quinta-feira, 13 de outubro de 2011

JUVENTUDE, JOVENS CASADOS, HOMENS E MULHERES - Setembro a dezembro de 2011



INFORMATIVO

 PROJETO SEMENTINHA DO FUTURO

No inicio de Setembro, o PROJETO SEMENTINHA DO FUTURO  completou 2 anos. Rendemos graças ao Senhor Nosso Deus por todas as bênçãos que Ele tem derramado. Em comemoração  realizamos um delicioso café da manhã com os Ministros da Igreja e com os Líderes de Grupos de Vida, onde todos nós compartilhamos  as transformações que vêm acontecendo,  e através  deles  quero agradecer a todos vocês que têm sustentado a obra do Senhor naquele lugar.
Nas edições  anteriores, nossa oração foi de petição, mas a de hoje é de GRATIDÃO pela provisão, pelas vidas em transformação, pelas conversões, pelas pessoas que se juntaram a esse ministério: orando, trabalhando ou contribuindo.
Nossa igreja (nós) tem  vivido um momento muito especial oriundo do amadurecimento espiritual que vem pelo conhecimento da palavra e  pela decisão pessoal de executar o plano que Deus  tem para nossas vidas.  Nos colocamos como um ministério que tem se consolidado porque nos demais ministérios  esse processo também tem acontecido.
Sendo assim, agradecemos as equipes do :  Ministério de Educação “Adultil” , como o companheiro Isac orgulhosamente se refere,  pelo amor ao ensino da palavra (Ah! O Congresso da EBD foi muito especial); ao Ministério  Infantil:  Leandro, obrigado por sempre lembrar de “nossas” crianças nas atividades que realizam; ao Pr. Edson e a Rose -  o Ministério de Família tem sido fundamental na realização dos almoços, dentre outras coisas; ao Ministério dos Grupos de Vida,  por apoiar as campanhas ( Pr. Marcos e líderes de G.V., vocês são lideres especialíssimos); a MCA -  Rosilene, obrigada pelo cuidado com as mulheres  (seus agrados são emocionantes);  Pr. Eder -   as campanhas de arrecadação de donativos  são respostas de oração;
Pr. Daniel - somos parceiros do Ministério  de Evangelização,  na campanha, para falar do amor incondicional de Cristo  em nossa comunidade.
Aos amados voluntários de todo dia -  seria impossível  a realização deste trabalho se vocês não fossem obedientes (rsrsrsrs)!  Obedientes ao Nosso Maravilhoso Deus.  Louvo a Deus pela parceira de ministério que Ele me deu. Amiga Paula, obrigada pela paciência e pelo suporte.
Pr. Luciano,  Deus deu a você um slogan fantástico “Investindo vida na vida”.  O  PROJETO SEMENTINHA DO FUTURO nasceu no coração da  PIB UNAMAR para abençoar vidas na comunidade. Louvo a Deus pela visão que Ele tem dado ao seu ministério, que é o de cuidar de vidas.
Convidamos a todos para prestarmos um culto de gratidão a Deus, no dia 9 de Outubro, domingo à noite,  em comemoração ao dois  anos do PROJETO SEMENTINHA DO FUTURO.

Rúbia Cristina Rangel

 

LIÇÕES de 1 a 5:

Prof. Isac Machado de Moura

LIÇÕES de 6 a 11:

Pr. Daniel Albuquerque Velozo


LIÇÃO 01                       

02/10/2011

SOBRE A CARTA AOS FILIPENSES E UMAS COISITAS MAIS...

            A cidade de Filipos  leva o nome de Filipe II, rei da Macedônia, fundada por ele em 356 a.C.. O maior atrativo do lugar era a localização próxima às minas de ouro do monte Pangeus, que Filipe fez questão de controlar.
            A cidade tornou-se colônia  romana em 42 a.C. Os cidadãos de qualquer colônia romana eram, automaticamente, cidadãos romanos.
            O Cristianismo chegou à Macedônia menos de vinte anos depois da morte de Cristo.
            Era costume de Paulo, ao visitar uma cidade gentia, dirigir-se à sinagoga local a fim de encontrar alguns ouvintes dentre os judeus e gentios tementes a Deus que porventura a frequentassem. Parece que em Filipos não havia uma comunidade judaica suficientemente grande para instalar-se uma congregação regular na sinagoga (o quórum era de dez homens). Lídia, então,  colocou sua casa à disposição dos missionários, a qual se tornou lugar de reuniões da  igreja que  ali surgiu.

            Os missionários envolveram-se em problemas graves quando Paulo exorcizou o “espírito de adivinhação” de uma jovem que, “adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores” (At 16:16). Como resultado desse exorcismo, a jovem não conseguia mais predizer o futuro. Os proprietários da escrava ficaram bastante aborrecidos com a perda dos rendimentos que a leitura da sorte lhes proporcionava. Paulo, então, foi considerado culpado de interferir em seus direitos de propriedade. Assim, Paulo e Silvano (Silas) foram levados ao fórum sob a seguinte acusação: “Estes homens, sendo judeus, perturbaram a nossa cidade, e nos pregam costumes que não nos é lícito receber nem praticar, visto que somos romanos.” (At 16:20,21). Ficou decidido, então,  pelas autoridades romanas, que seriam açoitados e passariam a noite em cana, como criminosos comuns. Na manhã seguinte, os dois presos exigiram que fossem reconduzidos à presença dos magistrados, pois como cidadãos romanos não poderiam ser submetidos ao tratamento recebido. Os magistrados haviam ouvido as reclamações, a acusação sem se darem ao trabalho de investigá-la e sem convidar os dois acusados a deporem, contando sua versão dos acontecimentos. Agora,  precisaram ouvi-los, e pedir desculpas por haverem açoitado cidadãos romanos sem julgamento e sentença normais. Além disso, eles não podiam expulsar cidadãos romanos de uma cidade romana, então suplicaram que ambos fossem embora; tiveram que pedir, julgando-se incapazes de protegê-los contra o ressentimento popular. Resolvida a situação legal, Paulo e Silvano certificaram-se de que os convertidos filipenses não se tornariam vítimas do ódio do povo por estarem associados a “criminosos comuns”.

            Atos 16:25-34 refere-se a evangelização de Filipos: à meia-noite ocorre um terremoto, enquanto Paulo e Silas cantavam na prisão, mencionando o terror do carcereiro, sua tentativa de suicídio e sua conversão.

            A igreja de Filipos foi muito fofa com Paulo e continuou a comunicar-se com ele após sua partida forçada da cidade. Assim, a carta de Paulo aos Filipenses dá ao leitor uma ideia do imenso prazer que essa igreja proporcionava ao apóstolo, cada vez que pensava nela, e  como era grande a apreciação da bondade e afeição dos crentes.

            Meio século depois, essa igreja preservava o mesmo caráter, o que transparece pelo seu cuidado por Inácio, bispo de Antioquia, a caminho de Roma, sob guarda militar, a fim de ser atirado às feras da arena.

PROPÓSITO DA CARTA

Paulo faz um apelo para que haja harmonia entre os membros da igreja, lamenta a existência de ciúmes e antipatias desprezíveis e lhes traz à memória a auto-renúncia de Cristo, ao tornar-se servo dos homens, ao ponto de sofrer a morte na cruz.

OCASIÂO

Filipenses foi escrita enquanto Paulo estava na prisão aguardando o julgamento que significaria liberdade, ou talvez perda da própria vida. Ele declara estar onde foi “posto para defesa do evangelho” (1:16). Mediante sua prisão, o evangelho estava sendo promovido em áreas onde, de outra forma, poderia não ter acesso.
            O local da prisão não é revelado no texto, mas os filipenses sabiam onde ele estava, pois lhe enviaram Epafrodito com uma oferta (2:25). Esse local pode ser Roma, Éfeso ou Cesaréia.


QUANDO AGIMOS COMO AS AUTORIDADES ROMANAS

            Os representantes do governo Romano em Filipos simplesmente ouviram a queixa do povo e agiram de imediato contra Paulo e Silas. Não os ouviram.  Somente no dia seguinte perceberam o tamanho da besteira  e ficaram desesperados. Os presos poderiam recorrer a outros setores do governo e aquelas autoridades seriam punidas pelo desmando. Mas Paulo e Silas não queriam fazer isso, queriam apenas uma revisão da sentença irregular. Pois bem...e quando nós, igreja de Cristo, também agimos dessa forma em relação aos nossos irmãos? Alguém nos conta uma história envolvendo um irmão nosso, ouvimos, e imediatamente fazemos nosso próprio julgamento sem mesmo ouvi-lo. Sempre que agimos assim, estamos sendo injustos, estamos agindo como os romanos que julgaram os personagens da lição de hoje, sem dar ao outro qualquer chance de defesa, de explicações, de esclarecimentos. Além de tudo, quem somos nós para julgarmos o outro e dar-lhe uma sentença? Que autoridade temos para isso? Quando julgamos nos expomos para também sermos julgados.

SOBRE CIÚMES E ANTIPATIAS

            Você já deve ter observado que involuntariamente nos aproximamos de algumas pessoas e nos afastamos de outras sem sabermos o porquê disso. É uma questão de atração e repulsão, e isso é absolutamente humano, um pouco químico, talvez. Mas independente disso, mesmo que não tenhamos uma certa simpatia por alguém, precisamos tratar a todos com delicadeza, com carinho, haja vista que somos partes de um mesmo corpo. O ciúme existe em todos os grupos humanos, não tem jeito; a questão é apenas administrar isso sem sofrimento e sem perdas para a unidade do corpo de Cristo, que é a igreja. Uns tem ciúmes dos pastores, como se fossem apenas seus; outros tem ciúmes do cara que ocupa determinado cargo, e por aí vai. Paulo orienta os filipenses para que evitem as ciumeiras desnecessárias e antipatias abestadas.

