí sim ela pode tornar-se pecado. De repente, como novo convertido, você pode achar que o fato de ter sofrido uma tentação já quer dizer que pecou, o que não é verdade, não é bem assim. Até mesmo Jesus foi tentado, mas não cedeu à tentação. Então isso quer dizer que todos nós podemos ser tentados, mas devemos resistir. Por outro lado, é interessante também compreender que adotar uma atitude de indiferença diante da tentação não é legal, ou seja, ignorar a tentação não vai nos dar nenhuma garantia de que não vamos cair. Na verdade, essa é uma atitude de soberba, como se estivéssemos dizendo: sou forte, não vou cair nessa tentação, nem vou dar confiança. Companheiro(a), toda tentação precisa de uma resposta e essa resposta precisa ser de resistência, de recusa, nunca devemos simplesmente ignorá-la.
No filme “O Advogado do Diabo”, há um diálogo em que o diabo apresenta o seguinte argumento em sua defesa: “eu não faço ninguém cair em tentação, eu apenas crio as oportunidades, as pessoas é que aceitam e caem...” É exatamente isso que acontece: ele cria as oportunidades. Essas oportunidades, diga-se de passagem, são muito bem criadas, sempre de acordo com o ponto fraco de cada um. Dessa forma, se o seu ponto fraco é o sexo oposto, as “oportunidades” para você serão criadas sempre nessa área, ou seja, sempre envolvendo uma mulher ou um homem, conforme o caso, que tenham atributos capazes de te encantarem; se a sua fraqueza é o dinheiro, as “oportunidades” serão criadas sempre nessa área. Se você foi alcoólatra, as “oportunidades” sempre terão a ver com bebidas e assim vai. Querido(a), não pense que você agora tornou-se um super-homem, uma super-mulher, que está imune e que nada vai te fazer cair, pois é por pensar assim que muitos caem. Você precisa de Deus. É dele que virá a força necessária para que você resista, mas lembre-se que você precisa fazer sua parte. Pra começar, você precisa fugir da tentação e não correr para ela com a idéia de que “vou te enfrentar para mostrar a mim mesmo e a todos que sou capaz.” Não entre nessa que é furada. Siga a orientação bíblica: fuja da tentação. Se ela vier, se acontecer de forma que você não possa evitá-la, aí sim, resista, exerça o seu auto-controle e busque forças em Deus.
As fontes de tentação
Satanás (o diabo) – Desde Gênesis até Apocalipse, vemos satanás em ação, tentando enganar os homens e levá-los a pecar (veja o que aconteceu em Gênesis 3:1-4). Você precisa entender que não está imune a essa ameaça, portanto, fique ligado.
A carne – Tem a ver com a nossa tendência de viver de acordo com os apetites do corpo como se não tivéssemos controle sobre ele. Assim, a nossa natureza carnal vive em constante conflito com a nossa nova natureza em Cristo, procurando fazer com que voltemos aos antigos hábitos de vida (veja Romanos 8:5-13 e Gálatas 5:16-26).
O mundo – Tem a forma de uma tentativa sutil de levar-nos à conformidade com as atitudes que prevalecem no ambiente em que vivemos, e com a atmosfera dele. Algumas dessas tentações são: sentir-se seguro pela posse de bens ou por realizações próprias; pensar que podemos levar a vida sem um relacionamento com Deus; adotar idéias que partem de uma sociedade decaída e sem Deus (veja João 16:33; Romanos 12:2; 1 Timóteo 6:10; 1 João 2:15).
Condições para vencer as tentações
Estar alerta sempre – Você não está imune às tentações e não tem nenhuma garantia de que pode vencer a todas, portanto, mantenha-se ligado (1 Coríntios 16:13; 1 Pedro 5:8);
Ser cheio do Espírito Santo - Com suas próprias forças, o cristão nunca pode derrotar as tentações. A vitória só é possível pelo poder do Espírito Santo (veja Atos 1:8; Efésios 5:18; Filipenses 4:13);
Agir prontamente – A tentação deve ser vencida no momento em que surge. Não devemos adiar a reação (veja Tiago 1:14,15).
Conhecer os livramentos bíblicos - Para cada tentação, Deus promete um livramento. Assim, quanto mais conhecermos a Bíblia, mais chances temos de vencer as tentações (veja 1 Coríntios 10:13; Salmos 119:11; veja também 2 Timóteo 2:22, sobre tentações de natureza sexual, e Mateus 4:1-11, Tiago 4:7, sobre dúvidas que o diabo pode plantar no coração da pessoa).
Orar pedindo a vitória – A oração tem um papel muito importante para se alcançar a vitória na luta contra as tentações. A Bíblia orienta que oremos tanto pela nossa própria vitória como pela vitória de outras pessoas.
CONCLUSÃO
Querido(a), você não precisa ficar obcecado pela idéia de que tudo em torno de você é tentação, também não deve achar que se não sofrer tentações você não está sendo um bom crente. Deixe que as coisas aconteçam. Não busque tentações ou provações desnecessárias, apenas esteja pronto para enfrentá-las, caso apareçam, e certamente vão aparecer. Não sinta-se um herói. Você é uma nova criatura em Cristo, e isso não é pouca coisa, mas você não deixou de ser um ser humano. Enfim, viva cada momento da sua nova vida com Cristo. O Senhor te diz o seguinte através de uma linda letra de música: “é meu, somente meu todo o trabalho e o teu trabalho é confiar em mim.” Que belezura!
Lição 07
DÍZIMOS E OFERTAS
Textos bíblicos
Malaquias 3:7-11: Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos meus estatutos, e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar? Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós bênção sem medida. Por vossa causa repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos.
2 Coríntios 9:6,7: E isto afirmo: Aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia com fartura, com abundância também ceifará. Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade, porque Deus ama a quem dá com alegria.
PALAVRAS INICIAIS
Dentro das igrejas há muitos que por diversos motivos não aceitam a idéia de reservar uma parte de seus ganhos para o Senhor. Os questionamentos variam do lógico ao absurdo. Por exemplo:
* Deus não precisa de dinheiro!
* Deus é dono de tudo!
* Não vou encher a barriga de pastor!
* Ganho pouco, e sou pobre!
* Não sobra para o dízimo!
* Tenho escola, e muitas despesas!
* Isto é para os ricos!
e diversas outras desculpas.
É muito importante que você entenda que Deus realmente não precisa de nosso dinheiro, mas a igreja precisa, nossa comunidade precisa. Outra coisa: você não deve ofertar e dizimar como estivesse investindo numa operação bancária, esperando um retorno líquido e certo ou até mesmo como se estivesse barganhando com Deus.
No Velho Testamento, dizimar era uma obrigação de cada israelita, mas o desejo de ofertar deveria nascer no interior do coração, marcado por gratidão e alegria, uma ação voluntária, através da qual o Eterno era adorado. Assim, deve acontecer conosco.
