sábado, 11 de maio de 2013

ADOLESCENTES - FEVEREIRO A JUNHO DE 2013




As demais lições são as mesmas  da postagem anterior para JOVENS e ADULTOS.


LIÇÃO 11                                               28 ABR

MISSÃO IMPOSSÍVEL (?)  –   Prof. Pedro Paim

Quem lê os versículos iniciais da carta de Paulo a Tito percebe claramente o forte laço de amizade entre esses homens. Paulo trata-o como um filho na fé. Um sentimento que muitos de nós não sentimos por ninguém que conheçamos.  A história de Paulo e sua relação com Tito servem para percebermos o quão importante é a confiança que depositamos em outros e como podemos corresponder a tal confiança depositada em nós mesmos.  Confiando em Tito, Paulo lhe deu uma missão, e Tito foi capaz de cumpri-la diligentemente. Agora lhe pergunto: você cumpre suas missões?

“Missão dada é missão cumprida”

Lembro-me bem que em meados de 2007, ano de minha formatura no ensino médio, muitos colegas ficaram ensandecidos com um tal filme policial. Tentava coletar informações sobre o mesmo, mas ninguém me dava informações concretas, apenas recortes. Filme brasileiro, Wagner Moura, BOPE, realidade, morro, e por aí vai. Minha curiosidade foi logo aguçada (algo não muito difícil de ocorrer, confesso) e alguns meses depois eu finalmente assisti ao filme que havia gerado tanto alvoroço.  A essa altura você já deve ter percebido que o filme que cito é “Tropa de Elite”. Em poucas palavras, o segundo melhor filme brasileiro que eu já assisti (o melhor será sempre “O Auto da Compadecida”) me impressionou por várias coisas. Acima de tudo, as discussões políticas e sociais geradas a partir dele.
Alguns anos depois, sentado em meu quarto e escrevendo esta lição que todos vocês estão lendo e estudando, esse filme volta a pincelar minha memória. Incrível. Vários anos se passaram e ainda me recordo do filme. Aí eu lhes pergunto caros leitores, por que fui lembrar-me desse filme ao escrever uma lição sobre a carta de Tito? Já dei uma dica. Pensem um pouquinho e saberão a resposta.  O nome capitão Nascimento traz alguma lembrança? Se você foi um dos poucos que não assistiu ao filme, não se preocupe, você também se lembrará de algo sobre ele, afinal essa obra foi muito mais comentada do que o Corinthians campeão do mundo em 2012.
Capitão Nascimento, oficial do BOPE, consagrou vários bordões. O meu favorito, “não vai subir ninguém”, fez muito sucesso no ano de 2009, quando Flu e Bota brigavam contra o rebaixamento no Brasileirão. Mas o bordão que veio a minha mente foi “missão dada é missão cumprida”. Como um bom soldado, o personagem de Wagner Moura cumpria suas ordens sem questionar, não importava a dificuldade delas. Acho até que era motivado por missões quase impossíveis. Tito também recebeu missões difíceis de Paulo, mas cumpriu todas elas mesmo não sendo um soldado do BOPE. Por que fez isso?
A razão de tê-lo deixado em Creta foi para que você pusesse em ordem o que ainda faltava e constituísse presbíteros em cada cidade, como eu o instruí.   Tito 1:5
Essa foi a missão. Constituir presbíteros em Creta. Tem alguma ideia do que isso significa? Sabe como constituir um presbítero pode ser difícil? Não. Então abra sua Bíblia em Tito 1:6-9. Agora responda, é fácil constituir tais pessoas? Podemos comparar a missão dada a Tito com a missão que nosso rei Jesus Cristo nos deu? Lembra da missão que Ele nos ordenou? Espero que se lembre. Que tipo de soldado não guarda em seu coração as ordens de seu comandante?
E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.  Marcos 16:15