LIÇÃO 02                       

09/10/2011

QUANDO A GENTE MUDA, A GENTE MUDA O MUNDO...

Filipenses 1

9  E peço isto: que o vosso amor cresça mais e mais em ciência e em todo o conhecimento,
10  Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum até ao dia de Cristo;
11  Cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.

Filipenses 2

3  Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo.
4  Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.

            Esse texto de Filipenses 1 é maravilhoso, é uma orientação paulina aos filipenses, e a nós, por extensão, para que não dispensemos a busca do conhecimento. Pode parecer contraditório, se falar em amor  e em ciência no mesmo contexto, mas isso é perfeitamente possível. Quando conhecemos aquilo que amamos, amamos com mais convicção. Uma experiência pessoal, por mais maravilhosa que seja, por mais fantástica que seja, jamais substituirá o conhecimento bíblico. E quando ampliamos o nosso conhecimento para fora da Bíblia, conseguimos compreendê-la melhor, mas nenhum conhecimento bíblico, aliás, nenhum conhecimento terá valor, de fato, se não tiver como alvo sua  aplicação na vida diária. Não basta estudar, aprender, é preciso aplicar, é preciso mudar. Não temos que pensar a mesma coisa a vida toda, alguns conceitos podem e devem ser revistos. Quando mudamos, mudamos também o nosso contexto, mudamos o que está em nosso entorno.

“...E quando a mente muda,  a gente anda pra frente;
E quando a gente muda, ninguém manda na gente.
Na mudança de atitude, não há mal que não se mude
Nem doença sem cura.
Na mudança de postura, a gente fica mais seguro.
Na mudança do presente, a gente molda o futuro.
Muda, que quando a gente muda, o mundo muda com a gente.
A gente muda o mundo na mudança da mente” 

            Lindo demais esse fragmento de uma bela canção de Gabriel Pensador. Pode ser que antes de citar aqui a autoria, você até tivesse achado bonito e pertinente, mas agora que sabe que o texto é de Gabriel, pode ser que esteja torcendo o nariz. Não estou falando da vida pessoal do autor, mas de uma de suas produções. Lembre-se que Davi, por exemplo, de quem lemos lindos Salmos, além de ser um “homem segundo o coração de Deus”, foi também adúltero e assassino.
            Mas voltemos a ideia central da lição: mudança. Amor, conhecimento e mudança.

"E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus."  (Romanos 12 : 2)

"Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo;"  (I Pedro 1 : 13)

"Contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais."  (I Timóteo 6 : 5)


TRANSFORMADOS PELA RENOVAÇÃO DO VOSSO ENTENDIMENTO

            Isso tem a ver com a busca do conhecimento, com a disponibilidade de mudarmos nossa forma de ser e de agir em benefício do outro, de nossa comunidade de fé e da leitura da Palavra, para que assim, venhamos a conhecer a vontade de Deus que é boa, perfeita e agradável. É bom destacar que esse conhecimento da vontade de Deus para nós não deve ser buscado em caixinhas de promessas, em dedo que é posto aleatoriamente sobre uma passagem bíblica, mas a partir do conhecimento do todo, da Bíblia, e não de partes isoladas dela.
            Eu não tenho que mudar porque alguém mandou que eu mudasse. Eu preciso entender que é necessário mudar, que é necessário me transformar pela renovação do entendimento e por minha experiência pessoal com Deus (as duas coisas precisam acontecer).

ESPERAI NA GRAÇA DE CRISTO

            A graça de Cristo é de graça, queridos e queridas. Não podemos achar que o irmão fulano ou a irmã sicrana precisam se esforçar para serem merecedores da graça. Não há nada que possamos oferecer em troca da graça, é de graça, independe de nós. Apesar de mim, Deus pode me usar, e isso não faz de mim uma  belezura de pessoa. Não sou a pessoa mais carismática da igreja, nem a mais bonitinha, e longe, muito longe de ser a mais perfeita (existe a mais perfeita?), apesar disso tudo, sou alvo da graça de Deus. Eu, você, os irmãos católicos, os budistas, umbandistas e tantos outros istas. Não sou melhor que eles. Não sou melhor que você: “...cada um considere os outros superiores a si mesmo.” E isso, espontaneamente, não porque me mandaram fazer. “Quando a gente muda, ninguém manda na gente”, ou seja, ninguém nos controla, deixamos de ser massa de manobras, deixamos de ser marionetes, e passamos a ser responsáveis pelas nossas próprias decisões. E tudo isso, a partir da renovação do nosso entendimento.


ENTENDES O QUE LÊS?

"E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse: Entendes tu o que lês?"  (Atos 8 : 30)

            Ler, apenas ler mecanicamente, não resolve, não muda nada. A letra não muda nada, nós é que mudamos a partir do entendimento da letra. É preciso, portanto, ENTENDER o que lemos. E aí, como você responderia a pergunta de Filipe? Tem mais uma coisinha: quando lemos e entendemos, precisamos aplicar, ou nada, absolutamente nada fará sentido.
            Vamos ver um exemplo com I Coríntios 13? Então vamos.

  • Além de achar bonitinho, você consegue entender que 1 Co 13 só faz sentido na prática?
  • Ao cortar pelo acostamento, você lembra do texto? Só você tem pressa? E o outro?
  • Quando estaciona ocupando duas vagas e o outro que se vire, você pensa no texto?
  • Quando para o carrinho no mercado fechando o corredor, você pensa no texto?
  • Quando sai da igreja, domingo a noite, após uma mensagem sobre esse texto, num dia chuvoso, com o carro vazio, mas não leva ninguém, você pensa no texto?
  • Quando você EXIGE que o outro seja MERECEDOR da graça imerecida de Deus você pensa nesse texto?
  • Quando, podendo, deixa de fazer algo pelo outro, você pensa nesse texto?

Quando a gente muda, a gente muda o mundo...



LIÇÃO 03   
                    
23/10/2011

PAULO, O EX-FARISEU

CAPÍTULO 3
1  RESTA, irmãos meus, que vos regozijeis no Senhor. Não me aborreço de escrever-vos as mesmas coisas, e é segurança para vós.
2  Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardai-vos da circuncisão;
3  Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne.
4  Ainda que também podia confiar na carne; se algum outro cuida que pode confiar na carne, ainda mais eu:
5  Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu;
6  Segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível.
7  Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo.
8  E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo,

            Acho tão bonitinha a paciência de Paulo para com a igreja em Filipos. Vejam que coisa mais fofa: “não me aborreço de escrever-vos as mesmas coisas, e é segurança para vós.” Aí está um exemplo de paciência pastoral, a disposição de repetir os mesmos ensinamentos, de aconselhar repetidas vezes pela mesma razão, uma paciência que eu, Isac, não tenho, mas que todos os companheiros pastores precisam ter (está no pacote do chamado). É claro que mesmo essa paciência tem um limite. De qualquer forma, é de uma fofozura sem tamanho essa declaração de amor do apóstolo para aquela igreja.


SOBRE OS FARISEUS DOS DIAS DE JESUS, O FARISEU SAULO E SOBRE OS FARISEUS DOS NOSSOS DIAS

            Normalmente, associamos os FARISEUS a coisas como: hipócritas, contra Jesus, auto-justiça, orgulhosos, legalistas, pessoas que viviam procurando defeitos e fazendo críticas, sempre achando que estavam certos e todos os outros errados, exigentes no cumprimento da lei, enfim, atualizando, um batista tradicional apegado aos regimentos, apaixonado por assembleias, todavia, possivelmente uma pessoa do bem. Vendo assim, os fariseus não eram de todo do mal como pensamos a princípio.
            Paulo, por exemplo, quando ainda era Saulo, perseguia a igreja pelo zelo que tinha em relação ao judaísmo, ao cumprimento estrito da lei que os ensinos de Jesus, de alguma forma, violava (verso 6).
            Em Mateus 23, Jesus está meio estressado com alguns fariseus, líderes religiosos, que preparam uma armadilha contra ele. Então é nesse contexto que os chama de  cegos, serpentes, filhos do inferno, hipócritas, insensatos, sepulcros caiados. Isso, todavia, repito, não se aplicava a todos os fariseus, mas aos que distorciam a lei a seu próprio favor.
            Bem, os fariseus tornaram-se importantes durante o período dos Macabeus (160-60 a.C.), e na época de Jesus já haviam se tornado os líderes religiosos de Israel, controlando a sinagoga e tendo representantes no sinédrio.
            Em Mateus 5:20, Jesus dá uma moral para eles, ao dizer: “Pois eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder  a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no  reino dos céus”. O auditório de Jesus naquele momento, certamente entendeu que era incapaz de alcançar tal padrão, já que os fariseus eram ícones culturais da justiça. É bom lembrar que mesmo os fariseus radicais que buscavam  a condenação de Jesus faziam isso para cumprir a lei, já que Jesus estava mais preocupado com as pessoas que com o cumprimento da lei, foco invertido deles, que priorizavam a lei e não as pessoas. O próprio Paulo, se estivesse naquele contexto, teria defendido a condenação do mesmo Cristo que mais tarde abraçou e pela causa de quem morreu. Eles até amavam a humanidade, desde que essa humanidade observasse a lei em sua totalidade.