COMPRRENDENDO A NECESSIDADE DE DIZIMAR
O ideal é que cada igreja tenha pelo menos um pastor de tempo integral; esse cara tem família e dedica-se em tempo integral à igreja, logo não pode ter um emprego fora da igreja. Pois muito bem, ele precisa ser assalariado. Esse dinheiro não pode vir do estado (feriria o princípio constitucional da separação entre igreja e estado), logo, vem da própria igreja. Esse cara não administra os recursos da igreja, existe uma equipe que cuida disso, logo não se dizima para o pastor. Outra coisa: eu faço parte de uma igreja, fico dentro do templo algumas horas por semana durante os cultos, que são momentos muito legais. Bom, eu preciso que haja instrumentos, energia elétrica, preciso de água e gostaria muito que houvesse (haverá no futuro) um ar condicionado para os dias de calor. Isso tudo é do interesse da comunidade. Logo, essa comunidade precisa contribuir para que tudo isso aconteça. Ainda um último argumento: em nossas comunidades, temos pessoas bem financeiramente e pessoas carentes. A igreja precisa atender as necessidades básicas de seus membros e isso demanda dinheiro e esse dinheiro não pode vir do estado, logo é a partir de nossas contribuições que isso vai rolar. Assim sendo, quando questionados sobre dízimos, precisamos deixar claro para as pessoas que não somos um bando de alienados que entregamos nossa grana a um pastor, como dizem alguns. Somos uma igreja e temos um pastor em tempo integral (o companheiro Luciano), temos alguns funcionários e temos uma série de necessidades a serem atendidas. Então contribuímos felizes para tudo isso e somos abençoados. Esse “somos abençoados” não quer dizer que tenhamos que pagar pelas bênçãos que recebemos, isso é um argumento completamente infeliz. Deus não precisa do nosso dinheiro, nossa igreja sim. Então contribuímos para o coletivo. Ah, e somos felizes. Simples assim.
CONCLUSÃO
É importante que o crente, no seu princípio de fé, aprenda corretamente que o pagamento do dízimo, além de obrigatoriedade para o sustento da igreja, é também um ato de generosidade que faz parte da lei do amor. Assim, aquele que dizima não está colaborando apenas para o crescimento do reino de Deus através da igreja, mas também abrindo portas de bênçãos para si próprio.
Desde os dias de Moisés, o dízimo passou a ser obrigatório. Deus determinou leis para a entrega dos dízimos, que passou a ocupar papel importante para a subsistência da vida religiosa de Israel (Deuteronômio 26:1-15). Hoje, o mesmo acontece em relação a igreja, ou seja, os nossos dízimos e as nossas ofertas é que sustentam a igreja, inclusive no que diz respeito ao atendimento de necessidades básicas de algumas famílias que formam nossa comunidade.
Enfim, não há razão para você não dizimar. Deus tem te abençoado com saúde, com um emprego, de forma que você pode sustentar sua família com dignidade. Pois é, então que tal agradecer a Deus por isso tudo também com suas ofertas e seus dízimos para, dessa forma, abençoar outras famílias também?
Lição 08
A BÍBLIA – PALAVRA DE DEUS
Textos bíblicos
2 Timóteo 2:15 – Procura apresentar-te a Deus aprovado como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.
Salmos 119:105 – Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz, para os meus caminhos.
Salmos 119:130 – A revelação das tuas palavras esclarece e dá entendimento aos simples.
1 Pedro 3:15 – antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós.
PALAVRAS INICIAIS
Através dos tempos, Deus tem se revelado por meio de suas obras, porém na Palavra de Deus (a Bíblia), temos uma revelação especial e completa. Ela funciona para nós, cristãos, como um manual, como nossa regra de fé e conduta.
Ter o Espírito Santo em nossa vida e não conhecer a Bíblia pode conduzir ao fanatismo. Por outro lado, conhecer a Palavra só por conhecer, sem uma experiência pessoal com o Espírito Santo, conduz ao formalismo, ao materialismo. Nosso desafio enquanto cristãos e conhecedores da Palavra de Deus é buscar um ponto de equilíbrio.
RAZÕES PELAS QUAIS DEVEMOS ESTUDAR A BÍBLIA
1. Porque ela é nossa regra de fé;
2. Porque ela alimenta nossas almas;
3. Porque ela é o instrumento que o Espírito Santo usa para falar conosco, para fazer-nos compreender a vontade de Deus;
4. Porque ela enriquece espiritualmente a nossa vida cristã;
COMO DEVEMOS LER A BÍBLIA
1. Leia a Bíblia diariamente;
2. Leia a Bíblia com oração, devagar, meditando;
3. Leia a Bíblia toda, mesmo que isso demore um pouco.
A ESTRUTURA DA BÍBLIA
A Bíblia divide-se em duas partes principais: Antigo Testamento e Novo Testamento, tendo ao todo 66 livros, sendo 39 no Antigo e 27 no Novo. Estes 66 livros foram escritos ao longo de 16 séculos e tiveram cerca de 40 escritores. Esses escritores pertenceram às mais variadas profissões e atividades, viveram e escreveram em países, regiões e continentes diferentes, distantes uns dos outros, em épocas e condições diferentes. Apesar disso tudo, seus escritos formam uma harmonia, até porque todo esse trabalho foi conduzido pelo Espírito Santo.
No caso da Bíblia católica, ela tem 73 livros, ou seja, sete livros a mais em relação a Bíblia protestante. É que ela inclui os chamados livros apócrifos, que não foram aceitos pelos reformadores.
AS LÍNGUAS ORIGINAIS
O Velho Testamento foi escrito em Hebraico, com alguns trechos em aramaico e o Novo Testamento, em Grego.
INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA
Veja bem: os escritores da Bíblia não funcionaram como máquinas inconscientes nem houve psicografia. O que houve foi uma cooperação vital entre eles e o Espírito Santo que os capacitava. Esses homens escreveram utilizando palavras do seu próprio vocabulário.
Quando aceitamos a Cristo como nosso Salvador, aceitamos também a Palavra Escrita como a revelação de Deus.
A BÍBLIA É IMPARCIAL
Se a Bíblia fosse um livro apenas humano, ela não revelaria as faltas, as falhas, os pecados do homem. Em toda a sua extensão, a Bíblia glorifica a Deus, somente a Ele. Quanto ao ser humano, ela é completamente imparcial. Ela diz que Davi era um homem segundo o coração de Deus (Atos 13:22), mas ao mesmo tempo revela seus pecados, como vemos nos livros de Reis, Crônicas e Salmos. Ela fala ainda da embriaguez de Noé, da dissimulação de Abraão, o caso de Ló, a idolatria e a luxúria de Salomão. É claro que nada disso está escrito para imitarmos, mas para nossa orientação, evitando que cometamos os mesmos erros e também para mostrar que o homem é falho, todos eles, inclusive os grandes nomes da Bíblia.
CONCLUSÃO
Aceite como desafio ler toda a Bíblia, é uma experiência muito enriquecedora. Se ela é nossa regra de fé, precisamos conhecê-la. Assim, aproveite todas as oportunidades para lê-la e meditar sobre cada parte lida. É através do estudo da Bíblia, da nossa participação efetiva na escola bíblica dominical que adquirimos conhecimento, que amadurecemos e, assim, passamos a ter argumentos sólidos para defender a nossa fé.
Não use a Bíblia como amuleto, deixando-a aberta num Salmo como se o diabo tivesse medo da letra. Ele até chegou a citar partes do Salmo 91 para Jesus, no episódio da tentação. A Bíblia não foi produzida para isto, mas sim para o nosso amadurecimento espiritual.
Referências bíblicas: Mt 28:18-20; At 14:21,22; Cl 1:28,29;
Jesus aproximando-se, falou-lhes, dizendo: toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século.
E tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, e Icônio, e Antioquia, fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus.
O qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo; para isso é que eu também me afadigo, esforçando-me o mais possível, segundo a sua eficácia que opera eficientemente em mim.
O QUE É DISCIPULADO
Discipulado é o trabalho através do qual o novo crente se firma na fé.
O novo convertido precisa aprender certas verdades espirituais básicas, bem como aplicá-las à sua vida, para que crie raízes e, realmente, comece a crescer em Cristo.
OBJETIVOS DO DISCIPULADO
Ajudar o novo crente a obter certeza da salvação e de sua aceitação perante Deus;
Ajudá-lo a integrar-se na vida de uma igreja;
Ajudá-lo a manter uma relação harmoniosa com a família e com os amigos, evitando os conflitos advindos de sua conversão;
Ajudá-lo a entender os princípios básicos da vida abundante em Cristo;
Ajudá-lo a observar um momento devocional diário;
Ajudá-lo a saber falar a outros de sua fé.
A vitória sobre as mentiras só é alcançada pelas verdades da Palavra de Deus. Cristo ensinou isso quando empregou textos bíblicos para vencer o tentador no deserto. O fato de um crente novo conhecer pouco da Bíblia torna-o quase indefeso. Essa vulnerabilidade é um forte argumento a favor do aconselhamento pessoal e da classe de novos convertidos.
Um problema muito comum nessa fase é o surgimento de padrões errados de comportamento no crente que não recebe orientação em seu crescimento espiritual. Isso não apenas impede seu desenvolvimento, mas acarreta pecados desnecessários, que precisarão ser corrigidos no futuro, para que ele possa iniciar o processo de crescimento verdadeiro e constante. A Bíblia chama esse processo de mudança de “despir-se” do velho homem e “revestir-se” do novo homem. Os textos de Efésios 4 e Colossenses 3 explicam esse conceito de forma mais completa. A verdade dessas passagens devem servir para incentivar a igreja a fazer um trabalho sério de discipulado. Essa é a nossa proposta.
DISCIPULADO E INTEGRAÇÃO
Devemos ter em mente que conversão implica transformação e essa transformação não é um fato isolado, é um processo contínuo para o qual contribui o próprio novo convertido, o Espírito Santo e a igreja, através de um trabalho de integração.
Não basta evangelizar, é preciso integrar o novo convertido à nossa comunidade, ao nosso convívio. Do contrário, ele se sentirá isolado, largado e, provavelmente, abandonará a igreja.
Lição 01
O Novo Crente e suas relações interpessoais
Textos bíblicos
Levíticos 19:18 – “Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo, mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor.”
Provérbios 17:17 – “Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão.”
Mateus 5:44 – “Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.”
João 13:34,35 – “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros.”
João 15:12 – “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.”
Romanos 12:10 – “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.”
1 João 4:21 – “Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão.”
PARA INÍCIO DE CONVERSA
Desconheço qualquer relação humana perfeita, pois não existem duas pessoas iguais. Existem sim as relações humanas possíveis e estas são sempre baseadas no amor e no respeito mútuos, como nos ensinou o Mestre.
Mesmo na igreja, muitas vezes, temos relações humanas conflituosas e isso acontece por uma razão muito simples: a igreja é formada por seres humanos. Esses seres humanos pensam e agem de maneiras diferentes, ou seja, cada um tem sua própria identidade.
O objetivo desta aula é refletirmos um pouco sobre nossas relações com o outro. Segundo Jacques Lacan, psicanalista francês, “o outro é aquilo que nunca chegarei a ser.”
VOCÊ E OS OUTROS
A preocupação de cada um em se conhecer melhor data de um período muito remoto da história da humanidade. Sócrates, o filósofo grego, já se preocupava com esse problema ao recomendar: “Conhece-te a ti mesmo.”
Cada um de nós se conhece de forma satisfatória e ainda assim volta e meia nos surpreendemos conosco , com alguma atitude que tomamos ou com alguma coisa que dizemos. Assim, vivemos em busca de um conhecimento melhor de nós mesmos. E o que dizer do outro?
Os outros são aqueles com os quais nos relacionamos diretamente. É com os outros que nos comunicamos e com quem temos a possibilidade de construir a história. O outro pode ser a possibilidade, como também o limite, ou seja, é através dos outros que desenvolvemos nossas capacidades, assim como também podemos encontrar dificuldades de desenvolvê-las. Enfim, o outro é o desafio. Assim, a convivência social tem um caráter construtivo e ao mesmo tempo pode gerar conflitos.
Esse elemento de contradição está presente de forma constante na nossa existência. Na verdade, é o grande desafio com o qual temos que conviver: adaptarmo-nos às situações concretas do dia-a-dia, sem perdermos nossa identidade.
Você está chegando a um novo grupo e precisa integrar-se a ele, precisa interagir, precisa dar abertura para que as pessoas interajam com você. Essas pessoas que fazem parte desse grupo, que é a igreja, são imperfeitas, têm problemas, mas buscam constantemente a santificação. Isso significa dizer que elas são santas neste sentido, elas vivem buscando acertar, mas nem sempre acertam. Se você usá-las como padrão, poderá decepcionar-se e até desistir de fazer parte desse grupo. Você pode admirar alguns dos nossos companheiros ou das nossas companheiras e muitos deles são realmente admiráveis, mas não são perfeitos, apenas buscam a perfeição, numa constante briga com a natureza humana. Diante disso, nossa orientação é a seguinte: o seu padrão de perfeição deve ser Jesus Cristo. Dessa forma, ainda que algum irmão em Cristo te decepcione, você estará firmado em Cristo e não nesse irmão. Assim, sua fé não será abalada.
Ao entregar-se a Cristo, você certamente entendeu que tornou-se dependente dele, que precisa dele e entendeu também que a igreja é um lugar legal para se estar e você está certo. Agora você precisa testemunhar, compartilhar essa experiência, inicialmente com a família e com os amigos e isso não será possível se você tornar-se forçosamente uma pessoa série de mais, triste, diferente do que era. Agora, mais do que nunca, você tem inúmeras razões para ser feliz, para esbanjar alegria e para isso pode contar com essa igreja.
Lição 02
Integração – o novo desafio
Imagine que você acaba de chegar a um local para participar de uma festa, dá aquela olhadinha inicial e logo percebe se o ambiente está acolhedor ou não, se o relacionamento entre as pessoas está “solto”, espontâneo ou inibidor, se as pessoas estão bem entrosadas ou se existem grupos fechados (as panelinhas), se existem pessoas isoladas, sozinhas no meio da festa. Pois é, todas as vezes que passamos a fazer parte de um novo grupo, damos essa olhadinha inicial, fazemos essa análise rápida. É assim em qualquer grupo humano: no novo emprego, na nova escola, na igreja.
ADAPTAÇÃO AO GRUPO
O grupo não vai mudar porque eu cheguei. Eu é que preciso me adaptar a ele. A adaptação é um requisito importante para a sobrevivência humana. É o processo através do qual o indivíduo se integra ao meio ambiente.
A necessidade de adaptação social resulta em diferentes formas de relacionamento entre as pessoas, dando origem à formação de grupos formais e informais. Os grupos formais são formados por determinadas exigências sociais, administrativas e funcionais e isso acontece numa empresa, numa escola, numa igreja; são as diversas divisões (grupos, ministérios, departamentos, grupos de vida). Já os grupos informais se formam espontaneamente por pessoas que se reúnem para bater-papo, para praticar esportes, para passeios, para caminhadas e trilhas na serra macaense, para rir e brincar em torno de uma fogueira.