Cristo foi bem claro na missão que nos lançou. Devemos pregar a todos e isso significa que devemos lutar para transformar o coração dessas pessoas. É claro que cumprir nossa missão não significa que todos serão convertidos na graça do Senhor, mas fazer tal julgamento não é nossa missão. Tito foi até Creta e lutou para que as ordens de Paulo fossem cumpridas a risca, e ponto. Fez isso por entender que Paulo confiava nele para pôr em prática as diretrizes de Deus. Tenho certeza de que se ele parasse para pensar em quem deveria ouvir ou não ou em quem iria tornar-se ou não um bom presbítero, as ordens de Paulo não saíriam do papel. De boas intenções o cemitério está cheio. Eu vejo que ficamos muitas vezes discutindo o sexo dos anjos, tentando encontrar respostas para discussões inúteis ou encontrar desculpas para não fazermos o que devemos fazer. Na real, temos medo de cumprir certas missões. Por quê? Medo. Desânimo. Preguiça. Comodismo. Irresponsabilidade. Sei lá. Não quero perder meu tempo buscando razões para nossas falhas, aqui farei algo diferente. Sou otimista, ou pelo menos tento acreditar que o melhor está por vir. Nossa missão não é apenas pregar, muito pelo contrário. Recebemos várias missões diariamente. Nossos pais, nossos pastores, nossa igreja, nosso Pai esperam muitas coisas de nós. Decepção é algo que ninguém quer sentir por nós. Para que então cumpramos tais missões precisamos estar muito bem preparados.

Bíblia na caveira

Um outro mote dos soldados do BOPE, “faca na caveira e nada na carteira” faz uma alusão ao símbolo do batalhão e ao fato de receberem baixos salários. Tomo liberdade para parafrasear e torná-lo gospel: “Bíblia na caveira e tudo na carteira”. Assim quero dizer que quando temos a Bíblia como nossa arma seremos fortes para enfrentarmos quaisquer situações. Sempre teremos algo em nossas “carteiras” que irá nos ajudar a vencer os obstáculos. Posso não ser muito bom com rimas, mas acredito ser o melhor do melhor do mundo em ser realista. Temos missões e devemos sempre lutar para cumpri-las. Não estaremos sozinhos, nenhum soldado está sozinho nessa luta e como nosso Deus é amor, nenhum soldado será abandonado. Começamos juntos e terminaremos juntos. Quão animador saber que nossa missão pode parecer impossível, mas sempre teremos auxílio para cumpri-la, não importa quão impossível possa parecer. Então, termino lhe perguntando mais uma vez. Você cumpre suas missões?



LIÇÃO 12                                               12 MAI

INVISIBILIDADE OU FALTA DE VISÃO ?  –   Prof. Pedro Paim

Quatro vezes Você - Capital Inicial

Rafael tá trancado há dois dias no banheiro
Enquanto a sua mãe
Toma prozac, enche a cara
E dorme o dia inteiro
Parece muito, mas podia ser

Carolina pinta as unhas roídas de vermelho
Em vez de estudar
Fica fazendo poses
Nua no espelho
Parece estranho, mas podia ser

O que você faz quando
Ninguém te vê fazendo?
O que você queria fazer
Se ninguém pudesse te ver?

Gabriel e a namorada se divertem no escuro
E o seu pai acha tudo que ele faz
Errado e sem futuro
É complicado, mas podia ser

Mariana gosta de beijar outras meninas
De vez em quando beijar meninos
Só pra não cair numa rotina
É diferente, mas podia ser

Você certamente já ouviu essa música. Achei interessante trazê-la para nossa aula de hoje porque ela vem de encontro com um versículo do segundo capítulo de Tito. Vamos abrir a Bíblia em Tito 2: 1-6. No versículo 6, qual a exortação de Paulo a Tito? Você sabe o que está envolvido em ser moderado? Não estou me referindo ao nosso comportamento diante de nossa sociedade. Sinceramente, ser um bom cidadão, um bom filho, um bom aluno são obrigações de qualquer jovem; não é preciso ser cristão para se fazer isso. Ser cristão é muito difícil, por isso Tito foi falar aos jovens exatamente sobre isso. Vamos voltar à música agora. Nela vemos vários exemplos de comportamentos errados que são praticados quando as pessoas estão sozinhas, quase invisíveis no aconchego de seus quartinhos.  Alertar que Deus é onisciente é inútil. Somos pecaminosos, como Davi bem disse:
Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe.  Salmos 51:5
Por isso, vez por outra, cometemos pecados, mas por estarmos na segurança da nossa privacidade, achamos que tais pecados não serão contabilizados. Como somos ingênuos! Ouça bem: somos responsáveis por cada uma de nossas atitudes; se plantarmos boas sementes, teremos uma colheita proveitosa, mas se nossas sementes forem ruins, não há muito que esperar; melhor é pensar em como solucionar os problemas que teremos que enfrentar. Logo na nossa primeira lição, eu disse que não perderia tempo falando balelas, serei curto e grosso como um palmito de baixa qualidade. Não quero citar exemplos pessoais porque tomam muito tempo e são experiências que serviram como reflexão para mim mesmo e, é claro, para conversar com Deus sobre como preciso melhorar. Faça você o mesmo. Pense naquilo que faz no seu quartinho, pense no que faz diante de seu espelho, pense nas atitudes que pratica na falsa segurança da sua invisibilidade (por sinal ela nem existe). Pegue todas essas ideias e converse com nosso Pai. Vai ser uma longa conversa, mas isso é necessário. Mudar é difícil, pecar é simples. O que você quer para sua vida?