FARISEUS CONHECIDOS E FOFINHOS

  • Três deles convidaram Jesus para jantar... que bonitinhos! – Lc 7:36-50; 11:37-54; 14:1-24;
  • Alguns, por curiosidade, foram ouvir Jesus, e saíram satisfeitos com o que ouviram (eles tinham sensibilidade espiritual e desejo de aprender);
  • Em Lc 13:31, aparece um outro fariseu fofinho preocupado com Jesus: “Sai, e retira-te daqui, porque Herodes quer matar-te.” Olha... que gracinha!
  • Nicodemos foi um fariseu bacana (Jo 3:1-10). Ele, inclusive, cuidou do sepultamento de Jesus, contando para isso com outro companheiro fariseu, nosso conhecido José de Arimatéia (Lc 23:50-55; Jo 19:38-42);
  • Em João 9:16, alguns fariseus fofinhos se expuseram para defender Jesus:”... como pode um homem pecador  fazer tais sinais? E havia dissensão entre eles.”
  • Atos 5:33-42 fala de outro fariseu fofo, que se expôs em defesa dos apóstolos: Gamaliel, mestre de Paulo.
  • Saulo (At 22:3-5; 26:4-8) era da ala radical, perseguidor da igreja, como ele mesmo admite em nosso texto base de hoje, por zelo ao judaísmo, como já disse antes.

ONDE FALHARAM... ONDE FALHAMOS...

            A maior falha dos fariseus, sem dúvida, era o senso de justiça, se achavam extremamente justos. Será que nós, evangélicos, não herdamos um bocadinho disso aí não?
            Em seu livro “A Neurose da Religião”, escreve Tom Hovestol:
“Enquanto esteve na terra, ele (Jesus) amou muito as pessoas para permitir que elas continuassem em seus agradáveis caminhos religiosos, totalmente cegas para a sua verdadeira condição  espiritual. Ao contrário, ele se envolveu regularmente no ministério de capacitação das pessoas religiosas para que encontrassem a liberdade e a verdadeira vida. O Espírito Santo está pronto hoje da mesma maneira que Jesus estava muitos anos atrás para abrir nossos olhos ao fato de nos acharmos extremamente justos. Entretanto, temos pontos cegos. A sociedade, a moralidade, a religião e o conhecimento nos cegam."

  • Os fariseus eram tão bem  aceitos na sociedade, tidos como pessoas tão justas, que se perderam em seu próprio senso de justiça, ficando cegos para um relacionamento com Deus, para uma experiência pessoal com ele; 
  • Corremos o risco de nos achar moralmente tão corretos ao ponto de nos tornarmos merecedores da graça de Deus, que é de graça;
  • O fariseu de Lucas 18:11,12 considerava-se justo por ser religioso. É o nosso caso?
  • Podemos achar que porque conhecemos tão bem a Bíblia, que porque temos um bom conhecimento de Teologia, conhecemos a Deus ou estamos bem pertinho dele, e não é bem assim. O conhecimento bíblico-teológico é lindo, necessário e fofinho, mas não substitui, de jeito nenhum, uma experiência pessoal com Deus, o que também não substitui o conhecimento. As duas coisas são fofinhas e necessárias.

LIÇÃO 04                       

16/10/2011

EM CRISTO, PODEMOS TODAS AS COISAS QUE PODEMOS

Filipenses 4

11  Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
12  Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade.
13  Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.

            O verso 13 do capítulo 4 tem se tornado uma espécie de jargão, de clichê usado  por pessoas que entendem que tem a ver com prosperidade, que porque somos evangélicos podemos TER tudo o que quisermos, que podemos impor as mãos ou direcionar as mãos para aquilo que queremos e vamos possuir. No contexto, muito pelo contrário, a ideia é de luta, de ralação, de sofrimento. Paulo está dizendo que aprendeu a lidar com o que tem, que aprendeu a viver com a fartura e com a escassez, com a abundância e com a fome, com a liberdade e com as prisões. Então ele arremata que em Cristo pode todas as coisas. Vou usar uma frasezinha que já usei em alguma outra lição. Muitas vezes, “Jesus nos chama para o martírio e queremos apenas as belezuras”. Assim é moleza. Para o apóstolo Paulo nunca foi moleza. Também não estou fazendo o discurso contrário extremo, ou seja, não estou dizendo que temos que sofrer, que temos que ralar aqui na terra para carimbar o passaporte para o céu. Também não é isso. Calma aí. Vamos sofrer apenas o necessário, não precisa sair procurando sofrimento não, até porque sofrimento não é sinônimo de santidade. De jeito nenhum.

DO PONTO DE VISTA DA  TEOLOGIA DA PROSPERIDADE, O QUE DEVE SIGNIFICAR O VERSO 13?

  1. Sou evangélico, portanto, melhor, mais especial que os não-evangélicos, logo posso TER o que QUISER, basta “tomar posse”;
  2. Posso recusar as doenças, posso rejeitar os sofrimentos, posso ficar só com as belezuras e as fofezas, enfim, posso tudo;
  3. Posso e devo ser o melhor da classe, posso ter o melhor emprego, posso tudo mesmo...
  4. Posso ter o melhor carro, a melhor casa, pois a prosperidade é um indicativo de aproximação de Deus...
  5. Posso até comprar sem intenção de pagar, posso exigir todos os meus direitos sem me preocupar com os meus deveres, posso até sonegar impostos e fazer gato na luz, enfim POSSO TUDO.

INTENÇÃO DO APÓSTOLO PAULO

            Posso tudo em Cristo, suporto tudo com a força que Cristo me dá. Posso passar fome, posso ser injustiçado, posso me acostumar ao conforto ou à miséria por amor a Cristo e ao meu ministério. Em Cristo e por ele suporto todos os sofrimentos.

ENCARAR OU DESISTIR

            Quantas pessoas, que se dizem envolvidas com a obra de Deus, desistem diante das primeiras dificuldades, se frustram diante do primeiro não, têm um pitizinho diante do primeiro comentário negativo que  ouvem a seu respeito? Essas criaturas, definitivamente, parece que não podem tudo naquele que as fortalece. O amor de Deus nos faz fortes. Logo, podemos enfrentar coisas desagradáveis como aconteceu com Paulo, e com tantos outros, por amor à causa de Cristo, e nem por isso vamos desistir.

CONTENTAR-SE COM O QUE   SE  TEM (V.11)

            Não criemos para nós mesmos uma ansiedade desnecessária. Isso também não quer dizer que devamos desistir de buscar o melhor para nós. Quero falar de equilíbrio, de bom senso, de pés no chão. Vou tentar ser bem prático. Você é um aluno mediano, estuda, mas não é necessariamente um apaixonado, um maluco por estudos, e resolve ainda assim, prestar um vestibular para medicina na UERJ. Para isso, pede oração da igreja, mas estuda pouco. Não passa, e tem uma crise existencial: “puxa, pedi tanto a Deus, queria tanto passar, a igreja orou por mim, mas...”  Peraí, vai se dar ao direito de ficar frustrado? Essa pessoa criou uma expectativa maior do que podia dar conta. O outro, ganhando 2 salários mínimos mensais, tem um gasto de 3 salários mínimos...calma aí, gente, vamos devagar. Essa criatura deve sim lutar para ganhar cinco salários mínimos, mas enquanto isso não acontece, precisa aprender a se virar com os três, precisa administrar seus recursos. Contentar-se com o que se tem não significa acomodar-se, significa saber viver  de acordo com suas próprias possibilidades, de acordo com sua realidade, de acordo com o contexto do momento. Eu sei que todos nos acostumamos com muita facilidade com o conforto, e que temos todas as dificuldades do mundo de administrar as perdas, mas não tem outra receita além dessa dada por Paulo: “Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade.”

O QUE PODEMOS DE FATO?

  • Podemos aprender a agradecer a Deus pelo que temos, enquanto buscamos algo mais;
  •  Podemos aprender a agradecer a Deus por cada dia sem dor, sem sofrimento; mas se estivermos sofrendo com alguma dor, seja física ou psicológica, precisamos entender que isso pode acontecer com todos os seres humanos, que não somos exceções;

  • Podemos aprender que “o Senhor é nosso pastor e NÂO nos faltará”. Independente de qualquer perda que venhamos a ter, o Senhor Não nos faltará;

  • Podemos aprender a agradecer a Deus pela nossa família. Ela é imperfeita, né? Que bom! A minha também, a de Jesus também;

  • Podemos aprender  a amar nossa igreja, a defender nossos líderes sempre que estiverem agindo de acordo com o ministério que exercem, a nos defender uns aos outros, como se defendem os irmãos biológicos;

  • Podemos aprender que não existem pessoas perfeitas, famílias perfeitas, igrejas perfeitas, e assim aprenderemos também a amar os imperfeitos, os diferentes, e o que é fundamental, conviver com eles;

  • Podemos, enfim, aprender que tudo podemos em Cristo porque ele nos fortalece, nos consola, nos ajuda a administrar nossos sofrimentos, nossas dores... e isso é uma fofeza só.


LIÇÃO 05                       

30/10/2011

SOBRE A DÁDIVA

CAPÍTULO 4
14  Todavia fizestes bem em tomar parte na minha aflição.
15  E bem sabeis também, ó filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente;
16  Porque também uma e outra vez me mandastes o necessário a Tessalônica.
17  Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que cresça para a vossa conta.
18  Mas bastante tenho recebido, e tenho abundância. Cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus.
19  O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.


SOBRE A DÁDIVA  - Khalil Gibran

Vós dais pouco quando dais de vossas posses.
É quando dais de vós próprios, que realmente dais,
Pois o que são vossas posses, senão coisas que guardais
Por medo de precisardes delas amanhã?
Há os que dão pouco do muito que possuem,
E fazem-no para serem elogiados,
E seu desejo secreto desvaloriza seus presentes.
E há os que pouco têm e dão-no inteiramente.
Esses confiam na vida e na generosidade da vida,
E seus cofres nunca se esvaziam.
E há os que dão com alegria,
E essa alegria é sua recompensa.
É belo dar quando solicitado;
É mais belo, porém, dar sem ser solicitado,
Por haver apenas compreendido.

Khalil Gibran é um poeta libanês, muçulmano. Este  lindo texto faz parte do livro “O Profeta” – tradução de Mansour Chalita.