Em nossa igreja, como em todas as outras, temos as duas situações. Nesse momento, você já está em pelo menos dois grupos formais (um grupo de vida, esta classe) e, certamente, já está participando de algum grupo informal. Esse processo é natural. Sempre existirão os grupinhos, as “panelinhas do bem”. As tais panelinhas só serão negativas quando se fecham completamente e têm objetivos estranhos. Fora isso, são legais. Tomara que você já tenha encontrado sua panelinha e que seja uma das bem grandes, das que se integram com todas as outras.
DIFERENÇAS E DESIGUALDADES
Os companheiros católicos da teologia da libertação dizem uma coisa muito legal, muito bonita, com a qual concordamos plenamente: “as desigualdades devem ser combatidas e as diferenças devem ser respeitadas.” Assim, procuramos amenizar as desigualdades, atendendo de forma particular às necessidades de nossos irmãos necessitados e respeitar as diferenças de todos os nossos companheiros.
É muito provável que na sua família existam pessoas com características diferentes: um é introvertido, outro é extrovertido, um fala com todo mundo, outro é mais calado, mais reservado e mesmo assim, todos se gostam. Pois é, em nossa igreja isso não é diferente. Então, você vai se deparar com aqueles que te abraçam, te cumprimentam como se te conhecessem há anos, mas vai encontrar também aquele que não vai falar ou que vai limitar-se a um aperto de mão, o que não quer dizer que não goste de você, é o jeito dele. Gente é esquisita mesmo, não há um padrão, e a igreja é formada por gente (nunca se esqueça disso). Cristo é perfeito; nós estamos em busca da perfeição.
LIDERANÇA
Você já observou que algumas pessoas têm mais iniciativa que outras? Pois é, diariamente somos desafiados por novas situações, às vezes imprevisíveis. Essas situações novas podem quebrar a rotina das atividades normais e podem também gerar intranqüilidade, angústia e insegurança no momento de agir. Nesses momentos difíceis de decisão ou de opção é que as pessoas precisam ter iniciativa. Quando for uma situação individual, isso dependerá exclusivamente da pessoa envolvida, porém se for uma situação de grupo, é o momento em que poderá ocorrer manifestação de liderança, revelando-se um líder entre os presentes. Assim, podemos dizer que líder é aquela pessoa que sugere uma proposta sensata diante de uma situação de impasse, é alguém que representa, coordena ou orienta um determinado grupo.
Num momento problemático, a presença de um líder é fundamental para que os problemas sejam superados e solucionados pelo grupo.
CONCLUSÃO
O convívio humano é complicado mesmo, mas não impossível. É claro que para que o convívio seja possível, é preciso compreensão, tolerância, paciência... Acima de tudo, precisamos aceitar os defeitos do outro, já que com as qualidades não precisamos nos preocupar, sempre vamos aceitá-las.
Lição 03
A IGREJA
Textos bíblicos:
1 Coríntios 12:12: “Porque assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo.
1 Coríntios 12:14: “Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos.”
1 Coríntios 12:26-27: “De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e se um deles é honrado, com ele todos se regozijam. Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo.”
1 Coríntios 12:29: “Porventura são todos apóstolos? Ou todos profetas? São todos mestres? Ou operadores de milagres?
COMENTÁRIOS INICIAIS
Essa análise do apóstolo Paulo sobre igreja é uma belezura. Ele foi muito feliz ao compará-la com o nosso corpo. Imagine que você esteja caminhando numa boa e de repente dê uma daquelas topadas maravilhosas numa pedrinha e machuque seu dedinho, o mínimo, aquele que parece sem função. Pois é, a dor não se concentrará apenas nele, se espalhará pelo corpo e todo o corpo sofrerá por conta disso. Pois é, a igreja precisa funcionar dessa forma. Se um membro sofre, todos sofremos juntos, já que formamos uma unidade. E mais: cada um de nós tem um dom diferente e precisa ser assim até para garantir o bem estar dessa unidade que é a igreja. Dessa forma, uns cantam, uns ensinam, uns pregam, enfim, há uma diversidade de ministérios, mas o objetivo é um só: a edificação do corpo de Cristo, que é a igreja. Num corpo, todos os membros trabalham, todos são úteis, todos tem uma função específica, assim é a igreja. Cada membro precisa do outro para que tudo funcione direitinho.
CRISTO – A CABEÇA DA IGREJA
O corpo executa aquilo que a cabeça determina. Assim mesmo acontece com a igreja em relação a Cristo, ou seja, a igreja faz aquilo que Cristo determina. É preciso que seja assim (Efésios 1:22,23; Colossenses 1:18).
MAS AFINAL DE CONTAS, O QUE É A IGREJA?
No momento em que recebe Cristo em seu coração, o novo crente torna-se parte do corpo, que é a igreja.
Na Bíblia, a palavra igreja tem dois sentidos. Algumas vezes, refere-se a todos os salvos do planeta, ou seja, a igreja universal. Outras vezes, refere-se a um grupo específico de crente de determinado lugar, é a igreja local.
É assim: independente de denominação, temos uma única igreja, o corpo espiritual de Cristo, formada por todos os salvos de toda a terra. Essa igreja universal, invisível, é constituída de todos os salvos independente da denominação pela qual optou. Dessa forma, no céu não vai rolar nenhuma divisão denominacional. Além disso, somos todos irmãos em Cristo.
POR QUE PRECISO DE UMA IGREJA?
A igreja é necessária por diversas razões:
1. Para que haja uma organização dos crentes. Ela fornece orientação, aconselhamento e promove a interação entre pessoas diferentes, mas que precisam se aceitar e viver o desafio do convívio. Ela promove comunhão (dê uma lidinha em Atos 10:25) e num ambiente de comunhão, aprendemos, trocamos, crescemos. Esse papo de igreja em casa não existe. Igreja é lugar de comunhão, de troca, um ajuda o outro. Precisa ser assim. Do contrário, perderá parte da razão de existir.
2. Para promover o ensino doutrinário e o conseqüente amadurecimento espiritual. Precisamos conhecer as bases da nossa fé e precisamos ter argumentos para defendê-las e isso é função da igreja. Aliás, é isso que estamos fazendo através desta apostila e das aulas presenciais aos domingos pela manhã.
3. Promover a adoração a Deus, pois Ele deseja e exige de nós um louvor constante. Essa adoração pode ser individual ou coletiva. O fato é que o culto coletivo, com cânticos de louvor, adoração e pregação da palavra contribui para o nosso crescimento, além de promover comunhão entre os adoradores. Aqui é interessante deixar registrado que adoração a Deus é um ato permanente, o que significa dizer que não pode se limitar ao momento de culto na igreja. Isso significa dizer que o nosso culto é permanente, chegamos à igreja adorando e vamos embora adorando e deve ser assim toda a nossa semana. Adoramos ao nosso Deus também através do nosso testemunho.
4. Dar oportunidade das pessoas trabalharem para o Senhor, exercitando os dons concedidos por Deus. Na igreja, podemos trabalhar juntos com outras pessoas diferentes, porém em busca de um objetivo comum: a edificação do corpo de Cristo.
Nossa associação a um grupo cristão ajuda-nos a amadurecer. Na igreja, o novo crente tem contato com crentes mais amadurecidos, que podem ajudá-lo, orientá-lo e juntos buscarem as melhores soluções .