Buscai seu crescimento

Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento.
Por isso, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento.  1 Coríntios 3:6-7

Não somos nada. Repito: não somos nada. Melhor, não somos absolutamente nada. Paulo mostra que as coisas boas que plantamos não gerarão bons frutos se não for essa a vontade de Deus. Fazer o certo é nossa obrigação, mas não é garantia de nada. Por outro lado, garanto que plantar erros gerarão graves consequências e Deus nem precisará fazer nada para que soframos por causa de nossas atitudes erradas. Você não é um super-herói. Não é capaz de ficar invisível para Deus e nem para as pessoas que estão ao seu redor. Acorde! Pare de agir como se tivesse a capacidade de esconder pecados. Ainda há tempo para mudar. Basta arrepender-se e mudar. Não tenha medo de assumir seus erros; tenha pavor de escondê-los. Vou sugerir uma atividade simples que talvez lhe ajude a começar a mudar. Faça uma lista, isso mesmo uma lista de papel, com erros que você comete na sua invisibilidade relativa. Ore e busque o auxílio de Deus para resolver tais problemas, se não quiser buscar ajuda de outras pessoas, claro pessoas de sua confiança, tudo bem. Embora eu acredite que nossos pais e amigos verdadeiros possam sempre somar, entendo que você talvez não esteja pronto para expor seus problemas. Reúna forças para logo fazer isso. Lembre-se que precisamos crescer como cristãos e isso será impossível se não nos dedicarmos 101%. Na próxima aula, podemos abordar essas questões novamente e quem sabe ficarmos felizes ao ver que algumas listas já não estão cheias ou mesmo que já estão vazias.



LIÇÃO 13                                               19 MAI

SOBRE ONÇAS E FRUTAS – Prof. Pedro Paim


Mas não entres em questões loucas, genealogias e contendas, e nos debates acerca da lei; porque são coisas inúteis e vãs.

Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o,

Sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo condenado.

Quando te enviar Artemas, ou Tíquico, procura vir ter comigo a Nicópolis; porque deliberei invernar ali.

Acompanha com muito cuidado Zenas, doutor da lei, e Apolo, para que nada lhes falte.

E os nossos aprendam também a aplicar-se às boas obras, nas coisas necessárias, para que não sejam infrutuosos.

Saúdam-te todos os que estão comigo. Saúda tu os que nos amam na fé. A graça seja com vós todos. Amém.      
Tito 3:9-15

As palavras finais da carta de Paulo a Tito aplicam-se muito bem a nossa vida em Unamar. Gostaria de destrinchar cada versículo para que possamos pinçar o que nos é relevante e, assim, retirarmos algo para a nossa prática diária,  do capítulo final desta carta. Já quero deixar bem claro que o que digo aqui não está direcionado a alguém em específico, mas se a carapuça servir, aí o problema já não será meu. Fique bem a vontade para discordar, questionar, acrescentar algo e assim faremos dessa uma lição para você e ao mesmo tempo sua.

Cutucando a onça com vara curta
Há pessoas que gostam de sofrer. Reclamam e reclamam, mas gostam de sofrer. Eu conheço várias pessoas assim. Também conheço muitas pessoas que sentem prazer em fazer outros sofrerem. Também não sou muito chegado  a esse tipo de pessoa, mas o que realmente me assusta são as pessoas que gostam de sofrer e de fazer outros sofrerem. Sabe aquela história de cutucar a onça com vara curta? Pois é, Paulo sabia que muitos cristãos tinham esse comportamento, implicavam com pessoas não cristãs sobre alguma atitude errada que praticavam, por exemplo, e isso acabava gerando uma discussão e, consequentemente, um problema. Hoje, o conselho dado a Tito nos versos 9 e 10 ainda é essencial.
Imagine que uma pessoa que conheçamos, mas que não é cristã, esteja fazendo uso de DVDs piratas. Nós, cristãos, sabemos que isso é errado, mas não é por causa disso que iremos, desculpe-me a expressão, vomitar nosso discurso nessa pessoa. Isso só iria irritá-la e afastá-la de nós; o oposto do que Deus quer que façamos. Além disso, você acha que assim, esse nosso conhecido deixaria de comprar seus DVDs “alternativos” ? Não quero dizer que devemos compactuar com coisas erradas ou fazer vista grossa, mas devemos ser sábios em nossas palavras. Brandos. No momento certo teremos a chance de mostrar o erro daquela pessoa e darmos a ela a oportunidade de arrepender-se e mudar. Lembre-se: devemos odiar o pecado, não o pecador.