POR HAVER APENAS COMPREENDIDO...

Essa doação dos filipenses, enviada através de Epafrodito, bem como as outras duas doações mencionadas no verso 16, aconteceram porque aquele povo apenas compreendeu a necessidade de doar, de se doar. No verso 17, fica Claro que Paulo não precisou pedir; eles compreenderam a necessidade do apóstolo, recolheram as contribuições e enviaram para ele. Não vamos esquecer que Paulo vivia do evangelho e para o evangelho, e neste momento estava preso, sob tutela do estado romano (22 -  Todos os santos vos saúdam, mas principalmente os que são da casa de César).
Quando doamos, como recomenda Gibran, não devemos ter outra motivação que não seja a “alegria de doar”. Dependendo do contexto, para quem vai receber, pouco importa qual foi a motivação de quem doou, mas para o doador, com certeza, sempre faz diferença. Gibran vai listando em seus textos, os vários tipos de doadores:
  • A melhor doação é aquela que nos inclui, e não apenas os nossos recursos;
  • Há os que doam apenas quando  está sobrando, e os que doam para não jogar fora, porque não querem mais, ou, pior ainda, porque não presta mais;
  • Há os que doam para serem elogiados, para terem a admiração pública; esses, assim como alguns fariseus dos dias de Jesus, “tocam trombeta diante de si” para chamarem a atenção para o que vão doar. A esses, Jesus recomenda (MT 6:2-3):

2  Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
3  Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita;
                       
  • Há os que doam do pouco que têm (Mc 12:42-44:

42  Vindo, porém, uma pobre viúva, deitou duas pequenas moedas, que valiam meio centavo.
43  E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do tesouro;
44  Porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento.

  • Há os que doam sem ser solicitado, por haver apenas compreendido.

Segundo Tom Hovestol, o Talmude (livro das tradições judaicas) descreve sete tipos de fariseus “doadores”:

1. O fariseu ‘ombro’ – usava suas boas ações em seu ombro para que todos pudessem vê-lo;
2. O fariseu ‘espere um pouquinho’ – sempre achava uma desculpa para adiar uma boa ação;
3. O fariseu “contundido” – fechava os olhos para não olhar para uma mulher e trombava com as paredes, contundindo-se;
4. O fariseu ‘corcunda’ – sempre andava encurvado em sinal de falsa humildade;
5. O fariseu ‘cálculo contínuo’ – sempre contava o número de suas boas ações;
  1. O fariseu ‘receoso’ – sempre tremia de medo por causa da ira de Deus;
  2. O fariseu ‘amoroso para com Deus’ – Assim como Abraão, vivia pela fé e com amor.

“A piedade dos fariseus, como a nossa, era uma mistura de atitudes falsas e verdadeiras.”


VOLTANDO AOS FILIPENSES

Enfim, companheiras e companheiros, os filipenses foram muito legais, muito cristãos, muito fofinhos com Paulo, contribuindo para o seu sustento, inclusive, num momento em que este enfrentava dificuldades, estando impedido de trabalhar  e até mesmo de exercer seu ministério apostólico, a não ser a distância, como o fez através de várias epístolas (cartas), já que não dispunha de internet, telefone ou qualquer outra tecnologia da comunicação.

“Todavia fizestes bem em tomar parte na minha aflição”.

            Queridas e queridos, a aflição dos nossos irmãos precisa ser a nossa aflição, e nesse conceito de “irmãos” não estou pensando apenas naqueles que comungam de nossa fé, mas estou pensando em nosso povo de um modo geral. A pobreza, as injustiças, as desigualdades sociais precisam nos incomodar. No caso de Paulo, as aflições em questão dizia respeito ao seu sofrimento pelo evangelho de Cristo, mas outras aflições também precisam nos indignar e nos levar a uma reflexão seguida de ação, e assim seremos porta-vozes daqueles que não podem falar por si só, e seremos doares apenas por termos compreendido.


LIÇÃO 06                       

06/11/2011

Introdução à Epístola aos Colossenses

Colossos ficava na região sul da antiga Frígia (oeste da Turquia moderna), no vale do rio Lico. Em tempos anteriores aos dias de Paulo, autor da epístola, sabe-se que Colossos foi uma grande cidade, a qual conseguiu impedir o avanço das tropas militares do rei Xerxes. Sua importância econômica na época da epístola se resumia à fabricação de lã de carneiros, que eram pastoreados nos encostos do vale do Lico. O nome "colossense" era usado para designar uma cor específica de lã tingida. Mas Colossos perdeu sua grandiosidade enquanto cidade após influências políticas do império romano. Laodicéia, situada a oeste de Colossos, por ter se tornado sede da administração romana, passa a se desenvolver mais rapidamente em todos os quesitos, fazendo de Colossos uma cidade de segundo e terceiro plano. Após o terremoto de 60-1 d.C., Laodicéia e Colossos foram destruídas, todavia, somente Laodicéia, apesar de não receber ajuda financeira externa, conseguiu se reerguer. Colossos jamais se reconstruiu como antes do terremoto. Além do mais, fontes afirmam que Colossos sofreu mais abalos sísmicos nesta mesma época.
Devido às mudanças nos cenários econômicos, Colossos passa a depender das cidades vizinhas. Estas, por sua vez, sofreram fortes mudanças culturais. Dentre essas mudanças, as religiões se transformaram completamente. A região da Frígia era marcada pela predominância de dois deuses de culto: A deusa Cibele e a deusa Íris. A primeira era asiática e a segunda africana. O fato é que o culto a estas era marcado pelo êxtase e alegria excessivos. Também faziam parte o rigor ascético e a circuncisão. A circuncisão veio após a infiltração do judaísmo juntamente com sua teologia monoteísta, que causou um sincretismo religioso no povo colossense após o advento do cristianismo primitivo.
Com o nascimento da ideia monoteísta, religiões do império adotam, cada uma, o seu deus. Apolo, Íris, Cibele, Osíris, Dionísio, Asclépio, etc são alguns dos nomes destes deuses. É nessa cultura mística e extasiante que nasce o culto ao Deus Altíssimo.
Paulo nunca tinha visitado a cidade de Colossos, uma pequena cidade na província da Ásia, cerca de 160 km de Éfeso. A igreja foi uma consequência de seu ministério de três anos em Éfeso, por volta de 52 - 55 dC. Segundo Atos 19:10 e  20:31, Paulo é o responsável pela propagação do Evangelho do Senhor na região da Ásia: "todos os habitantes da Ásia ouviram a palavra do Senhor, tanto judeus como gregos". Contudo Paulo nunca teve contato com os colossenses, ao menos até o dia da composição da carta. Epafras, um nativo da cidade e provavelmente convertido pelo apóstolo, talvez tenha sido o fundador e líder da igreja; ele tinha um bom relacionamento com os crentes dali e com os apóstolos (Cl. 4.13), além de ser um bom ministro do Evangelho e de compartilhar da prisão de Paulo (Cl. 1.7). Devido à sua prisão, a carta não pôde ser entregue por Epafras. A responsabilidade foi confiada a Tíquico (Cl. 4.7-8), o qual também ficou responsável por consolar a igreja de Colossos acerca da prisão de seu pastor.

Ocasião e Data

Estudiosos conservadores acreditam que esta carta foi escrita em sua primeira prisão romana, por volta de 61 d.C. Em algum momento da prisão de Paulo, Epafras solicitou sua ajuda para lidar com a falsa doutrina que ameaçava a igreja em Colossos (Cl. 2.8,9). Aparentemente, essa heresia era uma mistura de paganismo e ocultismo, legalismo judaico e Cristianismo. O erro parece com uma antiga forma de gnosticismo, que ensinava que Jesus não era nem completamente Deus e nem completamente homem, mas apenas um dos seres semidivinos que ligavam o abismo entre Deus e o mundo. 

Características

Nenhum outro livro do Novo Testamento apresenta mais completamente a autoridade universal de Cristo ou a defende com tanto cuidado. Esta Carta tem uma semelhança próxima com Efésios em linguagem e assunto. Mais de 70 dos 155 versículos de Efésios contêm expressões que ecoam em Colossenses.

Conteúdo

Os falsos mestres em Colossos tinham rebatido algumas das principais doutrinas do Cristianismo, nada menos que a divindade, a autoridade absoluta e suficiência de Cristo. Colossenses apresenta Cristo como o Senhor supremo, em cuja suficiência o crente encontra perfeição (Cl. 1.15-20). Os primeiros dois capítulos apresentam e defendem essa verdade; os últimos dois desvendem as implicações práticas.
A supremacia de Jesus Cristo depende da unicidade Dele como o Eterno e Amado Filho e Herdeiro de Deus (Cl. 1.13,15). Nele habita a totalidade dos atributos, essência e poder divino (Cl. 1.19; 2.9). Ele é a revelação e representação exata do Pai, e tem prioridade em tempo e primazia em categoria sobre toda a criação (Cl. 1.5). Sua suficiência depende de sua superioridade. A convicção da soberania absoluta de Cristo impulsionou a atividade missionária de Paulo (Cl.1.27-29). Paulo declara a autoridade de Cristo de três formas primárias, proclamando, ao mesmo tempo, sua adequação:


Em primeiro lugar: Cristo é o Senhor de toda a criação. Sua autoridade criativa abrange todo o universo material e espiritual (Cl. 1.16). Como isso inclui os anjos e planetas (Cl. 1.16; 2.10), Cristo merece ser louvado ao invés dos anjos (Cl. 2.18). Além disso, não há motivo para temer os poderes espirituais demoníacos ou buscar supersticiosamente a proteção deles, pois Cristo neutralizou o poder deles na cruz (Cl. 2.15), e os colossenses compartilhavam de seu triunfante poder de ressurreição (Cl. 2.20). Como soberano e potestade suficiente, Cristo não é apenas o Criador do universo, mas também o preserva (Cl. 1.17), é seu princípio de união e meta (Cl. 1.16).