A IGREJA COMO SAL E LUZ
O brilho da igreja reflete a luz de Jesus (João 8:12). Como luz, a igreja precisa brilhar sempre para dissipar as trevas do pecado. Como sal, precisa ter uma mensagem que conserve e dê sabor à vida do homem. A igreja precisa também promover a justiça, lutar contra as desigualdades. Para isso, ela não deve, nem pode envolver-se com política partidária, pois não é seu papel.
Lição 04
As Ordenanças da Igreja: Batismo e Santa Ceia
Textos bíblicos:
Mateus 3:5,6,11: Então saíam a ter com ele Jerusalém, toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão; e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados. Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.
Mateus 28:19: Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Atos 22:16: E agora, por que te demoras? Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o nome dele.
Atos 3:19: Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados.
1 Coríntios 12:13: Pois em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito.
PALAVRAS INICIAIS
Ordenanças são as regras, as leis, os decretos, as determinações de um superior, que devem ser obedecidas rigorosamente. Também são reconhecidas como “sacramentos” (coisas sagradas). Essas ordenanças foram determinadas pelo próprio Jesus e ministradas pelos apóstolos através de todos os tempos,e até os nossos dias são preservadas pelas denominações evangélicas de um modo geral.
O BATISMO
O batismo nas águas também é chamado de “batismo de arrependimento” ou “batismo de João”. A descida ou imersão nas águas é um testemunho público de que a pessoa morreu para o mundo e ressuscitou para Cristo. Seus pecados foram todos enterrados e uma nova criatura surgiu.
É assim: você não vai deixar de ser você, não vai descaracterizar-se, não vai perder sua identidade. Nada disso. O batismo não opera nenhum milagre dessa natureza. Ele apenas confirma a obra que Cristo já fez em sua vida e habilita você a tornar-se membro da igreja e participar da Ceia do Senhor.
Dentro de você, escondidinho, lá no cantinho do seu ser, haverá sempre o velho homem (a velha natureza), pronto para entrar em cena. O desafio, segundo ensinamento do apóstolo Paulo, é você controlá-lo, não permitir que ele retome o controle da sua vida, pois você agora é uma nova criatura em Cristo, capaz de exercer o auto-controle nos mais diversos setores da sua vida.
Outra coisa: perdoar pecado e apagar passado não é a mesma coisa para a sociedade. Independente de como tenha sido seu passado, Deus vai efetivamente apagá-lo, mas a sociedade não. Muitas vezes nem mesmo você. Numa discussão, por exemplo, argumentos como “se eu não fosse crente, partiria pra cima de você agora” mostra que essa pessoa, mesmo que já esteja batizada, ainda não se converteu. Ela está demonstrando saudade de antes, ou seja, é como se agora ela fosse obrigada, por força de uma religião, a segurar a onda. “Ah, se fosse há uns tempos atrás!” Na verdade, ela está dizendo isso. O fato é o seguinte: o ser humano não pode apagar (deletar) o seu passado, mas Deus, em sua infinita misericórdia, pode perdoá-lo, esquecê-lo. Então faça sua parte: esqueça também, não fique relembrando o que aconteceu. Se o seu passado foi negativo para a sociedade, para a sua família ou para os seus amigos, o seu melhor testemunho vai ser essas pessoas verem em você uma pessoa transformada, uma nova criatura; você não precisa ficar falando sobre isso, afinal de contas, aquele velho homem foi sepultado, simbolicamente, junto com Cristo, no momento do batismo.
Alguns outros grupos cristãos, inclusive nossos irmãos católicos, entendem o batismo de outra forma, com outra simbologia, e o fazem por aspersão, inclusive em crianças. Para esses companheiros, a simbologia não está em imergir (morrer para o mundo) e emergir (nascer para Deus), está no compromisso da família em educar aquela criança nos princípios bíblicos (é o caso dos companheiros presbiterianos) ou purificar o pequeno do pecado original adquirido através dos seus pais, como é o caso dos companheiros católicos. Nós, os batistas, assim como a maioria dos grupos evangélicos, cremos e praticamos o batismo por imersão, o que não faz de nós os únicos corretos de toda a cristandade. É uma discussão teológica, que vamos deixar para mais tarde. O importante, agora, é que você relacione batismo a conversão, a novo nascimento e que só tome essa decisão quando sentir-se absolutamente seguro, ou seja, não aceite nenhum tipo de pressão nesse sentido, é uma decisão sua com Deus.
REQUISITOS PARA O BATISMO
· Arrependimento dos pecados (Atos 2:38);
· Desejo de ser batizado (Atos 2:41; 8:12);
· Crer em Jesus (Mc 16:16);
· Testemunho de uma vida moral e exemplar, de alguém que está em processo de transformação;
IMPEDIMENTOS PARA O BATISMO
Se você vive com alguém como marido e mulher, precisa ser casado. Se esse é o seu caso, você está temporariamente impedido de batizar-se. Recomendamos, então, que você procure o seu professor da classe ou o pastor da igreja, exponha sua situação e peça ajuda. A igreja, com toda certeza, empenhará todos os seus esforços a fim de ajudá-lo/a a resolver essa situação. Nem por isso desanime, continue freqüentando a classe da ebd enquanto buscamos juntos uma solução, caso você deseje isso. Entenda que a igreja é uma instituição divina, mas também humana, e como tal tem suas regras.
Lição 05
A CEIA DO SENHOR
Textos bíblicos
Mateus 26:26-28: Enquanto comiam, tomou Jesus um pão e, abençoando-o, o partiu e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo. A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados.
1 Coríntios 11:23-29: Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão, e tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim, porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha. Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice, pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si.
PALAVRAS INICIAIS
Foi nessa reunião descrita por Mateus (comemoração da páscoa judaica) que Jesus instituiu a Ceia como um memorial. Logo na seqüência, partiu para o Jardim do Getsêmani, onde foi preso e passou por todo o sofrimento narrado nos evangelhos, até a morte na cruz.
Esta é a celebração mais solene da Igreja, pois lembra a morte de Jesus em nosso lugar.
Na Ceia, são usados dois elementos: o pão, que simboliza o corpo de Cristo, e o vinho, que simboliza seu sangue. É bom lembrar que esses elementos são reais e não sofrem nenhum processo milagroso de transformação. Na teologia católica fala-se em transubstanciação, que seria a transformação das substâncias. Segundo esse entendimento, o pão passa a ser, literalmente, a carne de Cristo e o vinho transforma-se no seu sangue. Isso não faz muito sentido, levando-se em conta que na primeira celebração Cristo estava fisicamente presente e não houve nenhum ato de antropofagia. Os elementos têm por objetivo lembrar o sacrifício de Cristo.
Participar da ceia é um testemunho de que estamos em comunhão com o Senhor. A união dos crentes ao participarem significa que a igreja vive num só corpo, num só espírito, numa só fé, num só pensamento (Ef 4:5).
Outra coisa: os elementos da ceia não têm nenhum poder curador de enfermidades físicas, nem é essa sua função. A Ceia, repito, é para lembrar o sacrifício de Cristo por nós. Nem por isso é uma celebração triste, pois não podemos esquecer que o sacrifício de Cristo gerou vitória para ele, ao vencer a morte, e, consequentemente, para toda a igreja.