Conhecer as maçãs

Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores.
Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?
Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus.
Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons.
Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo.

Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
Mateus 7:15-20


E os nossos aprendam também a aplicar-se às boas obras, nas coisas necessárias, para que não sejam infrutuosos. Tito 3:14

Diga-me, o que esses versículos têm em comum? Sobre o que os dois falam? Achou fácil responder? Difícil? Não importa como chegou a resposta. Agora o importante é entender a implicação desses versículos. No livro de Mateus, Jesus Cristo foi claríssimo com relação ao tratamento dado a falsos profetas.  São como árvores que produzem frutos maus e devem ser cortados e queimados. Pegando essas palavras como ponto de partida e comparando com a carta de Paulo a Tito, vemos que Tito foi comissionado a instruir os cristãos da época para que não fossem como as árvores citadas por Jesus.
Que tipo de árvore você é? Como são os seus frutos? Será que produz uma quantidade grande de frutos ou apenas poucos aproveitáveis? Perguntas e mais perguntas que você precisa responder em seu coração diante de Deus.
Não é a primeira vez que falo sobre nossa obrigação de gerar frutos para nossa igreja. Você com certeza lembra-se de outras lições que trataram sobre o mesmo tema. Por isso quero ampliar nossa discussão, não quero ser repetitivo, quero abordar esse tema de uma forma mais extensiva. Voltemos a Cristo:

E Jesus, tendo ouvido isto, disse-lhes: Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento.
Marcos 2:17

Nosso rei não veio até a terra para sacrificar-se apenas pelos justos. Não, muito pelo contrário, ele veio atrás dos pecadores para que esses se arrependessem e fossem salvos. Quanto amor! Nossa vida como árvore não deve ser diferente. Claro que iremos gerar frutos para o reino de Deus;  esse será nosso primeiro passo, mas não devemos parar apenas nisso. Precisamos gerar frutos para nossa sociedade. Se você vive numa bolha cristã e acha que deve afastar-se do “mundo”, então não entendeu nada do que Cristo quer de nós.

Temos que encarar o mundo, mantendo nossa integridade e fé. Somos luz e iluminaremos as trevas. Gostaria de propor a seguinte reflexão: o que você fez ou faz de bom e útil para a sociedade na qual está inserido (escola, curso, momentos de lazer, etc.)? Ahh e nem adianta mencionar os frutos gerados para nossa PIB. Lembre-se que nossa discussão aqui é maior, não estamos lidando com os justos, mas sim com os pecadores. Que tipo de árvore você é para o mundo?



LIÇÃO 14                                               26 MAI

PRISIONEIROS DO EVANGELHO – parte I
Prof. Pedro Paim

1 - Paulo, prisioneiro de Jesus Cristo, e o irmão Timóteo, ao amado Filemom, nosso cooperador,
9 - Todavia peço-te antes por amor, sendo eu tal como sou, Paulo o velho, e também agora prisioneiro de Jesus Cristo.
13 - Eu bem o quisera conservar comigo, para que por ti me servisse nas prisões do evangelho;
Filemom

Por favor, leia novamente esses versículos acima da carta de Paulo a Filemom, e preste atenção aos termos em negrito. Algo chamou sua atenção? Provavelmente sim. Nesses três trechos, Paulo faz referência a ser prisioneiro e a estar em uma prisão. Não há nada de surpreendente nisso, afinal como nós todos já sabemos, Paulo passou um bom tempo aprisionado. Porém, esse incansável apóstolo não estava referindo-se a prisões humanas. Sobre o que então ele falava?