Em segundo lugar: Jesus é o superior na igreja como seu Criador e Salvador (Cl. 1.18). Ele é a vida e líder dela, e a igreja só deve submeter-se a ele. Os colossenses deveriam  permanecer arraigados a ele (Cl. 2.6-7) ao invés de se encantarem com especulações e tradições vazias (Cl. 2.8,16-18).

Em terceiro lugar: Jesus é supremo na salvação (Cl. 3.11). Nele somem todas as distinções criadas pelo homem e caem as barreiras. Ele transformou os cristãos em uma única família onde os membros são iguais em perdão e adoção; é Ele quem importa, em primeiro e em último lugar. Portanto, contrário à heresia, não há qualificações ou exigências especiais para vivenciar o privilégio de Deus (Cl. 2.8-20).
Os capítulos 3 e 4 lidam com as implicações práticas de Cristo na vida diária dos Colossenses. Paulo usa a palavra “Senhor” nove vezes em Cl. 3.1-4.18, o que indica que a supremacia de Cristo invade cada aspecto de seus relacionamentos e atividades. 

Cristo Revelado

Paulo eleva Cristo como o centro e circunferência de tudo que existe. O encarnado Filho de Deus, Ele é a revelação e representação exata do Pai (Cl. 1.5), bem como a encarnação da total divindade (Cl. 1.19; 2.9). Ele, que é Senhor da criação (Cl. 1.16), da igreja (Cl. 1.18), e da salvação (Cl. 3.11), habita os crentes e é sua “esperança e glória” (Cl. 1.27). O supremo criador e mantenedor de todas as coisas (Cl. 1.16-17) também é o Salvador suficiente para seu povo (Cl. 2.10) 

O Espírito Santo presente

Colossenses tem uma única referência explícita ao Espírito Santo, usada em associação com o amor (1.8). Alguns teólogos entendem “sabedoria e inteligência espiritual” em Cl. 1.9 em termos de Dons do Espírito. Para Paulo, a autoridade de Cristo na vida do cristão é a evidência mais crucial da presença do Espírito.


LIÇÃO 07                       

13/11/2011

O PROBLEMA DOS COLOSSENSES: JUDAÍSMO E GNOSTICISMO

Epafras levou ao conhecimento de Paulo a situação dos Colossenses. O "relatório" apresentava dois aspectos importantes. Em primeiro lugar, foi dado testemunho a respeito da fé, do amor e do crescimento daquela igreja (Cl. 1.4-8; 2.5). A outra informação dava conta de que alguns líderes estavam se infiltrando na comunidade e levando influências judaicas e filosóficas (Cl. 2.8). Esses elementos estavam se misturando e produzindo heresias. A parte filosófica em questão era a doutrina dos gnósticos. Juntando tudo isso, os irmãos estavam sendo pressionados em relação aos seguintes pontos:

1 - Valorização dos mistérios do gnosticismo.
2 - Adoração a anjos aos quais os gnósticos atribuíam a obra da criação.
3 - Ascetismo exterior: abstinência de comidas e bebidas (influência gnóstica e judaica).
4 - Observância da lei mosaica (influência judaica).
- Prática da circuncisão.
- Comemoração das festas judaicas.
- Guarda do sábado.

Os gnósticos acreditavam que o mal estava ligado à matéria. Este conceito produzia outros bastantes perigosos. Criam que, sendo a matéria má, então não foi Deus quem a criou, mas sim os anjos. Se a matéria é má, então a encarnação divina não poderia ser considerada um fato nem uma possibilidade. Assim, estava criado um sistema doutrinário que negava a divindade de Cristo e a obra da cruz.

Apesar de não ser diretamente responsável pela igreja em Colossos, Paulo reage energicamente contra aquelas heresias que ameaçavam a sã doutrina. Em seu combate, Paulo destaca a supremacia de Cristo. A sua divindade e a sua obra na cruz eram elementos plenamente suficientes para a refutação de todos aqueles ensinamentos judaicos e filosóficos (Cl. 2.8-10). De forma incisiva, Paulo derruba todos aqueles sofismas. Ele destaca que o mistério que nos interessa é Cristo, o qual já foi revelado a nós. Então, de nada importam os mistérios gnósticos (Cl. 1.26-27; 2.2-3; 4.3). Se conhecermos a Cristo, não precisamos inquirir sobre nenhum outro mistério religioso ou filosófico. O nome gnosticismo vem do termo "gnose", que significa conhecimento. Paulo usa a mesma palavra para mostrar que o conhecimento de Deus através de Cristo é suficiente para suprir as necessidades espirituais do homem (Cl. 1.9-10,27-28; 2.2-3; 3.16)
O gnosticismo atribuía a criação aos anjos, colocando-os como objeto de culto (Cl. 2.18). A isso, Paulo combate ao dizer que Cristo, sendo Deus, é o criador de todas as coisas, inclusive dos anjos (Cl. 1.13-17). Acrescenta ainda, que o Senhor Jesus está acima de todos os poderes angelicais, sejam eles principados ou potestades, os quais estão sujeitos ao senhorio de Cristo (Cl. 2.10,15). Adorando anjos, os gnósticos estavam, de fato, adorando demônios, pois os anjos de Deus não recebem culto. Paulo associa os "anjos dos gnósticos" aos demônios quando diz que Cristo despojou os principados e potestades, expondo-os ao desprezo.

Com relação às questões judaicas, Paulo insiste naqueles pontos já presentes nas outras epístolas. Cristo já nos resgatou do domínio das exigências cerimoniais da lei. Ele a cravou na cruz (2.14). O significado de Cristo em nós (Cl. 1.27) supre totalmente o que poderíamos buscar através da circuncisão, ou das festas, ou dos sábados (Cl. 2.11,16-17; 3.11). Já temos Cristo. Então não precisamos mais desses elementos judaicos, os quais possuíram o seu valor numa época em que Cristo não tinha vindo ao mundo. Paulo diz que aqueles elementos do judaísmo eram "sombra". Cristo é a realidade. Não precisamos mais da sombra. O autor da carta aos Hebreus usa a mesma linguagem para comparar a lei e o judaísmo com a realidade cristã (Hb. 8.5; 10.1).

Os judaizantes e os gnósticos traziam um fardo de mandamentos exteriores para os gentios convertidos ao Cristianismo. Contudo, suas leis atingiam apenas questões superficiais e até supérfluas. Afirmando que a matéria é má, os gnósticos impunham severas regras de alimentação e disciplina. Contudo, nada disso seria útil ao espírito. Tal rigor poderia até ter utilidade para o corpo, mas era inútil para a alma e não poderia ser colocado como questão espiritual, religiosa, ou relacionada à salvação eterna. No capítulo 3, Paulo fala do que realmente afeta a alma humana: o pecado.
De que adiantariam tantas ordenanças e rituais se o pecado continuasse ocorrendo livremente. Então, o Apóstolo toca no que realmente era importante para os colossenses e continua importante para nós. Ao invés de ficarem preocupados com questões de alimentação, eles deviam se preocupar em combater a prostituição, a avareza, a impureza, etc, pois estes elementos atrairiam a ira de Deus sobre os homens (Cl. 3.5-6). Falando assim, Paulo mostra que, enquanto os gnósticos associavam o mal à matéria, o mal está é no pecado, na natureza pecaminosa do homem, e não na matéria em si.

Assim acontece também com aquelas pessoas que dizem acreditar em Cristo, mas são devotas de uma série de "santos" ou "guias". O que acontece com elas? Fazem suas orações a Jesus? Não. Acabam por ignorá-lo. Assim, de uma forma sutil, o diabo conseguiu o seu objetivo. Aparentemente, ele não quer substituir Cristo, apenas "acrescentar" um "personagem" aqui e outro ali. No final, Cristo já foi substituído na vida de muitas pessoas.

Paulo colocou em destaque a natureza e a obra de Cristo. Sendo quem ele é e tendo feito o que ele fez por nós, não precisamos de nenhum outro "personagem" espiritual que venha nos oferecer alguma coisa. Cristo é tudo o que precisamos para a nossa salvação. Seus ensinamentos são os únicos que vão reger a nossa vida espiritual. Nele estão todas as riquezas espirituais de Deus para os seus filhos.


LIÇÃO 08    
                  
20/11/2011

Cl. 1: 1- 15 - A EXCELÊNCIA DA PESSOA E DA OBRA DE JESUS CRISTO 

Deus fez os cristãos idôneos, ou seja, Deus já os criou com capacidade plena para serem participantes da herança dos santos. Quando os cristãos creram na mensagem do Evangelho, eles receberam poder para serem feitos filhos de Deus (Jo. 1.12) e quando foram criados, foram criados em verdadeira justiça e santidade (Ef. 4.24). Desta maneira, Deus criou um novo homem em Cristo. As novas criaturas vieram à existência com direito pleno à herança guardada nos céus, não necessitando estar debaixo de tutores ou curadores como era próprio à lei (Gl. 4.1-2).
A maioria dos cristãos de Colosso possivelmente já havia professado algum tipo de culto a outros deuses, e a carta de Paulo vem  alertá-los acerca de falsas doutrinas que possivelmente estavam adentrando na igreja. Colossos, portanto, tinha uma cultura voltada para o paganismo, para a idolatria. Isso significa que as outras pessoas que constituíam a sociedade compartilhavam de uma visão diferente, não criam num único e verdadeiro Deus. Não conheciam a Jesus, o Cristo. Quando há uma sociedade inteira que professa uma determinada crença, se torna muito difícil ser diferente. Torna-se uma luta. É fácil ouvir a palavra, mas quando se retorna as atividades seculares, juntamente com os outros que não creem em Deus, torna-se dificultoso manter-se intacto. O povo de Colossos tinha essa dificuldade. Era um povo que foi resgatado das trevas, Cl. 1.13.