QUEM PODE PARTICIPAR DA CEIA, E COMO
· A Ceia é para os que fazem parte do corpo de Cristo, para aqueles que já passaram pelo batismo nas águas;
· Os participantes devem estar preparados, devem ter dignidade, pureza de coração e discernimento, ou seja, não se deve ingerir os elementos como se estivesse fazendo um lanchinho;
· Deve haver reverência e temor (não medo);
· É preciso que o participante faça um auto-exame. O celebrante não pode determinar quem poderá participar ou não. Somente o próprio crente poderá fazer esse exame: “examine-se, pois, o homem a si mesmo..”
· Não se deve deixar de participar da ceia por qualquer razão de relacionamento. O que se deve fazer é procurar a pessoa envolvida na situação e acertar-se com ela. Não tem nada a ver situações como: não vou participar porque briguei com o meu filho, porque discuti com meu cônjuge, porque me aborreci com meu funcionário ou com meu chefe. Acerte-se com essa pessoa, faça um auto-exame e celebre com a comunidade a vitória de Cristo.
DESMITIFICANDO A CEIA
A ceia por si só não salva, nem o batismo;
A ceia não tem como objetivo proporcionar cura física;
Em momento nenhum o pão deixa de ser pão, nem o vinho deixa de ser vinho, logo não há necessidade de se fazer nenhum ritual como enterrar o que sobra;
A ceia por si só não promove santificação. A santificação é um processo que se desenvolve na vida do crente.
PARTICIPANDO DIGNAMENTE DA CEIA DO SENHOR
Quando o apóstolo Paulo fala que “não devemos participar indignamente...”, ele não está querendo dizer que tenhamos que ser pessoas perfeitas, sem nenhuma falha, até porque isso é incompatível com a nossa natureza. Ele está falando da indignidade de atitude e conduta. Todos somos pecadores; no entanto, aqueles que têm se renovado na atitude mental e se revestido “do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4:23-25), estão em condição de participar da mesa do Senhor. Por outro lado, aqueles que abrigam pecados (grosseiros, carnais, pessoais, sutis) precisam, primeiramente de purificação (1 Jo 1:7,9). Diante disso, devemos reconhecer ou discernir “o corpo do Senhor”, ou seja, o corpo espiritual de Cristo, ou seja, a igreja de Cristo.
CONCLUSÃO
“A Ceia do Senhor é uma ocasião solene em que lembramos o ponto máximo da obra de Cristo em nosso favor. Assim, ela pode tornar-se um momento de grande bênção espiritual, contanto que os participantes cheguem com a atitude mental apropriada. Dessa forma, devemos permitir que a Ceia do Senhor se transforme numa oportunidade de adoração e de comunhão com o Cristo ressurreto e com os irmãos.”
Lição 06
A FAMÍLIA NO PLANO DE DEUS
Textos bíblicos:
Gn 2:24 - Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.
Ef 5:28,31 - Assim também os maridos devem amar as suas esposas como a seus próprios corpos. Quem ama a sua esposa, a si mesmo se ama. Eis porque deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e se unirá à sua mulher e se tornarão os dois uma só carne.
Sl 127:3,4 - Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão. Como flechas na mão do guerreiro, assim os filhos da mocidade.
Ef 6:1-4 - Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo.Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa),Para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra.E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor.
PALAVRAS INICIAIS
Uma família que observa os princípios bíblicos, sem dúvida alguma, é uma família segundo o coração de Deus. Cada indivíduo compreende e executa sua parte, ninguém agride ou oprime o outro. Cada um mantém sua própria identidade, embora, em determinadas situações, renuncie a alguns desejos em favor da instituição familiar. Cada um tem seus gostos, suas preferências, seus pontos de vista, mas quando necessário, para o bem da unidade, se dispõe a abrir mão de sua individualidade em favor do coletivo.
As relações familiares nem sempre são as melhores, perfeitas e agradáveis. Sabemos que na sociedade da qual fazemos parte, muitas famílias têm desmoronado, perdido a estrutura e o equilíbrio, contribuindo para a má formação dos filhos.
FAMÍLIA E TELEVISÃO
No que depender da televisão, a falência total da estrutura familiar é uma coisa pra já, para os próximos dias. Assim, a família cristã precisa precaver-se contra essas investidas através da programação televisiva.
As famílias apresentadas pelas telenovelas são, via de regra, completamente desajustadas: a mãe disputa um mesmo homem com a filha, a figura do pai não existe ou se trata de um adúltero irresponsável e in conseqüente, os filhos não demonstram o menor respeito pelos pais, os irmãos são desajustados. É um contexto lamentável. Os valores são invertidos: o que é certo é visto como errado, cafona, careta, ultrapassado; já o que é errado torna-se absolutamente correto. Contrariando toda essa confusão, a Bíblia, com toda clareza, ensina que os pais não devem provocar a ira dos filhos; que estes, por sua vez, devem respeitar os pais, aceitando sua disciplina e toda a sua orientação, pois isto é sensato e agradável ao Senhor.
O povo evangélico não pode, em hipótese alguma, aceitar como normal ou querer imitar esse comportamento absolutamente contrário ao Cristianismo, apresentado pela tv, afinal de contas, nossa regra de fé e prática não é a televisão, mas a Bíblia sagrada.
O QUE FAZER QUANDO A CONVERSÃO A CRISTO PROVOCA UM CONFLITO FAMILIAR?
O ideal é a opção de uma pessoa por Cristo não gere um conflito familiar, mas caso isso aconteça, você não deve desistir, mas sim resistir com gratidão ao Senhor, procurando conduzir os seus familiares a uma experiência com Deus, como você teve. É claro que esse processo pode ser lento e deve ser trabalhado com bastante calma e compreensão, sempre evitando o conflito e a antipatia pela igreja.
Se antes da conversão, a pessoa era alegre e brincalhona e depois de aceitar a Cristo tornou-se um chato em potencial e se afasta da família, colocando-se numa redoma de vidro, é claro que isso vai gerar um problema familiar. Assim, essa pessoa não vai ganhar outros para Cristo, muito pelo contrário, vai distanciá-los cada vez mais. Em outras palavras, eu estou dizendo que você não deve afastar-se dos seus amigos de verdade e dos seus familiares, deve apenas, se for o caso, evitar determinados ambientes antes freqüentados ou determinadas brincadeiras incompatíveis com sua nova opção de fé. Agora, você tornou-se um vínculo entre eles e Cristo, logo, não pode isolar-se. Outra coisa, todos vão observar seu testemunho, sua mudança. Logo, você não deve tornar-se antipático, aliás, agora, mais do que nunca, você tem todas as razões do mundo para ser uma pessoa alegre, feliz.
Em todo tempo, ame sua família, viva esse amor de fato. Entenda que a ordem de prioridade das coisas deve ser: Deus, família, igreja. Sua família é bênção de Deus na sua vida, cuide dela.
A VIDA NO LAR
Os primeiros frutos do novo convertido devem ser notados no lar. O lar tem propósitos sérios porque traduz uma instituição divina, que é o casamento. É o lugar onde pessoas, com os mesmos propósitos, os mesmos sonhos e ideais baseados no amor, vivem um relacionamento saudável. Assim sendo, deve haver unidade, companheirismo e solidariedade entre os membros da família, para que assim o lar represente, de fato, uma instituição divina.
Lição 06
VENCENDO AS TENTAÇÕES
Textos bíblicos
1 Coríntios 10:12,13 – Aquele, pois, que pensa estar em pé, veja que não caia. Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel, e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação , vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar.