Correntes de fé
Paulo nos serve como um grande exemplo de como servir ao nosso Pai celestial e não desanimarmos diante das dificuldades que iremos enfrentar. Isso mesmo: servir ao Senhor não é fácil e não trará apenas bênçãos em nossas vidas. Eu pessoalmente estou até cansado do cristão joinha. Sabe aquele cristão que só acredita em Deus quando sua vida está sendo abençoada? Estou falando do cristão que ora constantemente por coisas materiais e que acha que quando ganha coisas é porque está agradando a Deus. Galera, não seja esse tipo de cristão, uma pessoa que só acha joinha acumular bens materiais, assim será escravo do seu trabalho e estará acorrentado ao dinheiro, quando na verdade nosso Deus espera que nossas correntes sejam de fé.

Não, não aquelas correntes de fé que rolam a torto e a direito no Facebook ou na sua caixa de e-mail. Algumas até defendem causas nobres, mas perdem o sentido quando tornam-se tão banais. Falo sobre correntes de fé mais resistentes e que realmente nos mantêm no caminho certo. Paulo estava acorrentado pela fé, não importava a dificuldade que passava, ele sempre mantinha sua fé inabalável e melhor ainda, contribuía para que seus irmãos na fé continuassem fortes e trabalhassem na obra de Deus. Um grande exemplo que devemos seguir, mas que infelizmente tornou-se raro. O que vejo sempre são jovens acorrentados a diversas outras coisas e que parecem viver em confinamento absoluto e não possuem nem a mínima chance de obterem um habeas corpus de uma situação tão deplorável.

Prisões contemporâneas

Não adianta ser livre, se vivemos em uma prisão. Como isso acontece? Mais fácil do que você imagina. Garanto que muitas pessoas, e talvez até você faça parte desse grupo, não sabem lidar com a liberdade. Ironicamente Paulo passou parte de sua vida preso, mas soube ser livre no Senhor e trabalhou diligentemente pela obra, e por isso foi muito abençoado. Noto que muitos de nós não sofremos nem metade do que este apóstolo sofreu, mas ainda assim transformamos liberdade em libertinagem. Quer um exemplo? Então tá. Vamos falar de algo que tanto meninas quanto meninos gostam de fazer, assim todos entendem a ilustração. A maioria de vocês gosta de sair. Talvez para o aniversário de alguém, ou uma social, ir ao cinema ou a algum show (talvez gospel). Antes mesmo de saírem, entretanto, devem passar pelo processo de permissão paternal. Isso pode até variar um pouco de família para família, mas o principal é sempre o mesmo. Vocês pedem permissão e dinheiro, não basta ter um sem o outro, os dois são importantes. Sem permissão não vão, simples assim. O dinheiro é variável e em algumas festas nem é necessário, mas quem gosta de sair sem uma estaleca no bolso?
Quando os pais concedem permissão e dinheiro, vocês ficam felizes, mas sabem que ainda não acabou.

Existem diversas regras que devem seguir à risca, do contrário perdem o privilégio de terem a liberdade. Para não alongar muito esse exemplo, vou apenas citar o limite de hora; geralmente é meia-noite, mas isso é muito variável. Idêntico é o que acontece quando desrespeita-se essa regra. Punição. Perda de liberdade e outras coisas, como TV, PS3 ou Xbox 360 (Wii para as meninas), Internet e a lista segue. Tudo por que você quebrou uma regra e não soube ser livre. Muitas vezes nós mesmos somos responsáveis por nossas prisões. Esse assunto não acaba por aqui, ainda há muito pano pra manga. Na semana que vem falaremos mais sobre nossas próprias prisões no estudo da segunda parte dessa lição. Para casa sugiro o seguinte exercício: pense e traga outros exemplos sobre como os jovens acabam vivendo aprisionados por coisas que querem. Tente fugir do senso comum como drogas, bebidas alcoólicas e sexo. Esses são temas batidos e até estamos preparados contra eles; tente pensar sobre coisas que muitas vezes negligenciamos, mas que nos aprisionam e muito.
Até semana que vem!

  

LIÇÃO 15                                               02 JUN

PRISIONEIROS DO EVANGELHO – parte II
Prof. Pedro Paim

Enfim chegamos à segunda parte de nossa discussão sobre nossas “prisões” contemporâneas. Antes de mais nada, que tal uma breve recapitulada sobre o que vimos na semana passada? Paulo em sua carta a Filemom fala várias vezes sobre ser prisioneiro e estar preso. Lembra o que ele quis dizer com isso? Também falamos sobre a nossa condição de viver como um preso, pois transformamos nossa liberdade em libertinagem. Aí eu pedi para que vocês trouxessem exemplos, que ilustrassem essa situação. Vale lembrar que eu pedi para que tais exemplos fugissem dos problemas prontos, a combinação droga + sexo + dinheiro não serve aqui; queria que vocês pensassem em coisas simples, mas que acorrentam muitas pessoas. Então, vamos aos exemplos?