No versículo 1 - Paulo apresenta-se aos destinatários como sendo apóstolo designado por Cristo, e os saúda com graça e paz da parte de Deus e de Jesus Cristo. Na apresentação, Paulo nomeia os cristãos de santos e fiéis.
Os remetentes da carta são o apóstolo Paulo e o seu irmão em Cristo Timóteo.

O apostolado de Paulo decorre da vontade de Deus e segundo a pessoa de Cristo. Este versículo é uma pequena defesa do ministério apostólico de Paulo. Paulo demonstra não ter se arrogado como apóstolo, antes, pela vontade de Deus, ele foi comissionado para este ministério.
No versículo 2 - Os destinatários da carta são os “santos” e “fiéis” que estavam em Colossos.
- A carta de Paulo e Timóteo foi remetida aos cristãos de Colossos e estes são designados “santos” em Cristo. Por estarem em Cristo, Paulo os chama de santos! Ao lermos textos como “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é” (II Co. 5.17); “Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão têm virtude alguma; mas sim a fé que opera pelo amor” (Gl. 5.6), percebemos que “estar em Cristo’” significa ser uma nova criatura. Paulo continua nomeando os cristãos de 'santos' por toda a carta.
- Da mesma forma, Paulo chama os cristãos de 'fiéis'. Em Cristo é que se dá a fidelidade dos cristãos, e não à parte d’Ele. Verifica-se que 'santidade' e 'fidelidade' decorrem de Cristo, condição que se adquire no novo nascimento. Esta fidelidade não decorre de esforço humano para se alcançar, ela é proveniente do novo nascimento.
- Graça refere-se ao favor imerecido de Deus e que somente é possível alcançar pela fé em Cristo. Por intermédio de Cristo o homem passa a ter paz com Deus, visto que, sem Cristo o homem é inimigo de Deus: “Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho” (Rm. 5.10).
No versículo 4 e 5 - Paulo agradecia a Deus continuadamente após tomar conhecimento da fé dos cristãos. Paulo e Timóteo ouviram acerca da fé e do amor que os cristãos de Colossos nutriam por todos os santos. Não há como deixar de agradecer a Deus diante de tão maravilhosa graça.
No versículo 6 - A verdade do evangelho, além de ter chegado aos cristãos de Colossos, também estava se disseminado por todo o mundo conhecido à época. O evangelho apresentava os seus frutos em todo o mundo, da mesma forma que estava apresentando frutos entre os de Colossenses.

No versículo 7 - Os cristãos de colossos aprenderam o Evangelho de Epafras, que segundo Paulo era conservo e fiel ministro de Cristo. Com esta declaração, Paulo demonstra que Epafras e ele desfrutavam de igual condição: Paulo, Timóteo e Epafras eram servos de Cristo.
Há uma diferença muito grande entre ser “fiel em Cristo” e ser “um fiel ministro de Cristo”. A condição de fiel somente é possível para o homem que está em Cristo (Cl. 1.2). Com relação ao ministério, a fidelidade diz de uma qualidade própria de Epafras, ou seja, ele era fiel em Cristo, e desenvolvia o seu ministério com fidelidade.
No versículo 9 - O Apóstolo pede a Deus que eles fossem cheios do conhecimento da vontade divina em toda sabedoria e inteligência espiritual. Por que Paulo orou para que eles fossem cheios do conhecimento da vontade de Deus? Qual o objetivo de eles obterem este conhecimento? Por que a sabedoria e a inteligência devem ser espirituais? Estar cheios do conhecimento da vontade de Deus daria as condições necessárias para que os cristãos pudessem: andar dignamente diante do Senhor; agradar a Deus em tudo; para frutificarem em toda a boa obra e crescer no conhecimento de Deus.
Só é possível conhecer a vontade de Deus se o homem tiver sabedoria e inteligência espiritual. Por que Paulo emprega o adjetivo 'espiritual' à sabedoria e a inteligência? Para diferenciar a sabedoria e a inteligência proveniente do evangelho do conhecimento e da sabedoria secular.
O versículo 10 - Trata das questões comportamentais pertinentes aos novos cristãos. Os cristãos foram criados em Cristo idôneos para participar da herança dos santos, porém, deveriam moldar o comportamento. Precisavam andar como filhos da Luz, uma vez que já eram filhos da Luz.
Através do conhecimento da vontade de Deus os cristãos andariam por modo digno do evangelho, agradando a Deus e frutificando em toda a boa obra (Ef. 2.10), e cresceriam no conhecimento de Deus.

No versículo 12 - Quando Paulo diz: “Damos graças a Deus”, ele está demonstrando que ele e Timóteo agradeciam a Deus, e nesta ação os cristãos não estão inclusos. Nesta carta, o apóstolo apresenta as suas ações e as de Timóteo do versículo 3 ao 11.
No versículo 13 - Nos trás que Deus tirou Paulo, Timóteo e todos os cristãos, ou seja, o próprio Deus resgatou todos os que creram do domínio das trevas e transportou-os para o reino de seu Filho. Paulo designa Jesus como Filho do seu “amor”.
Versículo 15 - O contexto da carta muda deste versículo até o versículo 20. Jesus é a imagem do Deus invisível, o Deus que habita em luz inacessível aos olhos dos homens revelou-se através da pessoa de seu Filho. Sobre esta verdade o apóstolo João testemunhou: “E o verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”.
Jesus, o primogênito de toda a criação – Para entender este versículo, deve-se verificar o que Paulo diz acerca de Adão, o primeiro homem: “...Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir” (Rm. 5.14 ). Através deste versículo, somos informados que Cristo é “aquele que havia de vir”, e que Adão foi criado segundo a imagem de Cristo. Antes mesmo de haver mundo, Cristo é o cordeiro de Deus! Desta forma, segue-se que: “O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente; o ultimo Adão em Espírito vivificante” (I Co. 15.45 ); “O primeiro homem, da terra, é terreno; o segundo homem, o Senhor, é do céu” (I Co. 15.47 ). Sendo que, se Adão era a imagem de Cristo (daquele que havia de vir), conclui-se que Cristo é o primogênito de toda a criação.


LIÇÃO 09      
                 
27/11/2011

Cl. 2. 1- 23 - O PROGRESSO ESPIRITUAL X FALSOS ENSINOS 

Paulo demonstra o seu cuidado ao ser franco com os seus leitores. Eles precisavam de conhecimento espiritual para que ninguém pudesse enganá-los com palavras persuasivas. Paulo aponta aos seus leitores que a falta de conhecimento pode deixar os cristãos suscetíveis a investidas dos falsos profetas, falsos apóstolos, falsos mestres. "Ninguém vos engane com palavras vãs, pois por estas coisas vem à ira de Deus sobre os filhos da desobediência" (Ef. 5.6).
O capítulo dois da carta de Paulo aos Colossenses demonstra a motivação do apóstolo ao escrever aos cristãos: grande empenho na batalha pelo evangelho, principalmente pelos que não o viram em pessoa. O que motivou o escritor da carta não pode ficar em segundo plano. Paulo escreveu aos de Colossos para demonstrar o seu cuidado pela igreja de Deus, principalmente àqueles que não tiveram um contato pessoal com ele.

Versículo 1 e 2 - O combate do apóstolo visava consolar os corações dos cristãos! “Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus” (II Co. 1.4). A ideia que o apóstolo Paulo demonstra acerca da consolação é mais bem compreendida quando se lê o versículo acima.
Fazê-los unidos em amor, e não através de vínculos consanguíneos, ou um código de leis - “Quanto ao mais, irmãos, regozijai-vos, sede perfeitos, sede consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz será convosco” (II Co. 13.11 ).

O combate do apóstolo busca enriquecer os cristãos da plenitude da inteligência (mente de Cristo), conforme estudamos no capítulo 1. Além de pedir a Deus que eles fossem cheios do conhecimento da sua vontade, Paulo também combatia para que eles fossem enriquecidos! Em momento algum Paulo promete riquezas materiais aos cristãos, antes ele lutava para que os cristãos fossem abastados do conhecimento pleno da vontade de Deus.
No Versículo 4 - Paulo demonstra o seu cuidado ao ser franco com os seus leitores. Eles precisavam de conhecimento espiritual para que ninguém pudesse enganá-los com palavras persuasivas. Ele aponta aos seus leitores que a falta de conhecimento pode deixar os cristãos suscetíveis a investidas dos falsos profetas, falsos apóstolos, falsos mestres, etc "Ninguém vos engane com palavras vãs, pois por estas coisas vem à ira de Deus sobre os filhos da desobediência" (Ef 5.6).
Versículo 7 - Eles deveriam andar arraigados e edificados em Cristo.
Este versículo não apresenta todos os elementos sobre como andar em Cristo. Para isso necessitamos de outras cartas para melhor definir o que é andar em Cristo “Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito” (Gl. 5.25).
Enquanto “viver no Espírito” fala da nova vida adquirida por meio de Cristo, o “andar em Espírito” fala de questões comportamentais pertinentes àqueles que são recebidos por filhos de Deus. Este conceito foi mais bem abordado, pelo companheiro Isac, nas lições anteriores na Carta de Paulo aos Gálatas.
Versículo 8 - O contexto, aqui, muda para exortação. Por que há a necessidade de cuidado? O que ocorre se alguém for feito presa de outrem? Como o apóstolo apresenta um cuidado a ser observado, isto demonstra que há riscos em um cristão tornar-se presa de outrem. O Apóstolo aponta dois tipos de argumentação que poderá levar os cristãos a serem presas se não tiverem o devido cuidado: filosofia e vãs sutilezas. Para Paulo, a filosofia é segundo a tradição dos homens ou segundo os princípios pertinentes ao mundo. Tais princípios poderiam ser introduzidos sutilmente no seio da igreja local, comprometendo os seus integrantes.