1 Pedro 5:8,9 – Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge, procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo.
PALAVRAS INICIAIS
A tentação é um impulso inicial para se cometer certo pecado (veja Gênesis 3:1-5). A tentação em si não é pecado. O problema é que se não for encarada de maneira certa, aí sim ela pode tornar-se pecado. De repente, como novo convertido, você pode achar que o fato de ter sofrido uma tentação já quer dizer que pecou, o que não é verdade, não é bem assim. Até mesmo Jesus foi tentado, mas não cedeu à tentação. Então isso quer dizer que todos nós podemos ser tentados, mas devemos resistir. Por outro lado, é interessante também compreender que adotar uma atitude de indiferença diante da tentação não é legal, ou seja, ignorar a tentação não vai nos dar nenhuma garantia de que não vamos cair. Na verdade, essa é uma atitude de soberba, como se estivéssemos dizendo: sou forte, não vou cair nessa tentação, nem vou dar confiança. Companheiro(a), toda tentação precisa de uma resposta e essa resposta precisa ser de resistência, de recusa, nunca devemos simplesmente ignorá-la.
No filme “O Advogado do Diabo”, há um diálogo em que o diabo apresenta o seguinte argumento em sua defesa: “eu não faço ninguém cair em tentação, eu apenas crio as oportunidades, as pessoas é que aceitam e caem...” É exatamente isso que acontece: ele cria as oportunidades. Essas oportunidades, diga-se de passagem, são muito bem criadas, sempre de acordo com o ponto fraco de cada um. Dessa forma, se o seu ponto fraco é o sexo oposto, as “oportunidades” para você serão criadas sempre nessa área, ou seja, sempre envolvendo uma mulher ou um homem, conforme o caso, que tenham atributos capazes de te encantarem; se a sua fraqueza é o dinheiro, as “oportunidades” serão criadas sempre nessa área. Se você foi alcoólatra, as “oportunidades” sempre terão a ver com bebidas e assim vai. Querido(a), não pense que você agora tornou-se um super-homem, uma super-mulher, que está imune e que nada vai te fazer cair, pois é por pensar assim que muitos caem. Você precisa de Deus. É dele que virá a força necessária para que você resista, mas lembre-se que você precisa fazer sua parte. Pra começar, você precisa fugir da tentação e não correr para ela com a idéia de que “vou te enfrentar para mostrar a mim mesmo e a todos que sou capaz.” Não entre nessa que é furada. Siga a orientação bíblica: fuja da tentação. Se ela vier, se acontecer de forma que você não possa evitá-la, aí sim, resista, exerça o seu auto-controle e busque forças em Deus.
As fontes de tentação
Satanás (o diabo) – Desde Gênesis até Apocalipse, vemos satanás em ação, tentando enganar os homens e levá-los a pecar (veja o que aconteceu em Gênesis 3:1-4). Você precisa entender que não está imune a essa ameaça, portanto, fique ligado.
A carne – Tem a ver com a nossa tendência de viver de acordo com os apetites do corpo como se não tivéssemos controle sobre ele. Assim, a nossa natureza carnal vive em constante conflito com a nossa nova natureza em Cristo, procurando fazer com que voltemos aos antigos hábitos de vida (veja Romanos 8:5-13 e Gálatas 5:16-26).
O mundo – Tem a forma de uma tentativa sutil de levar-nos à conformidade com as atitudes que prevalecem no ambiente em que vivemos, e com a atmosfera dele. Algumas dessas tentações são: sentir-se seguro pela posse de bens ou por realizações próprias; pensar que podemos levar a vida sem um relacionamento com Deus; adotar idéias que partem de uma sociedade decaída e sem Deus (veja João 16:33; Romanos 12:2; 1 Timóteo 6:10; 1 João 2:15).
Condições para vencer as tentações
Estar alerta sempre – Você não está imune às tentações e não tem nenhuma garantia de que pode vencer a todas, portanto, mantenha-se ligado (1 Coríntios 16:13; 1 Pedro 5:8);
Ser cheio do Espírito Santo - Com suas próprias forças, o cristão nunca pode derrotar as tentações. A vitória só é possível pelo poder do Espírito Santo (veja Atos 1:8; Efésios 5:18; Filipenses 4:13);
Agir prontamente – A tentação deve ser vencida no momento em que surge. Não devemos adiar a reação (veja Tiago 1:14,15).
Conhecer os livramentos bíblicos - Para cada tentação, Deus promete um livramento. Assim, quanto mais conhecermos a Bíblia, mais chances temos de vencer as tentações (veja 1 Coríntios 10:13; Salmos 119:11; veja também 2 Timóteo 2:22, sobre tentações de natureza sexual, e Mateus 4:1-11, Tiago 4:7, sobre dúvidas que o diabo pode plantar no coração da pessoa).
Orar pedindo a vitória – A oração tem um papel muito importante para se alcançar a vitória na luta contra as tentações. A Bíblia orienta que oremos tanto pela nossa própria vitória como pela vitória de outras pessoas.
CONCLUSÃO
Querido(a), você não precisa ficar obcecado pela idéia de que tudo em torno de você é tentação, também não deve achar que se não sofrer tentações você não está sendo um bom crente. Deixe que as coisas aconteçam. Não busque tentações ou provações desnecessárias, apenas esteja pronto para enfrentá-las, caso apareçam, e certamente vão aparecer. Não sinta-se um herói. Você é uma nova criatura em Cristo, e isso não é pouca coisa, mas você não deixou de ser um ser humano. Enfim, viva cada momento da sua nova vida com Cristo. O Senhor te diz o seguinte através de uma linda letra de música: “é meu, somente meu todo o trabalho e o teu trabalho é confiar em mim.” Que belezura!
Lição 07
DÍZIMOS E OFERTAS
Textos bíblicos
Malaquias 3:7-11: Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos meus estatutos, e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar? Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós bênção sem medida. Por vossa causa repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos.
2 Coríntios 9:6,7: E isto afirmo: Aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia com fartura, com abundância também ceifará. Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade, porque Deus ama a quem dá com alegria.
PALAVRAS INICIAIS
Dentro das igrejas há muitos que por diversos motivos não aceitam a idéia de reservar uma parte de seus ganhos para o Senhor. Os questionamentos variam do lógico ao absurdo. Por exemplo:
* Deus não precisa de dinheiro!
* Deus é dono de tudo!
* Não vou encher a barriga de pastor!
* Ganho pouco, e sou pobre!
* Não sobra para o dízimo!
* Tenho escola, e muitas despesas!
* Isto é para os ricos!
e diversas outras desculpas.
É muito importante que você entenda que Deus realmente não precisa de nosso dinheiro, mas a igreja precisa, nossa comunidade precisa. Outra coisa: você não deve ofertar e dizimar como estivesse investindo numa operação bancária, esperando um retorno líquido e certo ou até mesmo como se estivesse barganhando com Deus.
No Velho Testamento, dizimar era uma obrigação de cada israelita, mas o desejo de ofertar deveria nascer no interior do coração, marcado por gratidão e alegria, uma ação voluntária, através da qual o Eterno era adorado. Assim, deve acontecer conosco.