O Conde de Monte Cristo

Não se espante com o subtítulo. Estou fazendo referência à magnífica obra literária de Alexandre Dumas. Coincidentemente estou lendo essa obra no mesmo período em que escrevo essas lições. Confesso que não tinha intenção alguma de conectar uma lição com o livro, mas o nome do livro tem uma ligação com o que irei falar a seguir. Como vocês mesmos viram e ouviram, diversas são as prisões nas quais nós colocamo-nos. Quantas vezes deixamos de lado um compromisso ou obrigação por causa de um filme, um jogo, um amigo? Claro que entretenimento é importante e eu creio ser essencial para nossa saúde mental. Porém não podemos deixar de lado quais são nossas prioridades. Não adianta fazer biquinho, nunca podemos fazer tudo o que queremos na hora em que quisermos. Vocês ainda são adolescentes, mas já lidam com o peso da responsabilidade e do dever. Se acha isso difícil, acalme-se, eu garanto que futuramente ficará ainda pior.

Quando nos deixamos levar por nossas vaidades e pequenas vontades, nos aprisionamos. Não como Paulo que tornou-se um “prisioneiro” de Cristo. Servir a Deus não é uma prisão, por isso fiz questão de colocar o termo prisioneiro em aspas. O que eu quero dizer é que temos responsabilidades com Deus que não poderemos abrir mão, não podemos fugir delas. Nesse aspecto, somos parecidos com prisioneiros; digo parecidos porque há uma diferença essencial. Prisioneiros muitas vezes querem fugir, nós não. No livro que mencionei anteriormente, o personagem principal, Dante, protagoniza uma memorável cena de fuga após mais de uma década preso (sugiro que leiam o livro. Não darei muitas informações sobre ele para que não percam o elemento da surpresa, mas garanto que se seguirem meu conselho usufruirão horas maravilhosas de leitura). Ao ler e pensar na fuga de Dante, fico imaginando por que Paulo não pensou em fugir de suas prisões. Em nenhum momento em suas cartas vejo este servo armando uma fuga com algum de seus amigos ou orando por isso. Sinceramente, Paulo nem parece lembrar-se que está preso. Sabe por quê?
Paulo estava focado em servir a Deus. O personagem Dante estava focado em fugir da prisão; nós estamos focados em “prisões” supérfluas e banais, e deixamos de lado o que é realmente importante. Quem você acha que foi ou será bem sucedido nessa história toda? Não precisa nem pensar muito para responder essa pergunta. Basta abrir sua Bíblia e olhar as diversas cartas de Paulo. Já parou para pensar como um prisioneiro conseguiu realizar tanto por Deus? Paulo foi um grande servo, alguém capaz de abstrair sua situação humana e voltar-se apenas para Deus. Como vocês sabem, sou bem realista então me desculpem, mas nós dificilmente seremos como ele. Claro que podemos e devemos tentar, mas isso será uma atribuição que apenas poucos alcançarão.

Liberdade

Ao contrário de Dante, que buscou em suas próprias forças maneiras de fugir de sua prisão, nós temos uma ajuda superior. Paulo foi extraordinário, mas não agiu sozinho. Havia pessoas fieis ao seu lado e principalmente Deus. Não tenha medo de conversar com amigos sobre seus problemas e ao lado deles buscar soluções.

Converse também com seus familiares e pastores. Mas, antes de falar com qualquer pessoa, fale com nosso Pai. Ele sabe quais são nossas prisões mais íntimas. Podemos nos voltar a Ele em busca de liberdade se não física, ao menos mental. Eu fico impressionado ao ouvir histórias de prisioneiros ilustres que sofreram, mas mantiveram sua fé e venceram. Paulo foi um deles, e para citar um mais recente e que viveu uma realidade cruel, Nelson Mandela também foi um grande prisioneiro, ou melhor, homem. Se você ainda não assistiu, por favor, veja o filme Invictus, e veja ali como um homem determinado e com uma mente livre é capaz de mudar a história. Quero terminar dizendo que estou cansado do complexo de inferioridade que muitos possuem. Somos livres. Deus nos permitiu isso. Mesmo em dificuldades, contamos com Ele para nos libertar, e mesmo assim não fazemos nada de útil com nossa condição. Invista vida na sua vida, e aproveite sua liberdade.