Vemos este perigo quando alguns cristãos tentam conciliar filosofia oriental com o evangelho de Cristo. Vejo, irmãos, que não há mal naquilo que a tradição humana produz, no entanto, se o homem pensa que conhecerá Deus ou que pode alcançar a salvação por meio dela, ai sim, estará completamente enfatuado em sua mente carnal.
Versículo 10 - “E estais perfeitos nele”. Aqui é um alerta, pois por meio de filosofias e vãs sutilezas alguém estava prometendo aos cristãos algo que não era segundo Cristo. Mas Paulo demonstra que “em Cristo” os cristãos já eram perfeitos. Eles estavam oferecendo algo, segundo a tradição dos homens e segundo os rudimentos do mundo que auxiliasse os cristãos a chegarem o mais próximo da perfeição. Paulo demonstra que em Cristo eles já eram perfeitos, e, portanto, não precisavam daqueles ensinamentos.
Versículo 14 - Havia uma dívida que o homem não podia pagar, e Deus a riscou. Paulo refere-se à lei, que além de tornar evidente a condição pecaminosa do homem, também o deixou com uma dívida por não conseguir cumprir as ordenanças. A Lei é nomeada de “escrito de dívida”, isto por causa da obrigação de cumpri-la integralmente para que o homem pudesse viver por meio dela. A dívida foi anulada quando cravada na cruz.
Versículos 16 e 17 - Se os cristãos eram perfeitos em Cristo, ninguém podia assumir a condição de juízes, ou seja, que ninguém vos julgue! A ninguém é dada a autonomia de julgar o que os cristãos comem, bebem, festejam, comemoram etc. A ninguém é dado julgar os servos de Deus por causa de dias de festas, ou dias de luas, ou de sábados. Pois receberemos o louvor de Deus, e não de homem algum (IÇO. 4.5); Deus recebeu a todos (Rm. 14.3); não se pode julgar o servo alheio (Rm. 14.4); e cada um deve estar seguro em sua própria mente (Rm. 14.5).             
Cada elemento que a Lei apresentava acerca das comidas, das bebidas, das festas, dos dias, dos sábados e luas, apenas apontava para elementos futuros, não sendo a imagem exata das coisas: “Porque tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam” (Hb. 10.1).

Versículo 18 - Aqui o Apóstolo ordena: ninguém vos domine! Quando Paulo disse ninguém, é ninguém mesmo. Não há exceção! Qualquer um que venha com teorias e idéias que estabeleça algum domínio sobre o cristão, e Paulo dá exemplo, deve ser descartado. Estes alegam uma pretensa humildade e ou que se deva prestar culto aos anjos; estabelecem o domínio sobre os outros, alegando terem visões, no entanto, estes possuem uma mente carnal.
A compreensão destas pessoas que tendem a dominar os outros cristãos é segundo um entendimento carnal; seguem enfatuado segundo os rudimentos do mundo e segundo as tradições dos homens. Para estabelecer este tipo de domínio, eles procuram demonstrar que ainda falta alguma coisa para se alcançar a perfeição. Para isso faz-se necessário privar o cristão daquilo que já possui, mas ninguém pode privar o cristão daquilo que já recebeu em Cristo: somos perfeitos, pois recebemos a plenitude em Cristo.
Versículo 21 - O cristão não pode ser sobrecarregado de ordenanças como se dependesse delas para viver para Deus. O homem vive para Deus segundo a sua palavra, e não segundo aquilo que pretensos juízes estipulam para a vida do próximo. Se alguém acredita que terá vida em Deus simplesmente porque não toca certas coisas, ou porque não prova certos alimentos e prazeres, ou porque não manuseia certos objetos, está completamente envaidecido em sua mente carnal.   
Versículo 23 - Fique atento meu irmão, as regras e as doutrinas dos homens possuem aparência, mas não são efetivas para o que se pretende. Parece sabedoria, apresenta uma devoção voluntária, aparenta humildade, parece que o homem está disciplinando o corpo, mas todas estas coisas só conseguem satisfazer a carne, o próprio ego humano.
Muitos querem, por meio do jejum, alcançar uma ‘espiritualidade’, mas o ser espiritual só é possível em Cristo por meio da fé. Só é possível ser espiritual quando nascemos de Deus, e não da vontade do homem.


LIÇÃO 10                       

04/12/2011

Cl. 3. 1- 14  - A NOSSA UNIÃO COM CRISTO  

“Ressuscitar” e “morrer” com Cristo são fatos conclusos que fazem parte do passado da vida dos cristãos. “Morrer” e “ressuscitar” soam como sendo elementos antagônicos quando da composição da ideia, mas “em Cristo” são elementos que se complementam. Primeiro é necessário conformar-se com Cristo na sua morte, e só então, ressurgir com Ele em uma nova vida, sendo um novo homem. Tanto o ressurgir quanto o morrer só ocorre quando se está COM ou EM Cristo.

Neste versículo 1 - Voltamos à mesma temática: “se estais mortos com Cristo” é o mesmo que dizer “se já ressuscitastes com Cristo”. O fôlego de vida de quem crê não termina quando se morre com Cristo. A morte com Cristo é o caminho para a ressurreição com Ele. Morrer com Cristo tem o mesmo valor que ressurgir com Ele.
Versículo 2 - Enquanto vivos para o pecado, os homens buscam viver segundo os princípios do mundo, e se ocupam de ordenanças como: não faça isto ou aquilo. Estes entendem que tais elementos podem “melhorar” a condição deles diante de Deus. Considero isto a “lei do engano”.
A partir do momento que o homem morre com Cristo, em seguida passa a viver para Deus (ressurge), e é necessário buscar as coisas que são de cima, e ocupar-se em pensar nelas.
Por isso Paulo concita a que pensemos nas coisas que são de cima, pois de lá temos recebido todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo.
Enquanto as pessoas que vivem segundo o curso deste mundo se ocupam de ordenanças, o cristão deve se ocupar em pensar nas coisas que recebemos de Deus, tais como: redenção, regeneração, eleição, justificação, santificação, herança, etc (Ef. 1.1-14). 

Versículo 4 - Este versículo trata do futuro de todos os cristãos. No momento em que Cristo se manifestar, haveremos de nos manifestar com ele em glória, pois assim como Ele é, haveremos de ser em glória.
O apóstolo Paulo disse que toda a criação geme na expectativa da revelação dos filhos de Deus, que é a igreja (corpo) de Cristo em glória (Rm. 8.19). Porém, antes de ocorrer a adoção, ou a redenção deste corpo, entendemos que, qual Cristo é, os cristão também são neste mundo: filhos da Luz (I Jo. 4.17).
Nos versículos 5 e 6 - Alerta que a condição do cristão perante Deus é a de assentados nos lugares celestiais, e é nas coisas concernentes a esta posição que deve pensar.
O cristão já morreu e ressurgiu com Cristo para a glória de Deus. Agora, deve mortificar os seus. O cristão adquiriu uma condição perante Deus, entretanto, ainda está sobre a terra e possuí um corpo material (vossos membros). Paulo pede aos cristãos que “mortifiquem” os seus membros considerando o que Deus já realizou em suas vidas.
Ao se abster da prostituição, da impureza, das afeições desordenadas, da vil concupiscência e da avareza, o cristão está mortificando o seu corpo mortal. Não podemos concluir que a morte com Cristo e a ressurreição com ele advém da abstenção das impurezas aqui relacionadas, pois muitas religiões apregoam estes princípios e seus seguidores se aplicam a observá-los em busca de salvação, no entanto, não morreram, não ressuscitaram e não estão em Cristo.
O morrer e o ressurgir com Cristo, ou seja, ser uma nova criatura advém da graça de Deus por meio do Evangelho e da fé que tais verdades nos proporcionam. Agora, o mortificar o corpo diz de elementos comportamentais e não espirituais.
Este versículo apresenta as mesmas considerações do versículo: "Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito" (Gl. 5.25).
“A prostituição, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria”.

A ira de Deus virá sobre os filhos da desobediência por eles andarem nas práticas que foram enumeradas, mas a condenação é proveniente da natureza que participam por serem descendentes de Adão. Os filhos da desobediência são os filhos de Adão, ou seja, os filhos da desobediência tiveram origem na desobediência de Adão “Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores...” (Rm. 5.19 ). Se os filhos da desobediência tiveram origem na desobediência de Adão, segue-se que pelo juízo de Deus eles já estão condenados. “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (Jo. 3.18 ). Mas aqueles que creem podem dizer conforme o Apóstolo Paulo: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Rm. 8.1).
Observem que sobre os filhos da desobediência pesa uma condenação, não porque praticam as coisas pelas quais vem à ira de Deus, mas porque são filhos segundo a desobediência de Adão, filhos nascido: “... do sangue,(...) da vontade da carne, (...) e da vontade do homem...” (Jo. 1.13).
Sobre os filhos da desobediência pesa uma condenação, e por mais que se procure ter uma vida regrada é impossível livrar-se de tal condenação se não for por meio da cruz de Cristo.
Nos versículos 8 e 9 - Paulo nos convoca a experimentarmos um novo patamar na conduta cristã. Antes todos andavam segundo o curso do mundo, mas agora há o dever de se desfazer de tudo que era pertinente ao velho homem que foi crucificado com Cristo: ira, cólera, malícia, etc. O cristão deve se despojar, desfazer de tudo que era pertinente a velha criatura. A velha criatura foi morta na cruz de Cristo, e não mais vive, mas Cristo vive nos que creem. 
A mentira é um tipo de comportamento pertinente ao velho homem, pois o novo homem é segundo a verdade do evangelho, o que o torna livre. Livre do velho homem, da velha natureza e despido do comportamento desprezível segundo o pecado.