COMPRRENDENDO A NECESSIDADE DE DIZIMAR
O ideal é que cada igreja tenha pelo menos um pastor de tempo integral; esse cara tem família e dedica-se em tempo integral à igreja, logo não pode ter um emprego fora da igreja. Pois muito bem, ele precisa ser assalariado. Esse dinheiro não pode vir do estado (feriria o princípio constitucional da separação entre igreja e estado), logo, vem da própria igreja. Esse cara não administra os recursos da igreja, existe uma equipe que cuida disso, logo não se dizima para o pastor. Outra coisa: eu faço parte de uma igreja, fico dentro do templo algumas horas por semana durante os cultos, que são momentos muito legais. Bom, eu preciso que haja instrumentos, energia elétrica, preciso de água e gostaria muito que houvesse (haverá no futuro) um ar condicionado para os dias de calor. Isso tudo é do interesse da comunidade. Logo, essa comunidade precisa contribuir para que tudo isso aconteça. Ainda um último argumento: em nossas comunidades, temos pessoas bem financeiramente e pessoas carentes. A igreja precisa atender as necessidades básicas de seus membros e isso demanda dinheiro e esse dinheiro não pode vir do estado, logo é a partir de nossas contribuições que isso vai rolar. Assim sendo, quando questionados sobre dízimos, precisamos deixar claro para as pessoas que não somos um bando de alienados que entregamos nossa grana a um pastor, como dizem alguns. Somos uma igreja e temos um pastor em tempo integral (o companheiro Luciano), temos alguns funcionários e temos uma série de necessidades a serem atendidas. Então contribuímos felizes para tudo isso e somos abençoados. Esse “somos abençoados” não quer dizer que tenhamos que pagar pelas bênçãos que recebemos, isso é um argumento completamente infeliz. Deus não precisa do nosso dinheiro, nossa igreja sim. Então contribuímos para o coletivo. Ah, e somos felizes. Simples assim.
CONCLUSÃO
É importante que o crente, no seu princípio de fé, aprenda corretamente que o pagamento do dízimo, além de obrigatoriedade para o sustento da igreja, é também um ato de generosidade que faz parte da lei do amor. Assim, aquele que dizima não está colaborando apenas para o crescimento do reino de Deus através da igreja, mas também abrindo portas de bênçãos para si próprio.
Desde os dias de Moisés, o dízimo passou a ser obrigatório. Deus determinou leis para a entrega dos dízimos, que passou a ocupar papel importante para a subsistência da vida religiosa de Israel (Deuteronômio 26:1-15). Hoje, o mesmo acontece em relação a igreja, ou seja, os nossos dízimos e as nossas ofertas é que sustentam a igreja, inclusive no que diz respeito ao atendimento de necessidades básicas de algumas famílias que formam nossa comunidade.
Enfim, não há razão para você não dizimar. Deus tem te abençoado com saúde, com um emprego, de forma que você pode sustentar sua família com dignidade. Pois é, então que tal agradecer a Deus por isso tudo também com suas ofertas e seus dízimos para, dessa forma, abençoar outras famílias também?
Lição 08
A BÍBLIA – PALAVRA DE DEUS
Textos bíblicos
2 Timóteo 2:15 – Procura apresentar-te a Deus aprovado como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.
Salmos 119:105 – Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz, para os meus caminhos.
Salmos 119:130 – A revelação das tuas palavras esclarece e dá entendimento aos simples.
1 Pedro 3:15 – antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós.
PALAVRAS INICIAIS
Através dos tempos, Deus tem se revelado por meio de suas obras, porém na Palavra de Deus (a Bíblia), temos uma revelação especial e completa. Ela funciona para nós, cristãos, como um manual, como nossa regra de fé e conduta.
Ter o Espírito Santo em nossa vida e não conhecer a Bíblia pode conduzir ao fanatismo. Por outro lado, conhecer a Palavra só por conhecer, sem uma experiência pessoal com o Espírito Santo, conduz ao formalismo, ao materialismo. Nosso desafio enquanto cristãos e conhecedores da Palavra de Deus é buscar um ponto de equilíbrio.
RAZÕES PELAS QUAIS DEVEMOS ESTUDAR A BÍBLIA
1. Porque ela é nossa regra de fé;
2. Porque ela alimenta nossas almas;
3. Porque ela é o instrumento que o Espírito Santo usa para falar conosco, para fazer-nos compreender a vontade de Deus;
4. Porque ela enriquece espiritualmente a nossa vida cristã;
COMO DEVEMOS LER A BÍBLIA
1. Leia a Bíblia diariamente;
2. Leia a Bíblia com oração, devagar, meditando;
3. Leia a Bíblia toda, mesmo que isso demore um pouco.
A ESTRUTURA DA BÍBLIA
A Bíblia divide-se em duas partes principais: Antigo Testamento e Novo Testamento, tendo ao todo 66 livros, sendo 39 no Antigo e 27 no Novo. Estes 66 livros foram escritos ao longo de 16 séculos e tiveram cerca de 40 escritores. Esses escritores pertenceram às mais variadas profissões e atividades, viveram e escreveram em países, regiões e continentes diferentes, distantes uns dos outros, em épocas e condições diferentes. Apesar disso tudo, seus escritos formam uma harmonia, até porque todo esse trabalho foi conduzido pelo Espírito Santo.
No caso da Bíblia católica, ela tem 73 livros, ou seja, sete livros a mais em relação a Bíblia protestante. É que ela inclui os chamados livros apócrifos, que não foram aceitos pelos reformadores.
AS LÍNGUAS ORIGINAIS
O Velho Testamento foi escrito em Hebraico, com alguns trechos em aramaico e o Novo Testamento, em Grego.
INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA
Veja bem: os escritores da Bíblia não funcionaram como máquinas inconscientes nem houve psicografia. O que houve foi uma cooperação vital entre eles e o Espírito Santo que os capacitava. Esses homens escreveram utilizando palavras do seu próprio vocabulário.
Quando aceitamos a Cristo como nosso Salvador, aceitamos também a Palavra Escrita como a revelação de Deus.
A BÍBLIA É IMPARCIAL
Se a Bíblia fosse um livro apenas humano, ela não revelaria as faltas, as falhas, os pecados do homem. Em toda a sua extensão, a Bíblia glorifica a Deus, somente a Ele. Quanto ao ser humano, ela é completamente imparcial. Ela diz que Davi era um homem segundo o coração de Deus (Atos 13:22), mas ao mesmo tempo revela seus pecados, como vemos nos livros de Reis, Crônicas e Salmos. Ela fala ainda da embriaguez de Noé, da dissimulação de Abraão, o caso de Ló, a idolatria e a luxúria de Salomão. É claro que nada disso está escrito para imitarmos, mas para nossa orientação, evitando que cometamos os mesmos erros e também para mostrar que o homem é falho, todos eles, inclusive os grandes nomes da Bíblia.
CONCLUSÃO
Aceite como desafio ler toda a Bíblia, é uma experiência muito enriquecedora. Se ela é nossa regra de fé, precisamos conhecê-la. Assim, aproveite todas as oportunidades para lê-la e meditar sobre cada parte lida. É através do estudo da Bíblia, da nossa participação efetiva na escola bíblica dominical que adquirimos conhecimento, que amadurecemos e, assim, passamos a ter argumentos sólidos para defender a nossa fé.
Não use a Bíblia como amuleto, deixando-a aberta num Salmo como se o diabo tivesse medo da letra. Ele até chegou a citar partes do Salmo 91 para Jesus, no episódio da tentação. A Bíblia não foi produzida para isto, mas sim para o nosso amadurecimento espiritual.