Versículo 11 - Qual é o único lugar que não há diferença entre os homens? No corpo de Cristo, visto que Ele disse ao repartir o pão: "E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim" (I Co. 11.24). O corpo de Cristo estaria repartido, ou seja, cada um deles era o corpo de Cristo.
O corpo de Cristo consegue abrigar a todos os homens e ele não faz distinção entre os seus. Cristo passa a ser tudo em todos. Qualquer aspecto que se queira evidenciar, devemos considerar primeiramente a Cristo, o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão (Hb. 3.1).
Versículo 12 - No versículo 10, Paulo demonstrou que o cristão foi vestido do novo, e aqui ele recomenda revestir de misericórdia, benignidade, humildade...
Qual a diferença entre revestir do novo e revestir como eleitos? Qual é a vestimenta do novo homem? Qual o motivo de ser necessário revestir?
Antes de conhecer a Jesus as vestes do velho homem eram trapos de imundícies, hoje, o cristão cobre-se de salvação e é envolvido pelo manto da justiça de Deus (Jó 29.14; Is. 61.10 ). Ao ser criado em verdadeira justiça e santidade, o novo homem não é achado nu a semelhança de Adão, mas está vestido do que Deus lhe providenciou.
Do novo homem o cristão já está vestido, agora, por ser eleito, santo e amado precisa revestir-se de misericórdia, benignidade, humildade, mansidão, longanimidade (Gl. 5.22).
Nos Versículos 13 e 14 - Paulo coloca a pessoa de Cristo como exemplo. Ademais, o amor não deve faltar na vida do cristão, pois Nele está o vínculo perfeito “E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e Deus nele” (I Jo. 4.16).


LIÇÃO 11                       

11/12/2011


A CARTA DE COLOSSENSES, UMA LIÇÃO PARA A ATUALIDADE

Como é comum no estilo paulino, a epístola apresenta 2 partes: Doutrina (Cap. 1 e 2); e Aplicação prática (Cap. 3 e 4).

Paulo mostra de modo bastante consciente o valor do conhecimento e da experiência.

Precisamos também valorizar as duas coisas, as quais precisam andar juntas (Os. 4.6; Tg. 1.22). O conhecimento isolado é inútil. Na oportunidade em que puder ser aplicado, então se torna proveitoso. Se conhecermos a doutrina, mas não a colocarmos em prática, a mesma será inútil. Por outro lado, a busca da experiência por parte de quem despreza o conhecimento, torna-se uma aventura perigosa. Quem busca apenas experiências espirituais e não quer aprender nada sobre Deus e sobre a Bíblia, poderá, eventualmente, ter uma experiência com o inimigo e ser enganado.
Observe em Cl. 2.18, que as visões podem estar ligadas ao engano. Sabemos que Deus também dá visões (Jl. 2.28), mas estas estarão sempre coerentes com a Bíblia. Portanto, o conhecimento será o filtro para a experiência. O conhecimento é a base para o discernimento. Em Mt. 4, Jesus, ao ser tentado, combateu o inimigo através da Palavra de Deus, à qual Cristo conhecia de cor, sabendo também o seu real significado.

Na parte prática, Paulo dá instruções para os pais, esposas, maridos, filhos, servos e senhores. Orienta também em relação à oração, à pureza e liberdade cristã.

Os "falsos mestres" colocaram uma barreira entre o povo de Colossos e Deus. E essa barreira só era vencida através do ascetismo exagerado e/ou pela entrega à sorte permitindo a libertinagem, porém esta última não foi tão forte quanto à primeira.

Diante disso Paulo ressalta a figura de Cristo como o mediador entre o homem e Deus, explicando que Ele está acima de toda a criação. Ele é destacado como o cabeça da Igreja pelo derramar de seu próprio sangue em favor de todos (Cl. 1.15-20). Essa combinação de explicações deixa claro que qualquer tentativa meritória para se alcançar Deus, tal como o ascetismo, é vã, sem conclusões e tola.
Em algumas igrejas cristãs são encontrados alguns tipos de ascetismos que são extremamente exagerados. Algumas pessoas deixam de comer por dias, outras ficam sem ingerir qualquer tipo de líquido, e algumas cometem até mesmo o suicídio social, se retirando por completo da teia social que permeia a todos. A prática disso ainda não é o problema, no sentido cristão da coisa. O problema é quando tais práticas buscam uma justificação ou pagamento pela salvação alcançada. A carta de colosenses é contra isso.
Outro problema é quando se tem a ideia de que o corpo humano é a raiz do mal, ou quando o corpo humano (carne) é impura ou o próprio mal. É nessa epístola que se encontram passagens que vão contra tais pensamentos. Primeiro é o fato de Paulo dizer que Cristo veio como homem (Cl. 1.15-20) e é neste que se encontra toda a sabedoria e conhecimento e em Cristo que os cristãos recebem a plenitude (Cl. 2.3,10) ainda em vida, ou seja, na carne. O maior sacrifício está no morrer para ele e ressuscitar com ele (Cl. 2.20 e 3.1). Logo, o que se destaca é o amor de Cristo, ainda em carne, para com os seus, chegando até derramar seu próprio sangue.
Ainda nos dias de hoje, apesar do crescente ceticismo que permeia a sociedade ocidental, existem igrejas e, em especial no Brasil, que ainda acreditam que poderes malignos são, ou mais fortes, ou do mesmo nível dos poderes divinos. A demonstração disso pode ser vista nos teatros feitos pelos evangelistas do Brasil onde a figura de Satanás está em pé de guerra com Jesus, onde aquele é derrotado por este após sua morte na cruz. Sabe-se que essa ideia é, de certa forma, inconsciente no meio evangélico brasileiro, mas também é inegável. Sabe-se que Jesus sempre foi o mesmo; é imutável e acronológico (fora do tempo). É diante dessa ideia de super-poderes das trevas que Paulo destaca a supremacia e preeminência de Cristo sobre toda a criação, desde o pó, passando sobre anjos e demônios, até a humanidade.

O fato de Paulo não conhecer os colossenses em carne e osso (Cl. 2.1) serve para mostrar o quanto é importante enxergar que todos os cristãos formam uma única igreja. Nessa ênfase que Paulo dá à unidade da igreja fica também as ricas instruções dele para esposos e esposas, filhos e pais, e escravos e senhores (Cl. 3.18;4.1) para o aprimoramento da unidade. Essas orientações se dividem em dois grupos: família e trabalho. E são esses dois grupos que mais têm sofrido degradações nos últimos tempos. A família é algo que já não mais tem valor na sociedade pós-moderna. E o trabalho já não é respeitado nem pelos patrões, que exigem além do possível de seus funcionários, e nem pelos funcionários, que desonram sua posição de empregado se tornando um baderneiro, ladrão ou irresponsável quando este defrauda seu local de trabalho.

A degradação da família e do trabalho tem a ver com as filosofias de vida presentes nos dias de hoje. Sempre em todas as gerações cristãos sofreram, sofrem e sofrerão tentações em se adequarem ao novo sistema pregado pela nova ordem do mundo. E assim como foi na época da epístola de Colossenses, assim também deve ser hoje. Todos não devem desprezar os ensinos de Paulo quando este diz que nenhuma filosofia venha tomar lugar de Cristo. É sempre oportuna a advertência paulina sobre "filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo" (Cl. 2.8). Ao mesmo tempo deve-se dar ouvidos às advertências sobre práticas religiosas que desviam a atenção, a observância de festas religiosas que detraem daquilo que é fundamental e o costume de fazer das regras, a essência da religião (Cl. 2.16,20,21). Essas práticas geram uma humildade falsa e na realidade promovem a falta de espiritualidade (Cl. 2.18). Nada pode compensar a perda de contato com a Cabeça da Igreja (Cl. 2.19) que é Cristo Jesus, nosso Senhor.

Hoje, o mundo é como a cidade de Colossos. Existem várias doutrinas, cada um diz uma coisa, as pessoas não sabem em que direção olhar, em quem acreditar. Quando se aceita o Senhor Jesus, não se consegue ser intacto, logo as coisas do mundo contagiam o crente. O Senhor procura quem vai se manter intacto do mundo. Então se tenta unir Cristo com algumas coisas do mundo, mas disso Cristo não se agrada. Colossos provavelmente era muito sedutora, assim como o mundo o é hoje. Aqueles que são levados pelo sistema do mundo, são aqueles que estão fracos na fé. Isto é, não contém muito de Cristo. Para conter muito de Cristo, necessita meditação da palavra e oração, pois isto sustenta o crente e o protege. A palavra é a sabedoria de Cristo e a oração, a ciência de Cristo. Isso é a espada de dois gumes que combate a sabedoria e ciência do mundo. Você quer vencer o mundo em realidade? Busque a Deus.
Precisamos ter cuidado com os falsos mestres que se infiltram em nossas comunidades, com a finalidade de deturpar o ensino das Escrituras, trazendo sonhos e revelações, dizendo ser da parte de Deus. Toda visão, todo sonho ou toda revelação precisa estar de acordo com a santa Palavra de Deus. Do contrário, devem ser desprezados (Gl. 1.8; I Tm. 6.3-5; II PE. 2.1-3)


BIBLIOGRAFIA:

- Bíblia Vida Nova e comentários.
- Bíblia NVI e comentários.
- PEARMAN, Myer; Através da Bíblia - Livro por Livro, Editora Vida.
- PEARMAN, Myer; Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, Editora Vida.
- CHAMPLIN, R.N, O Novo Testamento Interpretado - Versículo por Versículo, Editora Candeia
- WWW.ACOLUNA.ORG.BR